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História Os Mestres da Guerra - TAYLOR -- O bichinho de Tártaro


Escrita por: CapivaraDoBem

Capítulo 42 - TAYLOR -- O bichinho de Tártaro


– Cristopher, pare! – Annabeth grita. – Esses golpes só a fortalecem!

 

– Como assim? – ele para uma machadada no último segundo. Embainha-o nas costas, com um típico ruído de couro da bainha com o cabo metálico, e dirige um olhar confuso à filha de Atena.

 

– A corrente funciona parecido com uma pilha. – Annabeth estende a pilha que atingiu-a, para que todos vejam. – Só que para magia. Nossos ataques carregaram-na, e deixaram-na mais forte.

 

– Então precisamos…? – Taylor não consegue acompanhar o raciocínio.

 

– Descarregá-la! – Annabeth fala, animada.

 

– Humm… – Taylor coça o queixo. – E como, especificamente, vamos fazer isso?

 

– Ótimo ponto. – Annabeth pondera. – Precisamos, de alguma forma, extrair aquele poder. Roubar aquele poder.

 

Annabeth e Cristopher se entreolham. Eles abrem um sorriso.

 

– Feixe Galáctico! – os dois gritam em uníssono.

 

O raio branco, orbitado por espirais azuis e vermelhas, choca-se com a corrente e, milagrosamente, não é ricocheteado nem absorvido. Pelo contrário, outro feixe luminoso colorido o atravessa por dentro, na direção de Cris e Annie, indicando que eles extraíam poder da corrente. Os cabelos dos dois se arrepiam, e o deslocamento do poder causa uma ventania no salão. As correntes de Nico perdiam cor!

Progressivamente, a corrente foi se fragilizando, e a pele de Cristopher e Annabeth dava a impressão de romper-se vagarosamente, com a quantidade de poder absorvido passava dos limites. Felizmente, nada muito sério aconteceu. Eles quase sobrecarregaram, mas, com a quantidade de treino que fizeram, as lutas na dimensão da Ascensão, e o fato de eles serem deuses, o limite de poder deles aumentara muito.

A corrente fica completamente negra. Taylor se aproxima, e com um simples assoprar ela se quebra. Nico está livre!

 

– Esse metal rouba a magia de quem toca. Por isso Nico não podia se comunicar conosco. – Taylor observa.

 

Uma lágrima escorre do rosto do semideus filho de Hades. Ele passa o dedão em cima, limpando-a:

 

– O-Obrigado. Eu pensei que seria escravizado para sempre.

 

– Escrav…?

 

– Sim. Eu abri a passagem para que Atlas invadisse o Acampamento Júpiter.

 

– Mas, se foi você, o que aconteceu com Hades?

 

– Não sei. Perdi a noção de quanto tempo estou aqui. Assim que nós derrotamos Gaia, um último séquito fedido de monstros sobreviveu. Eles eram poucos, mas conseguiram traçar um plano de vingança contra os semideuses. Capturaram-me e me trouxeram para cá, e fui forçado a abrir caminhos sob a terra.

 

– Tártaro, esse ser imundo… – Taylor apanha um punhado de rocha no chão, e o aperta com força, até que ceda e parta-se no meio.

 

– Pelo menos com Nico ao nosso lado…

 

– O mundo está salvo das influências de Tártaro. – Annabeth diz. – A não ser que outra pessoa seja capaz de abrir portais para a Terra.

 

– Eu posso, mas estou fora de cogitação… – Gabriela pondera. – Talvez algum outro filho do Submundo?

 

– Não sei da existência de meio-irmãos fortes o suficiente para conseguir abrir uma passagem em mais de três mil quilômetros de terra. – Nico fala, em meio a tosses. – Mas eu acho que precisamos nos mexer.

 

– Por quê?

 

– Existe um monstro neste lugar. Ele… – Trevor começa

 

– Nós matamos ele. – Cristopher se encoraja.

