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História Opposite Souls (EM REVISÃO) - Tell her the truth.


Escrita por: badsizzlwr

Notas do Autor


[reescrito]

Capítulo 3 - Tell her the truth.


O peso da mão sacudindo meu corpo despertou-me, e a imagem turva de Claire arrumada, impaciente como se estivesse tentando me acordar há muito tempo atrás, roubou toda minha visão.

— Mãe... — sonolenta, disse, quase inaudível. — Não deveria estar descansando?

Cocei os olhos, notando o quão ágil ela estava dentro do quarto, revirando a bolsa que estava comigo.

— Não trouxe minha arma? — petulante, perguntou, jogando a bolsa no chão.

— Eu não sou louca de te trazer isso para um hospital. — já acordada, respondi, assistindo ao desespero dela. — Deveria estar deitada, esperando eles te liberarem.

— Querida, eu não tenho tempo para descansar. Preciso finalizar muitos assuntos ainda. — falou em um tom baixo, abrindo a porta do quarto, me chamando com o dedo. — Não preciso de nada disso. — apontou para a cama e tudo em volta dela, esbarrando em algumas pessoas após sair do quarto sem mais nem menos.

A conheço o suficiente para saber que é estúpida sem motivos, mas dessa vez ela está agindo muito estranho.

Ela estava andando mais rápido que eu, e me esperou no estacionamento. Apressei o passo, prestes a alcançá-la. Encontou o carro dela antes que pudesse roubar um, e me olhou com desdém.

— Mandei não sair do hospital. — lembrou, olhando seriamente para todos os carros. — Entra logo! — mandou em um tom agressivo, fechando sua porta com violência, partindo do hospital sem pensar em limites de velocidade.

Frequentemente, Clarice me olhava no meio do caminho, batendo os dedos no volante, parecendo incomodada.

Fez a curva, suspirando. Ela estava furiosa.

Tessie? — enfim falou algo, quebrando o silêncio. — Quer me contar alguma coisa? — me questionou.

Neguei com a cabeça, não tendo ideia do que eu teria de contar. Ela já soube que eu saí do hospital. Fora isso, não há nada para saber...

— Como Tyler foi parar naquele lugar... junto com você?

(...) a não ser isso.

Ela estava me olhando com uma atenção absurda, até me dava medo. Mostrava-se perturbada comigo.

Por sorte, havia uma desculpa perfeita.

— Papai ligou para casa. Disse que rastreou seu celular quando não atendeu a nenhuma de todas as ligações que ele fez e pediu para que eu fosse até você. Tyler me acompanhou.

Era o roteiro mais praticado por mim em todos esses anos. Sempre havia esses desencontros entre eles, e Joey sempre fez questão de ligar e pedir para eu ir até ela ver o que estava acontecendo.

Ela acreditava. Tyler continuava respirando.

Chegamos em casa, e ela estacionou o carro. Entramos e Claire transformou tudo em um completo breu, trancando as portas, fechando as cortinas, me deixando brevemente assustada.

— Suba um pouco e não espie. Preciso fazer uma ligação. — ela mandou, apontando para cima, pegando o telefone fixo de casa, me dando tempo para subir. — Feche tudo, Tessie.

Clarice's Point of View

Estava cheia dessa situação. Eu iria sair. Cansei de ser babá de um peso como ela. Alguém iria me ouvir hoje. Nenhum deles entendia o quão farta de fingir ser mãe eu estava. A farsa acabaria, eles querendo ou não. Que se foda se isso a colocaria em perigo. Eu estou fora!

Digitei o número de Roberts, prestes a tacá-lo na parede com a irá que estava sentindo.

— Eles já devem estar sabendo sobre ela. — comentei assim que ele atendeu, indo direto ao que importava.

— Como pode ter certeza? Pedi para que a escondesse até que ela desse outra ordem.

Essa mulher era outra que eu arrancaria a cabeça se estivesse em minha frente.

— Acontece que a garota saiu de casa ontem, aproveitou que eu não estava aqui e foi para uma festa daquele garoto insuportável.

— Por que você não estava em casa?

— Me sequestraram, merda! Tessie ap...

— Já avisei para não chamá-la assim em uma ligação ou quando não estiverem sozinhas. Aprenda a chamá-la de Lily.

— Uma merda que vou. Praticamente mais de 10 anos com a garota e agora ela me mete em uma dessas? Eu quero sair.

— O que ela fez demais? Saiu para uma festa? Uma hora isso iria acontecer. — não deu importância, mas em instantes ele daria. — E você sabe que se sair, eles vão acabar com você e me colocar como próximo. Temos um acordo, estamos com as vidas poupadas, e vai continuar assim.

