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História Os Estudantes Transferidos - Meia-Noite


Escrita por: Izayoi_Sakamaki

Notas do Autor


Postando mais um por que tô inspirado hehehe

Capítulo 89 - Meia-Noite


“Estamos fritos! Nossas chances são quase nulas”

Sim. Jellal sabia disso. Até um cego podia ver isso. Lá estava ele mexendo o chocolate na panela até ele engrossar enquanto lembrava da última conversa que havia tido com Natsu uns dias antes. Em poucas palavras, ele tinha falado algo meio tenso. Os efeitos dos selos estavam começando a ficar aparentes, mas sem catástrofes por enquanto. Aqueles selos do cavaleiro estavam reunindo a energia de todos os picos mágicos do planeta e provavelmente não iria demorar muito até que a coisa começasse a complicar de verdade. Jellal podia suspeitar que o única coisa que impedia que os desastres começassem eram os seis que habitavam aquela casa. Um após outro eles estavam destruindo os selos o que obviamente estava retardando as coisas. Mas nesse momento faltavam três. Três dos quais dois não sabiam onde estavam.

“Se é assim por que não vamos atrás desse selo que sabemos onde está?” – Perguntou. Entretanto se sentiu levemente envergonhado ao receber a resposta que era óbvia –

“Você precisa pensar mais e analisar com mais cuidado as situações, Jellal” – Natsu estava sentado e olhando a tv enquanto jogava algo – “Cada selo que encontramos até agora estava sendo protegido por algum tipo de energia maligna que infectava os arredores e dava vida a algumas coisas. A estátua do Drácula e a árvore gigante são exemplos disso. Mas dentre esses três selos restantes um deles não está protegido por rituais ou energia. Quem está o guardando é o próprio cavaleiro”

“Então vocês já sabem o local da batalha final. Correto?” – Jellal engoliu o seco. Sentiu um arrepio involuntário e suspirou –

“Sim...” – Ele sorriu como se tentasse confortar o azulado – 

O clima estava pesado e como era Natsu e Eileen que cuidavam de planejar as batalhas contra o último cavaleiro, Jellal não imaginava que tipo de coisas eles estavam pensando ou se era realmente possível de alguma maneira vencer a personificação da morte. Mas pela primeira vez desde que tinha conhecido Natsu, ele pareceu se encontrar em dúvidas se Natsu poderia enfrentar aquele inimigo. Foram tantas batalhas até o presente momento e em todas elas ele emanava confiança. Quer dizer, agora ele continuava tentando passar aquele sentimento, porém era fácil sentir uma pontada de insegurança na voz e em determinadas ações dele.

“Mas não se preocupe, temos a Meredy” – sorriu aparentemente mais calmo – “Ela é nossa melhor chance de vencer isso. De acordo com o que ela nos contou apenas ela e o cavaleiro da morte não morreram desde o dia em que foram criados. Se quanto mais velha a entidade for, mais forte ela fica, então quer dizer que a Meredy pode enfrentar aquela coisa.”

“Então tá tudo nas mãos dela?” 

“Não. Está tudo nas nossas mãos. Ela não vai lutar sozinha” – ele pausou o jogo e começou a encarar o azulado – “Vamos lutar juntos do começo ao fim. Não temos nenhuma chance sozinhos”

“Tudo bem”

“E Jellal...” – Ele chamou e o rapaz sentiu um calafrio – “Acredito que já saiba disso, mas nossa jornada está chegando ao fim. Não sei como vai terminar, mas tenho certeza de que nosso grupo será desfeito depois disso. Não sei como. Não sei quem. Mas pode ser que nunca mais vejamos um ao outro, ou a Erza, ou a Meredy, minha mãe ou Mavis.” -ele suspirou e nesse momento uma lágrima escorreu pelo seu olho esquerdo. Ele a limpou rápido – “Desculpe. Só estava precisando desabafar.” – Ele se levantou rápido e saiu de casa. Talvez fosse fazer mais uma chamada de vídeo com a filha – “Ah e não deixe isso te abalar, apenas aproveite o tempo que você tem...”

“...Al...”

“Eee...”

“JELLAAL!!!”

