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História "Os opostos se atraem?" - Livro 2 - Oh, fuck!



Capítulo 22 - Oh, fuck!


Mais um dia no hospital.

Mais um dia  na parte de consultas, supervisão na pediatria, assistência aos neurologistas, operações e operações em fígados, rins e assistindo à cirurgias em corações, aprendendo a fazer pontes de safena.

Isso o dia todo. Eu tive que tomar dezenas de doses de café expresso para acordar, pois o episódio da noite anterior havia roubado todas as minhas horas a mais de sono.

Meu horário normal de saída era as 17:00, se houvesse algum imprevisto, eu ficaria até mais tarde, mas como hoje não houve nenhum, peguei o carro e fui direto para casa.

Mal deixei minha bolsa na sala, meu telefone tocou.

  - Alô? - falei soltando o cabelo.

  - Mel, é a Bruh. Está livre no almoço amanhã?

Parei para pensar... Os internos chegaram hoje e a partir de amanhã os residentes teriam mais "sossego" com eles lá, então sim, eu estava livre. A cirurgia de retirada do baço que eu faria, foi passada para um interno como prova de competência, e outro residente supervisionaria.

  - Sim. Por quê?

  - Está preparada para o almoço que te falei?

Do jeito que ela disse, pude imaginar um sorriso aparecendo em seu rosto.

  - Na verdade, não. - suspirei.

  - Nem pense nisso. Não ouse desistir.

  - Não vou desistir. Só não estou pronta.

  - Vai estar. Salada Grill amanhã às 12:30.

  - E Bella?

  - Deixe ela com algumas amigas.

  - Tá, tudo bem. Até.

  - Até.

Dispensei a babá de Bella, Joana, e fui até o quarto dela.

  - Oi, mãe! - ela saiu sacana e veio me abraçar.

  - Olá. Você conversou com a Giovanna?

  - O tio Vini e a tia Alice vão levar a Gi pra casa da vó dela amanhã, é uma visita porque ela mora em outra cidade. E a Gabi ficou doente.

  - Parece que alguém vai ter que ir para a casa da vovó. - eu ri.

De terça, a babá não vinha, então era o dia reservado que Bella ficava com Giovanna, mas como ela não vai estar aqui...

  - Não! Deixa eu ficar em casa! Ela não gosta quando eu durmo de tarde. E fica enchendo o saco.

  - Então, quando a van te deixar aqui em casa, você jura que não abre a porta para ninguém?

  - Juro.

  - Sabe onde fica a chave reserva?

  - Sei.

  - E se alguém tocar a campainha?

  - Eu espero, daí se tocar mais duas vezes curtinhas, é você.

  - E se não...?

  - Eu não atendo.

  - Tranca as portas?

  - Sim.

  - Todas?

  - Sim.

  - E se ouvir um barulho?

  - Eu entro no meu quarto, me tranco no banheiro e te ligo.

  - Isso. - dei um beijo na testa dela. - Acho que eu volto amanhã à tarde. Já almoçou?

  - Tudo bem. Sim.

  - Então ok.

Sai de seu quarto e fui tomar um banho. Logo depois, Renato me mandou mensagem.

  "Quer sair hoje?"

"Hoje? Sério? Saí mais cedo do trabalho"

"Por isso mesmo."

"Rê, deixa para outro dia. Estou morta."

"Tudo bem. Boa noite."

"Boa noite"

Deixei o celular de lado e me perguntei se eu realmente não estava indo só por causa que estava cansada, ou se tinha outro motivo...

Fiz o jantar para nós duas, mas Bella não largava o celular e fones de ouvido.

  - O quê tanto você vê nesse telefone?

  - O Luba. Ele é gay.

  Sorri. Fazia ANOS que o Luba fazia vídeos para o YouTube. Quase uma década e eu já cheguei a ver alguns vídeos dele.

  Jantamos enquanto assistimos um dos vídeos com a mãe dele, rindo quase sempre, e depois, como já eram mais de 21:00 e eu estava morrendo de sono, dei boa noite para Bella e me afundei em travesseiros e edredons.

No dia seguinte, eu fui para o hospital às 6 e saí às 11, que era a hora da cirurgia. Os internos vão dar um sossego imenso para os residentes no hospital, e talvez essa semana eu já conheça o meu time.

Fui para casa. Bella ainda não havia chegado da escola, então eu comi alguma coisa para forrar o estômago, tomei um banho e me arrumei de um jeito simples.

Ao me olhar no espelho, a Melissa de 16, 17 anos estava de volta. Jeans claro, uma regata branca é um cardigã azul por cima. Nos pés, Vans.

Ao chegar no Salada Grill, encontrei a Brunna segurando uma mesa.

  - Finalmente, achei que tinha morrido.

   - Exagerada, estou 2 minutos atrasada.

  - Olha o Nathan ali.

Me virei. Nathan se aproximava com um sorriso e cumprimentou a nós duas logo antes de se sentar.

  - Não tô a fim de segurar vela aqui. - falei.

  - Relaxa, o Gabriel tá chegando. - Nathan disse

  - Há ha ha que engraçado.

Mas ele estava certo, logo Gabriel chegou, e meu estômago revirou. Depois desse almoço, não teria mais escapatória, eu teria que contar.

E sabia que Brunna e Nathan dariam um jeito de sair, antes que eu e Gabriel terminasse de comer.

