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História Os Laços Que Nos Unem - O Escorpião Acadiano


Escrita por: dfcrosas

Notas do Autor


Estão preparados para o último capítulo desse arco?
Eu tô vibrando aqui, cheia de esperança de que vocês gostem.

Capítulo 15 - O Escorpião Acadiano


Fanfic / Fanfiction Os Laços Que Nos Unem - O Escorpião Acadiano

Stiles sentiu uma mistura de raiva e simpatia no seu estômago e teve que forçar um sorriso. Ela provavelmente nunca mais veria o pai depois que ele fosse levado pra fora da Academia. Vilão ou não, eles mereciam uma chance de dizer adeus.

“Oi,” disse Stiles. Kate se aproximou lentamente. Estava se movendo de maneira precisa, algo que Stiles nunca tinha visto ela fazer desajeitada como era. “Não achei que eles fossem deixar você vir aqui.” Mas pensando bem, não era pra eles terem deixado ele entrar também.

Kate parou na frente de Stiles e – sem exagero – o atirou contra a parede. O corpo dele bateu com estupidez e estrelas pretas dançaram em sua visão.

“O que...?” Com uma mão na testa, Stiles tentou se levantar.

Kate destrancou a cela de Gerard com um molho de chaves. Cambaleando, Stiles foi até ela.

“O que você está fazendo?”

Kate o olhou e foi aí que ele entendeu. Havia um fraco anel vermelho em volta de suas pupilas. A pele estava branca demais. Sangue escorria dos seus lábios. Ela o olhou e ele percebeu que ela não andava mais entre os vivos: aqueles olhos eram os de alguém morto.

“Minha filha foi de grande ajuda para o meu plano,” disse Gerard feliz. “Minha Aqrabuamelu.”

Stiles estava chocado com a própria idiotice. É claro – é claro – que havia sido ela. Ela era o Escorpião Acadiano. Por que ele nunca mostrava interesse em perguntar pros amigos meio-sangues o que eles eram?

“Vai ver foi por isso que você falhou,” Stiles provocou. Não deveria ter feito aquilo. Kate veio pra cima e por muito pouco Stiles conseguiu desviar dela. Estudando a Vampira, ele se perguntou se tinha alguma chance de sair dali vivo. Não, ele não podia morrer na escola! Se sentindo inútil, Stiles foi andando pra trás na direção do corredor quando ela atacou de novo, seus movimentos mais graciosos do que tinham sido em vida.

Então, também mais rápida do que tinha sido em vida, Kate agarrou Stiles e bateu sua cabeça na parede. Repetitivamente. Dor explodiu no crânio dele. Stiles tinha certeza que aquele gosto em sua boca era de sangue. Ele caiu, a cabeça girando, os músculos se recusando a funcionar.

Tá, ele provavelmente morreria na escola.

“Minha cara,” murmurou Gerard, “vou esperar lá fora.”

Kate concordou. “Te vejo lá quando eu acabar com ele, papai.”

“Você fez a tua filha se transformar?” Stiles gritou pra Gerard.

“Um último recurso. Um sacrifício necessário feito pelo bem maior. A Katherine entende.” E Gerard saiu.

“É mesmo?” Stiles voltou-se pra ela. “Você entende? Meu Deus, Kate. Você... é uma Vampira! Só por que ele mandou?”

“Meu pai é um grande homem,” ela respondeu. “Ele vai salvar todos nós.”

“Você está louca!” ele berrou.

“O que, vai me dizer que você está satisfeito com as coisas por aqui, Stiles? Por favor. Todas as regras, o ódio, o preconceito. Você acha que eu não sei que está apaixonado pela tua mentora? Você acha mesmo que um dia eles vão deixar vocês ficarem juntos? Vão rir da tua cara. Eles não deixam ninguém ser feliz. Ninguém pode ter o que quer por aqui. E o pior é que tudo que eles nos falaram é mentira. Eles não sabem nada sobre Vampiros.”

“Eles sabem o básico. Vocês matam as pessoas. Não dá pra evitar.”

“Você é tolo, Stiles. Nada disso é verdade. Mas como eles saberiam? Eles nunca nem perguntaram. Eles baniram os Vampiros, tiraram os seus direitos de conviver em sociedade, tiraram o direito de participar do Conselho dos Meio-Sangues. Eles mataram a maioria pelos crimes da minoria, e nunca aceitaram que os Vampiros são meio-sangues assim como eles. Deus tem que ter criado o primeiro Vampiro, você não acha?” Ela se inclinou e pegou Stiles pelos ombros. “Agora vamos mudar tudo. Um Vampiro pra salvar todos os meio-sangues. Consegue imaginar o que isso fará com o sistema? Vai valer a pena. Vai valer desistir da vida, da mágica, e de todo o resto.”

