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História "Os opostos se atraem?" - Livro 2 - O que ele faz aqui?



Capítulo 58 - O que ele faz aqui?


No dia seguinte, acordei quase atrasada de novo. Era uma terça-feira. Fiz as contas rápidas na cabeça e percebi que faltavam apenas 3 dias para todos virem aqui na sexta.

E também percebi que não havia avisado ninguém.

Merda!

– Gabriel! – eu acabei falando um pouco mais alto do que queria.

Ele levantou num pulo.

– Vamos para o hospital agora! Liga pra sua mãe! – ele falou desesperado e meio desnorteado enquanto colocava a blusa que ele havia tirado ontem quando veio para cá.

– Não, Gabriel, não é isso! – eu ri.

– Está rindo de que? – ele já tinha desistido de colocar a blusa. Tinha posto só a gola dela, e me olhava pensativo.

– Pelo amor de Deus, os bebês não vão nascer hoje!

– Ah, Melissa... – ele suspirou e se sentou na cama. – Eu estava sonhando que já era o dia. E aí você me acorda gritando.

– Desculpa – soltei uma risadinha.

Nesse momento, Bella entrou no quarto.

– Mãe, se você não levantar agora, eu vou me atrasar para a escola. – ela já estava de uniforme, o cabelo loiro penteado e a mochila nas costas.

– Quero ver se a Bella vai ter paciência para ser irmã mais velha. – Gabriel disse se levantando da cama.

Um ponto de interrogação apareceu no rosto dela.

Esse seria um jeito bom de contar. Fingir que ela já sabe.

– Vamos ter que desocupar o quarto de hóspedes. E colocar dois berços. – falei.

Gabriel entendeu.

– E sair para comprar as coisas o mais rápido possível. Não podemos fazer isso só quando eles nascerem.

– Sim – concordei. – E Bella vai ajudar a escolher.

– O que? – Bella perguntou – Por que irmã mais velha? Dois berços? Quem vai nascer?

– Ora, Bella, seus irmãos. – eu respondi.

– Eu lá tenho irmãos por acaso?

– Não, mas vai ter. – disse Gabriel.

Ela parou para pensar um pouco.

– Ou vocês estão bêbados, ou a mamãe tá grávida de gêmeos.

– Segunda opção. – falei.

– Sério??!!

– Sim!

– Meninos ou meninas?

– Só no começo do quinto mês vamos saber – falei.

– E você tá com quantos?

– Quase dois.

– Vai demorar muito.

– Não vai, não. – eu disse – Passa muito rápido.

(...)

– A senhorita pode me explicar o motivo, razão ou circunstância de ter faltado ontem? – foi a primeira coisa que Juliana me disse. "Bom dia" não era muito presente em seu vocabulário.

– Sim. Eu acordei atrasada, tinha uma consulta marcada para tirar sangue, meu pneu furou, encontrei meu ex namorado, ele trocou o pneu, peguei o resultado do exame e estou grávida de gêmeos. – falei sem nem respirar – Justificado?

– Completamente! – ela sorriu – Gêmeos? Sério? Você tem casos na família?

– Sim, 3. A tia da minha mãe teve trigêmeos idênticos, a minha tia que é irmã da minha mãe teve gêmeas e minha prima por parte de pai teve gêmeas também. Idênticas.

Ao dizer isso, me lembrei de que Brunna tinha as mesmas chances que eu de ter gêmeos. Ou até mais, pois ela tem dois tipos por parte de pai que são gêmeos. E ela era minha prima por parte de mãe.

Sorri ao pensar na possibilidade.

– Nossa, então seria estranho se você não tivesse! – ela riu – Te perdoo dessa vez ok? Conte ao Miguel! Ele vai adorar! Depois conte a Cris também! E para as enfermeiras! E...

– Se for assim, eu pego um mega fone e grito para o hospital todo ouvir. – eu ri.

– Sabe que não é má ideia? O GENTE...

– Não! – coloque a mão em sua boca – Ficou doida?

– Tudo bem, tudo bem. Você conta.

– Depois da checagem dos pacientes, ok?

– Ok. Vamos, estamos atrasadas.

Checamos todos os pacientes em meia hora, encaminhamos alguns para casa e acolhemos outros na UTI.

A correria foi tanta, que acabei me esquecendo de contar a qualquer um que fosse sobre a gravidez. Mas quando Miguel apareceu, já no fim do dia, me viu e deu um sorriso.

– Sentimos da sua falta ontem.

– Pois, é, eu fui no médico.

– Estranho não? Você é uma medica. – ele riu.

– E eu estou gr...

– Grávida! – disse Juliana – Melissa está grávida! De gêmeos, não é maravilhoso?

Eu ri.

– Que ótima notícia, Mel! Vai me dar a honra de fazer seu parto, não é? – ele perguntou.

– Ainda tem dúvida?

– Que bom que confia em mim.

Ele abriu um sorriso diferente. Cansado, pude perceber. Será que havia acontecido alguma coisa?

