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História Opposite Souls (EM REVISÃO) - Eu vou te amar até no inferno.


Escrita por: badsizzlwr

Notas do Autor


Heey, voltei e trouxe comigo um novo capítulo pra vocês!
Eu estou surtando, sério! Eu não sei o que dizer pra vocês, eu amo os comentários que vocês publicam! Por favor não me abandonem!
Boa leitura!

Capítulo 27 - Eu vou te amar até no inferno.


"Me ame, é apenas o que eu peço à você. Não negue, afinal nós dois queremos isso. Abra os olhos e me veja. Eu estou aqui, com você! Faça-me sentir seu toque outra vez."

Os minutos que se passavam eram os meus piores inimigos. Todos os enfermeiros que passavam por mim não tinham notícias do Justin, o que me deixou mais angustiada. Meus limites estavam esgotados, eu não consigo esperar tanto tempo para receber uma única notícia que seja do Justin. Alguns deles me olhavam com dó quando eu perguntava como ele estava. Só de pensar que pode acontecer algo com ele eu já sinto meu corpo desmoronar por dentro, com meu coração despedaçado. 

— O que aconteceu? — pergunto após ver outro médico se aproximar de mim. Só espero que tenham notícias boas.

— Bem. Apesar dos danos graves, o estado de saúde do rapaz... Justin, é estável. — ele me respondeu com a cara fechada. 

— Ele já acordou? — pergunto impaciente de ouvir o que era provável de acontecer. — Eu quero vê-lo! — me aproximei do médico.

— Sim, ele está consciente.— ele falou como se aquilo fosse um problema. — Não é permitido visitas ainda hoje.

— Por favor! — peço para ver se ele muda de ideia. — Me dê apenas alguns minutos. — insisto.

— Doutor McKenzie, por favor. Pode vir aqui em um instante? — outro médico apareceu em minha frente. 

Eles conversaram alguns minutos, posso afirmar que McKenzie estava levando uma bronca pelo jeito que o outro falava. Já tinha se passado um tempo que eles estavam discutindo, e ninguém resolveu se vai ou não permitir a minha entrada no quarto em que o Justin está. Após outro longo tempo, o outro médico se aproximou de mim.

— Me acompanhe. — ele diz caminhando pelo corredor. Achei que ele também negaria a minha visita, mas estava enganada. — Alguns pacientes, não só podem como também devem receber visitas. É essencial ter alguém, além de nós que os ajudamos, acompanhando o estado do paciente, especialmente os que estão na UTI. A presença da família é uma forma para que eles fiquem em uma parte da realidade do mundo exterior. — ele falou, mas aquilo não me importou. Tudo o que eu queria era ver o Justin e saber se ele realmente estava bem.

O corredor era maior, chegando a ser cansativo andar por ele todo. As batidas do meu coração se aceleravam a cada passo que eu dava, estando perto do quarto do Justin. Fiquei parada na frente da porta do quarto em que ele estava, tocar a maçaneta me gelou sabendo que ele ainda estaria dormindo. Depois de refletir sobre coisas sobre o que eu faria assim que entrasse, abri a porta cautelosa, adentrando no quarto. 

— Ele não estava acordado? — pergunto ao ver o Justin inconsciente. 

— Houve uma complicações no tubo de ar, o que resultou em uma recaída para ele. — ele explicou. — Nada grave, foi apenas um erro... — ao escutar aquilo eu me desesperei ainda mais.

— Erro? — estava indignada. — Como deixaram isso acontecer? — pergunto alterada. — Está querendo dizer que se não fosse... ele estaria... — não terminei de falar, pois eu me negava a dizer essa bendita palavra. Minha vontade era acabar com aquele médico por quase deixar o Justin morrer. — Isso não pode acontecer! Vocês tem que cuidar dele, deixar ele vivo e não... — meus olhos estavam marejados, eu estava destruída.

— Faremos o possível... — ele tentou falar.

— E o impossível! — gesticulava com o dedo indicador. Ele parecia se sentir culpado, mas demonstrava apreensão em cada palavra.

Abri a porta, deixando aquele incompetente sozinho, entrando no quarto. Comecei a controlar a minha respiração e me aproximei da cama, tocando na mão dele, sentindo as lágrimas escorrerem sem controle pelo meu rosto. 

