Eren suspirou pela milésima vez naquela noite, achou que o mínimo que Levi poderia fazer era passar um manuscrito enorme de 300 folhas como punição, mas acontece que naquele momento o Ackerman era um policial e não um professor e deveria mantê-lo detido de acordo com a lei.
— Sério, até quando eu vou ter que continuar preso aqui! — balançou para frente e para trás cansado de ficar ali sentado no chão.
— Considerando que invadir um shopping não é um delito pequeno, eu deveria deixá-lo aqui durante a semana inteira.
Eren resmungou alto jogando o corpo para trás, se sua mãezinha, que Deus a tenha, soubesse que ele ao menos pisou em uma cadeia o buscaria pelo pescoço da onde estivesse.
Levi suspirou também entediado, fechou o livro em cima da mesa e olhou para o rapaz que realmente parecia cansado, era quase quatro horas da madrugada então era justo. Eren já estava quase pegando no sono quando escutou a cela ser destrancada, olhou confuso para o mais velho que apenas ordenou que saísse, sem qualquer relutância saiu quase pulando em alegria até ser barrado pelo policial.
— Que fique claro que só estou te liberando por não ter passagem pela polícia, mas isso não significa que vai se livrar de mim — Eren engoliu em seco, estava fácil demais pra ser verdade.
— Já estou acostumado a sofrer mesmo, mas eu já expliquei que foi ideia dos meus amigos, sabe como é que é, gente idiota só pensa idiotices — deu de ombros sorrindo.
— Está insultando a si mesmo — Eren fechou a cara fazendo bico.
— Tá, de qualquer modo eu já vou indo, obrigado capitão...digo, professor Levi.
— Aqui eu sou o oficial Rivaille e me diga pirralho, como pretende ir embora — cruzou os braços.
— Hãm, a pé lógico, de avião é que não ia ser né — o Ackerman deu um olhar mortal ao mesmo que se afastou por precaução.
— Se você quiser ser estripado provavelmente, pode ir. São quatro horas da noite pirralho, não uma da tarde.
Levi pegou as chaves em cima da mesa e saiu em direção a porta da delegacia.
— Venha, vou te levar até em casa, como um cidadão devo cuidar da sua segurança infelizmente.
— Eu me sinto mais protegido indo a pé do que em uma viatura com você sem ofensas — levantou as mãos em rendimento quando Levi olhou de forma possessa para ele.
Durante o caminho foi uma viagem estranhamente silenciosa e para Eren o silêncio era mais assustador do que ouvir a voz rouca do professor.
— Err! Então professor Levi…não é por nada não mas...o senhor é Francês ? — não dava para conter sua curiosidade oras.
Levi desviou os olhos da estrada para encarar de canto o rapaz.
— E porque essa pergunta repentina Yeager ?
— Uai, por nada sabe...você não tem traços asiáticos se me permite dizer — disse da forma mais natural que podia, mas Levi não deixou de olhá-lo desconfiado.
— Você andou xeretando minha vida Yeager ?
— E-Eu ? E porque eu faria isso ? Não disperdiço meu tempo investigando a vida dos outros — desviou o olhar sem nenhuma vergonha na cara.
Levi fingiu concordar, mas claro que não acreditava. No entanto Eren não era nenhum pouco decreto.
— Então por acaso teria alguma possibilidade de você ter sido capitão ou algo assim ? — os olhos do moreno brilhavam.
O Ackermann suspirou.
— Você realmente estava xeretando a minha vida pirralho.
Eren deu de ombros.
— Sim, eu cheguei a ser capitão da divisão Aérea francesa, mas por pouco tempo.
"Como alguém tão novo e baixinho conseguiu chegar nesse patamar ?"
Claro, Eren preferiu não proferir essas palavras por segurança.
— Em compensação agora é um policial velho e chato — disse irônico.
— Você realmente perdeu o medo da morte pirralho ?
— Dá pra parar de me chamar dw pirralho! Eu já tenho 19 anos caralho — encostou no banco cruzando os braços e Levi sorriu quase imperceptível.
— Mas age como um.
