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História Os Campos De Ard Skellig (Camren) - Sweeter Than Heaven And Hotter Than Hell


Escrita por: 4rt3mis

Notas do Autor


Oi beninas e alguns beninos.
Muito, MUITO camren nesse capítulo, de nada.

Capítulo 26 - Sweeter Than Heaven And Hotter Than Hell


Ofeguei conforme corria o mais rápido que conseguia, pisando com força na grama. Eu tinha noção que precisava ser mais cuidadosa para não lesionar minhas pernas, mas estava tão focada em somente correr que não pensava nesse detalhe. Estava me exercitando a duas horas sem parar, ao longo dos muros do castelo. e sentia todo o meu corpo suado. Era até nojento.

Estava planejando tirar uma pausa para descansar quando outra pessoa passou correndo por mim, ainda mais rápido que eu. Ele deixou um leve rastro de luminosidade verde clara e eu soube que era Julian. Parecia estar me desafiando, porque logo virou a parte superior do corpo para trás e me lançou um sorriso provocador.

Passei a ir mais rápido, o suficiente para que eu conseguisse o alcançar em pouco tempo. Logo estávamos lado a lado, mantendo a mesma velocidade. Eu ainda não estava muito cansada, mas o suor em meu corpo estava me irritando.

— Por que não está usando o gene? — Ele perguntou depois de um tempo, ao notar que o meu corpo não brilhava como o dele.

— Não confio nele. — Senti o peso do seu olhar em mim depois de falar isso.

— Você ficou sobrecarregada, não foi? — Ele tinha um tom triste na voz, como se soubesse que aquilo significava algo realmente muito ruim.

— Sim, fiquei.

— O que custou para você, se não se importa em dizer? — Eu realmente não queria dizer, mas Julian era basicamente a única pessoa no mundo que eu conhecia e poderia saber como era a sensação.

— Meu melhor amigo. — Comecei a diminuir a velocidade, já não tão animada em continuar correndo. Julian percebeu e fez o mesmo, não saindo do meu lado.

— Eu sinto muito, Lauren. — Ele falou depois de um tempo, quando reduzimos a corrida para uma caminhada calma. Eu fiquei quieta, olhando para o horizonte. — Essa não é a forma de resolver, no entanto.

— Existe uma maneira de resolver, então? — Perguntei tentando conter a surpresa em minha voz.

— Claro. Todos nós aprendemos na academia... Presumo que você não saiba nada disso, huh?

— É.

— Bem, nosso gene funciona como um músculo, basicamente. Você precisa exercitá-lo para torná-lo mais forte e eficiente. Se você não usar por muito tempo e então usar bastante de uma vez só, vai acabar sobrecarregando-o. E o gene sempre está em sintonia com o seu corpo, se você estiver fraca, ele vai estar fraco também. — Ele explicou e aquilo fez bastante sentido.

— Você pode... Você sabe... hm, me ajudar? — Perguntei meio encabulada e envergonhada. Julian sorriu para mim, como que dizendo que eu não deveria me preocupar.

— Claro, posso não ser o melhor treinador, mas também não sou o pior. No entanto, você parece meio cansada agora, então descanse e começaremos amanhã ao nascer do sol, o que acha? — Julian parecia estar tentando ser gentil comigo e eu não sabia se aquilo me irritava ou agradava. 

— Pode ser. — Falei como se não fosse grande coisa, mas sentia que era importante. Me encontrava ansiosa para aprender mais sobre aquela parte de mim. — Obrigada.

Ele sorriu para mim e eu comecei a andar para o lado, em direção ao castelo. Já fazia uma semana que o rei pedira que eu supervisionasse algumas coisas, como os treinos dos soldados mais novos, da faixa de 19 aos 30 anos, que aconteciam em uma de suas academias em Stavanger.

Nicholas disse que se eu consegui transformar Camila, que era um desastre ambulante, em uma ótima espadachim, também conseguiria fazer o mesmo com os seus homens.

Cheguei em meu quarto e tomei um banho demorado, relaxando na banheira. Quando quase dormi na água, decidi que era hora de sair. Me enxuguei numa toalha, ainda no banheiro e voltei para o quarto. Enquanto procurava por um uniforme para vestir, a porta do quarto foi aberta de forma não tão gentil. Sabia quem era, porque só uma pessoa entraria no meu quarto daquela forma.

— Você realmente deveria bater na porta antes de entrar, princesa. — Falei e me virei em sua direção. Camila estava parada, de boca aberta olhando o meu corpo nu. — Camila?

— Hm? — Ela falou enquanto me comia com os olhos, sem a menor intenção em esconder isso.

— Aproveitando a vista?

— Sim... Só... uau. — Ela negou com a cabeça, como se não conseguisse acreditar em algo, e então riu. — Uau. Devo me virar?

