História Os Filhos do Olimpo: A Nova Profecia - Capítulo XI - Mais fácil do que eu esperava (Dean)

— DEAN SE VOCÊ ABRIR A DROGA DESSE OLHO EU TE FAÇO EM PEDACINHOS. — Jane gritou com toda a força de seus pulmões me fazendo acordar para a realidade. 

Eu não acredito que eu ia mesmo abrir os olhos. Apertei o cabo da espada e deferi um golpe. Medusa soltou um urro de dor e soltou meu pescoço. Ouvi um nojento plof e algo rolou até meus pés. Senti algo morno encharcando meu sapatos. Virei o rosto para o lado me afastando. 

Quando enfim abri os olhos Reyna estava cobrindo a cabeça da medusa. Jane apertava suas facas e Mike estava mais atrás com Percy que trazia Annabeth parcialmente apoiada nele enquanto andava. Engoli em seco esperando o que viria a seguir. 

— SEU GRANDE IDOTA — Jane gritou. Ela soltou as facas no chão e veio a minha direção. Pelo menos ela soltou as facas, porque tenho certeza que ela ia mesmo ter coragem de me fazer em pedacinho. — O QUE VOCÊ TEM NESSA ENORME CABEÇA, HEIN? SIM PORQUE UM CÉREBRO NÃO PODE SER. ANDA DEAN, FALA ALGUMA COISA. VAI FICAR AÍ ME OLHANDO COM CARA DE IDIOTA? 

— Hã... 

— CALA A BOCA, IDIOTA. — ela gritou de novo e nós a olhamos assustados. 

Ela começou a chutar e empurrar as estátuas, que uma vez foram pessoas de verdade diga-se de passagem, que se espatifavam no chão. Ela continuou a praguejar e xingar coisas bem feias, até que Percy começou a gargalhar. 

— O QUE É ENGRAÇADO JACKSON? — ela gritou para ele enquanto os outros começavam a rir também. 

Eu não aguentei e ri junto. Minutos depois todos estávamos rindo. Nós nos dobrávamos apoiando a mão nos joelhos enquanto ríamos. Depois de a crise de riso passar eu respirei fundo e disse. 

— Eu nunca mais quero passar por isso.  

— Ai de você se se atrever a quase morrer de novo. — Jane levantou o dedo e apontou a centímetros do meu nariz. Fingi que ia mordê-lo e ela puxou o dedo para longe. 

— Cara, você matou a Medusa. — Mike disse. — Isso foi... 

— Assustador, aterrorizante, completa e absoluta loucura? — perguntei. 

— Eu ia dizer irado, mas serve.  

Ainda estávamos rindo quando um vento forte passou assobiando por nós. A poeira subiu e folhas se espalharam a nossa volta. As negras nuvens de tempestades se juntaram formando um grande, feio e monstruoso rosto no céu. Não precisava nem olhar para saber que aquela presença era de Urano. Meus instintos gritaram e os pelos da nuca se eriçaram. O primordial sorriu cruelmente e sua voz soou em minha mente. 

"Você pode ter vencido a batalha , mas não venceu a guerra pequeno semideus." 

Eu vinha esperando o momento em que Urano finalmente falaria comigo desde meu sonho com  deusa do amor. Mais de uma vez imaginei o que ele diria. Mais de uma vez repassei mentalmente tudo o que queria dizer. No entanto, nenhuma das frases ensaiadas parecia certa.  

— Deuses do Olimpo. — Annabeth e Reyna exclamaram ao mesmo tempo. 

— Então você é Urano? — Jane se adiantou girando sua faca nas mão tão rápido, que me fez pergunta como ela aprendeu a manuseá-la tão bem em tão pouco tempo. — Eu sinceramente esperava mais.  

"Filhote de deus tola." Rosnou Urano "Acha que pode contra mim? Eu me erguerei novamente e nada sobrará do mundo de hoje. Uma nova era nascerá. Eu terei minha vingança contra todos." 

— Há! E eu sou a Avril Lavigne. — zombou Jane — Você nunca se erguerá. Eu não deixarei. Nós não deixaremos. 

— É isso aí Cara de Fumaça, essa é a nossa civilização ocidental. Esse é o nosso mundo e você não vai destruí-lo ou eu não me chamo Percy Jackson. — ele levantou contracorrente em desafio. 

"Percy Jackson o herói do Olimpo e orgulho de Poseidon. Comparado a ele você não é nada. Quando chegar a hora da sua escolha lembre-se que como os deuses podem ser cruéis principalmente os 3 grandes." 

— O que você quer dizer com isso? — Percy perguntou abaixando um pouco a espada. 

— Ele que te confundir Percy. Já passamos por isso antes, sabemos muito bem como os deuses são, mas eles ainda são nossa família. — Annabeth segurou o braço de Percy e ele assentiu minimamente com a cabeça. — Não importa o que diga não vai conseguir nos convencer a mudar de lado. Muitos tentaram e todos falharam por que nós valorizamos as vidas inocentes. — ela continuou seus olhos cinzentos ganhando um brilho feroz. 