Depois de algum tempo Levi percebeu como a casa do estudante universitário era realmente longe. O mesmo parou o carro na frente de uma pequena pensão humilde, não imaginava que Eren sendo um rapaz de aparência tão invejável fosse viver em um lugar tão...simples.
— Chegamos pirralho, já está entregue.
Passou alguns segundos e não obteve uma resposta do mesmo, quando virou o rosto em sua direção viu com incredulidade que o moreno estava dormindo.
— Só pode ser brincadeira. Ei Yeager! Acorde, está disperdiçando meu tempo.
Não importava quanto o chamasse ou balançasse, o mesmo não dá indícios de quem iria acordar.
— É como se estivesse morto — o professor verificou se o garoto ainda respirava por via das dúvidas.
Percebeu que o moreno segurava a chave do quarto nas mãos então não viu outra opção se não sair do carro e abrir a porta do passageiro para retirar o quase falecido Eren pelos braços.
Apesar da altura, Levi tinha uma força impressionante então não foi problema carregar o jovem até a pensão. Como sendo um local de péssimas condições e sem segurança alguma, a porta da frente estava aberta, somente os quartos se mantinham trancados.
Por sorte o número do quarto estava na chave, então Levi não teve que procurar tanto. Assim que conseguiu entrar no mesmo, levou o rapaz até a sua cama e o jogou sem cuidado algum, nem por isso ele acordou deixando o professor incrédulo.
— Você está me devendo pirralho — disse enquanto se abaixava para retirar os tênis do garoto.
Pensou em tirar aquelas roupas também, mas se sentiu um tarado ao ter tal pensamento e apenas decidiu deixá-lo daquela meneira mesmo.
Levi pela primeira vez na noite parou para de fato observar o Yeager e vendo-o assim com uma expressão tão calma reparou o quão bonitão o rapaz era, com certeza não tinha visto alguém com traços tão firmes e delicados ao mesmo tempo, parecia até ser um anjo.
— Um anjo rebelde — acrescentou enquanto sorria.
Enquanto isso a poucos centímetros de distância do professor, uma garota segurava uma frigideira nas mãos pronta para golpeá-lo, mas o homem foi mais rápido em se virar e segurar seu pulso.
Mikasa abriu a boca para gritar, mas Levi colocou o indicador nos lábios apontando em direção ao Yeager e a puxou para fora do quarto contra os seus protestos.
— O que estava fazendo com meu irmão! — disse assim que saíram.
— irmão ? — ergueu uma sobrancelha.
— Eu vou chamar a polícia!
— Não seja boba garota, eu sou a polícia — percebeu o ar de confusa da mesma — eu trouxe o seu irmão depois que ele...ficou trancado em um shopping.
Preferiu omitir o verdadeiro motivo.
— Trancado ? Mas como assim.
— Você deve conhecê-lo então já sabe — disse enquanto virava as costas pronta para sair.
— Espera...o senhor não me é estranho — espremeu os olhos o observando.
—Todos tem essa impressão — disse irônico antes de ajeitar o uniforme e sair da pequena pensão.
Bakugou acordou na manhã seguinte com uma puta dor de cabeça, devia ter bebido até o talo do cu, só podia.
Mas não foi isso que o fez dar um chilique logo pela manhã e sim o fato de estar em uma cama completamente estranha, semi nu e com um ruivo completamente idiota a sua frente.
— O QUE VOCÊ FEZ COMIGO! — exclamou em pânico.
— Calma Katsuki! Eu juro que não fiz nada! — o mesmo tentava se proteger com um travesseiro.
O loiro avaliou a situação, sua bunda estava doendo, tinha marcas de chupões espalhadas pelo peito do ruivo e o mais importante, ele não se lembrava de porra nenhuma.
— V-Você… — não conseguiu completar a frase porque teve que correr para o banheiro.
Kirishima como o anjo que era ficou ali dando apoio ao mesmo enquanto ele colocava tudo para fora e quase chorava ao pensar que tinha acabado de perder o lacre e nem se quer lembrava.
— Não é o que você está pensando...— "mas quem me dera" completou em pensamento.
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