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História Os Marotos (FINALIZADA) - Severo - Veritaserum


Escrita por: slowly_melting

Notas do Autor


Desculpem a demora! Tenho algumas ideias escritas, espero que gostem do desenrolar da história!
Estão nervosos?

Capítulo 24 - Severo - Veritaserum


Fanfic / Fanfiction Os Marotos (FINALIZADA) - Severo - Veritaserum

                -Agora, Severo.
                Eu me aproximava a passos curtos, o barulho da capa e de meus sapatos ecoando naquela sala escura e úmida das masmorras. A respiração de todos presentes parecia se condensar no ar gélido, mas ainda assim, todos guardavam a maior calma e neutralidade no rosto enquanto olhavam cada movimento. E eu continuava me aproximando.
                -Eu já havia avisado, Pettigrew. Não minta para nós de novo, ou vai ser muito pior do que isso, ouviu bem? – Malfoy o encarava de frente, praticamente cuspindo cada palavra com um prazer macabro na cara do garoto.
                Eu me aproximei do meio do círculo, onde a cadeira estava, e Pedro se sentava com o temor mais forte que eu já havia visto na vida. Toda a vida parecia ter sido sugada dele. Mas eu tinha que admitir, não achava mais do que o desejado para essa situação. Não podemos tolerar mentirosos.
                - Quero que ele fale. – Malfoy passa por mim, encostando em minhas costas com sua repulsa característica. – Não faça besteira.
                -Sim. – Digo. A fumacinha irritante me congela o rosto enquanto desbloqueio a tampa de meu frasco. Veritaserum feita com a maior cautela por mim. Me admirava com minhas próprias manhas na sala de poções, muitas vezes. Talvez devesse fazer minhas experiências com mais frequência, e anotá-las. É algo a se considerar quando não estiver mais aqui em baixo, nessa sala deprimente. – Abra a boca, Pettigrew.
                Ele me olhava com seus enormes e assustados olhos, se recusando a abrir a gigantesca e falante boca. Avanço com precisão, segurando seu rosto redondo, e fazendo pressão em sua mandíbula. Um pequeno espaço entre os lábios me permite passar o necessário da poção, que ele engole, ainda me olhando, assustado.
                -Muito bem. Como se sente, rato? – Malfoy se volta até a cadeira, ao meu lado, e olha para Pedro de cima, em sua pose respeitável de poder.
                -Horrível. – Pedro responde, guinchando.
                -Ótimo. Vamos começar, então. – Malfoy sorri, apalpando a varinha no bolso da calça. – Têm alguma coisa que queira nos dizer sobre seus amigos que podemos usar?
                -Não quero dizer nada a vocês. – Ele responde, algumas lágrimas escorrendo pela lateral de seu rosto. Me mexo, desconfortável.
                -Muito bem, sejamos mais diretos, então. – Lúcio se aproxima do rosto do garoto, os olhos no mesmo nível, o olhando com raiva. – Onde vocês estavam esse final de semana, quando eu convoquei sua presença, e você não apareceu?
                -Em Hogsmeade. – Pedro cochicha, as lágrimas descendo em um ritmo deprimente. Alguns na sala soltam risadinhas maléficas, e piadas estúpidas. Lúcio lhes lança um olhar, e todos se calam novamente.
                - Como vocês chegaram lá?
                -Temos passagens secretas. Usamos uma que fica em corredor vazio perto da sala da Grifinória, a Estátua da Bruxa. Mas existem outras. A Corcunda da Velhota de um Olho Só tem uma, que para na Dedos de Mel. – Agora ele soluçava, e visivelmente lutava contra o efeito da poção. Estávamos chegando em algum ponto que ele obviamente tentava esconder, em desespero. Malfoy apenas sorria, cruzando os braços em frente ao corpo.
                -Você pode nos mostra-las quando quiser? Ou elas são bloqueadas com algum feitiço?