— Só se quiser. — Dei de ombros e me virei novamente, pegando as roupas necessárias e levando-as para a cama.

— Certo. — Ainda sentia o seu olhar em mim conforme vestia uma calcinha. — Caramba.

— Camila! Olhe, mas pare de comentar, por favor. — Pedi envergonhada, tampando meus seios com as mãos.

— Oh não, não se cubra, querida. Não vou mais comentar, prometo. — Ela falou com um tom meio desesperado e eu não sabia se ria ou me escondia mais. Respirei fundo e continuei o que estava fazendo.

— E então?

— Então o que? — Ela questionou confusa.

— O que veio fazer aqui? — Perguntei conforme colocava uma camiseta preta, privando-a de ver meus seios.

— Oh, é verdade. Eu não sei, não lembro. — Eu a olhei estranha e vesti o sobretudo azul marinho, que era como o que eu usei no dia em que visitei o campo de concentração e se abotoava na lateral. Camila ainda me observava desconcertada na porta do quarto, como se estivesse com medo de ficar perto.

— Princesa, você pode se aproximar... — Ela pareceu acordar do seu transe e sorriu, caminhando até estar na minha frente. Seguindo sua pequena tradição, ela abotoou o sobretudo e ajeitou os detalhes dele, para então pegar o meu broche de general da cama e encaixá-lo na roupa. Acho que sorri como uma tola por todo o processo.

— Oh! Me lembrei! Eu vim aqui convidá-la para jantar comigo hoje, em um dos meus restaurantes preferidos. Você tem feito muita coisa ultimamente, e eu também tenho andado ocupada, sinto que nos vemos apenas na hora de dormir... Quero compensar por isso, sinto falta de conversar com você. — Ela falou enquanto passava as mãos pela minha roupa, tirando fiapos imaginários.

— É claro que irei jantar com você. — Confirmei sorrindo e ela sorriu de volta, ficando na ponta dos dedos e me beijando. Ela me puxava para perto dela, pela minha roupa e eu passei os braços pela sua cintura, abraçando-a forte.

— Hm... — Senti ela começando a se afastar, depois de alguns minutos. — Eu tenho que ir. — Falou, mas continuou me beijando. Eu entendia completamente a sua relutância. — Sério, Lauren, eu tenho que ir.

— Tudo bem. — Falei e voltei a beijá-la, ignorando completamente o que ela disse. Poucos segundos depois, ela se afastou, me deixando querendo mais.

— Te vejo hoje à noite.

— Certo.

— Okay, tchau. — Falou ainda próxima a mim.

— Tchau. — Me inclinei e dei um beijinho em sua bochecha, como eu adorava fazer. Camila sorriu mordendo o lábio inferior e ficou na ponta dos pés de novo, beijando a minha bochecha e movendo a boca para perto da minha orelha.

— Gostosa. — Ela sussurrou próxima e eu senti os pelos da minha nuca se arrepiarem. A princesa me deu um último selinho e foi até a porta, saindo sem olhar para trás.

Meu Deus.

Essa mulher vai me matar.

***


— Cinquenta voltas na arena, agora! — O instrutor gritou para os seus alunos, que reclamaram, mas obedeceram. Eram quase duzentos alunos divididos em quatro instrutores, e o meu dever era ajudar aqueles que estavam com dificuldades ou ficando para trás. A maior parte do tempo, eu apenas observava os futuros soldados, que fariam parte do meu esquadrão.

— Valensi, se você não correr mais rápido terá que fazer trinta voltas a mais, sem descanso! — Gritei para o jovem de olhos azuis e cabelo no ombro cacheado, que não conseguia manter o ritmo dos demais. Valensi acenou para mim e começou a correr mais rápido. Ele tinha dificuldade em diversas coisas, mas era de longe o mais dedicado naquele lugar.

Aparentemente, era filho de um casal poderoso em Streymoy, queriam que ele se tornasse algum tipo de herói da guerra, o que não fazia o menor sentido para mim. Se o filho deles morrer na guerra, sentirão que tomaram uma péssima decisão e se arrependerão para o resto da vida. Eu sentia uma simpatia pelo garoto, sentia que era meu dever impedir que ele fosse morto, então pegava bastante no pé dele.

Logo o aquecimento acabou, e os instrutores separaram os aprendizes em duplas, para lutarem entre si. Davam breves explicamentos sobre combate corpo a corpo e uso de espadas, meio que como eu tinha ensinado Camila, mas de forma menos individual.

Passei de dupla em dupla, verificando a postura dos homens e corrigindo-os quando necessário. A maioria não errava, pois esses já tinham recebido um mini treinamento dos pais. Fazia parte da cultura de Streymoy andar armado e ensinarem as pessoas a lutarem, incluindo mulheres e adolescentes. Era uma clara vantagem que tínhamos.