 

Não. – Trevor repreende o filho do Caos, sinistramente decidido. – Nós não vamos combater esse monstro. Por tudo o que é mais sagrado, não vamos.

 

– Qual é essa ameaça tão macabra, que nós não podemos lutar contra? – Taylor pergunta.

 

– Um monstro parecido com uma minhoca, que é atraído por explosões violentas.

 

– O meu Golpe da Lua deve ter chamado a atenção desse bicho… – Jennifer fala baixinho. – Desculpa…

 

– Não seja por isso! – Trevor dá uma risada levemente forçada, e põe um braço no ombro de Jennifer, que ficou visivelmente nervosa com o gesto. A pele branca como a neve da filha de Jápeto parecia chiar em contato com a de Trevor. Era como se lava e água se encostassem.

 

A impressão que Taylor teve sobre o chiado se provara mais concreta. Definitivamente, algo fazia um barulho bem suave. Ele ficou em alerta máximo. Conseguiu sentir uma fagulha de poder, alguns quilômetros ao norte. Estava vindo na direção deles, rapidamente.

 

– Também sentiu isso? – Gabriela agarra a mão de Cristopher.

 

– Sentir o quê?

 

A paisagem vista por eles era simples. Uma planície se estendendo por cerca de um quilômetro de raio, e cercada por ondulações no terreno, que pareciam morros. O grupo estava dentro de uma sala em ruínas, exatamente no meio da planície. Algumas árvores retorcidas permeavam a vista, e o rio Flegetonte, o rio de fogo líquido do Tártaro, corria além dos morros que os cercavam. Era possível até ver, ao longe, o brilho causado pelo fogo, iluminando a escuridão escarlate do inferno.

Como se fosse uma bolha estourando, de um morro irrompeu um monstro cilíndrico imenso, com no mínimo cem metros de diâmetro. Ele se ergueu por centenas de metros de altura, antes de se jogar no chão, em direção à Taylor e seus amigos.

Quando caiu no chão, Taylor conseguiu ver alguns detalhes. O monstro era parecidíssimo com uma cobra, exceto por ter dez camadas de dentes, cada um deles com trinta metros de altura. A cobra seria capaz de engolir um edifício com facilidade.

 

– Por Caos! Isso é imenso! – Cristopher se espanta. – Corram!

 

Eles saem em disparada. Taylor tinha vantagem nesse tipo de atividade. Embora transformar-se em água fosse suicídio no meio do inferno, ele não precisava da velocidade mágica extra. Apenas com seu treinamento físico conseguia correr rápido o bastante.

Ele saltou pelos tijolos, vigas, colunas, corpos e paredes derrubadas, ruínas da sala que estavam. O ar ficou menos denso do lado de fora, o que facilitava a respiração. E eles tinham treinado isso também.

Ao saírem da sala, Nico gritou:

 

– Esperem! Hazel não está conosco!

 

– Não podemos esperar! – Trevor grita. – Não temos tempo! A cobra vai nos devorar!

 

– Cristopher! Tente sentir o poder dela! – Nico pede.

 

– Não sinto nada. – O filho do Caos para e se concentra ao máximo. Depois dá a negativa.

 

– Droga! – Nico se desespera e corre na direção da minhoca, saindo da companhia do grupo. – Irmã! Não vou ser separado de você! Nunca mais!

 

– Nico! Não! – Annabeth grita, e estende uma mão na direção dele. O gesto não foi visto pelo semideus filho de Hades.

 

– Temos que ir. – Percy passa um braço em volta dela, chamando-a.

 

– Hazel! – Nico grita, e é engolfado por uma neblina cor-de-sangue. A sua silhueta desaparece, da mesma forma que aconteceu com a filha de Plutão.

 

– Hazel! – o grupo ouve o eco do chamado desesperado de Nico. – AAAHHH!!!!

 

– NICOO!!! – Annabeth grita, chorando.

 

– Vamos! Agora! – Trevor ordena.