“O QUE? ONDE?” – Ele gritou e seu armamento apareceu. Ele segurou sua shuriken na mão direita enquanto segurava a ponta da corrente na outra. Ele ativou sua visão perfeita para ver se tinha algo por perto mas não constatou nada. Nada. Nada além de uma ruiva com uma expressão que o indagava que merda ele estava fazendo alí. – “Aaah...” – aos poucos seu armamento ia sumindo e sua expressão mudava de surpresa para constrangimento. – “Oi. O que aconteceu?”

“E eu que sei? Seu cérebro simplesmente travou. Você não me respondia embora continuasse mexendo o brigadeiro. Pensei que ia ter que bater na sua cabeça para você me ouvir” – Ela sorriu enquanto desligava o fogão e com a ajuda de umas luvas de cozinha ela a pegou. – “Pega aquele suporte para panelas para mim por favor”

Ele apenas fez o que ela pediu para logo depois a seguir. Jellal a observava andar. Era graciosa mesmo vestida com um pijama velho, com os cabelos desgrenhados e pantufas. Sorriu de leve enquanto as sentava ao lado dela no sofá. Ela estava bem mais relaxada do que quando começaram a namorar. Antes ela tinha a mania de se arrumar sempre. Se estava em casa ela se arrumava, se saía para algum canto ela se arrumava também tudo isso por que ela tinha vergonha de parecer estranha. Agora... Ela nem ligava. Dizia que ele tinha que se acostumar com isso por que nem fodendo ela ia se arrumar assim todos os dias em casa. Claro que iria ter dias em que ela iria se arrumar, porém as velhas roupas de mendigo eram sempre as mais confortáveis.

“Você estava viajando legal ali na cozinha. Só faltava murmurar algum encantamento” – sorriu começando a comer – 

“Eu só tava pensando em como era possível sua mãe conseguir erguer uma casa em qualquer lugar que a gente vá” – disfarçou bem – “Em todo canto que a gente chega ela simplesmente entra numa floresta, ergue os braços e começam a vir madeiras e mais uma porção de coisas. Elas começam a se juntar e dez minutos depois a casa tá pronta. Isso é insano...”

“Você esqueceu do fato dela guardar todos os móveis e utensílios dentro de um espaço mágico gerado por um ritual de transporte”

“Você fala como se isso fosse a coisa mais normal do mundo.” – Jellal suspirou e riu de forma fraca – 

“E não é?” – a ruiva mencionou como se fosse óbvio. – “Estamos vivendo assim faz praticamente dezoito anos. Antes de nós mudarmos até o Japão, mamãe tinha a mania de nós levar para passear depois que de retornarmos das missões. Ai sempre nos levava voando na vassoura dela. Era bem legal. Ela fazia umas manobras muito rápidas e perigosas e isso me deixava com medo. Mas o Natsu amava aquilo. Quanto mais perigoso fosse, mais ele se empolgava. E no fim, sempre que chegávamos no local em que íamos descansar ela fazia uma casa”

“A vida de vocês era muito corrida então. Tendo que revezar entre missões como Reis e ir a escola”

“Na verdade não íamos a escola” – Ela comeu mais um pouco do brigadeiro e Jellal ficou de boca aberta. Ela sorriu – “Por que essa expressão?”

“Não sei, eu só me sinto enganado” – comeu um pouco – “Eu sempre achei que vocês iam a escola e trabalhavam ao mesmo tempo. Se não estudaram como sabem de tanta coisa?”

“Mas nós estudamos sim. Foi meio que um tipo de educação a distância. Os estudos eram administrados por nós mesmos em casa quando tínhamos tempo e no final, só precisávamos comparecer a escola quando tinham alguma prova querendo testar nosso conhecimento. Nós sempre passamos com nota máxima já que nosso cérebro é mais desenvolvido.”

“Vocês são bizarros” – Jellal sorriu –

“E você não é? Você é como a gente” – comeu mais. Estava quase acabando – “Você é como nós, moço. A única diferença é que nós fomos criados apenas para o combate. Você teve uma vida mais liberal”

“Você não teve infância?” – Jellal parecia triste. Já havia ouvido ela ou Natsu mencionarem isso mas nunca tinha se aprofundado no assunto – “Se não quiser não precisa falar.”

