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História Os instrumentos mortais - Sons dos Anjos - Conflito


Escrita por: Lincker_Mary

Capítulo 26 - Conflito


Fanfic / Fanfiction Os instrumentos mortais - Sons dos Anjos - Conflito

Ao atravessarem o portal, uma rajada de calor tomou conta de seus corpos, Mary olhou para o irmão confusa, em que estação do ano estão? Porque parecem estar em LA, é absurdamente quente aqui. Dorian esticou o corpo e sorriu.

-É disso que estou falando, chega de frio!

Estavam em uma sala ampla, cheia de livros, as paredes pareciam ser completamente feitas de vidros. A decoração é impecável, uma mistura de passado com presente.

Notaram então que havia uma pessoa na sala, um rapaz de cabelos raspados, alto, musculoso, não mais alto que Ethan ou Dorian, e menos musculoso que Dorian. Ninguém é mais musculoso que o Wahrheit. Sua pele é de um marrom de chocolate ao leite, e ele parece ser um pouco mais velho que todos ali presentes.

-Vocês devem ser do instituto de NY, os dois filhos de Clarissa e Jace. E Dorian Wahrheit, parabatai se Ethan, muito prazer, sou o diretor do instituto de São Paulo, podem me chamar de Pedro.

Ethan esticou a mão e cumprimentou o homem, depois Dorian e então Mary.

-Viemos atrás de Beatrice DiAngelo… -Disse Dorian.

-Ah sim, ela irá ajudar nas pesquisas que precisam, certo? Ela não pode atender hoje porque tem que resolver um assunto muito urgente e que não pode ser adiado.

-Está dizendo que marcamos algo muito mais urgente e ela simplesmente não irá atender porque tem assuntos “inadiáveis"? -Dorian parecia irritado.

-Heit! - repreendeu Mary - Heit está de TPM masculina, me perdoe, tudo bem. Podemos esperar até amanhã, isso me dá tempo de comer e conhecer o instituto. Estou morta de fome. -Disse Mary com um leve sorriso. -Ethan, procure um lugar pra gente e leva a minha mala por faaaavooorr!!!!

A Herondale fez um biquinho de chantagem. Ethan revirou os olhos, mas acabou por rir.

Mary abriu a porta e saiu para conhecer o instituto que pelo visto é bem habitado. No corredor viu duas caçadoras que pareciam discutir algo como quem é mais forte vampiros do “crepúsculo” ou vampiros de “diário de um vampiro”, provavelmente são ascendentes, pois parece papo mundano. Ao olharem para Mary com seus cabelos ruivos pelo corredor, abriram a boca e a Herondale pôde escutar de uma delas “aquela é Mary Herondale? Filha de…”

Em seguida Ethan saiu, com uma mochila nas costas e com a mala da irmã na mão, com a outra mão livre passou pelos cabelos louros. Olhou para as meninas no corredor e deu uma leve piscadinha. Mary revirou os olhos e continuou andando, Ethan a seguiu, com certeza Dorian estava atrás de ambos.

-Adoro quando falam de mim, sinto que sou uma celebridade mundana.

-Você é uma celebridade no meio dos caçadores. -Disse Mary parando de andar. Ethan parou na frente dela rindo.

-Está com ciúmes?

Mary gargalhou.

-Claro que não, também sou, idiota. Temos os mesmos pais.

Dorian continuou andando e revirou os olhos, já estava irritado com muita coisa, não estava com paciência pra briguinha de celebridades como eles mesmos estavam dizendo. Se apoiou em uma das portas do corredor, a mesma se abriu e ele quase caiu para dentro do cômodo. Uma garota de cabelos negros e franjinha apareceu. Ela é baixa, mas consegue ser mais alta que a Herondale, seu corpo lembra o de Drusilla Blackthorn, mas Dorian não deixou de encarar as curvas da moça, sua pele também carrega um bronzeado típico de brasileiros, mas seus olhos são um tanto quanto puxados, será que ela tem descendência? Provavelmente.

-Ei, cuidado. -Ela disse. -Oh, olá. Sou Beatrice DiAngelo.

Dorian olhou mais uma vez, ela está muito bem maquiada, e com roupa de quem está prestes a ir para a balada. O Wahrheit franziu o cenho.

