História Os Defensores do Passado - Questão pessoal

Passam-se mais dois dias desde que Lana recebeu a trágica notícia da morte de seu querido Abe, desde então, Lana resistindo muito foi levada ao hospital por Ikim, para que lá, ambos pudessem se tratar. Enquanto Ikim recebe algumas medicações por algumas horas e é liberado, Lana foi internada no hospital e está lá até então, ela não reage bem aos medicamentos e por isso, não consegue ficar melhor e isso se deve e muito ao seu psicológico, que estava destruído naquele momento.

Leonard também ficou internado no hospital em observação, estava em uma área de quarentena, não podendo receber visitas ou sequer interagir com alguém além dos médicos e enfermeiros, era uma condição triste e trágica, Leonard num lugar separado do hospital, sentado com apenas um livro para lhe fazer companhia no momento de sua maior vergonha.

Era manhã em Namor e Ikim havia ido visitar mais uma vez sua amiga Lana, estava com roupas comuns e caminhando com um semblante abatido, estava segurando uma bandeja com chá, maçãs, pães e queijo para servi-la, chegando à porta do quarto dela, forçou-se a sorrir e abriu a porta do quarto, um quarto que tinha uma cama com uma cadeira do lado, tinha alguns livros e revistas numa prateleira ao lado da cama e uma janela com cortinas que dava vista para cidade e uma banheira.

-- Lana, hora do seu café da manhã. – Ikim fala sorrindo na intenção de animá-la, vai até a cama onde Lana estava deitada e puxando um apoio que ficava do lado da cama dela e colocou a bandeja com o café da manhã dela. – Aqui, se sirva!

-- Não quero... – Dizia Lana que continuava deitada, falava com voz fraca e sequer virava para Ikim. – Me deixa aqui, sozinha. – Neste momento Ikim fica com pena dela e se senta na cadeira ao lado da cama.

-- Lana vem cá... – Ikim a levanta e a coloca sentada na cama e a abraça, Lana não resiste a Ikim e se permite ser abraçada, mas não retribui o abraço.

-- Abe seu idiota... – Lana falava quase chorando. – Você prometeu que ia voltar, você prometeu!

-- Lana eu tenho algo importante para te contar... – Ikim fala triste, sentindo empatia por Lana, neste momento Lana presta bem atenção ao que ele diz. – É... Abe não tem parentes legítimos em Namor, então meio que ninguém tem autorização legal para retirar o corpo dele do hospital onde ele está em Wushu. Como Ryan não pode deixar a cidade, eu pedi para ir até lá para retirar o corpo e trazê-lo para Namor para ser enterrado. – Nesse momento Lana se afasta de Ikim e o olha atentamente, Ikim dá um sorriso disfarçado e coça a cabeça. – Bom, já que você está doente, não pode deixar o hospital, eu irei acompanhado de uma serva de Ryan, eu volte talvez em uma semana.

-- Não, espere. – Lana fala determinada. – Quem te disse que eu não estou melhor? – Eu consigo andar e falar, eu já posso receber alta do hospital agora. – Após isso Lana tosse um pouco.

-- Não é isso que os exames dizem Lana. – Uma enfermeira entra no quarto de Lana com alguns remédios.

-- Não se desanime Lana! Se você ficar melhor, você pode vim conosco! – Ikim fala sorrindo pra Lana, que faz uma cara um pouco melhor. – Foque na recuperação, coma e se alimente bem!

-- Sim. – Lana força um sorriso para Ikim.

-- Agora Ikim peço que nos dê licença. – A enfermeira fala para Ikim, que se levanta, na porta do quarto Ikim acena para Lana.

-- Te vejo mais tarde, melhoras. – Ikim deixa o lugar.

Ikim estava na casa de Lana, onde iria ficar por algum tempo, já era meio dia e Ikim estava com muita fome, ele então subiu as escadas da casa de Lana até a cozinha, era um lugar brilhante e limpo, com diversas prateleiras cheias de ingredientes. Ao ver isso Ikim corou só de pensar no quanto de comida que tinha ali, mas logo se decepciona ao perceber que não sabia cozinhar.