— Ela não apenas fugiu, tolinho, mas apanhou junto comigo. — ele ficou calado, provavelmente pasmo do outro lado.

— Clarice, é melhor que esteja me zoando.

— Ela apareceu lá e tentou ser a heroína. Queria eu estar te zoando. Parece que Joey pediu para ela ir me procurar depois de me ligar várias vezes e eu não atender. Tyler a levou, e ele deve ter fugido de algum jeito. Não encontraram o garoto.

— Eles não podem ter uma ficha sobre ela.

Se já não tiverem...

— Não duvido que estejam atrás disso. Ela saiu à noite do hospital quando eu ordenei para que ficasse. Do jeito que a notícia voa no ninho dos imbecis, eles devem ter registrado ela.

— Ajeita isso, Carter. Diga a verdade a ela e impeça qualquer registro. Eu estou voltando.

— Dizer a verdade e me foder com os maiorais? Sem chance! — falei, excluindo a ideia de acabar com os planos do chefe.

Ela deu autorização para que fosse revelado.

— E você está de acordo em fazer sua menina sofrer? — ri assim que ele tentou se explicar, não esperando menos que isso de alguém como ele.

— Escute, apenas faça isso. É ordem deles.

Ele desligou.

Após a ligação e o debate entre continuar ou não protegendo a órfã, Lilith resolveu sair do colo do diabo para me enviar uma mensagem.

“A garota tem a minha reputação.”

Tarde demais.

Como eu disse, estou fora!

Tessie's Point of View

Estava indecisa entre me preocupar com o assunto que Claire iria discutir com alguma pessoa, e não havia dúvidas de que esse assunto teria que ser eu, ou com a notícia de que Tyler está desaparecido desde que fomos àquela casa infernal.

Deitei de bruços, permitindo que meu aborrecimento fosse liberado na décima terceira chamada que fazia a Tyler.

Se algo tivesse acontecido a ele, eu nunca iria me perdoar.

Daniel também faz questão de não atender as minhas ligações. Ele quase nunca perdia uma ligação minha. E quando acontecia, rapidamente ele retornava.

Isso não deveria estar acontecendo.

Ficaria tão grata se pais de Tyler estivessem em casa, e não viajando à negócios.

O impacto da porta sendo aberta e se colidindo com o concerto da parede me tirou de meus devaneios, impulsionando meu corpo a se levantar da cama para ver o que estava acontecendo.

Claire ficou parada na porta, com um semblante pior daquele que ela estava minutos atrás. Havia algo errado e eu não sei se fazia questão de saber.

Ela começou a manobrar seu caminho até mim, olhando-me duramente. Meus músculos se enrijeceram, e tudo o que eu pude fazer foi assistir ao que estava por vir.

E eu sabia que algo grave estava por vir.

— Mãe, está tudo bem? — perguntei serena, me afastando disfarçadamente logo que me levantei da cama.

Claire me examinava tranquilamente, mas seus olhos não emitiam nada de tranquilo.

— Mãe... — ela repetiu o que eu disse, sorrindo falsamente. — Talvez você precise da sua.

Juntei as sobrancelhas, ainda sem me mover. Meus olhos caminhavam com ela.

— De... você?

Certamente suas palavras não foram compreendidas. E isso estava estampado em meu rosto.

— Oh, vamos, Tessie! Sei que é mais inteligente que isso.

— Você precisa de alguma coisa?

Impressionada, ela arregalou os olhos, ficando mais perto de mim.

— Sim, eu preciso. — afirmou, passando a mão pelos fios longos de meu cabelo. Olhou para o comprimento deste e para cada centímetro meu até voltar a me encarar. — Preciso que saiba que você não irá sofrer. Eu prometo a você, Tessie!

— So... Sofrer? — questionei com precisão, completamente perdida em suas palavras sem nexo.

Seu jeito de falar e de observar cada detalhe meu estava me assustando, entretanto eu não a deixaria saber disso.

Ela apoiou sua mão direita em minhas costas, descendo com algum objeto por elas. No momento em que fui para me virar e ver o que tinha em suas mãos, ela me impediu, atropelando meu corpo contra a cama.

— Sua voz está apodrecendo minha audição. Seus olhos bonitinhos e bondosos corroem a minha alma como ácido. Sua presença em minha vida é um estorvo. Você é um pedaço desagradável de lixo. E eu estou farta em ter que fingir ser a mãe de uma garota imunda... como você.

Ela garantiu pronunciar cada palavra com perfeição, de modo que cada sílaba acabou sendo processada com severidade. Seu desabafo se repetiu em minha mente, torturando e escurecendo todo canto saudável de meus pensamentos.