— Valensi, punhos no queixo e mantenha os braços mais próximos. — Instruí quando passei por ele. O garoto corrigiu sua postura rapidamente, me agradecendo com o olhar. Eu pedi licença ao seu parceiro, para que eu pudesse tomar o seu lugar. O outro garoto acenou e se afastou. — Você é muito desajeitado, se continuar dando murros dessa forma vai deslocar o cotovelo. Não é só sobre força, mas também sobre postura e o uso correto de todo o seu corpo.

Por quase uma hora, mostrei a ele a forma correta de socar, ensinando-o a usar o tronco ao seu favor, além de pequenos truques e detalhes sobre onde socar para ter maior impacto e outras coisas. No fim, o garoto estava mais cansado que todos os outros na arena. Como um bom aprendiz, ele me agradeceu educadamente quando terminamos.

O resto da tarde passou lentamente devido ao tédio. Me fazia desejar ter trabalhos mais difíceis ou então voltar a fazer contratos de bruxos, mas eu não tinha mais tanta escolha. Nicholas não era um rei autoritário e eu tinha certeza de que me deixaria livre se eu quisesse, mas já existia muito mais em jogo naquele ponto.

Eu estava focada demais na causa.

***


Assim que abri a porta para Camila, meu queixo caiu um pouco e eu me senti meio mal. Ela estava bem produzida, usando um vestido justo e longo preto, enquanto eu usava roupas normais. Mas mesmo se eu quisesse demorar mais um pouco para me vestir melhor e me arrumar, não poderia, porque eu não tinha vestidos bonitos ou maquiagem.

— Você está linda, princesa. — Falei sem desgrudar os olhos do corpo dela.

— Obrigada. — Ela falou com a voz baixa, sorrindo para mim e beijou minha bochecha. — Vamos?

Eu concordei e passei a andar ao lado dela, nossos braços entrelaçados. Fomos até a entrada do castelo, onde uma pequena carruagem nos esperava. Passamos a viagem de 15 minutos conversando sobre nossas rotinas. Eu falava sobre o treinamento dos soldados e os melhores homens que tínhamos, ela falava sobre acordos econômicos que fazia e pequenas decisões que tinha que tomar.

O pai ainda não confiava nela o suficiente para lhe dar completa autonomia, mas Camila era surpreendentemente dedicada e inteligente. Eu pensaria que princesas são todas fúteis e egocêntricas, mas ao invés de sonhar com príncipes encantados e castelos florados, Camila estudou durante toda a sua vida.

Eu a admirava demais.

Quando chegamos ao restaurante, fomos encaminhadas para uma mesa reservada onde não chamaríamos muita atenção. A princesa era famosa, afinal.

— Posso pedir para nós? — Camila perguntou e eu concordei, dando de ombros. Tinha certeza que o que quer que ela pedisse seria maravilhoso. Ficamos nos encarando então, sem falar realmente nada. Camila colocou o cotovelo na mesa e apoiou o rosto na mão, sorrindo para mim.

— Então... — Ela mordeu o lábio inferior e eu sorri com como ela estava linda.

— Olá. — Eu não entendi porque falei aqui, mas ela riu baixinho.

— Oi, Lauren. Você conheceu Lex no outro dia... O que achou dela?

— Intrometida, com certeza. E meio irritante. — Camila revirou os olhos, mas não deixou de sorrir.

— Deixe disso, bruxinha. Ela é amiga de Javier! — Ela argumentou e eu bufei, cruzando os braços.

— Não é não! Javier é um garoto solitário, só tem eu e você como amigas. — Contra argumentei, com uma carranca no rosto.

— Porque você não deixa outras pessoas se aproximarem! Lex podia ser uma boa amiga.

— Espera, estamos falando de Javier ou de mim?

— De você.

— Oh. — Fiquei em silêncio, meio confusa sobre as intenções dela. Eu não precisava de amigos. — Não entendo.

— Não é nada demais, é só que Lex faz parte da minha vida e você faz parte da minha vida, então eu queria que vocês se dessem bem. — Explicou receosa e eu fiquei quieta novamente.

— Bem... Eu posso ser mais legal, na próxima vez que nos vermos. Se você quer tanto... — Camila me ofereceu um sorriso fofinho.

— Você consegue ser tão doce quando quer.

— Eu não sou doce, só não consigo negar coisas a você. Provavelmente é o efeito da sua bunda na minha mente. — Falei apenas para que ela parasse de pensar em mim numa forma tão pura e ela riu.