"Falem o que quiserem quando chegar a hora vocês serão as peças essenciais para meu retorno completo, principalmente você Jane Cahill." 

— Pode esquecer, nós não vamos te ajudar muito menos a Jane, eu não vou deixar.  

O vento aumentou e mais folhas se espalharam um chuva fina começou a cair fria e uma nebrina espeça começou a se formar a nosso volta. 

"Vamos ver se são tão corajosos quanto dizem. Fiquei e aproveitem minha surpresa." 

A chuva aumentou e a as nuvens se separaram e o rosto de Urano se dissipou. Tão rápido quanto se separou as nuvens voltaram a se juntar formando dez formas humanas com asas e olhos vermelhos com o corpo relampejando e trovejando de forma macabras, suas mãos curvadas em garras apontadas em nossas direções. 

— O que diabos é isso? — Mike gritou com a voz falhando e os olhos arregalados, só agora saindo do choque que Uranos o causara. 

— Onde é a saída? — Reyna gritou por cima do barulho do vento. 

 — A saída é uma boa. — gritou Percy. 

— Por aqui. — Mike se virou e correu na direção de um alçapão. 

Entramos em um corredor escuro e úmido. As paredes eram blocos de cimento cobertos de lodo, um fluxo de água seguia pelo corredor espalhando mal cheiro. Alguns ratos passavam por nós, mas não paramos de correr nem por um minuto se quer. Jane caiu de joelhos mais a frente e respirou fundo com uma das mão sobre as costelas.  

—Onde... onde estamos. 

— Em um esgoto. — disse Annabeth. Ela se apoiava em Percy e em seu pé havia uma tala improvisada.  — Não parecem os túneis de Nova York e é impossível saber onde estamos já que chegamos aqui pelo labirinto. 

— O melhor é seguirmos o curso e ver onde podemos ir pra a superfície. Assim podemos achar outra entrada para o labirinto. — sugeriu Reyna. 

Uma hora depois com os pés doendo e muita fome encontramos uma saída. Já não aguentava mais respirara aquele ar. Me sentia claustrofóbico naquele túnel. A saída era a tampa de um bueiro ao lado de um cemitério. O céu estava escuro e coberto de nuvens deviam ser 7:00 p.m.  Jane soluçou ao meu lado e eu olhei para ela. 

Ela andou vacilante para frente entrando no cemitério. Li a placa "Mount Hope Cemitery" e corri atrás dela. Eu sabia o que ela ia fazer e queria estar perto. Nosso amigos não nos seguiram. Talvez eles soubessem que era uma coisa de família. Quando a alcancei ela estava de frente para uma lápide. 

"Em memória de Jenna Cahhil.  

1976 a 2006.  

Amada filha, mãe e amiga." 

Um buquê de flores recentes havia sido posto diante da lápide. Jane se ajoelhou e encostou a cabeça na lápide. Seu choro foi baixo, mas doloroso de ouvir. Eu sabia que Jane nunca esqueceria a cena de ver os olhos de  nossa mãe perder o foco. A raiva cresceu em mim e eu sabia que não aguentaria segurar aquilo por muito tempo. 

— Foi ele. Foi Urano. 

— O que? — ela levantou a cabeça e me encarou. 

— O que Afrodite me disse e eu não queria te contar é que foi Urano quem matou nossa mãe. — disse sem conseguir encará-la. 

— E o que mudou agora? Por que está me contando agora? — ela perguntou. 

— Eu sou egoísta. — disse eu. Meus olhos ardiam, mas eu não iria mais chorar eu continuaria sendo forte. Não por mim, mas pela Jane. — Eu sou egoísta. Achei que poderia guardar isso pra não te ver sofrer, mas eu não consigo aguentar sozinho. Eu precisava dividir esse peso com você. Eu sinto muito eu não aguento sozinho. 

— Foi por culpa nossa. — as lágrimas escorriam por seu rosto. — É TUDO CULPA NOSSA. 

— Não, não é. — me abaixei ao seu lado e segurei seu rosto com as duas  mãos. — Não é nossa culpa. Eu vou vingá-la, isso não vai ficar assim. Urano vai pagar por tudo. Afrodite disse que ele vem se reformando a um bom tempo e que sabia que no futuro seriamos importantes para destruí-lo por isso tentou nos matar, mas como não nos encontrou ele a matou. Depois disso Afrodite nos escondeu com a autorização de Zeus. 

— Você não pode buscar vingança. não é o que a mamãe iria querer. Ela não merece ser lembra por meio da vingança. — Jane se levantou e limpou as lágrimas. — Vamos destruir Urano porque é o certo a se fazer e não por vingança. 

Ela se virou e seguiu para fora do cemitério sem olhar para trás. Pela primeira vez Jane tomava uma decisão sabia. Pela primeira vez ela estava assumindo o papel de irmã mais velha. Finalmente eu não precisava mais me preocupar com que ela fizesse algo estúpido, porque ela tinha amadurecido mais em duas semanas do que durante 15 anos. Contar a ela foi mais fácil do que eu esperava.