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História Operação Cinderela - Felicity


Escrita por: Confusion

Notas do Autor


Depois de tanto ela ainda ousa mostrar a cara, não é? Quanta falta de respeito!
Gente, sinto muito. Eu realmente não queria ter demorado tanto, mas acabei me enrolando e tive um pequeno bloqueio a respeito da estória. Ela é a minha favorita, meu bebê máximo.
Espero que gostem desse capítulo e deixem sua opinião a respeito.

Beijos.....

Capítulo 20 - Felicity


Felicity gostava de pensar que coincidências eram pequenos bugs no sistema geral, como uma letra no teclado do celular que apresenta outro símbolo diferente. Seu bug vivido havia acontecido na noite anterior, quando tinha decidido tomar algo com seus amigos para comemorar um novo começo. Tudo estava indo no bem até ela avistar Tommy Merlyn dando em cima de Caitlin, claro que o palerma não iria simplesmente ignorar uma mulher bonita e “sozinha”, Cait não estava sozinha, mas para Tommy ela estava.

—Pare de olhar para a minha amiga, ela está noiva e já tem problemas demais. - disse estapeando-o no braço, Tommy riu sem se importar com o mini ataque dela. - Fiquei longe.

—Se acalme, eu não vou atacá-la. Não sou bruto, nem idiota. Sei que um não é um não. Depois disso é assédio.

Felicity arqueou a sobrancelha surpresa com aquilo.  

—E dizem que não se podem ensinar truques novos a gatos velhos. - ela brincou, Tommy contorceu o rosto em uma careta. Felicity riu.

—Posso saber o motivo dessa alegria toda?

Felicity parou de rir, seu corpo se arrepiou como se tivesse tomado uma descarga elétrica. Se virou lentamente dando de cara com Oliver.

—Por que demorou, cara? Já estava pronto para chamar a polícia. - Tommy brincou abraçando Oliver de um jeito que Felicity categorizava como “sou homem demais para um abraço demorado, então vamos apertar as mãos e bater um nas costas do outro”. - Felicity até me fez um pouco de companhia, mas é muito difícil conversa com uma mulher feminista sobre mulheres.

—E lá vamos de novo. - Felicity resmungou cruzando os braços. - Seu pensamento retrógrado me faz querer vomitar, se você tentar dar uma nota para qualquer um dessas mulheres nesse bar, eu juro Tommy, que arranco suas bolas.

Tommy ergueu as mãos para cima e riu como se ela estivesse apenas brincando, mas ela não estava.

—Não seja infantil, Tommy. - Oliver disse. Seu tom de voz autoritário fez o Merlyn rir, Felicity sabia que ele nunca levaria Oliver a sério.

—Vocês dois se merecem. - Tommy resmungou ainda rindo. Ela sentiu o rosto esquentar com aquela insinuação, pelo canto do olho focou em Oliver que também a encarava.

—Acho melhor voltar pra minha mesa. Até mais. - murmurou se afastando antes que alguém disse algo a mais. Voltou pra sua mesa torcendo para sua bebida ainda estar gelada, precisava de algo para apagar os últimos minutos de sua vida. Aquele tipo momento constrangedor era perfeito para ela ficar remoendo durante a noite antes de dormir, ela perdia o sono com aquela diversão. - Vou precisar de algo forte. - resmungou se jogando ao lado de Caitlin e então notou que todos os olhares estavam sobre ela, preocupados e ansiosos. Franziu a testa confusa. - O que foi? Algum problema?

—Felicity, querida. Precisamos conversar. - Caitlin disse em um tom sério. - Precisamos falar sobre Oliver.

×××

Felicity estacionou o carro na frente da casa de sua mãe e caminhou o mais rápido que conseguia pelo curto jardim até a porta da frente. Estava nervosa e cansada, o dia anterior havia sido exaustivo e a noite estressante. Nunca imaginaria que sua sorte podia ser tão pouco, mas percebeu que o azar predominava em sua vida quando Caitlin lhe contou aquela maravilhosa novidade.

Ela havia dormido com Oliver Queen e sua vida não podia ser mais merda.

—Mãe? - chamou fechando a porta atrás de si.