— Volta pra mim. — sussurro caindo em prantos. — Não faz isso comigo. Eu preciso de você, Justin! Apenas o começo, lembra? Você tem que sair dessa, não pode me deixar! — minha mão tocou o rosto dele. — Isso — olhei para o anel em meu dedo. — sem você, esse pequeno objeto vai ser apenas uma lembrança. E eu não quero apenas uma lembrança sua, eu quero você! — chorava muito olhando ele inconsciente. — Por favor... se tiver algum valor, por mim, lute, fique forte e bem para terminar o que começou: uma nova vida comigo. — a porta foi aberta. 

— Precisa deixá-lo descansar. — o médico me avisou.

— Tudo bem. — sequei as lágrimas do meu rosto. — Eu vou esperar por você. — sussurro depois de encostar meus lábios nos dele. 

POV Justin

Ficar nessa cama sem fazer nada, por mais pequena que seja, era um inferno. Tão desnecessário quanto essas pessoas que entram e saem toda hora do quarto. Esperei ter uma única visita, na intenção de que fosse ela, para acabar com essa angústia de não saber como ela estava. A enfermeira que estava me atendendo a cada 30m, entrou no quarto outra vez com aquele objeto pontiagudo na mão. 

— Se aplicar essa porcaria em mim, considere-se uma mulher morta! — eu não queria ninguém dentro daquele quarto. 

— Olá, Bieber! — Jennifer tirou aquela máscara e soltou um riso medonho. — Sabe. O plano não era para acabar em um hospital e, sim, em um buraco fundo, com você trancado em uma caixa. — o que ela disse me arrancou boas risadas.

— Isso vai demorar para acontecer. 

— Eu não sei. Algo me diz que isso acontecerá hoje, para ser mais específica... agora! — a filha da puta se aproximou de onde os tubos estavam e ameaçou enfiar a agulha no meu tubo respiratório. 

— Não tente! — comecei a me mover para impedi-la de fazer qualquer coisa. — Me dá isso. — com meu braço esticado, tive a chance de pegar o objeto da mão dela. Mas em tanto tentar, ela acabou caindo em cima do meu ferimento.

— Solta isso, Bieber! — estava com a agulha na mão quando ela se atreveu a pegar esta. 

— Experimenta, vadia. — apliquei o líquido nela que estava se debatendo para não receber do que me afetaria. — Está gostando? — joguei-a no chão e a vi me encarar com ódio.

— Vou gostar de ver você implorar pela minha ajuda. — ela se levantou e retirou o tubo da minha boca, me impedindo de ter acesso ao oxigênio. — Você não tem mais saída. — diz.

A dificuldade intensa para respirar era parte do que me incomodava. Todo o esforço que eu reproduzia me prejudicava ainda mais por estar fraco a cada minuto que se passava. As gargalhadas da Jennifer me irritavam, alimentando o ódio que eu tinha por ela. O barulho incessante dos equipamentos me causavam estresse e um certo medo por acabar morto dentro daquele hospital. Eu já não via mais ninguém, minha respiração estava insana, eu poderia jurar que estava falecendo na falta de ar. 

— Frequência cardíaca caindo... — eram uma das poucas palavras que eu podia escutar.

— Mantenha-se acordado, rapaz! — alguém me chacoalhava enquanto um breu se estabelecia na minha visão.

— Ele está perdendo o oxigênio... 

— Se esperarmos mais não vai haver vestígios deste. — foi a última coisa que pude ouvir.

Quatro dias se passaram...

— […] Eu não sei. Faz exatos quatro dias que ele está assim. Tudo ocorre corretamente, porém o esforço para mantê-lo com vida não aparenta obter sucesso. — meus olhos se abriram com dificuldades. 

— Não... olha! — um peso se estabeleceu em uma parte da cama. 

— Que...? — as palavras demoravam para ser reproduzidas por mim. 

— Temos que avisar... — a empolgação de uma das efermeiras me atordoava.

— Cadê a minha mulher? Ela está em perigo. — quando tento levantar da cama, mãos se apóiam no meu ombro, pressionando-o para ficar na cama.

— O senhor não pode se levantar agora. Precisa de descanso. — a velha falou. 

— Não se atreva. — retiro as mãos dela. — Eu vou sair daqui... hoje! — outra vez, tento me levantar.

— Eu vou procurar o doutor. — a mais nova saiu do quarto, rebolando aquela bunda na minha cara. 