 

O grupo, agora com quatorze integrantes, sofrera duas perdas em menos de uma hora. Eles correm por vários quilômetros, e a minhoca gigante continuava no encalço deles. Passaram de maneira nem um pouco discreta por monstros escondidos em cavernas, pularam por corpos pútridos, pedras instáveis, troncos secos e retorcidos e lagos de sangue. Finis e Urano voavam sobre eles, calmamente, como se esperassem que algo sinistro acontecesse. Por que eles não reagem?! Não fazem algo?!

 

– Ah. Ah. – Taylor arfa, pela corrida. – Fazer as coisas no Tártaro é realmente mais difícil.

 

– Pra vocês, talvez… – Trevor despreza.

 

– Você não perde a oportunidade de ficar quieto, né? – Percy se estressa. – Sempre querendo se gabar… Sempre com um olhar menosprezador e debochante… Você parece estar tratando essa missão como algo unicamente social!

 

– Ah, Percy, querido amigo… – Trevor abre um sorriso, de canto de boca. – Lógico que eu quero ajudar vocês…

 

– Então pare de ser chato! Porra! – Percy grita.

 

– Sshhh. – Taylor pede silêncio. O que acontecia aqui? Trevor realmente esteve agindo de forma meio babaca nas últimas horas, mas aquele sorriso de canto de boca foi estranho. Taylor decidiu esquecer o que viu. O cansaço deveria estar afetando-o.

 

A minhoca monstruosa irrompe do solo, quinze metros à frente deles. Ela foi suave ao ponto de cavar a terra sem fazer vibração alguma no solo, e forte o suficiente para, quando emergiu, rasgar a terra com facilidade, levantando toneladas e mais toneladas de terra e pedra infernais, em blocos do tamanho de casas.

O Deus dos Assassinos deu uma olhada rápida no relevo ao seu redor. Normalmente, a vantagem mais crucial num combate é o território onde se luta. Ele estava acostumado a tirar proveito disso para finalizar seu oponente com mais facilidade. Becos, pontos cegos, terrenos acidentados, lugares que podem desabar, entre outras coisas, são formações que Taylor procura sempre que entra em algum combate.

Mas não havia nada. O terreno era uma depressão, completamente lisa e plana, cercada por chapadas de mais ou menos cento e cinquenta metros de altura. E, pior ainda, o terreno plano era uma vantagem para a minhoca, pois ela podia fazer um ataque surpresa quando quisesse, e se soterrar para regenerar, caso precisasse. A única saída sem precisar escalar era o lugar por onde eles fugiram da minhoca, ou seja, dar meia-volta.

 

– Não há para onde fugir. Temos que lutar.

 

– Como vamos lutar contra algo desse tamanho? – Jennifer se manifesta, incrédula. – É impossível!

 

– Vou ter que falar de novo. – Cristopher diz, e apoia seu machado no ombro. – O impossível é meu combustível.

 

Ele parte para o ataque, não ligando se estivesse sozinho. Dá um salto grandioso, cobrindo centenas de metros de distância, determinado a fatiar a minhoca. Ele parecia insignificante perto dela, mas tamanho não é e nunca será documento.

Taylor não queria lutar. Não queria mesmo. Mas Cristopher o deixou sem alternativas, a não ser acompanhá-lo. O Deus dos Assassinos correu velozmente, acompanhando o trajeto de seu amigo no ar, de modo que os dois atacassem ao mesmo tempo, em pontos diferentes.

Cristopher escolheu desferir uma poderosa machadada na lateral da minhoca, perto da cabeça. E Taylor se aproximava da lateral direita, já ativando os poderes mágicos de suas cimitarras. Ele se sentiu insignificante. A minhoca mal cabia no seu campo de visão!

Taylor encostou suas lâminas roxas brilhantes numa imensa placa escamosa da pele do monstro, fazendo um golpe em X. Concomitantemente, Cristopher transferiu toda a energia do seu golpe num impacto, do outro lado da minhoca. O impacto produziu uma nuvem de choque de poeira, que tampou a vista dos dois por uns breves segundos. Taylor só conseguiu ver uma faísca branca saindo de onde ele havia atingido a placa.