—Aqui! - Donna gritou e Felicity seguiu sua voz encontrando a mãe na cozinha, a bancada estava suja de farinha enquanto uma fornada de muffins descansava sobre o fogão. - A filha da vizinha, Bianca, vai dar uma festa do chá e me convidou. Estou fazendo muffins super saborosos e saudáveis para ela e as amigas dela.

Felicity respirou fundo sentindo o cheiro de banana e canela no ar misturado com chocolate. Seu estômago roncou.

—Que bom. - tentou sorrir para sua mãe, mas sentia todo o corpo pesado e cansado. Desabou na cadeira e jogou a bolsa na mesa.

—Algum problema, querida? - Donna questionou.

—Todos os problemas do mundo. Minha vida tá um caos e eu não tenho a menor ideia do que fazer. - disse passando a mão pelo rosto e suspirando.

—Conte o que aconteceu? Falar sempre ajuda.

Felicity sabia que depois da morte de Justin, sua mãe havia entrado em uma vibe de falar sobre seus sentimentos e sobre tudo o que acontecia em sua vida, Donna era adepta a falar sempre a verdade e ser sincera o máximo possível. Sentimentos guardados podiam causar mais estrago do que aqueles expostos.

—Não quero mais trabalhar na Vênus. Não sinto que aquele é o meu lugar. - revelou, Donna assentiu com a cabeça para que ela continuasse. - Foram muitos anos dedicados a aquela revista, eu aprendi muito, mas sinto que já deu. Já não tenho mais o mesmo pensamento de antes, não quero mais compactuar com tudo o que Mirabella faz. Essa artimanha não é certa, nem legal, está prejudicando muitas pessoas de bem. Não quero fazer parte dos vilões. Eu sou uma heroína, tenho que lutar pelo o que acho certo.

—Do que você está falando, Felicity? O que não é certo ou legal?

Ela suspirou hesitante em contar aquilo para sua mãe, mas por disse.

—O concurso é uma farsa. Tudo foi armado desde o início, Caitlin nunca que iria ganhar isso. E é uma pena porque ela é a melhor pessoa que eu conheço e com certeza merecia isso.

Donna assentiu deixando o que fazia de lado e seguindo até ela.

—E o que você pretende fazer? Não pode ficar se lastimando para sempre.

—Temos um plano. Meia boca, mas ainda é um plano. Como é o público que manda nesse concurso, são eles que vão eleger a ganhadora, mesmo que Mirabella discorde. - contou. Donna colocou a mão sobre a dela e apertou com carinho.

—Sinto que não é apenas isso que lhe incomoda. Tem algo a mais?

Felicity mordeu o interior da bochecha esquerda sem saber por onde começar.

—Eu encontrei Oliver ontem e eu meio que descobrir que a gente dormiu junto.

Donna franziu a testa confusa com as palavras dela.

—Felicity explique melhor.

—Há algumas semanas eu dormi com um cara, mas não lembrava o rosto dele, Curtis até sabia quem ele era mais nunca me contou porque queria me torturar, então ontem a noite encontramos com Oliver enquanto estávamos no bar e Curtis falou a verdade. Eu dormi com Oliver e ele está noivo de outra. - sua voz saiu um tanto embargada, sentiu o coração apertar.

—Você ainda gosta dele, não é? - Donna indagou, fazendo círculos no dorso da mão dela com o dedão.

—Pensei que depois de todos esses anos eu teria superado ele, mas mãe, eu o amo mais do que já amei um dia. Eu sinto falta dele. Sinto falta do seu abraço, do seu cheiro, dos beijos que ele me dava. Sinto falta até das brigas bobas que tínhamos. Eu amo Oliver.

Limpou as lágrimas que escorriam pelo seu rosto. Se odiava por ainda chorar por ele, já havia feito isso muitas vezes quando mais nova. Se lembrava de todas as noites que havia passado em claro se lastimando por tê-lo deixado ir tão fácil.

—Felicity, por que você nunca contou a Oliver que Moira foi responsável pela separação de vocês?

—Não parecia justo na época, Oliver sempre teve problemas com os pais, mas estava tentando resolvê-los porque eu pedi. Não queria que ele entrasse em uma briga com os pais por minha causa. Você sempre diz que mesmo que percamos tudo a família sempre vem em primeiro lugar.