Três dias? Eu estava apagado durante três dias? Ao acordar, pareciam horas. A única coisa que eu não entendo é o motivo no qual Jennifer estava em Los Angeles. Como ela sabia que eu estava aqui? Eram tantas perguntas flutuando sem respostas na minha cabeça que me deixavam ainda mais confuso. Minha garota, minha Lily. Onde ela estava? A única certeza que eu quero ter é de que ela está bem e, se possível, fora de perigo. Eu não posso aceitar que ela está sozinha e sem segurança depois do que aconteceu e, ainda mais, esperando um filho meu. Eu tenho que dar um jeito de sair deste inferno e encontrá-la fora de alucinações. Qualquer chance que eu tenha para sair daqui eu iria aproveitar, não vou dar bobeira e passar, caso tenha essa possibilidade, mais dias neste hospital. O estresse que esse ambiente me causa é enorme, principalmente este barulho que atormenta qualquer um que está à disposição de acabar com a vida de quem quer que seja.

— Vai ficar olhando ou vai me dar a porra da alta? — pergunto depois de ficar uns minutos com aquele bando de incompetentes no quarto.

— É, o senhor apresenta um quadro estável para quem passou dias inconsciente. — o médico falou e ele parecia assustado.

— Me diz uma novidade. Estou ótimo, melhor impossível! — a falsidade era visível na minha voz. Qual é? Quem gosta de ficar nesse lugar em um período de três dias, mesmo estando dormindo? Puta que pariu.

— O senhor pode estar bem, mas isso não o livra de ter outra falta de ar repentina. Eu receito fazermos um tratamento. — por um instante, achei que aquilo era piada.

— Eu não preciso de tratamento, não sou e nem estou doente. A falta de ar foi incompetência de vocês por deixarem uma vagabunda entrar nesse quarto. — exaltado, começo a expor a inutilidade de ter eles a minha volta.

— Senhor... — uma delas falou.

— O Senhor está no céu e eu estou bem aqui, perdendo meu precioso tempo falando com vocês. — falei ríspido. — Eu quero alta ainda hoje! — foi uma exigência. 

— Não é possível... — essa perda de tempo já passou dos limites.

— Estou pouco me fodendo para o que é ou não possível. — falei. 

— Senhor, por favor. Fique calmo! — o médico falou.

— Quer que eu me acalme? Então me traga umas drogas. Um pacote das verdinhas que seja de boa qualidade! — os olhos se arregalaram ao me ouvir dizer isso, mas em instantes eles sairam do quarto.

Eu não sei o que eles foram fazer, mas eles saíram do quarto resmungando coisas sem sentido sobre mim sem ao menos dirigir uma palavra a mais à mim. Não vou suportar passar mais um minuto se quer trancado nesse quarto. Eu estava ótimo, apesar de me sentir um saco de peso, eu me sentia ótimo. 

Tudo a minha volta era um jeito estressante de concordar que deixei tudo acontecer sem tentar me defender corretamente e deixar que minha mulher, minha Lily corresse mais perigo que antes. Eu fiz tudo da maneira certa, ou pelo menos tentei, mas parece que isso não é suficiente quando se tem alguém ao seu lado. Ela precisava de mim, eu não poderia deixá-la nas mãos do McCartney ou do Thompson. Isso nunca esteve em meus planos, amar alguém era algo que eu almejava, mas que eu nunca pude praticar com alguém que realmente merece. Errar com ela é algo que eu não quero fazer e, quando faço, me sinto culpado. Eu quero ser o cara certo para ela, e eu vou tentar ser esse cara. 

— ... Justin? — alguém parecia estar me chamando a um bom tempo enquanto eu pensava na minha garota. — Meu filho! — minha mãe estava em minha frente sorrindo como quem acabara de receber uma ótima notícia, seja ela qual for. Demorei para ceder ao abraço dela por não estar esperando a visita dela e sim de... outra pessoa.

— Que eu saiba, sou. — brinquei com ela que deu a língua. — O que faz aqui? — pergunto e ela abaixa o olhar como se eu tivesse falado algo errado.

— Não está feliz em me ver? Mal agradecido! — ela se irrita. 

— Não é nada disso, Patricia. — ela semi fechou os olhos. — Eu quero ver a Lily! — o suspiro de alívio dela ecoou naquele quatro.

