Fui "irritando" Lorran até o condomínio, onde ele quase saiu correndo para se livrar de mim.
— Nada disso, mocinho. Vou conhecer a pessoa que deixou você sair comigo — me referi à sua mãe.
Lorran fez uma cara de "Não, por favor" e eu ri. Baguncei seus cabelos e segui ele até sua casa.
Quando estávamos no corredor, Lorran me parou inesperadamente e me olhou feio.
— Se a minha mãe gostar de você, ela vai ficar me enchendo o saco para que eu te traga novamente. Então, não seja você mesmo — ele disse e se afastou.
— Como assim, "não ser eu mesmo"? Está dizendo que meu jeito é amável ao ponto de sua mãe querer me ver novamente? — sorri ao perceber que ele tinha ficado meio vermelho e irritado.
Lorran não respondeu e somente abriu a porta de sua casa. O cheiro de comida caseira logo invadiu meu nariz, me fazendo ficar com fome.
— Mãe, cheguei — Lorran se sentou no sofá.
Me sentei ao seu lado e esperei a mãe dele aparecer em meu campo de visão. Quando ela apareceu, imediatamente quis apertá-la. Era uma senhora menor que eu, e digamos, bem fofa.
— Lorran, é seu amigo? — ela perguntou e eu logo levantei.
— É — ele respondeu seco, o que me fez rir.
— Me chamo Viktor, prazer — estendi a mão e ela apertou, logo dando um sorriso.
— Margarida. Lorran, não me falou que tinha um amigo tão bonito! — a senhora disse e segurou em meu ombro, logo ficando ao meu lado — Era esse Viktor que você me falou esses dias? Ele é realmente bonito, e me parece bem educado.
— Mãe! — Lorran colocou a mão no rosto em sinal de constrangimento.
— Ele fala de mim para a senhora? — sorri.
— Toda vez que ele sobe ele fala de um Viktor, que deve ser você. Como é legal e tudo mais. Nunca vi esse garoto gostar tanto de um amigo.
O olhei e sorri, não acreditando. Lorran levantou e se sentou na mesa, ignorando nós dois conversando.
— Ah, eu também gosto dele. É um amigo muito bom — me sentei á sua frente.
— Que ótimo que vai ficar para o almoço. Gosta de lasanha? — ela me perguntou e eu confirmei.
Margarida foi para cozinha e eu olhei Lorran, que estava desviando seu olhar para a parede.
— Não era você — ele disse, ainda olhando para a parede.
— Se não era eu, por que não consegue olhar para mim?
Ri baixo e ele continou à olhar para a parede. Margarida chegou com uma forma inteira de lasanha.
— Vou te ajudar — levantei e fui com ela direto para a cozinha.
Ela me disse onde ficava os pratos e os copos. Peguei o bastante e servi a mesa. Margarida trouxe os talheres e deu dois para cada um.
Ela cortou a lasanha e primeiro me serviu, depois Lorran e por fim, ela. Comi o primeiro pedaço, e Meu Deus!
— Está divino — coloquei a mão na boca para falar — Não sei como Lorran não engorda com isso, porque se fosse eu, estaria comendo todos os dias.
— Obrigada, querido — Margarida sorriu.
Lorran somente comia, sem nenhum comentário ou reação. Ele ainda estava bravo, e ele bravo era tão fofo.
Continua...
Muitos usuários deixam de postar por falta de comentários, estimule o trabalho deles, deixando um comentário.
Para comentar e incentivar o autor, Cadastre-se ou Acesse sua Conta.