Ele parou para examinar os estragos. Nada!

 

– Conseguiu alguma coisa? – Taylor retorna a companhia de seus amigos, e pergunta a Cristopher, que também retornara do ataque.

 

– Um único risco. Já é melhor do que nada.

 

– Será que ela tem algum ponto fraco? – Annabeth pondera. – Alguma parte do corpo que não seja coberta por essas escamas?

 

– Podemos tentar achar. – Taylor responde, mas achava improvável. – Você consegue achar algo sobre esse monstro naquele seu livro?

 

– Que livro? – Annabeth fica confusa por um instante. – Ah, aquele livro. Eu o esqueci lá em cima, no meio da confusão que tivemos ao pular para o Tártaro sob ataque dos galacti. Ele podia nos ajudar… Sou muito burra, me desculpem.

 

– Droga. – Percy diz baixinho.

 

– Vamos ter que partir para o ataque comum. – Cristopher decide, e se concentra para se transformar na primeira forma estrelada.

 

Os quatorze deuses se preparam para o combate. Gabriela enrijeceu os músculos, encarando a minhoca de cem metros de diâmetro como se fosse uma estátua imóvel. Os cabelos dela voavam sem vento algum, e tremeluziam, mudando sua cor para prateado. O ar entorno dela ficou mais quente. Ela demorou trinta segundos para atingir a sua forma estrelada 1.

Jason saca suas duas espadas, Sfagí e Anastenagmós. Taylor saca suas cimitarras gêmeas. Percy empunha Contracorrente, agora encantada e reforjada com bronze celestial divino. Annabeth pega sua adaga de aço, estilo reptiliana, que foi conquistada quando Jason expulsou momentaneamente Khyn’kai da Terra.

Frank e Mikael puseram mãos em seus arcos, preparados para causar o máximo de dano que conseguissem. Jennifer empunhou o seu sabre cor de prata, brilhando com a essência da Lua que guardava em seu interior. Homer também pegou seu sabre, mas do dele brilhava com a essência do Sol. Carla apoiou sua foice no ombro enquanto Leo e Trevor enchiam as mãos de fogo. Até Piper pôs as mãos em armas para ajudar!

 

– Ao ataque! – Cristopher bradou, e novamente partiu por primeiro.

 

Todos começaram a golpear a minhoca. Cristopher desferia golpes poderosos com seu machado, cada um fazendo uma onda de impacto. Trevor conjurava jatos de fogo negro, que se misturavam ao fogo branco invocado por Leo. O fogo misto era pura magia, ardendo mais até que o fogo grego, substância muito conhecida nos acampamentos de semideuses. Ele se chocava nas escamas e se alastrava por toda a minhoca.

Frank e Mikael faziam chover flechas explosivas em diferentes lugares da minhoca, danificando-a, pela impressão que tinham. Cristopher e Gabriela também bombardeavam a criatura com ataques de energia. E os outros golpeavam com suas lâminas algumas fendas que apareciam de vez em quando entre duas escamas, já que não conseguiam penetrar nas escamas.

Eles ficaram por horas bombardeando a minhoca, que tentava pegá-los balançando o corpo, mas era incrivelmente lenta. Taylor se lembrou de Percy contando sobre os deuses lutando contra Tifão. Tifão era um monstruoso gigante que foi libertado sem querer por Percy, devastou boa parte dos Estados Unidos, e serviu como “tropa de choque” de um homem só para os planos de Cronos.

Os deuses quase não causavam danos a ele, somente Poseidon foi capaz de abrir um buraco até o Tártaro (onde eles estavam agora!) para que Tifão caísse.

A situação de Taylor e seus amigos não era muito diferente dessa, infelizmente. Será, Taylor se perguntou enquanto achava uma fenda para atacar, será que aquela minhoca era, na verdade, esse tal de Tifão?

