História Or Nah - O mosquito para de chupar quando leva tapa - Parte 1

Julie Tramell - Point Of View.
Santa Monica, California.

 

Acordei desnorteada em um lugar que estava em constante movimento.

Ótimo, estou em um porta-malas.

Minha nuca doía talvez por ter recebido algum tipo de golpe bufei e depois de alguns minutos o carro parou. A porta foi aberta e Hugo me encarava com uma cara sorridente, revirei os olhos.

- Acharam mesmo que iriam roubar 64 milhões tão facilmente? - Indagou puxando a fita adesiva de minha boca.

- Primeiramente, AI! - Exclamei - Arrancou todo o meu charmoso bigode! Quer dizer, penugem.- Ele revirou os olhos - E segundamente, acho que eles já roubaram né, bebe?

- Sai logo dai! - Disse ogramente me empurrando para fora do porta-malas. Cai de cara no chão já que estava amarrada.

O local era bem escuro, parecia algum tipo de galpão no mato, Hugo e Jhony são bem iniciantes nesse ramo, claramente o morto Nick que sabiamente comandava tudo, não devia ser tão sábio já que deu as caras na boate de Justin e morreu depois de foder comigo.

Literalmente.

Dei ombros pros meus pensamentos enquanto era arrastada por Hugo, adentramos no local e um moreno alto parou em nossa frente.

Que homem!

- Deu até um calor. - Ele segurou o sorriso assim que Hugo fechou ainda mais a cara. - Como se chama? - Perguntei enquanto Hugo me botava em pé.

- Não é da sua conta.

- Matheus. - Pelo sotaque ele provavelmente era Mexicano.

Hugo me desamarrou e tirou todas as minhas roupas menos as íntimas, enquanto eu o xingava.

- Esta vendo isso aqui? - Hugo questionou para Matheus segurando a jaqueta de Justin na mão.

- Caralho que jaqueta foda! - Exclamou Matheus.

- Ta vendo isso!? - Repetiu Hugo, bravo. - Isso é um rastreador seu animal, destrua! - Matheus assentiu com medo pegando a jaqueta e jogando no ombro para brevemente destrui-lá.

- Como é seu nome mesmo? - Perguntei para Matheus apenas de roupas íntimas.

- M-Matheus.

- Oi Matheus, Matheus é meu evangelho preferido rs. - Soltei uma cantada de pedreiro e Hugo pigarreou escondendo um riso.

- Você nem sabe o que é uma bíblia, vamos logo! - Hugo rosnou e saiu me puxando.

Agora estávamos apenas nós dois, num cômodo mofado e fedido.

- Eu tenho rinite, sinusite e bronquite, não posso ficar aqui senão eu vou morrer de tanto espirrar. - Choraminguei sendo jogada na parede.

Delicadeza é tudo.

- Eu não sei se você percebeu, mas isso é um sequestro, não é algo divertido.

- Me dá um antibiótico então...

- Não. - Me interrompeu.

- Uns rolos de papel...

- Não.

- Um nariz sem doenças com "ite" no final...

- Cala a boca!

- Olha não me manda calar a boca que eu jogo seu nome na macumba seu creti...

- Mas que porra! Garota chata do chata dos infernos!. - Disse ele e eu sorri sapeca. - Sorte que é até gostosa, posso aproveitar.

- Ata. - Respondi com desdém.

- Ata o que? Pisca e eu pinto suas paredes uterinas de branco, sua cadela!

- KKJKKKKKKKKKKKKKKKKK - Eu quase mijei de tanto rir enquanto ele estava vermelho de tanta raiva. - Que sedutor! - Caçoei - Aw, isso vai Hugo! Awww - Fingi estar gemendo por seu nome - Vai Hugo, Aw me enforca, quebra o meu pescoço igual uma galinha de macumba! - Me matei de rir ouvindo os seguranças do lado de fora da porta rirem junto enquanto ele me olhava sério.

- Já acabou? - Assenti cessando o riso. - Refeições duas vezes por dia e banheiro quando tiver vontade. - Mostrou com a cabeça um vaso sanitário do outro lado da sala.

- O bom é que eu vou dar uma emagrecidinha né, engordei horrores na mansão.

Ele parou de caminhar para fora do local e voltou me encarando firme.

- Você não tem medo não? Sua cara de mosquito!

- A diferença entre o mosquito e eu é que o mosquito para de chupar quando leva tapa. - Respondi e ele arregalou os olhos.

- Isso é um sequestro! - Era tão fácil irrita-lo.

- Meu amor eu sou Brasileira, nascida e crescida em Osasco, lá os caras traficam e matam na velocidade da luz. Todo mundo sabe que eu não tenho medo e aposto minha vida que os garotos também estão cagando pra isso.

