Stiles acordou sentindo suas costas doerem e seu pescoço latejar, ele olhou em volta vendo que estava na veterinária e viu um menininho deitado sobre sua coxa, foi então que as lembranças da noite anterior vieram à tona, Stiles arregalou os olhos e ficou tenso procurando qualquer vestígio de machucado no menino, mas nada, ele estava apenas com febre e suando muito.
— Scott? Deaton? — Stiles chamou pegando o pequeno - ainda sem nome para si-, no colo ao se levantar com cuidado.
— Vejo que acordou. Scott me falou o que aconteceu ontem, mas não tive oportunidade de perguntar o quê aconteceu e nem tive coragem de acordar vocês. — Deaton falou saindo de seu escritório e olhou curioso para o menino nos braços de Stiles.
— Bom, eu desmaiei, mas, foi por um bom motivo, esse menininho aqui, apareceu no meu carro do nada ontem a noite e diz ser meu filho, nascido de mim. Eu diria que foi uma boa piada. — Stiles diz e espera que Deaton ria, mas, ele pareceu surpreso.
— Nasceu de você? Isso é raro. — Deaton diz estendendo a mão para pegar o menininho mas Stiles não deixou, deu várias passadas para trás. — Calma, só quero ver se ele está bem. — Deaton tentou tranquilizar Stiles.
— Não, ele não está bem, ele falou que é um lobisomem, mas está doente. Por isso eu mandei ele para cá. — Stiles explica apertando o filho em seus braços de modo protetor, não sabia de onde estava vindo aquilo.
— Stiles? E então, como está meu sobrinho? — Scott perguntou entrando na sala de atendimento animado, mas Stiles rosnou recuando mais e os olhos dele pareceram brilhar em um azul intenso por míseros segundos, isso não passou despercebido por Scott, – mas não por Deaton –, e Scott parou no lugar de abrupto com a reação do melhor amigo, Deaton olhou surpreso para o castanho.
— Stiles? — Deaton o chamou estalando os dedos na frente do rosto de Stiles e ele pareceu acordar de um transe.
— Ele disse que tem outro pai, mas eu não sou gay, nem bissexual e nem sei quem é esse outro pai. — Stiles continuou a falar como se nada tivesse acontecido e entregou o filho para Deaton. — Você pode descobrir o que houve com ele? Ele me disse que pode ter sido a lua cheia. — Stiles diz ansioso e preocupado, apertando os dedos em um tique nervoso.
— Posso sim, os exames vão demorar, então, volte aqui para buscá-lo quando você voltar da escola, pode ser? — Deaton sugeriu e Stiles assentiu.
— Claro, claro, vou vir assim que sairmos de lá. — Stiles respondeu se aproximando do filho e o acorda. — Hey, eu tenho que ir para a escola, mais tarde eu venho te buscar com o tio Scott. Tá bom? — Stiles indagou já se afastando e o pequeno sorri assentindo. — Espera, não tive a oportunidade de perguntar seu nome ainda, qual é? — Stiles perguntou ao parar na porta olhando para o filho.
— Anthony, Anthony Stilinski. — Respondeu e Stiles sorriu.
— É um nome muito bonito. — Comentou o elogiando e Anthony sorriu amplamente.
— É o nome do meu super-herói favorito também, fora que é o nome do meu outro avô. — Anthony diz sorrindo orgulhoso.
— E qual é? O homem de ferro? — Stiles perguntou se referindo ao super-herói e Anthony assentiu abrindo aquele casaco enorme que lhe era familiar revelando uma camiseta do dito cujo. — Ele é meu super-herói favorito também, lógico, depois do Batman. — Stiles comenta e acena.
— Tchau papai, amo você. — Anthony falou e Stiles o olhou surpreso.
— Tam... também te amo, pequeno. — Stiles falou meio encabulado, mas sentia que o que disse era verdadeiro. — Tchau, até mais tarde. — Se despediu e foi para o jeep onde Scott o esperava.
— Você pegou sua mochila ontem? — Scott indagou curioso e Stiles olhou pela janela do banco de trás vendo ela ali.
— Eu sempre deixo minha mochila aqui. Facilita muito. — Stiles diz abrindo a porta do motorista e ambos partem direto para a escola, Stiles ficou o dia todo pensando em Anthony, estava ansioso, curioso e preocupado para saber o quê o pequeno tinha.