Logo a comida chegou e começamos a comer. Camila havia pedido algo de frango cujo nome eu não sabia pronunciar, mas era delicioso e também um vinho. Mantive-me alerta sobre quanto a princesa bebia, porque não queria ela de ressaca num dia cheio de responsabilidades. Por outro lado, ela ficava bastante engraçada quando estava alegre.

— Então, sabe como Toussaint vai nos ajudar a partir de agora? — Ela questionou e eu concordei com a cabeça. — Papai quer fazer uma festa em comemoração, meio que como um baile chique, apenas para os soldados de patentes mais altas e patrocinadores.

— Presumo que isso me inclui, então?

— Sim, general Jauregui.

— Huh... Ótimo. — Falei com uma careta, já imaginando o tédio que teria.

— Não se preocupe, eu também irei. Podemos nos entreter. — Ela piscou para mim e eu não quis nem pensar no que ela queria aprontar.

— O seu pai também estará.

— Aye, o que tem?

— Ele me dá medo. — Ela me olhou estranha, como se não conseguisse acreditar no que eu falei.

— Meu pai lhe dá medo?

— Aye.

— Por que?

— Porque ele me olha como se dissesse "Sua bruxa imunda, eu sei que você quer fornicar com a minha filhinha pura e inocente." — Fiz minha melhor imitação de Nicholas e Camila gargalhou tão alto que acabou chamando a atenção de algumas pessoas.

— Eu não acredito que você usou a palavra fornicar. — Falou ainda rindo, tampando a boca com a mão.

— Ei, eu não usei nada! Foi o seu pai que disse isso, eu apenas traduzi de forma equivalente. — Rimos juntas por um tempo e eu não consegui não sorrir depois disso.

— Você quer? — Ela perguntou depois de um tempo, mordendo o lábio inferior.

— Como?

— Transar com a princesa pura e inocente. — Explicou com uma risadinha e continuou sorrindo para mim.

— Você não é nenhuma dessas coisas.

— Você não respondeu a minha pergunta. — Eu prendi a respiração, sentindo meu coração acelerar e quis desviar o olhar, mas era impossível. Camila parecia exercer algum tipo de feitiço sobre mim.

— Sim. — Respondi baixo, mas ela escutou e deu o sorriso mais safado que eu já tinha visto na vida. Senti minha boca ficando seca e outra parte do meu corpo ficando molhada.

Vinho, preciso de vinho.

Claro que ela notou o meu repentino interesse na bebida e seu sorriso ficou ainda mais safado, o que eu não achava ser possível.

— Não precisa ficar nervosa, amor. — Ela tinha a língua entre os dentes e parecia estar se divertindo com o meu estado, o que me irritou um pouco.

— É fácil falar, você não conhece o próprio efeito.

— Eu tenho efeito em você? — Ela estava debochando de mim, era a única alternativa.

— Meu Deus! Camila, pare de me encurralar! — Pedi quase desesperada e a maldita riu. Eu olhei feio para ela, esperando que ela entendesse que eu realmente estava irritada e ela finalmente se conteve.

— Não temos que fazer nada que não queira, amor. — Tentou me tranquilizar e eu respirei fundo.

— É, eu sei.

— Que tal eu pedir um bolo para viagem? Podemos comer confortavelmente no seu quarto. —Ela ofereceu sem malícia, parecia querer apenas me deixar tranquila.

— Pode ser, mas sabemos que só você que vai comer. Não sei como cabe tanta comida numa barriga tão pequena. — Ela riu e o clima se tornou leve novamente.

— Oh, são os anos de prática, querida... — Eu revirei os olhos e ela chamou uma garçonete, pedindo uma fatia de bolo de chocolate, o preferido dela. Ela não pediria um bolo inteiro? Ora, ora.

No caminho de volta ao castelo, Camila comeu a fatia do bolo, sem querer esperar. Como a mulher não era gorda seria uma eterna dúvida para mim. Fizemos toda a viagem em silêncio e descemos da carruagem nos portões do castelo, caminhando sem pressa.

Notei que a princesa tremia levemente e passei o braço pelo ombro dela, tentando aquecê-la. Ela olhou agradecida para mim e fomos até o meu quarto. Eu imaginava que já era onze horas e os corredores estavam todos vazios exceto por guardas que faziam rondas.

Quando chegamos ao meu quarto, Camila trancou a porta atrás de mim e fomos até o meu guarda roupa. Eu peguei uma camisa de botões branca e velha, e comecei a me despir. Não me preocupei com a mulher ao meu lado: Primeiro que ela já tinha me visto completamente nua ainda naquela manhã e eu sempre ficava seminua na frente dela de qualquer forma.