Enquanto isso na mansão...

- Meu Deus do céu a Julie deve estar se cagando de medo, sofrendo tanto! Eu to com medo porra! - O menino Justin exclamava preocupado pela garota.

Justin Bieber - Point Of View.
Los Angeles, California.

 

- Vai Chaz! - Berrou Chris - Ela tá com a Jaqueta, rastreia logo. - Fungou, estávamos todos muito abalados.

Não que chorássemos sempre mas qualé, é a Julie.

- Alô? - Ryan apareceu falando ao telefone, olhei curioso e nervoso. - É do abrigo de animais? Sim? Minha amiga sumiu!

Revirei os olhos o ignorando.

- Desculpa a demora - Se desculpou Charlie chegando suado, correndo, tive que retirar das nossas próprias contas a grana para pagar os capangas já que o roubo deu errado e não ganhamos absolutamente nada.

Nem estava ligando para isso.

- O negócio deve ser sério - Falou Ryan baixo e pensativo do meu lado - Justin chorou pela Julie e eu nem posso zoar porque chorei também! - Concluiu inconformado.

Bufei.

- Por que minha Julie? POR QUE DEUS? - Indagou Chris em prantos.

- Ela deve estar sofrendo tanto, com fome, com frio...- Resmunguei sofrido limpando o nariz que escorria.

De volta ao sequestro...

- HUGO! - Berrou Julie - EU QUERO FAZER COCO SEU VIADO, COMI UMA BARRA INTEIRINHA DE CHOCOLATE NAQUELA VAN E TO PEIDANDO DEMAIS, TA SENDO UM CASTIGO ATÉ PRA MIM!

Julie Tramell - Point Of View. 
Santa Monica, California.

 

- É só ir no vaso, caralho! - Um dos capangas disse rígido abrindo a porta.

- Eu iria se não estivesse presa, animal! - Ele arregalou os olhos pela minha audácia - Vai ficar olhando pra minha cara linda ou vai me soltar? Quero soltar um barro meu caro. - Falei me referindo ao cocô.

- Você é muito nojenta. - Disse me desprendendo. - Ave Maria que fedo!

- Pelo menos você vai sair daqui, né? E eu que vou ter que ficar defumando nesse quarto sem janela com cheiro de merda? - Sai correndo abaixando a calcinha e me sentando no vaso.

O homem não disse nada, apenas saiu correndo quando o barulho do vaso ecoou no quarto inteiro.

[...]

- Aqui está o café da manhã - Falou Hugo entrando no cômodo, eu não havia dormido mas pelo visto já era de manhã.

- Virou doméstica nas horas vagas? - Questionei devorando o café. - "Ele é ladrão, é sequestrador, ele é pintador de útero nas horas vagas, ele é o Hugo, o cara mais pesado que o DJ Khaled e o Mc Bin Laden juntos, senhoras e senhores!" - Fiz uma voz engraçado enquanto ele estava levemente puto.

- Você não começa! - Grunhiu. - Nem vale 64 milhões, eu deixaria que matassem você de graça.

- Do que você tá falando? - Questionei erguendo os olhos para encara-lo.

- Acha mesmo que aqueles garotos amam você? Aqueles garotos nunca namoraram, nunca sentiram nada por ninguém, são uns babacas que tiveram sorte por serem herdeiros do tráfico.

- Que são babacas eu tenho que concordar - Bebi meu suco - mas são os MEUS babacas. - Ele sorriu, duvidando. - Eles me amam!

- Eles também amavam a ex namorada de Justin, Nick a sequestrou e Justin não moveu um dedo para resgata-la, disse que não tinha dinheiro o suficiente - Suspirei - Amava tanto até ela não satisfazer o Justin e ele a matar depois que os garotos abusaram horrivelmente dela. - Franzi o cenho, eles não seriam capazes, seriam?

Jesus.

- Mas eu sou legal né, e não sou namorada de nenhum deles.

- Você ama um deles e eu não preciso dizer qual.

- Eu nã...

- Você tem esse jeito toda macho e porca porque tem medo de se entregar para ele, você já sofreu muito que eu sei, Julie.

- Ai, Cala a boca! - Resmunguei já irritada - Eu amo eles como amigos e eles me amam da mesma maneira.

Infelizmente.

- Vamos ver isso daqui alguns minutos. - Franzi o cenho. - O seu resgate vai ser nada mais nada menos do que 64 milhões, toda a grana do roubo de ontem. Vamos ver se a Brasileirinha tem alguma moral.

Eu estava suando frio, era dinheiro demais, já era.

- Eles vão pagar! - Garanti.

- Foda-se se eles pagarem, Jhony te matara de qualquer forma. - Falou com um sorriso no rosto e saiu, me deixando petrificada.