“Não tive. Pelo que minha mãe me contou nosso treinamento começou assim que aprendemos a andar. No quintal da nossa casa tinha um boneco grande daqueles gordos que nunca caem. Sabe do que estou falando?” – ela perguntou e Jellal acenou concordando. Sabia qual era porém não sabia o nome. – “Nossos país colocavam o boneco lá e ao lado uma porção de armas. Lanças, bastões, espadas, tonfas e muitas outras” 

Mesmo tão pequenos já eram expostos a armas. Que horror! País decentes não fariam isso. Jellal deve ter feito uma expressão muito horrorizada por que Erza logo mais acrescentou...

“Todas as armas eram de madeira obviamente” – ela sorriu – “Isso servia para descobrir qual tipo de armamento iríamos despertar. Eu peguei uma katana pequena de madeira” – ela sorriu de forma nostálgica – “Já o Natsu mão pegou nada. Por alguns segundos nossos pais pensaram que ele não tinha inclinação nenhuma para ser um Rei, mas isso mudou quando ele bateu no boneco” – Ela parecia impressionada – “Primeiro eu bati nele. O boneco foi arrastado uns centímetros e inclinou até quase encostar no chão. Nossos pais disseram que eu tinha muita força. Mas aí o Natsu bateu. Ele socou o boneco e aconteceram duas coisas a primeira foi que ele abriu um buraco na frente do boneco e a segunda foi que a parte de trás do boneco se abriu. Como se tivesse explodido”

“Nossa, já era bruto desde criança” – Jellal gargalhou sendo acompanhado por Erza – 

“Sim. Depois disso nós fomos apenas evoluindo. A cada dia que se passava nossos movimentos ficavam cada vez mais rápidos, precisos e mortais. Segundo nossos pais estávamos nos transformando em perfeitas máquinas de matar” – Jellal pensou por uns segundos. Pode ser coincidência mas ao que parece ele notou certo orgulho na voz dela –

“Então era por isso que vocês não podiam brincar com outras crianças ou saírem de casa?” – o azulado estava realmente triste com essa história. Esperava um sim vindo de Erza, entretanto a resposta o surpreendeu –

“Não. Errado. A verdade é que a medida que nosso poder crescia, eles atraíam bruxas malignas. Nossos pais apenas nos protegeram até que tivéssemos idade suficiente para combater bruxas de baixo nível. Eu pude sair de casa com dezesseis anos. Já o Natsu, já desbravava o mundo com doze”

O azulado ficou impressionado. Ele era um monstro. Com tão pouca idade ele já era capaz de enfrentar monstros daquele porte. Coisa que Jellal basicamente adulto não conseguia fazer. Ele estava chocado, mas nesse momento Erza começou a sorrir.

“Quer saber por que não estou preocupada com toda essa situação?” – ela não precisou perguntar duas vezes. Jellal simplesmente acenou procurando por uma resposta a sua indagação – “Por que ele é muito forte. Muito inteligente e quando furioso ninguém é capaz de parar ele. Pode parecer que ele não tem para onde ir ou pode parecer que não há mais chance, mas ele sempre acha um jeito. Como aconteceu com o treinamento em dupla. Ele pode ter perdido a luta mas cumpriu o objetivo. Entende?” – nesse momento ela estava raspando a panela de brigadeiro – 

“Acho que sim. Mas se matar está fora de questão...”

“Só nos resta neutralizar ele de alguma forma” – Erza falou como se fosse óbvio e logo em seguida deu um selinho demorado nele. –

O selinho estava bom. Aos poucos evoluindo para um beijo mais acalorado até que de repente a porta foi aberta com violência. Erza e Jellal se levantaram rápido e fizeram menção de se armarem para o combate, porém quem estava ali era Eileen. Ela estava segurando sua vassoura e ao contrário de sua roupa de bruxa, ela vestia um sobretudo junto c uma calça preta de moletom grosso. Cachecol vermelho e luvas da mesma cor. Combinando bastante com as botas brancas. Ela parecia estar com raiva tanto que Jellal e Erza sequer tentaram falar algo. A ruiva mais velha soltou sua vassoura que foi voando sozinha para um canto. Seu cachecol, luvas e botas fizeram a mesma coisa. Ela foi flutuando até o suporte onde estava tv, pegou o controle e a ligou.