 

– Não tem importância no nome da minhoca agora, Taylor! – Cristopher grita, arfando. Taylor esquecera que eles estavam com link mental. – Haaaaa!

 

Cristopher grita, e conjura um raio de energia diretamente na direção da minhoca. Gabriela faz o mesmo, combinando seu feixe mágico ao de seu namorado, igualzinho ao que Leo e Trevor fizeram com suas chamas. O feixe, de poder multiplicado, atinge a minhoca na altura da boca e explode grandiosamente, levantando uma imensa nuvem de poeira, que para de se debater por um momento. Eles venceram?

O grupo recua para avaliar os estragos. A nuvem de poeira abaixa, e eles podem ver a sua oponente, com seus dentes quebrados fincados na língua, céu da boca, esôfago e órgãos internos. Os dentes também saíram para fora, espetando o chão. De longe, não pareciam tão grandes, mas ao chegar perto, Taylor teve que olhar para cima para ver sua ponta da mesma maneira que olhava para cima para ver o último andar de um prédio!

A boca da minhoca estava toda destruída e soltava fumaça. O grupo recuou para a frente dela, como um bando de aventureiros olhando para o túnel que atravessariam mais tarde. Frank e Mikael não mudaram de posição desde que começaram a atirar, ficando no centro da formação.

 

– Só para garantir… – Cristopher invoca uma pequena esfera de energia e arremessa dentro do corpo da minhoca. Nem chegaria a arranhá-la, se fosse jogada contra uma escama, mas o que será que faria dentro do organismo do monstro?

 

A esfera viaja pelo corpo do monstro-cobra gigante, iluminando suas entranhas. A última refeição dela ainda estava lá, sendo digerida. Uma réplica da Estátua da Liberdade, em tamanho original, o que fez Taylor se perguntar sobre o gosto da minhoca por estátuas de metal

Uma pequena explosão arrancou o braço direito daquela estátua. Aquilo desencadeou uma reação, despejando gosma verde em cima dela. Talvez algum resto de ácido estomacal nojento. A estátua coberta de gosma emitiu um pulso de luz, e virou cinzas. Inesperadamente, um jato daquele ácido foi cuspido da parte debaixo da língua diretamente na direção do grupo.

Como se fossem treinados para isso, os deuses se esquivaram dos jatos pulando, se agachando e correndo. Annabeth ficou intangível para não ser atingida. Cristopher e Gabriela se teleportaram para longe. Leo e Trevor se transformaram em chamas, enquanto Percy e Taylor viraram vapor de água momentaneamente. Os outros se esquivaram. Somente os mais centrais realmente foram atingidos…

Frank e Mikael foram primeiramente lançados para trás com o impacto do jato de ácido. Eles começaram a agonizar, gritando alto enquanto o corpo deles pulsava em luz, e lentamente se desfazia em pó.

 

– Aarghh! – geme Frank – Socorro!

 

– Frank! Mikael! – Percy grita. – Não!

 

– Alguém faça alguma coisa! – Annabeth grita, desesperada – Voltar no tempo, energia da criação, alguma coisa!

 

Cristopher invoca um feixe de energia da criação, e o arremessa contra os dois, que se desfaziam em pó. O feixe estava a dez centímetros de encostar no peito de Frank quando o corpo dele se desintegrou por completo.

 

– Não! – Cristopher grita. Ele perde a transformação estrelada e desmaia logo em seguida, por conta do cansaço. Uma única lágrima escorre pelo olho direito do filho do Caos. A rede neural que interligava o grupo enfraquece e desaparece.

 

– Eles se foram – Gabriela tenta acalmar o grupo. – Havia Energia da Destruição naquele ácido digestivo. Não há nada que possamos fazer.

 

– Desgraçada! – Jason levanta Anastenagmós. O brilho branco daquela espada se intensifica, parecendo que sabia que lutaria mais uma vez contra o mal.

 

– Espere! – Gabriela pede. – Algo aqui está errado. Estou sentindo.

