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História Os 15 motivos pelos quais não demos certo. - Encontros.


Escrita por: LorraneC

Capítulo 10 - Encontros.


Você também se pergunta porque a gente não deu certo? Eu me pergunto isso sempre, sei lá. Dá vontade de expor logo o porque do nosso fim. Mas infelizmente, você não me deu 10 motivos pra isso. Você me deu 15. E, bom, naquela segunda-feira você estragou tudo. 

No décimo motivo ainda.

Você não ligou mais depois daquela ridícula encenação no telefone, e isso pouco me importava. Eu só não queria que você fodesse a minha única chance de te por pra trás. 

Segunda-feira, 13:00.

Acordei meio tarde por não ter dormido nada na noite passada, não consegui engolir nem uma gota d'água porque a minha barriga estava dando um rolê pelo meu corpo. Eu estava enjoada não de nervosismo por sair com um cara, mas de estar largando um outro pra trás. E, falando sério, eu nunca fico satisfeita com nada. Eu nunca boto a minha decisão na mesa e digo "é isso aí". Nunca. Mas dessa vez, a única certeza que eu tinha, era que você e eu não podíamos dar certo. Porque não havia possibilidade disso acontecer. A nossa coisa não era pra ser, e eu estava aceitando isso. E, você não sabe, Stubb, mas aquilo estava me matando de pouquinho em pouquinho. 

Um pouco mais tarde, o Miguel me ligou perguntando se o nosso encontro tava de pé. Eu confirmei procurando alguma roupa que se encaixasse na minha apresentação de estar interessada em sair com ele. Acabei vestindo um vestido prateado, com um salto alto preto e uma maquiagem que fosse uma máscara pra ninguém ver o que se passava por trás dela. Mas aí ficaria muito forte, então coloquei logo só um rímel. Eu estava meio doente, sei lá. As minhas bochechas já estavam vermelhas o suficiente sem eu precisar de blush. Perfeito.

O telefone tocou lá pras 18:00. Era o Miguel. 

— Oi Miguel.

— E aí, Rob? Já tá pronta?

— Faz um tempinho já. 

Ele riu meio sem graça.

— Tô passando aí. 

Concordei a gente se despediu, uns 10 minutos depois o telefone tocou de novo. Eu estava colocando um par de brincos que achei perdidos no meu armário, nem deu tempo de ver quem era.

— Alô?

— E aí amor. 

Era você.

— O que você quer?

— Saber que se você já se arrumou.

— Eu não vou sair com você. 

— É claro que vai. 

Você desligou no vapt vupt, nem deu tempo de xingar vocêO Miguel era sempre muito pontual, em nenhum dos nossos encontros ele se atrasou. Enquanto você, se atrasou pra todos. 

Ele chegou bem na hora marcada, e o carro dele tinha um cheiro de menta agradável. Ele vestia uma roupa bem passada e um perfume tão cheiroso que deve ter impregnado em mim. 

— Você está bonita.

Ele disse enquanto abria a porta do carro pra mim, coisa que nunca tinha feito antes. 

— Obrigada. Você não está dos piores.

— Obrigado. 

Nós fomos o caminho todo conversando sobre a possível viajem dele com os pais, que ele estava determinado a me levar junto. Além de você, o motivo pelo qual eu e o Miguel nunca poderíamos dar certo também, é que ele era rápido demais. Era um encontro depois do nosso termino, e só faltou ele ajoelhar e me pedir em casamento. Graças a Deus ele não fez isso. 

Nós chegamos no shopping e fomos direto pra praça de alimentação, depois a gente pegaria um cinema e ele me levaria pra casa. 

— Então, o que quer comer?

— Qualquer coisa tá bom. 

— Posso pedir o mesmo que vou pedir pra mim?

— Claro. 

Ele me deixou numa mesa e foi buscar nosso pedido. 

— Oi madame. 

Você botou a mão no meu pescoço e fez um carinho de cinco segundos, pegou uma cadeira e se sentou do meu lado. Eu coloquei na mão no rosto torcendo pra ser um pesadelo daqueles que eu acordo gritando e chorando. 

— Você não vai falar comigo?