Nesse momento estamos ao vivo falando da ponte do rio São Francisco... O que aconteceu foi inacreditável.”

Uma repórter estava falando. Ela estava ofegante e em alguns momentos estava gritando por causa da chuva muito forte. Ela estava fazendo a cobertura de algo que parecia um desastre. E pra falar a verdade, era...

 

“Nós que estamos de longe não conseguimos acreditar no que está acontecendo e quem está perto provavelmente está desejando que aquilo seja só um pesadelo. Mas como todos podem ver não é. Como todos podem ver um terremoto seguido de uma onda gigante atingiu a cidade. O terremoto enfraqueceu os alicerces da ponte e logo após isso uma onda gigante atingiu ela a derrubando no rio. Provavelmente todos que estavam lá morreram. Os bombeiros e o exército estão fazendo o possível para encontrar e resgatar a todos os sobreviventes. Acabamos de falar com o comandante do corpo de bombeiros e ele me passou a informação de que eram estimadas quatro mil pessoas no engarrafamento ao longo de toda a extensão da ponte. Vamos ajudar a procurar sobreviventes e fiquem atentos para mais plantões como este. E avisamos que quem tiver algum parente que esteja a caminho da ponte, por favor, avisem-nos!”

“MERDA!!!” – Eileen falou alto e deu um pisão no chão –

“Mãe, o que...”

“Tinha um selo alí. No alto da ponte” – ela se sentou no sofá e colocou as mãos na cabeça – “Eu deveria ter aumentado o raio de rastreio dos selos. Mas achei que não fosse necessário.”

“O selo fez isso?” – Jellal estava chocado enquanto mudava de canal a procura de mais informações –

“É. É isso que acontece quando uma determinada reserva de energia elemental acaba. A ponte foi o epicentro. Assim que a energia do local foi toda drenada o local se desestabilizou, o terremoto começou e a onda gigante foi apenas uma consequência do tremor de terra. Droga...” – Ela balançava o pé de forma rápida – “Deveria ter rastreado direito. Com mais poder. Que...”

“Mãe calma” – Erza a abraçou tentando a acalmar. – “Você fez o que pode. Anda fazendo tudo o que pode. Trabalhando sem descanso rastreando eles e conseguiu detectar quase todos.”

“Não”

Ela falou e mostrou uma expressão assustadora. Erza não ligou para aquilo, mas Jellal deu um passo atrás. 

“Eu encontrei todos. Agora que um já foi eu sei onde estão os últimos dois” 

“Então vamos lá. Erza vá se vestir e pegue suas luvas” – Jellal ficou determinado de a hora para outra. Mas por incrível que pareça ele foi impedido por Eileen –

“Calma rapaz, não vai ser assim tão fácil. Não podem ir agora” – Ela falou e tanto Jellal quanto Erza a olharam com indagação. Ela pegou o celular e começou a discar um número. O casal a sua frente não entendia nada. – “Onde você tá? Ah sim. Sei onde é. Volta pra casa agora eu achei o outro selo e nesse eu não posso ajudar em nada. AGORA!!!”

Cerca de cinco segundos depois um círculo dourado brilhou no chão da sala e dali saíram Natsu, Mavis e Meredy.

“Mas o que foi que aconteceu? Onde está o selo? Por que não estão prontos?” – Natsu se perguntou olhando Jellal e Erza. Mas parou ao perceber que sua mãe não estava bem. – “Mãe tá tudo bem?”

“Ta sim sim. Não deixei eles se arrumarem logo por que você tem que alertar eles”

“Sobre o que?” – Natsu estava voando na conversa. Mavis e Meredy também – 

“Até agora os selos estavam em cantos específicos e eram protegidos por criaturas estranhas. O de agora é pior” – Eileen estava assustando eles. Quer dizer. Não todos. Natsu e Mavis pareciam saber do que se tratava –

“O que ele é?” – Natsu estava tenso. – 

“Um espírito maligno”

“Que tipo?”

“Um Meia Noite...”

“...” – Natsu suspirou. Pensou e logo depois soltou... – “Agora fodeu. E não foi no bom sentido"


Notas Finais


Perdoe-me de houverem erros. Estou escrevendo pelo Cell...


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