De todo jeito, ela teve o cuidado de ir se trocar no banheiro enquanto eu preparava a cama. Peguei um cobertor e espalhei-o sobre a cama, me enfiando por baixo em seguida, e aguardei a princesa. Sempre conversávamos um pouco antes de dormir e esse era um hábito reconfortante. Logo ela voltou do banheiro, trajando apenas uma das minhas camisetas que ficavam folgadas nela e calcinha.

Eu quase pedi para que ela desse uma voltinha, porque sempre a achava absurdamente linda quando usava minhas roupas.

Ou quando usava as roupas dela.

Ou quando não usava roupas.

Camila deitou na cama e se enfiou debaixo do cobertor, até a sua cintura e ficou de frente para mim. Eu me aproximei até conseguir sentir sua respiração em meu rosto e fiquei observando-a, anotando mentalmente detalhes sobre o seu rosto. Ela não tinha mais maquiagem no rosto ou batom e o seu cabelo estava jogado para trás.

As suas sobrancelhas estavam impecáveis, como sempre. Seria uma característica comum entre princesas?

A princesa ergueu a mão e a pousou sobre a minha clavícula, bastante exposta pela camisa aberta na parte de cima. Notei que ela estava contando as pintinhas naquela parte do meu corpo, completamente concentrada. Foi impossível não sorrir com aquilo, ela estava adorável.

— Eu acho que tem mais atrás. — Comentei quando ela terminou.

— Eu posso contar? — Ela perguntou com um sorrisinho tímido e eu acenei, sem segurar uma pequena risada. Me virei de costas para ela e desabotoei a camisa, tirando-a num movimento rápido. Senti ela movendo meu cabelo para o travesseiro e a ponta do dedo dela passando pelas pequenas manchas na minha pele, me deixando levemente arrepiada. Ela parece ter percebido minha reação, porque começou a passar a unha nas minhas costas, de cima para baixo.

Eu senti a batida do meu coração acelerando e fiquei mais arrepiada, mesmo com um gesto tão simples. Ela sabia exatamente o que estava fazendo comigo. Senti pequenos beijinhos molhados pela minha pele, provavelmente nas pintinhas que ela havia contado anteriormente, e então ela se aproximou mais e mordeu meu ombro de leve.

Me virei de frente para ela novamente e encontrei o seu olhar, que eu não conseguia traduzir direito. Camila ergueu a mão e a pousou na minha bochecha, alisando meu rosto com o dedo, sem desviar o olhar. Ela desceu o dedo até a minha boca e o encostou no meu lábio inferior, parecendo me testar.

Em um ato mal pensado eu mordi a ponta do dedo dela, prendendo-o entre meus dentes. Lambi o dedo ainda o prendendo e ela sorriu cruel para mim, me deixando nervosa, mas um tipo bom de nervosismo.

— Lauren... Não brinque com fogo. — Ela avisou com a voz baixa, claramente me dando uma oportunidade de parar o que fazíamos.

Eu não queria parar.

— Karla... Eu gosto de me queimar. — Como que para comprovar o que eu falei, me movi para o resto do seu dedo entrar na minha boca, e o chupei com força, movendo minha cabeça para trás lentamente até ele sair da minha boca.

Quando encontrei seu olhar novamente, eu soube lê-la por completo.

Camila quebrou a distância entre nós e me beijou com força, impaciente. Eu segurei a sua cintura e a movi para cima de mim, de forma que ela ficasse com uma perna em cada lado meu. Me permiti fazer coisas que não fazia antes, explorando o seu corpo. Desci minha mão pela sua cintura e segurei a sua bunda, apertando-a com força lá e separando suas nádegas.

Ela gemeu baixinho contra a minha boca e eu conseguia escutar o seu coração batendo rápido. Era muito bom sentir as suas curvas.

— Tire isso. — Ordenei, puxando a camiseta que ela usava de leve. Ela se afastou e sentou nas minhas coxas, tirando a camiseta folgada lentamente, como a boa provocadora que era. Me permiti encarar os seus seios assim que eles ficaram livres, admirando-os de longe. Eram lindos, pequenos e durinhos. Minha calcinha encharcou só de olhá-los.

Ergui minhas costas da cama e passei o braço pela sua cintura, girando-a e deitando-a na cama, e fiquei por cima. Me apoiei perto dela com o cotovelo na cama e apertei o seu quadril com a outra mão, beijando-a novamente. Em poucos segundos, me afastei, para descer meus beijos até o seu pescoço.

Eu beijava, chupava e mordia, sem me preocupar com as possíveis consequências. Ela gemia baixinho, enquanto mantinha o meu cabelo afastado do meu rosto. Eu olhei-a nos olhos antes de descer novamente, dessa vez até os seios. Abocanhei um com força, deliciada com o gemido alto que ela deu em resposta.