— Ela está em casa. Das últimas vezes que ela veio aqui, você estava inconsciente. Mas nem por isso as esperanças dela se apagaram. — batia as mãos na cama, nervoso. — Quando ela soube que você teve complicações na respiração... filho, ela ficou abalada. — escutava tudo com atenção. — Ela ligou para mim e disse que você estava em Los Angeles e que tinha sofrido um acidente. Aliás, o que veio fazer aqui...? — bufei com a mudança de assunto.

— Mãe! — reprovei a falta de atenção dela em apenas um assunto. 

— Calma, tudo bem. — ela fez um gesto com a mão. — Depois que recebi a ligação dela, seu pai foi ligeiro para comprar duas passagens, já que as crianças ficariam com a Eleanor. Os garotos vieram no dia seguinte, Ryan deu todo apoio, assim como nós, para ela. — Ryan, Ryan. Não tinha nem que vir. — Mas o que importa é que você está bem! — ela falou. Mas aquilo não me importava.

— Ela está bem? — não era a pergunta que eu queria fazer, mas não queria deixar ninguém preocupado.

— Está. — a resposta dela não tinha me convencido. 

— O que houve? 

— Eu venho observando o comportamento dela e, não é um dos melhores. Ela está bem, mas... ah, não sei como dizer. — pelo que vejo, Pattie ainda não sabia que seria avó. 

— Acontece, Pattie. — falei. — Quando é que eu vou sair daqui? — pergunto controlando a respiração. 

— Logo, eu espero. — fala. 

— Não só você. — reviro os olhos.

POV Tessie

Esperar por uma reação vinda do Justin era a única coisa que poderia me acalmar naquele momento. "Não podemos garantir ou fazer mais do que já fizemos. Ele é jovem, sairá dessa. Tudo o que temos que fazer é esperar uma reação dele dentro de 24horas." As palavras do médico eram repetidas a cada segundo que se passava dentro daquele hospital. Meu único medo era ver o Justin não acordar, não suportar isso até o final. Ele é forte, não é de se entregar a pouca coisa, mas o meu medo era maior. Estava com um pé atrás em ligar para Pattie. Ela é mãe dele, o sofrimento é dobrado para ela. Eu não sei se posso aguentar ver ele assim.  Pattie tentava me consolar, me deixar mais calma dizendo que tudo correria bem. Minhas esperanças estavam sendo fortalecidas com todos eles ao meu lado. Mesmo com todo o sofrimento, Pattie fazia de tudo para me confortar, isso tinha um período de duração e, quando eu ia para casa, esse curto período acabava, era destruído na minha frente me deixando passar as noites com insônia pensando nele. 

Nada. Nenhuma notícia dele me deixava calma. Sempre as mesmas notícias, sempre os mesmos jeitos formais. Esperar ele reagir de alguma forma era o que eu mais desejava. Ninguém poderia me garantir de que tudo correria bem, eles bem que tentavam, mas a verdade é que... ninguém pode ter certeza disso. Por tudo o que é mais sagrado, eu quero tê-lo ao meu lado. Meu coração estava repleto de esperanças, como ele sempre esteve nesses últimos dias. A única coisa que poderia melhorar esse dia era uma notícia boa vindo do médico, algo que possa me fazer feliz. Antes de dormir, sempre pedia para algo se resolver, para vê-lo sair desse labirinto doentio de vinganças, tiro por tiro, coisas estúpidas na qual eu nunca vou suportar ou entender. Ryan me esperava no carro enquanto eu arrumava meu cabelo em um rabo de cavalo pelo tempo ter mudado de repente.

— Já é um outro dia! — Ryan falou. Nos últimos dias que estamos seguindo para o hospital, ele sempre fala isso para me deixar aliviada. 

Depois que Ryan estacionou o carro, esperei por ele para poder entrar no lugar em que eu passei a odiar ainda mais. Passar por médicos era uma das coisas que me doía, pois eu nunca sabia o que esperar. Pattie estava conversando com um deles esbanjando um sorriso luminoso e grande simpatia enquanto falavam sobre um assunto comum. Pelo menos era o que eu pensava. 

— Minha querida! — Pattie falou assim que me viu se aproximar. — Pode tirar essa expressão caída do rosto, estampa um belo sorriso porque... — ela se emocionou enquanto falava.

— Pattie, está tudo bem? — pergunto preocupada. — O que está acontecendo? — meu nervosismo era visível.