-Beatrice amiga de Simon? Pois bem, somos as pessoas que precisam da sua ajuda.

-Ah, Ethan Herondale, Mary Herondale e Dorian Wahrheit, certo? Sinto muito em não poder ajudá-los hoje. É que surgiu algo muito importante e não posso desmarcar. Preciso ir, estou atrasada.

Ela começou a se retirar rapidamente com um pedido leve de desculpas, Ethan e Mary deram de ombros com um leve sorriso aceitando o ocorrido. Já Dorian fechou a cara completamente, os irmãos começaram a andar novamente, mas o Wahrheit foi na direção contrária, atrás de Beatrice, ele acelerou o passo para poder alcançá-la.

-Beatrice!

Ela parou e se virou para ele.

-Sim?

-Não parece ser algo tão importante já que está parecendo que vai ter um encontro com alguém que no final das contas vai acabar te abandonando, certo? Então faça um favor a si mesma e para Mary que precisa da sua ajuda, volte com a gente para nos ajudar o mais rápido para que possamos voltar à NY.

-Desculpa? -Beatrice olhou para Dorian como se estivesse vendo a pessoa mais nojenta do mundo na sua frente, apesar que na opinião dela, um nojento muito atraente, porém babaca.

-Mary está morrendo, ela precisa de toda ajuda possível o mais rápido. Então se você pensa que ir para um encontro é algo inadiável? Eu vou dizer o que é inadiável. A vida daquela garota. Entendeu? Então se eu fosse você, virava agora, colocava a cara nos livros e nos ajudava.

Beatrice o olhou de cima a baixo, e cruzou os braços esticando o queixo e o nariz.
-Eu sempre cumpro minhas promessas Wahrheit, amanhã estarei pontualmente as 8 da manhã na biblioteca. -  respondeu Beatrice, respirando fundo. - Você podia ser menos egoísta e pensar em quão cansativa foi a viagem de portal para Mary invés de ditar ordens para mim. Não sou sua empregada, dirija-se a mim com respeito.
Ela virou de costas para ele e abriu a porta do instituto, antes de sair, disse:
-E aliás, o que eu tenho que resolver não é da sua conta. - disse, fria como gelo. - E se vou ser abandonada ou não, também não é. Somos todos abandonados uma hora ou outra na vida Wahrheit.

Então passou pela porta, sem dar tempo de uma resposta ao homem.


***


Mary se jogou na cama satisfeita após comer, estava faminta, foi caçar sem um café da manhã e viajou no portal sem se alimentar também. Estava prestes a desmaiar.

-Você parecia um lobisomem comendo aqueles pães.

-Eu vou me abster de uma resposta, Ethan. Aliás, onde está o Heit? Ele sumiu e não me viu atacando a comida.

-Estou bem aqui, e estou completamente irritado em não ter visto essa cena. -Disse o rapaz passando pela porta e encostando a mesma.

Dorian se jogou do lado dela e Ethan também, Mary olhou para um, depois para o outro, os rapazes se entreolharam e pareceram concordar com algo mentalmente. Mary jamais entenderia dessa telepatia parabatai. Antes que ela pudesse perguntar o que eles estavam pensando, ambos começaram a encher a menina de cócegas, Mary tentava se desviar das mãos de ambos, mas era inútil. A Herondale gargalhava até faltar ar em seus pulmões. Sentia falta disso, depois de dias difíceis, aquele momento estava sendo único e nostálgico. Tudo estava normal, até que algo fez a menina parar de rir e virar a cabeça em direção a porta. Dorian e Ethan acharam estranho e pararam automaticamente olhando para a porta também, mas não havia nada lá. Mary virou a cabeça para o outro lado, em direção a porta do banheiro, os rapazes acompanharam e mais uma vez, nada.

-Mary, o que… -Começou Ethan. Mas após tantas experiências e convivência ele sabia. -Dorian, a porta.

O Wahrheit correu e a trancou, as cortinas foram fechadas e o quarto ficou apenas iluminado pela luz enfeitiçada. Dorian buscou em sua bolsa a caixinha com as seringas dentro, se fosse necessário, estaria perto dele.

-Mary, está me escutando? -Ethan estava com a voz calma e suave.