-- Ah que porcaria, não vou arriscar desperdiçar os ingredientes de Lana, eu vou à cidade comer alguma coisa. – Ikim fecha a porta da cozinha e deixa a casa de Lana em direção a um restaurante próximo.

Ikim foi até um restaurante animado já que tinha bastante dinheiro em suas mãos, o restaurante era grande e muitas pessoas estavam ali, as cadeiras eram todas acolchoadas e as mesas eram de madeira, lá estava relativamente quente, porém de maneira agradável, ali foi atendido normalmente e foi lhe entregue um cardápio, Ikim imediatamente se assustou com os preços exorbitantes das comidas, que iam muito além de seu orçamento.

-- Espera aí, eu já comi aqui várias vezes. – Ikim falava indignado para o garçom. – Isso daqui não é tão caro não.

-- Bom... – O garçom desviava o olhar e dava um sorriso sem graça, coçando a cabeça. – Dado a tragédia, o preço aumentou um pouquinho, desculpe. – Ikim se chateava e isso ficava visível em seu semblante.

-- Com licença... – A mesma mulher de olhos loiros que estava na sala de Ryan daquela vez aparece no restaurante com um sorriso simpático, ela estava com roupas de serviço, uma bota e calça preta e uma camisa preta com botões na parte de cima, os quais ela deixava desabotoado e seus cabelos presos e usava uma bota. – Ikim não fique assim, pode pedir o que quiser. – Ela sorri para Ikim. – É por minha conta!

-- Mesmo? – Ikim abria um sorriso.

-- Sim. – Ela continua sorrindo e se senta.

Um tempo se passa, Ikim e a misteriosa mulher estavam conversando animados enquanto se banqueteavam a vontade no restaurante, Ikim comia um churrasco grelhado na hora e a mulher se alimenta de arroz e peixe.

-- É... – Ikim dizia sorrindo. – Eu me esqueci de perguntar, qual o seu nome?

-- Ah... Sou Risto Antharg, a culpa é minha, vim falar com você sem sequer me apresentar... – Ela riu.

-- Bom... A gente se conhece? Por que você fez isso? – Perguntou Ikim.

-- Sim, Ryan me mandou acompanhar você sabe para trazer de volta o corpo de Abe, vai ser uma semana de viagens extremamente longa, então achei que seria legal a gente se conhecer. Então vi nisso uma oportunidade perfeita. – Ela sorri para Ikim.

Ambos passam à tarde no restaurante se conhecendo, a conversa foi tão boa e rendeu tanto que eles sequer sentiram o tempo passar, quando perceberam, o sol já estava para se pôr.

-- Haha, também amo aquele livro! – Risto sorri para Ikim.

-- Risto me perdoe, mas já são quase 18h, eu tenho que ir ver uma amiga no hospital. – Ikim se levanta. – Obrigado por hoje. – Ikim fala de maneira humilde para Risto.

-- Não, está tudo bem, eu tenho que me aprontar para a missão de hoje, vá ver sua amiga, te encontro hoje às 22h na estação ferroviária de Namor, não se atrase. – Ikim fazia o sinal com a cabeça de tudo bem e dava as costas e ia embora, enquanto Ikim deixava o restaurante, Risto lhe observava e dava um sorriso sensual.

Ikim chega até o hospital, ao chegar lá se surpreende ao ver Lana com as suas roupas normais acompanhada da mesma enfermeira que viu pela manhã, Ikim abre um enorme sorriso ao deduzir que Lana estava melhor, quando Lana o viu na porta imediatamente correu até ele e o abraçou com força.

-- Ikim, Ikim, Ikim! Eu estou melhor! – Lana fala sorrindo enquanto abraça Ikim.

-- Que bom! – Ikim sorri para Lana.

-- Mas tome cuidado. – A enfermeira diz para Ikim com um sorriso ao ver os dois recuperados. – Ela ainda não poderá fazer missões por um tempo, cuide bem dela.

-- Sim. – Ikim sorri para a enfermeira e os dois juntos vão para casa.