— O Justin... ele acordou! — minha alegria estava festejando dentro de mim, mas eu não conseguia demonstrar, estava estática tentando assimilar as palavras ditas por ela.

— Onde ele está? — estava nadando em felicidade. — Eu preciso vê-lo! — um sorriso bobo se formou em meus lábios quando tudo foi processado. — Pattie? — a chamo.

Tudo estava se resolvendo. Eu teria ele em meus braços, teria o toque dele em minha pele outra vez. Eu não sabia o que pensar, mas o que eu estava sentindo era inexplicável, precioso, eu me sentia completa sabendo que ele estava voltando à realidade. A cada passo que eu dava a ansiedade se aumentava. Eu estava realizada, queria sair do hospital com o Justin ao meu lado. 

Depois que eu fiquei cara a cara com a porta do quarto do Justin, Pattie voltou para a sala junto com o Ryan, me deixando sozinha. Estava nervosa, eu não sei o que fazer além de abrir a porta e cair aos braços do Justin, mas isso só parecia ser fácil. E se for apenas um sonho? Acordar eu sei que não vou. Eu quero usar a realidade à meu favor. 

Abri uma parte da porta e soltei o ar pesado dos meus pulmões, deixando qualquer pensamento negativo morrer em minha cabeça. 

— Espero que esteja com as minhas verdinhas. — escuto após abrir a porta. — Lily? — ele sorri de lado quando me aproximei dele.

— Você não sabe... o quanto me deixou preocupada! — falei caminhando até a cama dele. — Eu te amo tanto... — a sensação de abraçá-lo novamente era divina.

Me entregava a cada sentimento dele em meio ao abraço que despertou a saudade entre nós. Eu sentia que essa fosse a primeira vez que eu o via, que fosse o primeiro momento, o começo de tudo o que aconteceu entre ele e eu. Eu daria tudo para sentir isso sempre que possível, daria tudo para viver com ele sem qualquer surpresa ruim. O pior, pra mim, já passou. Agora, eu o tenho novamente em meus braços.

— Não achou que iria se livrar de mim, achou? — ele fala depois do abraço carinhoso que tivemos. — Foi muito difícil viver esses dias sem mim? — mesmo em uma situação como essa, que graças a Deus melhorou, ele consegue fazer graça. 

— Não faz isso! — peço desconfortável com o jeito dele para lidar com isso.

— Não estou fazendo nada. — ele diz na defensiva. O sorriso que ele abriu depois de me olhar alguns instantes foi gracioso. Poderia continuar assim, eu não me importaria. — Eu preciso sair daqui e você vai me ajudar! — franzi o cenho, não compreendendo aonde ele queria chegar com aquilo.

— O quê? — pergunto. — Você não pode. Ainda tem que se recuperar! — falei.

— Lily, meu amor. Eu estou ótimo! — ele diz mostrando-se empolgado. — Não preciso ficar aqui. É desnecessário passar qualquer minuto a mais dentro desse inferno. — ele diz. Eu não estava convencida. Não queria fazer isso, não quero arriscar que algo aconteça com ele outra vez. 

— Justin, eu não posso. — o sorriso que estava no rosto dele sumiu, num estalar de dedos. — Não quero arriscar a sua vida outra vez. — ele bufa.

— Nada vai acontecer. — ele diz. — Você tem que me trazer roupas. Quero sair daqui ainda hoje! — entendi aquilo como uma ordem, mas que eu não iria obedecer isso eu não ia mesmo!

— Não, Justin! Você vai sair daqui quando os médicos acharem melhor. — já podia se ver a raiva nos olhos dele depois que eu falei isso. — Entenda, por favor... — ele negou com a cabeça.

— Eu vou sair daqui. — ele parecia estar confiante. — Com ou sem a sua ajuda. — respirei fundo ao negar ao que minha cabeça mandava.

— Não, Justin! Você não vai sair. — eu ainda mantinha a calma. — Será que não consegue ser menos exigente e ver que está errado? — as mãos dele, que antes estavam em cima das minhas, agora se mantinham no rosto dele.

— Deve estar bem melhor com o Ryan pra fazer tanta questão de que eu fique aqui. — arregalo os olhos com o que ele acabara de dizer. 