Ela atirou Stiles na parede de novo e ele desmoronou no chão. Stiles mal podia se mover. Ela disse que nem todos os Vampiros eram maus e alguns podiam até se controlar se quisessem, mas olhando nos seus olhos ele viu que ela queria beber o sangue dele; a fome estava lá. Vampiros eram só isso.

Ah, não acredito que eu vou morrer na escola!, pensou Stiles. É tipo o lugar mais triste pra se morrer.

Stiles devia ter matado ela no momento em que percebeu o que ela era. Malia tinha razão; ele hesitara e hesitação acabava em morte.

Então, como se tivesse convocado ela com o poder do seu pensamento, Malia apareceu atravessando o corredor em movimentos rápidos.

Kate se virou. Ela era rápida, muito rápida. Mas Malia também era e conseguiu bloquear o ataque de Kate. Um olhar de pura fúria e força tomou conta daqueles olhos escuros. Com um fascínio misterioso, Stiles assistiu as duas e moverem, por mais que estivesse à beira de desmaiar. Kate era mais forte que Malia, mas também tinha acabado de virar uma Vampira. Ganhar superpoderes não te tornava um expert em como usá-los. Ela não devia ter deixado de ser o Escorpião Acadiano. Teria tido mais sorte.

Malia, por outro lado, sabia muito bem como usar os poderes que tinha. Em um movimento só ela cravou a estaca prateada no coração de Kate. Depois puxou pra fora, o rosto impassivo enquanto assistia Kate gritar e cair no chão. Kate nunca mais se moveu.

E aí Malia estava ao lado dele.

“Oi,” ele murmurou, seus olhos fechando. “Você tinha razão.”

“Fique com os olhos abertos, seu burro.” Stiles nunca havia ouvido a voz dela tão tensa, tão agitada. “Fique com eles abertos, Stiles, mas que droga!”

Ela empurrou ele contra a parede mas não adiantou: Stiles estava perdendo todas as suas forças. Ele escorregou de volta pro chão.

“É verdade?” ele sussurrou.

“O quê?”

“Gerard disse que... que o feitiço não teria funcionado. Do alfinete do super-homem.” Stiles começou a cair naquele abismo, naquela escuridão da própria mente. “Ele disse que você tinha... que tinha que sentir alguma coisa... pra funcionar.”

“Stiles...” Malia ajoelhou-se ao seu lado. “Sim,” ela disse com pressa. “Sim.”

Ele sorriu fracamente. “Eu também.”

“Mas não podemos,” ela sussurrou.

“Por que não?”

Pela primeira vez na vida, Stiles viu aqueles olhos escuros se encherem de lágrimas. Ou ele achou que viu. Podia ter imaginado tudo.

“Porque... porque eu preciso dar a minha vida pela de Scott.” As estrelas escuras voltaram a dançar na visão de Stiles. Ele estava indo embora, mas tentou focar no que ela dizia. “Mas se... mas se eu te amar, vou dar a minha vida por você.”

De alguma maneira, em algum outro nível de existência, Stiles entendeu o que ela dizia, o quanto ela sacrificava ao rejeitá-lo. Ele se odiou por ter achado que ela não o amava. Porque ela amava sim. Ela amava ele tanto, tão profundamente, que sempre soube que não daria em nada, porque Stiles tinha Scott e Scott importava mais. Ela estava disposta a partir o próprio coração para impedir que Stiles perdesse o seu melhor amigo no mundo.

Logo após perceber tudo isso, Stiles desmaiou.

Ele teve que ficar na enfermaria por alguns dias para ajeitar a concussão que teve. Mas não foi ruim porque Scott, Kira e Erica passavam todo o tempo que não estavam na aula com ele. Através deles, Stiles ficou sabendo dos babados da Academia. Os rumores diziam que Gerard Argent não pareceu temer nada quando o capturaram uma segunda vez, e apenas sorriu para os guardiões, como se guardasse um segredo que ninguém sabia.

Das maneiras possíveis, a vida voltou ao normal em Beacon Hills.

A escola inteira ainda não tinha superado o fato de que Scott estava namorando a Kira. Mas ele nem ligou. Ele ria e ignorava os olhares de desdém que recebia da realeza que não aceitava que ele namorasse alguém de uma família destruída. Mas nem todos se sentiam assim. Alguns meio-sangues da realeza gostavam de Scott de verdade, por sua natureza aberta e honesta, tão diferente das falsianes da vida que falavam mal de Scott pelas costas.

Liam e Hayden estavam firme e forte: aparentemente, Scott havia demonstrado que as pessoas devia ser livres para amar quem quisessem. Como agradecimento, Hayden tinha convencido (obrigado) Liam a doar a tal da lágrima que salvara a vida dele. Mas Liam não mudou sua natureza; Stiles passou por ele na hora da janta e o ouviu-o falando mal de Scott e Kira.