O dia passou rápido até, Scott teve que sair no meio da aula de literatura onde havia chego uma nova professora, que Stiles não gostou nadinha - vale ressaltar -, e que havia começado a aula de um jeito mais estranho ainda, Stiles definitivamente não gostava dela e desconfiava dela por algum motivo e não sabia qual era.
Stiles estava perdido em pensamentos tentando encontrar respostas para suas perguntas, até que notou um machucado no tornozelo de Lydia que estava ao seu lado.
— O que foi isso, Lydia? Está tudo bem? — Stiles perguntou apontando para a perna da loira avermelhada e Lydia o olhou com tédio. — O quê houve na sua perna? — Stiles perguntou e Lydia deu de ombros.
— Prada me mordeu. — Lydia respondeu simples voltando a desenhar em seu caderno uma árvore estranha.
— Seu cachorro te mordeu? — Stiles perguntou confuso.
— Não, minha bolsa me mordeu, claro que foi minha cachorrinha. — Lydia respondeu sarcástica e Stiles revirou os olhos.
— O sarcástico sou eu, tá bom? Nada de ficar tentando roubar… — Stiles se interrompeu se levantando de modo abrupto chamando atenção de todos e olhando para a janela confuso.
— O quê? — Lydia perguntou tão confusa quanto ao notar o olhar preocupado do castanho.
— Aquilo são pássaros? — Stiles indagou vendo uma estranha nuvem negra indo na direção da escola em alta velocidade.
— O quê é aquilo? — Lydia perguntou ficando em pé e os dois se aproximaram do vidro chamando a atenção da professora que estava de costas escrevendo no quadro negro.
— O quê os dois estão fazendo em pé? — A professora perguntou, mas foi ignorada, os outros alunos olharam para onde Lydia e Stiles que tinham os olhos fixos na janela e a professora se aproximou da janela também vendo vários corvos voando de um jeito assustador e desenfreado batendo em tudo e até neles mesmos.
— São corvos. — Stiles e Lydia sussurraram ao mesmo tempo e se assustaram quando um dos corvos se chocou no vidro, quebrando a janela e sujando de sangue a mesma.
— O quê...? — A professora soou confusa.
Então vários e vários corvos começaram a se chocar contra o vidro fazendo todos se afastarem da janela assustados, quando um corvo dos vários bateu no vidro mais uma vez, ela se partiu, fazendo vários corvos entrarem na sala, os alunos e a professora começaram a ficar desesperados, Stiles não pensou em mais nada, puxou Allison e Lydia para debaixo da mesa e se colocou em cima delas as protegendo, sentindo vários corvos os bicar.
Mas ele não se importou com a dor ou os machucados feitos pelos pássaros, o importante no momento era proteger suas amigas.
— Todo mundo pro chão! Pro chão. — A professora gritou protegendo alguns alunos, mesmo apavorada tentava proteger eles.
Então, do mesmo jeito que aqueles corvos aparecerá, eles morreram e alguns sumiram do nada.
Stiles se levantou lentamente com as meninas e viu o estado em que a sala se encontrava, tinha penas negras e pássaro mortos para todos os lados.
— Stiles, como é aquele negócio que você sempre fala? — Lydia perguntou baixinho.
— Um é acaso. — Stiles diz em um sussurro se lembrando do cervo. — Dois é coincidência. — Do cachorro. — Três é padrão. — Os pássaros.
(...)
A sala estava cheia de policiais, paramédicos e o controle de animais, tinha alguns pais ali também, assim como o pai de Stiles, foi então que ele se lembrou de Anthony.
— Eu tenho que ir. — Falou se levantando da mesa onde estava e começou a andar em direção a porta, mas foi barrado pelo pai.
— Você está bem? Está machucado. — Noah perguntou preocupado tirando uma pena do cabelo do filho e segurou no rosto dele vendo a testa machucada do mesmo.
— Estou bem, é só um arranhão. Eu preciso ir. — Stiles diz apressado.
— Ir para onde? Já te atenderam? — Noah perguntou barrando o filho novamente.
— Pode deixar xerife, ele já foi atendido. — Sr. Argent falou se aproximando dos dois e Noah olhou desconfiado para o filho.
— Tá, mas aonde você está indo? — Noah perguntou e Lydia se lembrou do garotinho de imediato.