— Não é nada disso! — a minha paciência já estava curta, mas eu fazia o possível para controlar tudo perto do Justin. — Querer você bem não tem nada haver com o Ryan. — gesticulava com o dedo perto do rosto dele.

— Então traga as minhas roupas e me ajuda a sair dessa porra! — ele gritou. — Vai me ajudar? — eu não queria, não deveria. — Eu preciso descansar. Saia do quarto. — ouvir aquilo foi horrível. Tentava não acreditar no que ele fez, tudo por querer sair do hospital? Ele me tratou mal por negar ajudar ele no que ele sabe que é errado? Eu não quero acreditar nisso. Tá, eu já fiz isso antes, mas o caso dele é pior que o meu!

— Justin, eu só quero o seu bem! — me exaltava quando dirigia as palavras a ele. — Tenta compreender. — ele fez um gesto com a mão para que eu saísse. — É sempre bom falar com você. — falei.

Saí do quarto e fiquei encostada na parede do corredor caindo em lágrimas. Era difícil suportar o estado do Justin quando ele queria uma coisa e faria de tudo para conseguir. Eu não queria vê-lo e um diálogo calmo acabar em discussão, isso era o que eu evitava acontecer. Ainda mais agora que ele acordou e nessa fase "mamãe de primeira viagem" que eu estou. Levei as mãos para o meu rosto e limpei as lágrimas que caiam quando vi os garotos se aproximarem. 

— O que tá pegando? — Christian diz próximo de mim. — Aconteceu alguma coisa? — respiro fundo.

— Nada grave. — não estava afim de falar sobre o que aconteceu. — A Pattie ainda está na sala? — tento mudar de assunto.

— E-está sim. — Chaz diz me olhando. — Espera, você acabou de chegar! — ele fala quando eu caminho pelo corredor.

— Talvez esse seja o erro. — falei e eles se entreolharam confusos. — Boa sorte! — sorri ao dizer. 

Voltei para a sala me juntando a Pattie e ao Ryan, que apesar de me olharem preocupados não disseram nada. Bom, em uma boa parte do tempo eles tentaram não se intrometer ou perguntar sobre o que tinha acontecido no quarto por eu ter saído em questão de poucos minutos.

— Por que ficou tão pouco tempo? — Ryan perguntou sentando-se ao meu lado. 

— Achei melhor deixar os meninos a sós com ele. — inventei qualquer coisa, só para não fixar o real motivo ma minha cabeça. 

— Deselegante da parte deles! — Pattie comenta pelo fato de que pensa que aquele era o verdadeiro motivo para o qual eu saí do quarto em que o Justin estava.

— Muito... — sussurro para mim virando a cabeça para o lado, encarando o corredor à minha frente. 

POV Justin

Eu vou resolver tudo. Vou sair dessa cama, desse lugar desprezível pra mim. Os meninos teriam que me ajudar, eles me devem isso. Sei que se eu explicar o motivo de querer sair daqui eles me ajudaram, bem, é o que eu espero. Os capangas do Henrique ainda devem estar na cidade, isso eu posso garantir, pois eles não vão aquietar o cu enquanto não tiverem o que querem e, o que eu não posso arriscar é que eles tentem se atrever a encostar um dedo se quer na Lily.

— Qual é cara!? É piada, não é? — Chris fala depois que eu peço a ajuda dele.

— Christian, não venha negar. Você não tem escolha, vai me ajudar querendo ou não! — falei. — Não quero deixar que ela continue correndo risco, caralho! Eu trouxe ela pra cá para ficar sossegado sabendo que ela estaria longe do pai desgraçado dela e dos perigos de Atlanta. — eles me olharam pensando no que iriam dizer. 

— Não é que o cara tá apaixonado mesmo!? — Chris fala dando risada. 

— Na verdade ele tá é fodido! — Chaz falou analisando meu estado. — Sabe que essa desculpa não cola, não é? — bufei.

— Não preciso de sermão, essa é a última coisa que eu iria precisar. — falei irritado. — O que me dizem? — pergunto fitando os dois.

— Quando você quer alguma coisa, não tem quem possa te impedir de conseguir. — Chaz fala. — De um jeito ou de outro você sairia daqui mesmo. Não tenho nada a perder. — saber que minha passagem para casa já estava comprada era uma sensação boa. 

— Não tenho escolha. Você é um arrombado! — Chris fala e como resposta, apenas mostro do dedo pra ele.