Mordi fraco o mamilo dela e ela arfou, arqueando as costas sobre o colchão. Eu adorava senti-la tão vulnerável, queria deixá-la sem controle algum. Movi minha mão da sua cintura para o seu outro seio, apertando o mamilo com força controlada, brevemente. Aquele não era o meu principal alvo.

Voltei a beijar sua boca, sentindo meus lábios já um pouco inchados, e desci minha mão pela sua barriga. Arranhei a sua pele com as unhas, até chegar no cós da sua calcinha, brincando um pouco com ela.

— Não me provoque, Jauregui. — Ela se afastou para falar, corada e um pouco ofegante. Eu sorri e mordi meu lábio, excitada por ver ela daquela forma. Gostosa.

— Abra as pernas, amor. — Mandei e ela umedeceu os lábios, ficando tensa em antecipação e obedeceu. Movi uma de minhas pernas para que ficasse entre as delas e continuei brincando com o cós de sua calcinha preta.

— Lauren... — Ela meio gemeu meio reclamou para mim, ansiosa para ser tocada. Eu passei o dedo pelo seu sexo, por cima da calcinha e ela gemeu mais alto, fechando os olhos. — Por favor... — Pediu baixinho e eu senti meu corpo arrepiando. Levantei o cós da sua calcinha para passar minha mão por lá e passei um dedo pelas suas dobras, apenas para provocá-la mais e conhecer o seu corpo.

— Tão molhada. — Comentei baixinho, sentindo meu próprio sexo mais molhado ao encontrá-la daquela forma. Voltei a beijar o seu pescoço conforme tocava o seu nervo em círculos, escutando-a gemer cada vez mais alto. Encaixei dois dedos na sua entrada e enfiei um pouquinho, testando sua reação para ver se ela sentia alguma dor.

— Pode ir... — Ela me tranquilizou e eu continuei enfiando, até que meus dedos estivessem completamente dentro dela, e senti suas paredes apertando-os um pouco. Ela tentou fechar as pernas completamente, mas a minha própria perna a impediu.

— Deixe-as abertas, querida. — Pedi, deixando uma mordidinha em seu queixo e ela acenou, desconcertada e ruborizada. Quando minha mão ficou mais livre novamente, eu tirei os dedos quase por inteiro e enfiei de novo, sem deixar de tocar no seu nervo. Camila puxou o meu rosto e me beijou, sugando os meus lábios e então chupando a minha língua. Foi minha vez de gemer e comecei a fazer o movimento com meus dedos mais rápido, metendo com força nela.

Ela gemia contra a minha boca e arfava quando eu enfiava com muita força, mas não reclamou de excesso nenhuma vez. Pelo contrário, parecia gostar mais quando eu era agressiva. Aquilo não me surpreendia, eu pensava coisas terríveis sobre ela no fundo da minha mente. Ela tocava o próprio seio com uma mão e usava a outra para me puxar para perto.

Nosso beijo se tornava desajeitado e irregular com o passar do tempo, e Camila mais gemia do que retribuía. Ela apertava ao redor dos meus dedos e eu senti que estava próxima, então comecei a ir mais rápido, enquanto ela movia o quadril para cima para facilitar, sincronizada comigo.

Afastei meu rosto e nossos olhares se conectaram, deixando aquele momento mais íntimo. Ela tinha a boca aberta e arfava, com o corpo se movendo junto às minhas estocadas. Foquei mais em tocar o seu clítoris e ela fechou os olhos e abriu a boca para gemer, mas nada saiu. Ao invés disso, ela prendeu a respiração e fechou as pernas, arqueou suas costas e sua mão que estava em minha nuca se fechou com força, fincando as unhas em minha pele.

Senti as paredes do seu sexo me apertarem com força algumas vezes conforme ela gozava, até que caiu de volta na cama, voltando a respirar aos poucos, ainda de olhos fechados. Aquela tinha sido a coisa mais linda que eu já vi no mundo. Quando notei que ela estava ficando calma, retirei meus dedos dela e fiquei de joelhos com as pernas ao lado dela.

— Lauren... Hm... Nossa. — Ela parecia querer falar algo, mas ainda não conseguia reunir seus pensamentos.

Me abaixei apenas para deixar beijinhos pelo seu corpo, da barriga ao rosto. Dei um selinho nela e deitei ao seu lado, puxando-a em um abraço. Camila já parecia recuperada e me olhava com um sorriso bobo que tirou a calma recém adquirida do meu coração.

— Okay, como você fez aquilo? — A princesa perguntou e eu sorri.

— Aquilo o que?

— Você sabe! Você não diminuiu o ritmo nenhuma vez, ninguém faz isso. — Ela explicou um pouco animada.

— Eu sou uma bruxa, Camila... não me canso facilmente. — Expliquei e ela abriu a boca quando entendeu, olhando para mim meio perplexa.

