O som do despertador tocava uma música suave na voz de Elton John.
Connor e seu namorado tinham um sono leve e não precisavam de nada absurdamente alto para acorda-los.
O rapaz de olhos castanhos virou para ficar em frente ao despertador enquanto ouvia a música, ele tinha pena de apertar o botão que desligava o aparelho, já que era uma de suas canções favoritas do cantor, então ele sempre esperava a melodia parar para, finalmente, se levantar.
— My gift is my song and this one’s for you... — Markus apareceu na porta que separava o quarto do banheiro arrumado para ir trabalhar enquanto cantava o trecho da música que tocava.
O mais novo se levantou em um pulo e logo a sensação de vertigem tomando conta de si, estava tão assustado e enjoado que correu para o banheiro vomitar.
Connor ainda respirava com dificuldade quando a figura alheia apareceu e tocou gentilmente em suas costas.
A aproximação foi assustadora e dolorosa como um raio, o menor se afastou rapidamente e levou as mãos até os olhos tapando sua visão enquanto murmurava algo que Markus não estendia.
— Céus, o que aconteceu? Está se sentindo bem? — Perguntou preocupado.
— Que dia é hoje? — Perguntou com a voz trêmula pelo mal-estar de antes enquanto olhava para seu relógio. Os olhos pareciam tão cansados que machucava a qualquer um que visse o estado do rapaz.
— Dia primeiro. — Respondeu completamente perdido.
De novo o relógio estava errado, ele estava dois dias na frente e Connor começou a pensar que aquele não era um simples defeito de fábrica.
— Por que isso tá acontecendo comigo? — Desengatou em um choro descontrolado.
Markus o puxou para si enquanto tentava acalma-lo, ato esse que se provou um pouco difícil com o passar do tempo.
Quando enfim parou de chorar, Markus o levou para a cozinha e lhe deu um copo de água.
— Beba devagar, vou fazer algo leve para você comer. — Falou. Se dirigiu até o fogão e enquanto fazia uma sopa ele vigiava o namorado com o canto do olho.
Quando entregou a comida ao rapaz ele ainda estava muito abalado, quase não comia apenas encarava o rapaz a sua frente como se nunca o tivesse visto.
— Connor, fala comigo? — Pediu. — Por favor.
— Não sei o que tá acontecendo. — Os olhos perdidos de encontro ao olhos coloridos.
— Fala comigo. — Pediu e quando não recebeu resposta soltou um grande suspiro e se levantou. Estava muito preocupado e sentia que tentar falar com o rapaz naquele estado não o levaria em lugar nenhum decidiu e atrás de algo ou alguém que ajudasse.
— Onde você vai? — Sentiu-se nervoso com a saída repentina.
— Vou na farmácia, e vou ligar para o Simon, saber o que ele recomenda, vou trazer um remédio pra você. Pelo menos um de enjoo, caso volte a vomitar. — Falou normalmente enquanto pegava suas coisas.
— Não! — Falou mais alto que o desejado. — Você ainda nem comeu. — Não queria deixar o namorado sair daquela casa.
— Eu estou bem, quando voltar e você estiver melhor, vou comer. Não se preocupe comigo. — Se aproximou apenas para deixar um beijo na testa alheia.
—Não vai, por favor. — Quando a tontura voltou ele teve que voltar ao banheiro, atormentando pela situação.
— Tenho que pegar um remédio pra você. Você não está bem. Eu vou, mas volto logo. — Se aproximou para ajudar o rapaz. — Eu vou te levar pra cama. — Não foi complicado carregar o corpo cansado do namorado para o quarto do casal. — Descanse um pouco, ok. — Beijou a testa do namorado e saiu do carro.
A dor de cabeça que o mais novo sentia era tanta que ele não tinha forças para abrir a boca.
Apenas assistiu o namorado ir em bora sem conseguir fazer nada.
Quando, enfim, sentiu uma melhora se levantou e foi cambaleante até a porta da frente, sentou-se ao lado dela e esperou a volta de Markus.
Exausto demais para ter a mínima noção de tempo ele ficou lá com uma pequena pontada de esperança.
Um número desconhecido tocou e foi atendido por ele, era uma mulher falando que Markus não havia aparecido no trabalho e perguntava sobre o mesmo. Connor apenas desligou e mesmo tendo noção do que poderia ter acontecido ele ainda sim esperou por Markus.
Quando o número do parceiro apareceu em seu visor atendeu de imediato.
— Boa tarde, eu sou o médico... — O celular foi desligado e tontura que atingiu o rapaz foi tão absurda que ele sentiu a visão ficar cada vez mais turva até que ela ficou preta de vez.
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