 

– Claro que algo está errado! Quatro de nós já morreram! – Jason briga. – Vamos! Essa desgraçada vai me pagar caro!

 

Jason parte para o ataque, furioso. Com Sfagí e Anastenagmós empunhadas, o Deus dos Céus parecia ter sob controle não apenas duas espadas, mas o próprio Bem e o próprio Mal. Cada uma delas brilhava com uma aura diferente, uma benigna, misericordiosa e outra maligna, sanguinária.

Ele avança. A minhoca ainda está atordoada pelo golpe de Cristopher e Gabriela, e não foi capaz de perceber um minúsculo deus aproximando-se.

 

– Eu cortarei você, de dentro para fora! – Jason estava insano. Sfagí brilhava mais forte – Eu vou achar seu coração, e te matar!

 

– Jason, não! – Gabriela grita.

 

O filho de Júpiter não lhe dá ouvidos. Põe o pé na língua da minhoca, desviando dos dentes alojados na boca dela. As nuvens do céu do Tártaro pareciam acompanhar o deus na sua movimentação. Elas eram atraídas para a zona de combate, e começavam a girar vagarosamente, e depois aceleravam gradativamente. Quanto mais furioso Jason ficava, mais rápido as nuvens escarlates giravam, e formavam um disco com um buraco no meio.

A minhoca pisca seus olhos, que eram, cada um, do tamanho de uma copa de árvore. Ela solta um guincho grave e ensurdecedor, e fecha sua mandíbula com dificuldade. Jason está preso lá dentro.

 

– Ele não vai parar enquanto a minhoca não estiver morta. – Piper constata.

 

– Vamos ajudá-lo por fora, então. – Jennifer se prepara. – Posso tentar abrir a minhoca com o meu Golpe da Lua, de novo. Acabar com isso da mesma forma com que começou. Eu só preciso… – ela arfa.

 

A situação do grupo era deprimente. O fato de estar no Tártaro esgotava-os muito mais rapidamente, tanto no quesito físico, como psicológico, como qualquer outro.

 

– Eu também posso tentar. – Taylor se manifesta. – Eu andei treinando uma nova técnica, que serve justamente para esse caso.

 

– Ótimo. Eu vou cuidar de Cristopher. – Gabriela diz, e caminha para o lugar onde Cris tinha desmaiado.

 

Taylor põe suas cimitarras numa posição incomum. Ele encosta o cabo de uma no cabo da outra, e gira uma das lâminas, fazendo com que as suas armas ficassem parecendo uma espada de dois lados. Ele faz um movimento de prensa com as mãos, e os cabos magicamente grudam. O Deus dos Assassinos obtém uma espécie de bumerangue laminado.

 

– Essa é a parte mais legal. – ele comenta. – Disco da Morte, Voe!

 

Taylor agarra sua arma com a mão direita e a gira rapidamente. Então, arremessa o seu disco da morte na direção da minhoca. Segurando o pulso direito com a mão esquerda, ele consegue controlar o voo de seu bumerangue, cujas lâminas se acenderam em aura roxa.

A lâmina, girando milhares de vezes por minuto, começa a soltar faíscas quando entra em contato com as escamas da minhoca. Ele fez uma serra circular!

 

– Jason! Vamos resgatar você! – Percy grita.

 

Um vento sombrio e gelado percorre o vale onde eles se encontravam. O assovio que ele fazia ao bater nas montanhas era sinistro. As nuvens do céu começaram a chover ácido, e trovejar. O ambiente ficou escuro, como uma tempestade do mundo real, só que pior.

Três objetos escuros caíram na planície, aparentemente aleatoriamente jogados. Caíram com uma explosão ensurdecedora. Menor do que o Golpe da Lua, de Jennifer, mas ainda assim grandes. O impacto ensurdeceu os deuses por um breve período.

 

– Vocês não vão a lugar algum. – uma voz inexpressiva e vaga assolou a planície.



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