                -Não têm feitiço na maioria delas. Por favor, pare. – Pedro coloca as mãos em frente aos olhos, mordendo os lábios em uma tentativa de se calar. Lúcio solta uma risadinha.
                -Quase, Pettigrew. Quem mais sabe dessas passagens?
                -Eu, Remo Lupin, Thiago Potter, Sirius Black. Não sei de mais ninguém, eu juro. Chega. Eu já te dei tudo que você queria, me deixe ir.
                -Eu já disse que estamos acabando. Quieto. – Lúcio vai até uma estante na parede de pedra cinzenta e gelada, e apanha um mapa amarelado de Hogwarts. – Venha aqui, Pettigrew.
                Em uma mesa de madeira mofada, ele abre o mapa, e aponta para uma sala nas masmorras. Depois aponta para a sala da Grifinória. Pedro se arrasta até a mesa, as lágrimas deixando longas linhas em seu rosto gordo. Alguns dos presentes na sala se afastam quando ele se mexe, com suas caras habituais de desprezo.
                - Marque aqui as passagens que você conhece. Todas. – Lúcio diz, apanhando uma pena desgastada ao lado de um vidrinho de tinta preta. Pedro marca uma a uma, cerca de seis passagens, algumas lágrimas pingando no papel antigo. Quando ele acaba, Lúcio apanha o mapa, e o olha com irritação. – Volte a se sentar.
                -O efeito vai passar logo. – Anuncio ao ouvido de Malfoy quando ele passa por mim. Ele acena devagar, guardando o mapa, e olha para Pedro.
                -Agora me conte, rato. O que vocês estavam fazendo lá? – Ele sorri ironicamente. – Não me venha com conversas fiadas.
                - Eu.... Eu.... – Novamente, sentando na cadeira, ele apertava os lábios, agora rubros de sangue. Uma linha vermelha escorre por seu lábio inferior, e ele chora com intensidade, manchando a camiseta.
                -Fale! – Malfoy grita, e Pedro fecha os olhos em uma careta de dor.
                -Era dia de Lua Cheia. – Ele sussurra. – Fomos até a Casa dos Gritos. Remo ia se transformar. Era dia de Lua Cheia. Lua Cheia. – Ele se dobra nos joelhos, soluçando.
                -Se transformar? Ele é um...
                -Lobisomem. – Eu corto a fala de Lucio, o coração palpitando insistentemente no peito. Não conseguia acreditar no que aquela criança chorona dizia. Com quem Lilian andava. Tudo fazia sentido agora. Todas as confusões que os quatro idiotas se metiam. Um burburinho corria pela sala, e eu podia ouvir claramente todos os toques de nojo e repulsa na voz de cada um.
                -Não acredito que estive todo esse tempo em Hogwarts com um Lobisomem.
                -Isso que dá permitir um sangue-ruim entrar na Escola.
                -Aquele idiota. Bem que meu pai falou que Dumbleodore está ficando caduco.
                -Quietos. – Malfoy reclama, olhando de esgueira para Narcisa, que olhava com asco para o garoto chorando no meio da sala. – Pettigrew.
                O garoto ergue os olhos vermelhos, olhando de relance para mim, como se pedisse ajuda. Repuxo os lábios com nojo, e desvio o olhar.
                - Nossa conversa aqui está encerrada. Não quero ouvir nem um pio sobre isso fora dessas paredes, escutou bem? – Pedro concorda com a cabeça. A voz de Lúcio vira um sussurro agressivo, próximo do rosto do rapaz. – E não pense em falta na próxima vez, ou nós não seremos tão gentis, ouviu?
                Disso até Pedro sair da sala, eu me desliguei completamente. Éramos novamente crianças no pátio da escola, eu e Lilian. Enquanto eu explicava como tudo isso funcionava, eu a tinha com os olhos fixos em mim, cada célula de seu corpo querendo saber mais sobre os detalhes mágicos ou Quadribol. Éramos bons amigos. Não sei como pude deixa-la fazer amizade com aqueles.... Monstros. Eu precisava traze-la de volta.
                Nem que significasse acabar com aqueles amiguinhos dela.



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