História Os caminhos de um destino - Amizade

Em meio a todo o caos gerado pelas fotos eu caminhei em direção à saída sem acreditar, eu teria cinco quilômetros para tentar descobrir quem foi que fez aquilo quando uma buzina me assustou.

- Eu acho que para sua segurança é melhor você entrar agora, nesse crime você é a principal suspeita. – Edward disse piscando para mim. Não precisei juntar dois mais dois. Se ele havia feito isso, eu poderia aceitar a carona sem me preocupar.

- Edward, eu acho que vão me expulsar da escola, como você disse eu teria razões o suficiente para ter feito isso, ninguém vai acreditar na minha inocência. – Eu desabafei preocupada e ele deu um sorriso torto. – Se você é inocente está se preocupando a toa.

Eu refleti sobre isso, imaginando o que ele teria feito para burlar as câmeras de segurança ou como arrumou um álibi perfeito para mim. Quando o carro parou em frente a minha casa eu pensei na questão mais importante.

- Por que você fez isso? – Eu indaguei sem entender a razão por trás de tanto trabalho, afinal ele mal me conhecia.

- Sabe Bella o mundo não gira em torno de você – Ele disse com tom de zombaria, mas o sorriso sarcástico não chegava aos seus olhos. Mesmo assim me senti desconcertada, talvez ele estivesse dizendo a verdade, talvez isso fosse mais uma armação de Leah e suas amigas. Então apenas assenti, provavelmente corando, e sai do carro.

  Ao chegar em casa fiz meu almoço e fiquei lendo em meu quarto, quando ouvi batidas na minha porta, ao abrir fiquei surpresa ao ver Charlie.

- Você gostaria de dar uma volta com seu velho? – Eu fiquei me perguntando porque ele estava tentando parecer tão descolado, ou porque tinha saído mais cedo do trabalho.

- Bella, eu gostaria de me redimir com você, eu não havia notado o quanto estava sendo difícil para você a convivência com Sue e Leah, na escola... Quando vi você caminhando essa manhã, com esse clima frio, eu me senti um péssimo pai. Eu não estou em condições de fazer uma divida grande agora, ainda estou pagando a reforma da casa e o novo carro de Leah, mas um carro comum é melhor do que nada certo? – Ele sorria como quem se desculpava, eu não precisava realmente de um carro, mas fiquei tocada com a atitude.

- Pai não precisa gastar com isso, eu gosto de caminhar, passo o dia em casa estudando...

- E quando começar a chover Bella? Não é um grande carro, mas é um carro bem confiável, pertenceu a um grande amigo meu, por favor aceite. – Seu olhar era tão implorativo que não tive como negar isso e eu também não tinha pensado sobre a chuva. Depender de caronas era, depois de tudo, a ultima coisa que eu ia querer agora. Entramos em uma estrada que terminou em um vilarejo muito peculiar, o clima litorâneo dava outro ar aquele lugar, parecia até mais quente e aconchegante. Estacionamos em frente a uma casinha com um terreno enorme, cheia de arvores ao redor.

- Hey Billy, quanto está o jogo? – Charlie entrou leve e descontraído, enquanto eu o segui curiosa para conhecer o causador de tal efeito. Billy tinha uma expressão realmente carismática era impossível não se sentir bem em sua casa. Atrás das suas cadeiras de rodas havia um jovem, um pouco mais velho que Seth, que me olhava com interesse.

- Essa é minha Bella - Charlie nos introduziu. Embora atento à TV sua voz estava embargada de satisfação.

- É um grande prazer finalmente te conhecer Bella. – Billy apertou minha mão e continuou – Esse é meu filho Jake, tenho certeza que será uma boa amizade para você. Nesse momento Jake fez uma careta para o pai, se eu não estiver enganada, embaraçado pela apresentação. Eu ri um pouco, isso me lembrava o jardim de infância quando a professora queria fazer as crianças brincarem juntas.

- Eu estou muito feliz em conhecê-los. Respondi com sinceridade.

- Jake por que não mostra a Bella o carro para ver se ela se interessa. – Billy sugeriu. Jake sorriu e fez um sinal para eu segui-lo. Quando estávamos fora das vistas dos nossos responsáveis ele começou a falar.

- Não aguentou pegar carona com Leah? – Definitivamente seria fácil lidar com ele.

- Nem com ela, com a mãe dela, os amigos dela... Me diga uma coisa, vocês tem algum quarto sobrando ai? – Eu brinquei rindo junto com ele. Ao chegarmos na garagem notei que havia um carro com uma lona em cima e o outro era impressionante, eu nunca entendi muito de carros, mas esse com certeza era um clássico. Preto reluzente, absolutamente bem zelado, dentro dele eu iria me sentir magnificente. Jake notou meu olhar apreciativo

- Este é um Chevy Impala 1967, eu trabalhei muito nele depois que meu pai não pode mais dirigir. Eu modifiquei muitas coisas também, aposto que poderíamos chegar em Port Angeles em 40 minutos.- Ele disse com um sorriso cheio de implicações. Entretanto eu estava interessada o suficiente. Queria muito fugir da realidade pelo menos por uma hora.

- Uaau, então porque vocês querem vender?  - Era notável o quanto ele era talentoso, além de como ele era orgulhoso sobre o seu trabalho.

- Eu estou projetando um carro totalmente novo, com partes de outros carros... Ele será único e o dinheiro de Charlie poderá ajudar nisso se você aceitar o Impala.

- Bom, considere fechado nosso negocio então – Eu ofereci minha mão e ele respondeu com um sorriso travesso: - E sobre Port Angeles?

- Faz parte do negocio, eu não iria fechar um acordo sem a garantia de um test-drive. – Ao dizer isso ele ficou radiante, assim como eu estava.