Donna suspirou balançando a cabeça, Felicity sabia que ela estava irritada.

—Querida, você tem que contar a ele. Tem que contar que Moira foi responsável por separar vocês. Oliver tem o direito de saber a verdade.

—Você acha? - indagou ainda incerta com a aquilo.

—Tenho certeza. Conte para ele e tudo irá se resolver.

Felicity mordeu o lábio, mas assentiu. Talvez sua mãe estivesse certa.

×××

—O que você está fazendo aqui?

Oliver sorriu para ela, um sorriso que a fez viajar para o passado, para uma época onde tudo parecia mais simples.

—Precisava conversar com você. - ele disse. Felicity apertou a chave do seu apartamento entre os dedos, estava mais nervosa do que quando havia ido fazer a entrevista pela primeira vez na Vênus. Se lembrava de quase ter desmaiado na saída e de ter sido ajudada por Curtis.

—Como descobriu onde eu moro? - questionou mesmo sabendo qual seria a resposta.

—Barry. Tive que implorar um pouco até ele me passar seu endereço.

Felicity assentiu um pouco sem jeito.

—Então, o que tem para falar?

Oliver passou a mão pelo rosto parecendo incerto sobre o que dizer, mas por fim disse.

—Eu nunca esqueci você. Eu nunca esqueci nossos beijos, nossos abraços, nossa história. Então quando te vi naquele dia as coisas voltaram de uma vez e eu percebi que nunca deixei de te amar. Você foi importante da minha vida, me ensinou tanta coisa, me fez pensar sobre assuntos que nunca cogitei antes. Você me abriu para o mundo, Felicity. Você me deu o mundo e eu sou eternamente grato por isso.

Felicity umedeceu os lábios, seu corpo tremia e seus olhos ardiam, ela não sabia o que falar aquelas palavras havia lhe abalado.

—Por que está fazendo isso? Por que está me dizendo isso? - questionou.

—Porque eu ainda te amo, mas vou me casar com Laurel, estou tão confuso que não sei com quem falar. Porque durante muitos anos você foi a única pessoa com quem eu conseguia falar sobre tudo, você sempre me deu os melhores conselhos e sempre me indicou o caminho certo. - ele falou um tanto exaltado. - E agora eu preciso desses conselhos, preciso que me indique o caminho certo, preciso que seja a minha luz.

—Eu não posso fazer isso. - ela secou as lágrimas que escorriam pelo seu rosto, Oliver se aproximou e segurou a mão dela. - Não me peça para fazer isso.

—Se lembra quando brigava com meus pais, eu sempre ia atrás de você. Porque você era a minha rocha. Eu preciso de você agora, preciso que me diga o que fazer.

—Eu não posso te dizer o que fazer. Porque a única coisa que quero dizer é que desista do casamento, vejo em seus olhos o quanto está incerto com tudo isso. - ela ergueu o rosto encarando-o, os olhos de Oliver tinham o mesmo brilho que ela conhecia, ele também ainda tinha aquele mesmo sorriso que a fez se apaixonar. Ele ainda era o mesmo cara que ela amava. - Eu te diria para seguir seu coração.

—Você sempre disse que o meu coração era uma bússola quebrada, por viver apontando para o lugar errado.

Ela riu, era incrível como ele ainda se lembrava.

—E ele aponta para onde agora? - questionou.

—Para você. - Oliver sussurrou se inclinando em sua direção, Felicity colocou a mão sobre o peito dele o impedindo de fazer o que obviamente iria fazer.

—Não podemos fazer isso, você está noivo e isso é completamente errado. Eu posso odiá-la, mas não seria capaz de fazer algo tão baixo quanto isso. - disse. Oliver assentiu, Felicity percebeu que ele teve que reunir todas as suas forças para não fazer o que queria. - Você tem que respeitá-la, nenhuma mulher merece isso.

—Vou conversar com Laurel, vou resolver isso. Está bem?

Felicity assentiu e então deixou o seu corpo relaxar um pouco, encostou a testa contra a de Oliver ouvindo o coração dele bater ligeiramente, deu um mínimo sorriso com aquilo. A nostalgia pareceu rodeá-los os levando para um lugar longe dali, os transportando para uma época mais calma e mais feliz. Para um época que Felicity queria muito nunca ter saído.



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