— Você não está aqui. — Não tirei a mão dos olhos. 

— Na verdade estou, vim te buscar. 

— Me buscar? Você pirou?

— Estou perfeitamente lucido. 

Tirei a mão do rosto devagar semicerrando os olhos. 

Eu te xinguei em pensamentos, você estava tão bonito que eu queria chorar. Não, sério. Você usava uma camisa rosa, e uma bermuda branca. Você cheirava tão bem que deu vontade de chegar mais perto do seu pescoço e inalar seu perfume.

Controle-se, Robin.

—  Olha só garoto, você vai sair daqui e você vai sair agor...

Fui interrompida. 

—  O que esse cara tá fazendo aqui?

Pronto, você fodeu com tudo. 

— Miguel, olha, eu não sabia disso. 

Você colocou um cotovelo na mesa, e deu um meio sorriso que foi solto junto de uma risadinha. 

—  Na verdade sabia, só não acreditou.

Miguel largou as bandejas na mesa, me deu um olhar meio "estou te xingando por telepatia" e socou uma pilastra. 

—  Eu vou te matar. 

Ele ameaçou você, e única coisa que você fez foi rir. Se levantou e se atreveu a colar seu rosto no meu.

—  Vou estar na porta de entrada. —  você sussurrou no meu ouvido. —  Sei que vai vir. 

E saiu.

Miguel sentou na cadeira ao meu lado e mordeu a bochecha por dentro, estava claro que ele não ia deixar isso assim.

—  Robin, não vai rolar. Eu gosto de você, e você dele. E eu não sei se ele gosta de você, mas obviamente te quer. Eu tô ralando, quando você se ligar que ele não vai te levar a lugar nenhum, me liga. 

Ele levantou batendo os pés e eu fiquei ali sem entender nada. E fui na porra da porta de entrada, eu quis tanto te matar que estava disposta a roubar uma arma de um segurança pra isso.

Você estava encostado na parede do lado de fora do shopping, fumando cigarro. Você me viu, sorriu e jogou o cigarro no chão dando uma pisadinha nele.

Eu caminhei na sua direção rezando pra que você calasse a boca. 

— Eu vim aqui pra te xingar. 

—  Eu sei. Precisa de uma carona? Claro que sim.

Você me puxou pelas mãos e eu tentei te dar socos no ombro, que não adiantaram de nada. A gente chegou no estacionamento e você me empurrou contra a porta do seu carro. Você me deu um puxo pela cintura, explorando todo meu pescoço. 

—  O que você pensa que tá fazendo? —  eu te empurrei. 

—  Disse que ia te pegar de volta.

—  Você sabe, a gente não presta juntos. Então deixe meu plano de te deixar pra trás em paz, Stubb.

—  Acho que sei. Essa é a parte que você diz que o que temos não é suficiente. Que não supre.

— Stubb, eu... Não estou dizendo isso.

— Mas é o que sente, Robin. Você recua, você foge. Sei que me acha um completo babaca que não sabe cuidar de nada, e talvez eu seja. Mas quero que me diga só uma vez que eu fui embora e não voltei, ou que achei que esse nosso “alguma coisa sem nexo e nome” não fosse o suficiente.

— Você não entende? Eu não posso ficar com você porque você vai me fazer andar pra trás.

—  Você é teimosa demais pra admitir que gosta de ficar. Você sabe, eu vou continuar sendo o seu “nada” e você o meu “porém”.

— Te deixo me dar uma carona. 

Você me levou pra casa aquele dia quando eu te odiava mais do qualquer outra coisa no mundo. Aquele dia você me fez rir no carro contando suas piadas sem graças, e prendeu o meu nariz no seu cheiro bom. Aquele foi um dos dias que parecia que nosso errado, ia dar certo. 

E quando a gente acabou, Stubb, até os céus se lamentaram. Choveu uma semana. Eu já não era mais nós dois naquele dia, eu não queria nós dois porque eu sabia que você não me levaria a lugar nenhum. Eu não era nós dois, mas ainda era você. E esse foi o problema.

10 motivo pelo qual eu e você não demos certo: A sua positividade, o meu orgulho.



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