— Meu Deus... Você não se cansa! Porra! Eu sou tão sortuda, não acredito. — Eu ri e puxei-a para cima de mim, abraçando-a.

— Quer saber outra coisa sobre bruxos?

— Hm, o que?

— Nosso coração não funciona como o de humanos. Vocês têm cerca de 80 batidas por minuto enquanto nós temos apenas 15. É bem mais lento e calmo, e bombeia menos sangue, o que explicaria porque eu sou tão pálida. — Ela riu contra a minha pele e eu segurei a sua mão. — Sinta. — Levei sua mão até o meu peito, apertando-a contra a minha pele. Ela se ergueu por um braço e ficou atenta, enquanto sentia meu coração ainda acelerado. — Só você me deixa assim.

Camila olhou para mim séria, porque sentia a importância daquele gesto. Eu também sentia.

— Você é maravilhosa. — A princesa falou próxima e me beijou, calma e carinhosa. — E é linda. — Mudou os beijos para o meu rosto, intercalando entre bochecha e queixo. — Inteligente e atenciosa. — Desceu para o meu pescoço. — Deixe-me retribuir.

— Faça o que quiser, princesa. — Senti ela sorrindo contra a minha pele e ela chupou um ponto qualquer em meu pescoço. Camila segurou minhas mãos contra o colchão acima da minha cabeça e sentou na minha cintura, para então analisar meu corpo embaixo dela.

— Tão gostosa... — Eu reprimi um gemido ao ver o desejo nos olhos dela enquanto me encarava. Ela soltou minhas mãos e as colocou sobre minha barriga, acariciando a área e sentindo meus músculos tensos. Tinha uma expressão concentrada quando subiu as mãos e segurou meus seios, apertando-os de leve. A sensação das suas mãos quentes em mim enviou uma pontada de prazer para o meu sexo.

Ela sorriu safada para mim e se inclinou até eu sentir sua respiração em minha pele, na altura dos seios, para então abrir a boca e passar a língua pelo meu mamilo, sem nunca desviar os olhos dos meus. Apertei os lábios em uma linha e tentei controlar minha respiração, mas era difícil sentindo tanto tesão.

Camila lambeu meu mamilo novamente, dessa vez passando a língua ao redor do bico e chupando-o no final. Ver aquela cena tão erótica me deixou latejando, tive que roçar minhas pernas juntas para criar atrito e me dar algum alívio. Ela deixou de ser tão delicada comigo e abocanhou meu seio, colocando tudo o que conseguia na boca e chupando, enquanto apertava o bico do outro com os dedos.

Segurei o lençol da cama com força, procurando por qualquer tipo de apoio. Ela queria me fazer implorar?

Segurei a sua cabeça pelo cabelo e puxei-a para baixo, delicadamente, indicando onde eu realmente queria a boca dela. Camila apenas me olhou com um dos seus sorrisos safados e se ajeitou para trás na cama, ficando de joelhos e com o rosto próximo à minha barriga.

— O que você quer? — Perguntou com a voz baixa e sensual, e beijou onde existia o osso do meu quadril.

— Só faça, Karla. — Ela riu e moveu o rosto mais para baixo, beijando embaixo do meu umbigo.

— Fazer o que, amor? — Perguntou se fazendo de desentendida e eu quis dar um tapa no rosto dela. Bufei frustrada e afastei minhas pernas.

— Me chupa. — Pedi envergonhada e fechei os olhos, mas abri-os de novo quando Camila começou a tirar minha calcinha. Ergui meu tronco e me apoiei pelos cotovelos, para assisti-la. Ela terminou de tirar minha calcinha e jogou-a em um canto qualquer do quarto, gemendo quando viu aquela parte do meu corpo descoberta.

Afastou mais as minhas pernas e ficou de bruços, com o rosto perto da minha intimidade. Prendi a respiração quando ela passou a língua da minha entrada até o meu clítoris, reunindo o meu líquido na sua boca. Ela deixou mordidinhas fracas e beijos pelos meus lábios, o tempo todo olhando nos meus olhos.

— Camila... Não me faça pedir. — Falei e ela sorriu, passou a língua pelo meu nervo uma vez, antes de capturá-lo e começar a chupar com força. Eu gemi alto e voltei a deitar, apertando o lençol ao meu redor. Senti ela abraçando e apertando minhas coxas ao redor da sua cabeça.

Não consegui mais segurar meus gemidos conforme ela beijava e chupava a minha intimidade. Era muito bom, era maravilhoso. Minha respiração estava entrecortada e irregular, eu constantemente arqueava as costas. Levei minha mão até o seu cabelo e tentei diminuir a distância entre nós, embora fosse impossível, e comecei a rebolar em sua boca.

