História Os Herdeiros - Como essa coisa me encontro aqui?

Senti meu sangue ferver e raiva me dominar. Independente do que fosse aquilo, que estava em nossa frente, eu iria dar um fim nele. Aquilo iria pagar severamente, por ter sido responsável pela morte de meus pais. Me soltei do sinto de segurança, abri a porta do carro e notei que o rosto dos meus tios e do Matthew estavam pasmos e ao mesmo tempo confusos, por eu estar saindo de dentro do carro.

Bati a porta do carro com muita força, descontado toda a minha raiva nela. Depois fui atrás daquele vulto/homem, ou seja lá o que for, que parece ter se assustado ao me ver e saiu correndo, praticamente voando. Eu corri o mais rápido que pude atrás dele, mas ele logo desapareceu da minha vista. Meus tios e Matthew apareceram atrás de mim com o rosto preocupado.

- Foi ele... Foi ele quem colocou fogo na minha casa e matou meus pais! - eu disse um pouco ofegante por estar correndo.

- Ta louca Alyssa? Ate parece que ele iria te encontrar. E alem do mais, o que ele poderia querer com você? Nada. Esse cara ai deve ser só alguém que está perdido por ai... - Benjamin disse rindo da minha cara. Eu revirei os olhos e apenas ignorei. Eu sabia o que eu acabei de ver e ouvir, era a mesma coisa que eu tinha visto a noite passada. Era ele, sem duvidas. Por mais que não tenha sentido, era ele...

Alguns minutos depois, chegamos ao local onde eu e Matthew trabalharíamos. Ele trabalharia como segurança e eu ficaria em um escritório enorme sendo atendente de ligações, anotaria pedidos dos clientes e faria outras coisas também, junto com mais um monte de gente, que por sinal não fui com a cara de nenhum deles, eram todos metidos e muito antipáticos.

Cheguei a atender milhares de ligações em apenas 3 horas. Anotei pedidos enormes e ainda por cima tive que aturar vários clientes sem educação e mal agradecidos. Já estava na hora do intervalo e nós podíamos sair para comer fora, mas teríamos que voltar em meia hora.

O intervalo de Matthew não era no mesmo horário que o meu, então iria almoçar sozinha hoje... Arrumei as papeladas dos pedidos, guardei em uma gaveta e me levantei para sair do escritório e ir almoçar, mas sem querer acabei me esbarrando em um moço que estava passando atrás de mim.

- Opa! - ele riu, mostrando os seus dentes lindos que brilhavam.

- Ah, me desculpa, eu não te vi - eu sorri meio sem graça - Meu nome é Alyssa! - mostrei a minha mão para complementá-lo.

- Prazer Alyssa, eu me chamo Christian - ele sorriu novamente e apertou minha mão - Bom, você deve ser nova aqui, não é mesmo? Eu nunca te vi - ele continuou.

- Sim, sou nova aqui. Na verdade me mudei para esta cidade ontem mesmo! - expliquei.

- Ah! Que bacana... Você deve estar se sentindo uma estranha aqui no meio dessa gente, néh? - ele riu.

- Com certeza. Não querendo julgar, mas eles são meio... anti-sociais - disse rindo.

- Concordo! - ele riu - É... Eu estou indo agora para o restaurante daqui da frente, você quer ir comigo? - ele propôs.

- Claro! Vamos lá - concordei gostando da idéia.

O restaurante que iríamos era exatamente na frente do local que trabalhávamos. Pedimos nossa refeição, comemos ela e conversamos muito. Christian me falou um pouco sobre ele e eu sobre mim. Contei o motivo pelo qual voltei a morar aqui nessa cidade, mas é claro que não contei sobre a parte de eu ter sido “perseguida” por um “vulto”, pois é obvio que ele me acharia uma babaca e eu não pretendo causar essa impressão logo de cara... Christian me parece ser um bom rapaz. É gentil, simpático, fofo, bonito e me passou muita confiança. Então está ai, mais um amigo em quem posso confiar!

Já estava em cima da hora de voltar à trabalhar. Eu e Christian fomos ao balcão para pagar a conta. De repente eu vejo novamente o mesmo vulto de hoje de manhã. Ele parecia estar me espionando. Assim que ele percebeu que eu notei sua presença, ele simplesmente sumiu, desapareceu sem mais e sem menos.

Fiquei totalmente confusa. Olhava para os lados a procura do vulto, mas não o encontrava em nenhum lugar sequer. Todos os pelos existentes em meu corpo começaram a se arrepiar. Meu coração bateu mais forte do que o normal. Eu estava desesperada. Como essa coisa me encontrou aqui?

Me diga quem é você. Não se esconda de mim. Não consigo te enxergar, mas posso te sentir. Não tires de mim o que não pertence à você. Mas agora me diga: onde esta você?