  - Oi... - ele disse coçando a nuca e me deu um beijo no rosto.

  - Oi...

Ao fazer nossos pratos, Gabriel ficava me olhando como se pedisse permissão para comer tal coisa. Ele parava perto de panelas com feijoada, buchada, essas coisas e erguia a sobrancelha para mim. Eu não conseguia segurar o riso e apenas negava com a cabeça.

Por fim, ele fez um prato recheado de salada e outras coisas leves, mas pelo menos, seu fígado se recuperaria.

Como eu previ, Brunna e Nathan disfarçaram bem, mas comeram correndo apenas para poderem ir embora e nos deixarem sozinhos.

  - Olha, só, preciso ir. - ela disse - Nós precisamos. Que pena, né?

Se levantou, inclinou o corpo sobre mim e sussurrou em meu ouvido.

  - Deixe passar, e eu quebro sua cara.

  - OK - rolei os olhos.

Eles se foram, e por um momento, me senti indefesa ali.

  - Só eu que acho que foi um truque?

  - Não - respondi. - Não mesmo.

Suspirei.

  - Gabriel, eu... - comecei, mas parei de falar quando vi que meu celular vibrava. Ele estava em cima da mesa e a palavra "Amor" aparecia na tela.

Gabriel deu uma olhada no aparelho e fechou a cara. Eu ignorei a chamada e guardei o celular no bolso.

Quando nossos olhares se cruzaram, ele desviou sem hesitar.

  - O que foi?

  - Nada - ele disse frio.

  - Qual é!

  - Na.Da.

  Cruzei os braços.

  - Você aceita sair comigo e tem um "amor" te esperando em casa? - ele fez aspas com as mãos.

  Merda. Eu havia dito a ele ontem que ele poderia me levar para sair.

  - Sair como amigos - eu falei - Não é isso que somos?

Merda. Cala a boca, Melissa.

  - Porra, Melissa, amigos? Amigos se pegam daquele jeito? Amigos fazem retrato um do outro? - ele disse um pouco alto, e algumas pessoas nos olharam.

  - É melhor terminarmos esse assunto em casa.

  - Não rola, eu vim a pé - ele disse.

  - Por quê?

  - Precisava pensar.

  - E eu preciso falar com você.

  - Tá, tudo bem. Me dá uma carona?

  - Vamos.

Nos levantamos e pagamos. Quer dizer, ele pagou, depois dos meus protestos, entramos no carro e logo meu celular começa a vibrar novamente.

  - Ele não desiste. - disse Gabriel.

  - Desistir não é muito o forte dele.

  - Ele teve que insistir pra te ter?

Por que ele queria saber isso?

  - Sim. - falei.

  - Mais do que eu?

  - Com você era diferente. Eu gostava de você muito antes.

Ele sorriu.

  - Ah, é?

  - Sim. Eu sei que você começou a gostar de mim bem depois que ficou sabendo que eu estava na sua.

  - Não tão depois assim. Você era teimosa, insistente e curiosa. O meu oposto, mas ao mesmo tempo igual a mim. Não foi difícil te notar.

- Claro que não, eu queria falar com você.

- Até hoje, não sei o motivo.

- Nem eu. - falei e parei na porta de casa. - Quer entrar?

- Quero - ele sorriu e desceu do carro.

Abri o portão, passamos pelo jardim, e eu abri a porta.

Bella estava na sala jogando algo em seu tablet.

- Mãe?

- Oi, Bella.

Ela veio me abraçar e olhou para Gabriel.

- Esse é o moço que eu esbarrei aquele dia! - ela disse.

- Olá - Gabriel se abaixou para ficar do tamanho dela, e ainda assim era mais alto.

Ela sorriu.

- Oi...

- Bella, esse é o Gabriel.

Ela sorriu fraco e então se lembrou do tablet.

- Ah, merda! Perdi! - disse olhando desesperada para o aparelho.

- Bella, a boca!

- Desculpa, mas esse jogo idiota...

- Bella!

- Desculpa!

- Por que corrige ela, sendo que você tinha a boca mais suja que isso? - Gabriel se levantou e cruzou os braços.

Eu corei.

- Porque ela é muito nova.

-Você também falava palavrão, mãe?

- Eu era mais velha que você.

- E como, Bella! - disse Gabriel - Sua mãe tinha a boca muito suja na época de escola!

Bella começou a rir.

- E o que ela dizia?

- Coisas muito piores do que "merda" e "idiota". - ele respondeu.

- Então por que eu não posso?!

- Okay, chega desse assunto. - eu falei.

- Esse moço é legal, mãe. Dá um pé na bunda do Renato e casa com ele.

Eu gelei.

Gabriel ficou quieto, me olhou sério com os olhos arregalados.

Meu sorriso sumiu. Eu sabia que ele havia entendido.

  - Bella... Suba para o seu quarto - falei sem desgrudar os olhos dos de Gabriel. - Agora.


Notas Finais


UFA

Q COISA GRANDE

ME RESPONDAM NOS COMENTÁRIOS:

O GABE VAI FICAR PUTO? VAI TER TRETA? ELE VAI LEVAR NA BOA? OU VAI EMBORA E NAO VAI MAIS OLHAR NA CARA DA MEL?

ME DIGAM!

BESITOS


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