Me sentia suja e impudica, e era uma sensação gostosa.

Camila substituiu a língua por um dedo, esfregando de cima para baixo no meu nervo, e deixou um beijo em minha entrada antes de enfiar sua língua lá, causando espasmos em mim. Meus gemidos ficaram cada vez mais altos e temperamentais, a ponto de me deixar um pouco envergonhada, mas não pensaria naquilo enquanto ela me dava prazer.

Senti uma dormência crescendo em mim e joguei a cabeça para trás, revirando os olhos. Não consegui controlar minha respiração conforme gozava, e minha visão ficou desfocada.

Meu corpo ficou mole sobre a cama e eu não conseguia mexer nada por alguns minutos, aos poucos recuperando minha respiração.

Abri os olhos descobrindo Camila sentada no meu quadril, sorrindo boba para mim.

— O que foi?

— Você fica muito linda corada. — Explicou ainda sorrindo e acariciou minha bochecha.

— Oh... Obrigada? — Falei em dúvida e ela riu.

— Você acabou de agradecer por um elogio? Será que é esse o efeito que sexo tem em você? — Eu bufei sem realmente estar irritada.

— Cale a boca, Cabello. — Puxei-a para mim e a abracei, beijando o seu pescoço.

— Eu quero segurar você essa noite. — Ela se afastou para falar e saiu de cima de mim, indo para o meu lado.

— Por que?

— Porque é gostoso e eu sinto que você fica mais vulnerável dessa forma e eu gosto de te ver vulnerável comigo. Venha... — Eu aninhei meu corpo nela, sentindo sua pela morna e a abracei pela cintura, encaixando minha cabeça em cima do seu peito. — Você gostou?

— Você está mesmo perguntando isso? — Questionei movendo o rosto para fitar ela. — Foi muito, muito bom. Foi a primeira vez que eu senti prazer dessa forma, na verdade... Obrigada.

— Você não tem que agradecer por isso, Laur.

— Oh... Certo, desculpe.

— Você não tem que pedir desculpas também.

— Camila, me deixa. — Falei emburrada e ela riu, para então passar a mão no meu cabelo e fazer carinho lá. Eu me sentia leve e feliz.

— Então... você é minha agora? — Perguntei movendo meu rosto para fitá-la.

— Sua o que? — Perguntou com um sorrisinho.

— Hm... Você sabe. Mulher, namorada, amante... Tanto faz. — Expliquei enquanto passava meu dedo pela sua pele, sentindo a maciez.

— Não.

— Como não? — Parei o que fazia e a olhei confusa.

— Você não pediu. — Eu continuei a encarando confusa e ela revirou os olhos. — Pessoas não se tornam imediatamente umas das outras quando transam, Lauren.

— Eu sei disso, mas por que eu? Peça você! — Falei emburrada e Camila revirou os olhos novamente. Ela estava tentando me irritar?

— Não, é seu dever.

— Meu dever? Como isso é meu dever? Por que você não pode pedir?

— Porque eu sou uma princesa. — Eu olhei para ela incrédula.

— Camila, isso não faz porra de sentido algum.

— Lauren! Arrume coragem e peça! — Falou estreitando os olhos, mandando uma mensagem clara que eu deveria obedecer. Que se foda, eu não vou conceder todo maldito desejo dela.

— Não. — Me virei de costas para ela e puxei o cobertor para me cobrir.

— Ótimo! — Ela também se virou de costas para mim e ainda teve a audácia de tentar puxar o cobertor de mim.

Boa sorte, humana.

— Ótimo! — Falei e fechei os olhos para dormir, mas o sono não vinha por nada. Fiquei parada por quase uma hora esperando que o ambiente quieto tirasse minha consciência, mas isso não aconteceu.

Eu sabia que Camila também estava acordada porque quando ela dormia a respiração dela ficava muito calma e ela não se mexia. Estava prestes a falar algo quando senti ela se virando.

— Trégua? — Perguntou e eu me virei para ela.

— Trégua. — Me aninhei nela como estava antes de discutirmos e ela me abraçou.

— Boa noite, amor. — Falou e puxou minha mão para beijá-la.

— Idiota. — Escutei ela rindo e falhei em reprimir meu sorriso.

Foi fácil dormir depois daquilo.


Notas Finais


Tchau beninas e alguns beninos.
Brincadeira rs
Então, eu posso oficialmente colocar "escritora de contos eróticos online" no meu currículo. Serasi mamãe teria orgulho de mim?
Pequeno fato inútil: O nome do capítulo é referência à Rainha da macumba musical também conhecida como meu amor Florence Welch, especificamente da música Drumming Song. Aconselho vocês a escutarem, junto com Queen of piece e No light, no light.
Eh isto, valeu pessoas, até a próxima.


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