A menina piscou e seus olhos se tornaram brancos, Dorian soltou um ar pesado e Ethan trancou o maxilar, quando disse novamente, sua voz estava um pouco trêmula.

-Mary? Pode me escutar, certo? Você sabe que pode lutar contra isso.

Ethan pegou no rosto da irmã com as duas mãos, delicadamente e montou nela, aproveitando que a Herondale está quieta e calma, caso as convulsões viessem, ele já estaria preparado.

-Jordan. Jordan!

Os rapazes se olharam sem entender, a voz de Mary tinha um tom de urgência.

-Ligue para Simon e Isabelle, coloque Jordan na chamada.

-Ele não vai atender, Jordan não está no instituto, ele foi pego.

A irmã de Ethan começou a ficar branca feito papel, seus lábios tão pálidos que mal pareciam existir. Após suas palavras, ela fechou os olhos, quando abriu, o verde de sua íris estava apagado e fosco.

-O que aconteceu?

Ethan saiu de cima dela e se sentou ao seu lado, Mary deitou sua cabeça no abdômen do irmão e abraçou sua cintura.

-Você… -Ethan pensou em contar a verdade, mas Dorian o interrompeu.

-Comeu demais não foi? Pensei que ia vomitar na minha jaqueta nova, Dale. Eu juro que arrancava esse fogo que você chama de cabelo.

Mary riu de um modo fraco, isso apertou o coração dos dois, ela está morrendo, isso é nítido, quantos surtos serão precisos para que ela os deixe de uma vez? Quanto tempo mais iriam ter ela presente?

A ideia fez Dorian sair do quarto e bater a porta. Discando números rápidos ele ligou para Simon que atendeu no primeiro toque.

-Dorian? Oi, está tudo bem?

-Onde está o seu filhote?

-Hn?

-Jordan seu gênio, onde está seu filho Jordan?

-Eu não sei, ele saiu e não me disse onde ia.

-Seu filho foi pego por Astaroth, Mary acabou de ter uma de suas crises e disse que ele foi pego. Procurem esse garoto, o esconderijo deve ser o mesmo, precisamos matar esse demônio com ou sem ajuda.

Dorian desligou o telefone sem uma resposta, abriu a porta da biblioteca e ele mesmo foi pesquisar o necessário pra poder ajudar Mary.


***


-Vamos lá Jordan, eu preciso que os anjos passem um recado para sua amada.

Jordan estava parado na frente de uma espécie de tigela, uma tigela negra e com um líquido viscoso. Astaroth queria que ele derramasse seu sangue ali.

-Não irei fazer isso, só trará dor a ela.

O demônio riu, mas uma risada impaciente. Antes que Jordan pudesse fazer algo, sua cabeça bateu na mesa duas vezes, ele pôde sentir o sangue escorrendo de seu nariz. Astaroth empurrou a tigela para que caíssem algumas gotas do sangue nephilim ali dentro. O Lightwood estava tonto demais para evitar o contato de seu sangue com aquele líquido.

Quando sangue suficiente foi derramado, o demônio pegou a tigela de volta e começou dizer uma língua na qual Jordan não conhecia, ele mergulhou o dedo indicador e do meio na tigela e escreveu na parede com runas desconhecidas.

-Sabe o engraçado, nephilim? Sou um anjo caído, demônios são anjos caídos, e apenas os mais poderosos e inteligentes, são capazes de saber como se comunicar com seus irmãos celestiais. Apenas nós príncipes do inferno conseguimos, e claro, Lúcifer que às vezes tem contato com nosso pai.

-Não quero que ela tenha uma crise desnecessária por sua causa, ela entraria em pânico em saber que você está comigo, não acha? Mary vai ser a porta voz, mas não irá se lembrar de nada, não é incrível?

No momento Jordan estava com a ideia de que Mary não está nem aí para ele, então ela jamais surtaria por sua causa, pensou em dizer “ela está se lixando pra mim, sua tentativa vai ser falha em pensar que ela vai surtar ao saber que estou com você.” Mas ao invés disso, apenas disse:

-Você irá pagar por tudo que está fazendo.

Astaroth limpou a mão em um paninho e se virou para Jordan ainda limpando os dedos.

-Eu dúvido. -Respondeu com um sorriso nos lábios.



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