— Ele vai no Deaton, ele está atrasado para o trabalho. — Lydia falou quando percebeu que Stiles não sabia o que responder.
— Isso, eu acabei esquecendo que hoje era meu primeiro dia. — Stiles diz de modo apressado.
— Quer que eu te leve? — Noah ofereceu e Stiles negou rapidamente.
— Não, não precisa, eu vim com meu jeep. — Respondeu e Noah assentiu, mesmo desconfiado.
— Tudo bem, mais tarde a gente se fala. — Noah diz e Stiles assentiu saindo a passos apressados.
— Você não acreditou nem um pouco, não é? — Allison indagou ao lado do xerife que via o filho correr pelo corredor de modo desajeitado.
— Nem um pouco. — Noah respondeu sincero soltando um suspiro frustrado.
(...)
— Hey, cheguei baixinho. — Stiles falou entrando na sala de atendimento da veterinária vendo o filho com um filhote de cachorrinho nos braços brincando com o mesmo. — Descobriu alguma coisa? — Perguntou a Deaton.
— Os exames vão me mostrar o que eu devo procurar e tratar, pode ficar tranqüilo, amanhã mesmo os resultados saíram. — Deaton respondeu.
— Podemos ficar com ele papai? — Anthony perguntou esperançoso indo até o pai.
— Não querido, não podemos, ele tem dono, não é Deaton? — Stiles indagou ao mais velho que negou com a cabeça.
— Não, ele foi abandonado ontem a tarde aqui na porta, podem ficar se vocês quiserem. Um presente. — Deaton falou e Stiles olhou para o filho.
— Bom, parece que temos um cachorro. — Stiles diz dando de ombros e Anthony se anima. — Como se diz? — Stiles pergunta e Anthony olha para Deaton como se aquilo fosse um costume entre os dois mais jovens.
— Obrigado, tio Alan. — Anthony diz e Stiles o pega no colo.
— De nada pequeno Anthony. — Deaton diz. — Traga ele amanhã novamente, mesmo horário, tá bom?
— Sim, pode deixar. — Stiles respondeu saindo da clínica e entrou no jeep com Anthony o acomodando no banco do carona, tinha que comprar uma cadeirinha, fez uma nota mental sobre aquilo e Stiles colocando o cinto de segurança nele.
— Onde vamos agora? Vamos pra casa? — Anthony perguntou e como se uma dádiva divina tivesse atendido a um pedido mudo de socorro de Stiles para aquela pergunta.
O celular dele tocou anunciando uma mensagem de Scott.
— Ainda não, precisamos ir a um lugar, e antes de tudo, eu preciso conversar com o meu pai sobre você. — Stiles diz lendo a mensagem enquanto colocava o cinto de segurança em si mesmo.
— Onde a gente vai papai? — Anthony perguntou acariciando os pelos marrons do cachorrinho que dormia em seus braços pequenos.
— Vamos conhecer um Sourwolf mau humorado, ele achou seu irmão. — Stiles diz sorrindo e Anthony o olhou animado apertando o cachorrinho com carinho.
— Eu tenho um irmão? — Anthony perguntou surpreso e Stiles franziu o cenho.
— Tem alguns. — Decidiu por responder.
— Que legal, eu sempre quis ter um montão de irmãos, mas você falou que só eu estava de bom tamanho. — Anthony diz sem deixar de sorrir. — Tenho muitos irmãos? — Anthony questionou animado e Stiles assentiu sorrindo.
— Sim, só temos que procurar mais dois, aí, a família vai estar toda reunida. — Stiles respondeu depois de um tempo em silêncio dirigindo para a preserve.
— Onde a gente está? — Anthony perguntou depois de um tempo colocando o cachorrinho deitado ao seu lado no banco.
— Estamos indo para a casa monstro filho, já assistiu esse desenho? — Stiles perguntou brincalhão.
— Já, é meu desenho favorito, gosto muito do Sr. Epaminondas. — Anthony respondeu animado.
— Você vai conhecer a versão 2.0 dele. — Stiles falou cutucando o filho que riu. — Só que ao invés dele falar, 'Não pise no meu gramado.' Ele diz: "Aqui é propriedade privada, caiam fora". — Stiles diz fazendo graça soltando seus cintos ao estacionar e Anthony ri. — Você vai gostar dele.
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