“--par perfeito. Os dois vem de famílias desgraçadas e rejeitadas.”

Stiles rangeu os dentes e continuou andando até onde Scott e Kira estavam. Eles estavam perdidos no seu próprio mundinho. Liam tinha razão. As famílias dos dois estavam em cacos. A Rainha Natalie havia publicamente humilhado o Scott, e por mais que ninguém exatamente culpasse a Kira pelo o que tinha acontecido com sua família, todos ainda se mantinham afastados dela e se recusavam a aceitar o lugar dela na lista de sucessão ao trono.

Mas Liam havia acertado na outra parte também. De algum modo, Scott e Kira haviam sido feitos um pro outro. Talvez fossem os dois párias da sociedade, mas os McCall e os Yukimura também haviam sido líderes poderosíssimos. E em pouco tempo, Scott e Kira começaram a ajudar um ao outro a crescer e seguir o caminho dos seus ancestrais.

Quanto mais Stiles assistia os dois, mais ele via aquela energia, aquela confiança que os circundava. 

O círculo social deles cresceu também. Erica se juntou, é claro, e nem tentou disfarçar o carinho que tinha por Stiles. Scott provocava Stiles bastante a respeito, mas Stiles ainda não sabia o que fazer com Erica. Parte dele achava que ela merecia uma chance, que ela ajudaria ele a esquecer alguém que ele jamais teria.

Malia passou a tratá-lo como se esperava de um mentor. Ela era eficiente. Rigorosa. Compreensiva. Não havia nada fora do comum, nada que pudesse fazer alguém suspeitar do que tinha acontecido entre eles; fora umas olhadelas aqui e ali entre os dois. E Stiles apreciava o esforço dela. Dois guardiões envolvidos resultaria em distrações, o que também terminavam em morte. Era errado. Eles não podiam arriscar a vida de Scott por causa do egoísmo dos seus corações. Stiles uma vez havia lhe dito que os próprios sentimentos não importavam. Scott vinha primeiro.

E ele queria muito provar que aquilo era verdade.

“A Kate estava completamente má quando se transformou?” Scott perguntou um dia. Os dois estavam sozinhos, fingindo que estudavam, mas Stiles estava na verdade pensando em Malia. Ele estava considerando a hipótese de contar pro melhor amigo tudo o que sentia, mas estava difícil encontrar as palavras certas. “Só... é algo que a Kira me disse sobre os pais dela. Você acha que os Vampiros são imediatamente maus?”

Stiles não tinha mais certeza de nada. “Não sei. A Kate disse um monte de coisas que me fez pensar. Mas ela me pareceu bem má quando tentou explodir a minha cabeça.”

Scott riu. “'Melhor almejar magia e ser são do que possuí-la e ser louco,'” ele citou algum gênio. “Não há meio termo.”

“Não,” Stiles concordou. “Não há mesmo.”

Mas ele não parou de pensar no assunto... Talvez houvesse um meio termo. Talvez as palavras de Kate fizessem sentido. Um Vampiro pra salvar todos os meio-sangues. Vai valer a pena. Vai valer desistir da vida, da mágica, e de todo o resto.

Talvez Peter Hale e Ken e Noshiko Yukimura não tivessem virado Vampiros só porque temiam o poder de Gerard Argent. Talvez, assim como Malia, eles haviam feito um sacrifício por aqueles que amavam. Gerard achou que era só porque virar Vampiro os cortava da linha de sucessão e que, fazendo isso, Gerard não teria de matá-los pela coroa.

Mas podia ter intenções boas naquelas ações.

Encarando o Scott, Stiles sentiu um nó se formando no seu estômago. Mas aquela sensação veio e se foi com a mesma velocidade.

Nah, Stiles não tinha com o que se preocupar. Eles podiam fazer isso, Scott e Stiles.

Fariam juntos.

Num mundo onde as coisas morriam mas não permaneciam mortas, só o poder dos vivos podia manter o mal de fora. E não havia poder como o amor. Podia vir de diversas formas: uma amante impossível, um pai ausente, um amigo que mais parecia um irmão, uma amiga que amava escondido, e os sacrifícios que se faziam. Não importava. Enquanto Scott tivesse pessoas que o amassem, estaria protegido de todo o mal.

Os laços que os uniam eram fortes demais para serem partidos.

⇝ Fim do Arco I⇜


Notas Finais


Por favor, comentem, comentem e comentem! Além de me ajudar a ver o que estou fazendo de errado, ainda me traz tremenda inspiração. Sejam honestos e podem vir com as teorias de conspiração, tá bom? Eu quero saber o que vocês acham que vai acontecer, o que vocês acham dos Vampiros, o que vocês querem ver, o que vocês não querem ver e tudo mais que vocês quiserem me dizer.

Até a próxima, galerinha. ✧ ✩ ✫ ✬ ✭ ✮ ✯


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