Minha volta para casa já estava garantida, não graças a Lily, óbvio. Olhar e ficar entre aquelas quatro paredes era uma grande depressão, ainda mais quando não se pode foder alguém para melhorar a situação. Eu estava um trapo, completamente ferrado. Se eu não acabar com aqueles filhos da puta em pouco tempo, eles vão dar um jeito de acabar comigo num piscar de olhos. A pior coisa que eles podem fazer para me atingir e, eu sei que tinha essa possibilidade, era usá-la contra mim para conseguir o que almejam. Agora que eu vou ter um filho, uma cópia minha, toda segurança é pouca, qualquer meio de defesa viria a calhar. 

Com um pequeno deslize, eu posso ferrar comigo e entregar tudo de mãos beijadas, e não era isso que eu queria, muito pelo contrário, eu quero sair por cima. 

"— Espera que um dia você vai ter essa mesma sensação, vai sentir que tudo o que estava em sua volta era pouco comparado à isso. Justin, ser pai é uma maravilha! — meu pai dizia observando a Jazmyn dentro do berçário do hospital. 

— Eu nunca vou ter filhos! Eu ouvi uma mulher dizer que esses pirralhos são um atraso na vida das pessoas. — falei e o olhar repleto de reprovação ao que eu disse foi estampado no rosto do meu pai. 

— Não deve dar ouvidos ao que todos dizem. — ele diz voltando a atenção para a criança. — Você ainda é novo, não sabe o que está falando. Cresça mais um pouco e sua opinião sobre isso irá mudar. — reviro os olhos. Nunca na minha vida eu vou ter filhos, se for pra ter uma coisa como essa na minha vida eu prefiro estar a sete palmos abaixo da terra!"

Essas poucas palavras do meu pai rodavam na minha cabeça depois que um sorriso foi aberto nos meus lábios. Não, minha visão sobre algumas crianças ainda é a mesma. Elas realmente atrasam a vida dos outros e fazem tudo virar um inferno sem volta. Mas de uma coisa ele tinha razão: "Se for comparar tudo em nossa volta com o prazer de ter um filho, eu posso afirmar que nada chega aos pés da sensação de saber que uma criança está prestes a transformar vidas."

[...]

Já havia escurecido, o lado de fora da janela mostrava isso. Christian ainda não tinha chegado e muito menos o pontual do Charles. Minhas mãos batiam sem parar na cama pela demora de ambos. Já neguei tomar uns cinco comprimidos pelo tanto de vezes que as enfermeiras e um único enfermeiro tentaram me obrigar, se duvidar em poucos minutos outros estariam por vir, mas diferente de antes, com uma camisa de força pra conseguir com que eu tome a porra dos analgésicos.

— Como está a nossa princesa arrogante? — Chaz entrou no quarto sem fazer barulho. — Pega! — ele jogou as roupas na minha cara esbanjando falsa simpatia. 

— E Chris? — pergunto, pois eu não iria sair desse lugar com o medroso do Chaz.

— Ficou enrolando as pessoas bizarras de branco. — eu tinha pouco tempo, e desperdiçar alguns míseros minutos tagarelando com o Chaz era a última coisa que faria.

Removi os fios e tubos do meu corpo e fui direto para o banheiro, irei demorar pouco de tempo para tomar um banho e me vestir, se for possível. Chaz ficava me apressando enquanto eu me vestia e a minha tolerância para aquilo já estava esgotada. Quase ferrei com o curativo no lugar que o tiro tinha atingido pela pressa do Chaz.

Saí do banheiro e dei uma olhada no corredor para saber se tudo corria bem. Chris acenou para que eu saísse o mais rápido do quarto, pelo jeito o papo dele era ruim, já que o vi beijando uma garota, e que garota! 

— Vem, caralho! — peguei o Chaz e empurrei-o para fora do quarto. 

— Isso vai acabar mal. — ele falou quando estávamos passando pelo corredor. Se chamávamos atenção? Imagina, é difícil isso acontecer! — Vai, Christian! ACELERA PORRA! — Chaz gritou quando fechou a porta do carro.

— Ainda não acredito que vocês pegaram apenas um carro. — minha indignação era visível. — Vai, antes que a Mulher Maravilha dê um jeito de nos alcançar! — estava me referindo a médica que tentou nos parar na saída do hospital por ver que um paciente estava fugindo.