Ikim chega a casa de Lana juntamente com ela, os dois estavam bem cansados, Ikim vai direto para o banho e em pouco tempo se arruma, ao ver que Ikim estava se aprontando, Lana faz exatamente o mesmo, era mais ou menos umas 21h naquele momento, Ikim estava com uma mochila, camisa, um casaco com capuz e sua lança e com botas. Ikim estava tão concentrado que nem reparou em Lana também se aprontando para mais uma missão.

-- Lana eu estou saindo. – Ikim dizia de maneira normal.

-- Ei me espera aí! – Lana vinha correndo até Ikim. – Eu vou também.

-- Mas você não deveria repousar? – Ikim fala para Lana de maneira normal.

-- Não... – Lana fala séria. – É uma questão pessoal, Ikim. Seja lá quem tenha sido que matou Abe, eu preciso me vingar, por ele. – Lana fala séria enquanto sai uma lágrima de seu rosto. – Eu fiquei boa, eu melhorei por causa dele! Eu preciso ir.

-- É... Você ta certa. – Ikim segura Lana pela mão. – Vamos, se não a gente vai se atrasar. – Ikim e Lana saem de casa em direção à estação ferroviária.

Ikim e Lana chegam na estação ferroviária, apesar de não ter uma vida noturna muito ativa, a estação funcionava 24h por dia e muitas pessoas entravam e saíam de Namor todos os dias pelas mais diversas razões, afinal Namor era a capital do país que leva seu nome, o coração do império. Chegando lá a estação tinha mais ou menos 100 pessoas ali, cinco vezes menos do que se tem durante horários de pico.

Chegando lá Ikim e Lana logo avistaram Risto, ela estava com a mesma roupa, porém com os botões fechados, ela estava com uma aparência séria, porém ao ver Ikim ela logo abriu um sorriso amigável e acenou. Então os três estavam ali na estação, num local aberto antes da catraca.

-- Ikim, eu sabia que você não ia se atrasar! – Risto fala de maneira amigável. – Aqui, comprei sua passagem. – Ela olhava meio sem entender para Lana e entrega a passagem para Ikim, que a pega e guarda. – O que a Amazona Sagrada faz aqui? Algum problema?

-- Eu vou com vocês por questões pessoais. – Lana respondeu a seco para Risto.

-- Ah que pena... Ryan me disse que ia apenas eu e Ikim, então não comprei nada para você. – Lana faz um olhar indiferente para Risto, sentindo que Risto não a desejava ali.

-- Eu sou uma Amazona Sagrada de Namor, tenho livre autorização para utilizar serviços públicos sem pagar, basta mostrar minha identificação. – Ela puxa sua identificação e mostra para Risto.

-- Tudo bem então, vamos, o nosso trem já vai sair! – Os três foram até o trem em direção a Wushu.

Ikim estava ao lado de Lana e Risto, a hora já era avançada e todos queriam dormir, até que Ikim curioso pergunta.

-- Pessoal? – Ikim falava e Lana e Risto se viravam para ele. – Quanto tempo a gente vai viajar?

-- Três dias. – Risto respondeu com um sorriso.

-- Veja só Lana, vai poder repousar tempo o suficiente! – Ikim fala para Lana.

-- Ainda bem... Você não tem noção do quanto lá era estressante. – Lana fala sonolenta. Em seguida Risto faz um olhar de deboche com um sorriso falso e abraça Ikim e o usa como seu apoio para dormir, Lana repara isso e abraça Ikim também e o usa como seu apoio para dormir.

-- Lana? Risto? O que estão fazendo? – Ele olhava para elas se abraçando nele.

-- Ah Ikim... – Ela falava com uma voz macia e convidativa. – Essas cadeiras me causam desconforto, talvez dormir apoiada em alguém forte como você fosse uma boa, e eu estava certa. – Ela acaricia os músculos de Ikim.

-- Você não se incomoda né Ikim? – Lana olha para ele com um olhar ameaçador.

-- Não. – Ikim engole sua saliva.

Lana, Risto e Ikim acabam dormindo, enquanto Lana dormia, ela começa a ter um sonho, o sonho era com alguém familiar, ela repara então que estava com Abe, três anos atrás. Lana havia acabado de se tornar uma Amazona Sagrada, estava no pátio da fortaleza da Ordem dos Cavaleiros Sagrados pronta para sua primeira missão.