Apoiando meu corpo sobre meus braços, encarei Claire com uma faca em sua mão, esfregando o nariz. Em seu rosto não havia pistas de brincadeira. Havia apenas uma expressão maquiavélica tomando conta dela toda.

— Se afasta de mim com essa faca.

Levantei da cama, colidindo minhas costas com a vidraça, sendo perceptível que não tinha mais para onde ir. Abusei de minha sorte, desvencilhando de suas mãos para sair do quarto.

Os passos ligeiros de Claire aceleraram meus batimentos cardíacos, impedindo-me de chegar até a escada.

— Eu nunca vou me sentir tão bem quanto hoje. Estou finalmente jogando uma carne podre no lixo. — ela disse ao me segurar na sacada, com a faca posicionada em meu pescoço, onde brevemente começou a arder. — Hey, quietinha! Não chore ainda...

Sua voz soava perturbada, sem um pingo de sanidade.

— Por que está fazendo isso comigo? O que você está fazendo, Claire? — meus olhos lacrimejavam, temendo ela e o objeto em suas mãos, furando minha garganta sem tanta profundidade.

— Eu até poderia formar uma parceria com você agora que tem uma grande reputação. Mas a bondade está impregnada em você. Essa bondade, por outro lado, me incentiva a acabar com sua vida. — chiou, pressionando mais meu corpo contra a sacada, podendo a qualquer momento me jogar dali.

— Pare com essa encenação. Você sabe que se me matar haverá alguém para te levar presa. — a lembrei, reprisando as ameaças de Ivan contra ela em minha mente, uma atrás da outra.

— Não se esqueça que seu amiguinho não é santo, e na primeira tentativa ele iria junto comigo.

— Garanto que ele é mais esperto do que pensa. — declarei, sabendo exatamente do que estava falando.

Eu estava vivendo em uma mentira todos esses anos, e em momento algum eu iria deixar ela me matar e seguir com a vida dela.

— Onde arranjou tanta coragem para me afrontar, Tessie? Esqueceu quem eu sou e o que está perfurando sua garganta?

— Não, você apenas me deixou alerta sobre seus truques. — rosnei, cessando qualquer movimento de meus músculos.

Não obtive uma reação melhor que o seu silêncio audacioso.

Por que ela fez da minha vida uma mentira?

Eu não queria chorar mais na frente dela, expondo minha fraqueza. Eu só queria uma pessoa comigo, quem eu sei que sempre foi real em minha vida. Ivan. Eu queria ele comigo. Que ele voltasse de viagem e quebrasse a continuidade do que estava ocorrendo.

Uma lágrima desceu pelo meu rosto, sendo a última que eu permitiria cair. Meu corpo estava em choque.

— Nunca mais me chame de Tessie. Você sabe muito bem o meu nome, e é patética quando finge esquecer qual é.

Ela segurou o riso, descendo a faca, ferindo propositalmente meu braço.

— Patética? Esqueceu que quem está vivendo em uma mentira é você? Eu posso ficar aqui e contar tudo sobre você, o que ninguém sabe. — arrastou a faca pelo ferro, agonizando minha audição com o ruído. — Eu estive com seu pai.

— Você não tem o direito de mentir sobre isso também. — tentei acertar um chute em sua perna, o que basicamente fez a situação piorar.

— Não seja tão idiota em me provocar, besta.

— Duvide para ver. — o ódio me transformou completamente em algo que eu nem sabia ser. A raiva tomou conta de mim e meu corpo respondia a isso.

Ela olhou por cima do ombro assim que ouvimos derrapadas de carros fora de casa. Ela me soltou e olhou em direção à porta, com um olhar desconfiado.

Algo sério parecia estar acontecendo.

Mais sério que sua quase morte? pensei secretamente, apertando meus lábios.

Claire puxou meu braço até o último cômodo da casa, excluindo por um mísero momento do que ela havia me feito. Mas eu não.

— Dessa vez você não vai decidir as coisas por mim. — larguei meu braço de seu toque, seguindo em uma direção contrária.

— Você vai continuar fazendo o que eu mandar. Eu já tenho planos para você, e garanto que deixar você viva não faz parte dele. — ela se esforçou para me ameaçar, mas seu rosto mantinha um medo instalado, e suas mãos atrapalhadas para destrancar a porta denunciavam que havia algo que ela temia que estava lá fora.

— Do que está com medo? Quem está do lado de fora dessa casa? — questionei, recebendo o silêncio como resposta.

Eu não sei se o seu silêncio naquele momento era o que eu estava esperando.


Notas Finais


digam o que acharam aaaa


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