— Aquela mulher é puro fogo! — Chris fala sorrindo à besta. — Estou quase voltando só por ela. — Chaz e eu gargalhamos.

— E a Jasmine? — falei e ele engoliu em seco. — Wow, não precisa dizer mais nada! — ele pisou fundo transparecendo a raiva em cada movimento que fazia.

— Eu posso dar conta das duas. — Chaz aplaudiu o Chris no carro. 

Acabado? Muito pelo contrário! Eu não preciso de cuidados hospitalares, nunca precisei pisar dentro desses lugares. Isso se cura com o passar do tempo e não precisa de tanta atenção, como aconteceu hoje. 

Se eu estiver certo, e não tenho dúvidas de que eu não esteja, cada passo meu estava sendo monitorado. De uma forma, eles estavam mais adiantados que eu, e isso pode me prejudicar pra caralho. Depois do que aconteceu, eu não duvido de mais nada. Eles são bons no que fazem, por isso fechei um contrato com o chefe deles. Mas por outro lado eu sou melhor, meu nível é bem mais elevado que o deles, facilitando parte das coisas pra mim. 

— Que hotel é esse? — pergunto após Christian parar o carro na frente de um prédio desconhecido por mim. 

— Ideia da sua mãe. Sua mulher ficou aí. — dei de ombros e saí do carro, entrando no prédio. — AÍ! — Chris gritou quando eu parei na porta. — É o 6B. — assenti e entrei de vez. 

Como não tinha ninguém na recepção, resolvi ir direto para o quarto dela, que deveria ser no primeiro ou segundo andar. Assim que achei o 6B, abri a porta, que estava destrancada e adentrei. O primeiro erro dela já estava ali, não trancar a porta sabendo do perigo que corria. 

— É UM ASSALTO! — quando entrei no quarto, gritei vendo-a levantar apavorada.

— Seu infantil. Nunca mais faça isso! — ela falou sonolenta. — O que está fazendo aqui? Por que não está no hospital? — ela diz depois de recuperar o fôlego. 

— Com ou sem a sua ajuda. — repeti o que disse para ela vendo-a bufar irritada, mas não me pergunte o porquê. 

— Eu consegui dormir. — ela sussurra. — Eu consegui pegar no sono e você me acorda!? Muito obrigada, senhor estraga tudo! — ela grita. 

— Fácil, volta a dormir. — falei simples e ela jogou o travesseiro em mim. 

— Fácil? Você acha que é fácil? — o humor dela estava bem diferente de quando a vi de manhã/tarde. — Justin, desde que fiquei grávida, dormir foi o que eu menos consegui fazer. — ela deitou-se na cama.

— Quer uma música pra acalmar os nervos, senhora irritadinha? — me joguei na cama junto a ela. 

— Desgruda, Justin! — depois que eu a abracei ela se afastou. 

— Você está insuportável, puta que pariu. 

— Eu tentei ser calma com você quando fui te visitar, mas você optou por me tratar da pior forma. Portanto, não posso fazer nada. 

— Vai dizer que não está feliz em me ver aqui, com você e bem? — pergunto obrigando-a olhar para mim. 

— Isso hoje. E depois, quando esses homens voltarem?

— Não vamos pensar no depois... vamos pensar no agora! — esbarro os lábios dela nos meus.

Caralho, como eu estava louco para beijar novamente aqueles lábios macios, lábios que me faziam enlouquecer em questão de segundos. Ah, como eu gosto quando ela perde a linha, na cama ela não tem limites, pra nós dois não existem limites. Minhas mãos a tocavam com cuidado, meus dedos desciam pelo corpo dela, nossos corações batiam num ritmo suave. Ela cedeu a cada toque meu sob a pele dela.

— Eu quero sentir você dentro de mim. — ela diz entre o beijo, soltando um sorriso fraco, tendo o controle da situação por estar em cima.

— Seu pedido é uma ordem. — minha mão se posicionou na bunda dela, apertando com fervor, fazendo-a arfar. — Eu vou fazer você sentir como se essa fosse a sua primeira fez. — rolei na cama, passando a minha língua pelo pescoço dela, deixando o meu rastro.

— Me ame, é tudo o que eu peço. — ela olhou no fundo dos meus olhos. 

— Eu vou te amar até no inferno. — afirmo mostrando a minha certeza do que eu realmente queria com ela. 



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