– Precisa conversar? – perguntei baixo. Uns médicos passaram por nós correndo levando uma maca com rodinhas e abafou o som da minha voz.

– Na minha sala – ele disse igualmente baixo – Ju, vou mostrar a Melissa o que ela perdeu ontem, e já voltamos. Dá conta desse aí que acabou de chegar?

– Deixa comigo. – ela respondeu e foi para um lado enquanto eu e Miguel fomos para o outro.

Entramos em sua sala e nos sentamos.

– Você percebeu que tem algo errado? – ele perguntou me olhando com seus grandes olhos verdes.

– Sim. Você parece... Cansado.

– Não tenho dormido. Ella veio falar comigo novamente. Tornou-se alguém muito diferente de quem conheci. Ela está mais... Humilde? Talvez seja essa a palavra. Conversamos por horas e ela me convenceu a deixar Victor passar uma semana com ela. Ele foi na sexta e até hoje não ligou... Estou...

– Preocupado.

– Sim. Quando eu ligo, ele não atende, nem ela. Fico pensando que talvez ela possa ter feito...

– Não – o cortei – Não pense isso. Ela é mãe dele. Pode ser desnorteada, mas ainda é mãe. Ela não faria mal a ele. Mães são incapazes disso.

– Nem todas.

– Tenho certeza de que ela não se encaixa nessa minoria. Apesar de... Não ser a pessoa mais adequada para ser mãe, ela está tentando. Por que não liga na escola para ver se ele tem ido?

– Já fiz isso. Ele está indo todos os dias. Quer dizer, hoje ainda é terça. Ele foi ontem e foi hoje. E isso não faz sentido. Se ela fez mal a ele, ele não teria ido na escola. Mas, ele vai, então está tudo normal. Se está normal, por que ele não atende o telefone?

Pensei por uns segundos e disse:

– Eu posso te ajudar. Só um minuto.

Peguei meu celular e olhei a hora. 16:30. Bella está no intervalo da aula de inglês. Ela tem apenas um dia de aula e são duas seguidas, então as crianças têm 10 minutos para descansar um pouco. Pelo o que ela havia me dito, Victor também fazia inglês com ela.

Disquei seu número e esperei que atendesse.

– Bella? Tudo bem?

– Oi, mãe. Tudo.

– Está no inglês?

– Sim, em cinco minutos vou para a sala.

– Okay, e... Victor está aí? – vi que os olhos de Miguel brilharam.

– Sim, por que?

– Tem uma pessoa querendo falar com ele, será que você pode passear o telefone para ele?

– Eu nem falo com ele, mãe!

– E daí?

– E daí que tenho vergonha.

– Vamos, Bella. Por favor.

– Tá, tá. Mas queria uma capinha nova para o meu tablet.

Sorri.

Ouvi algo como "Olha, me mandaram fazer isso. Tem uma pessoa querendo falar com você. Toma."

– Alô? – ouvi uma voz meio rouca atendendo.

– Victor, é a mãe da Melissa, só um minuto. Seu pai quer falar com você.

– Tá.

Passei o telefone para Miguel, que colocou no viva voz.

– Victor?

– Pai!

– Onde está seu celular?

– Deve estar na minha bolsa. Desculpa não ter ligado. Mamãe está me levando para o zoológico, para o clube, e outros lugares todos os dias. Chego em casa e durmo.

Uma expressão de alívio tomou conta de Miguel.

– Não foi nada, garotão. Liguei para ver se estava vivo.

Será que ele estava só brincando ou tinha uma pontinha de verdade em sua frase?

– Sim, pai, eu tô. Hoje vamos ver séries na TV. A mamãe é demais. Ela disse que vai me explicar o motivo de eu ter conhecido ela só agora. Mas ela disse que quer fazer isso com você por perto. Você não liga, né?

– Não, filho... – ele pareceu pensativo. – Que bom que está se divertindo. Te vejo sexta.

– Tô com saudade. Vou tentar te ligar a noite.

– Ok. Te amo, garotão.

– Eu também.

– Obrigado, Melissa – ele disse me devolvendo o telefone. – Acho que estou mais tranquilo agora. Ele reagiu bem diferente do que pensamos quando contamos que Ella era sua mãe. Ele gostou. Aparentemente, gostava dela na sala de aula.

– Uma coisa a menos se preocupar. – sorri.

(...)

A tão esperada sexta-feira​ chegou. Brunna e Nathan foram para casa mais cedo nos ajudar a arrumar as coisas. Rodrigo chegaria logo, e todos estavam avisados que teriam duas surpresas.

– NATHAN, PEGA O PIREX PARA MIM! TÁ MUITO ALTO. – Brunna gritou da cozinha. Nós duas estávamos com as mãos sujas e Gabriel arrumava o som lá fora e Nathan a churrasqueira.

– CALMA AI

– NÃO DÁ PRA ESPERAR, SEU MONTE!

– TÔ ARRUMANDO A CHURRASQUEIRA!

– EU VOU PÔR VOCÊ NA CHURRASQUEIRA, SE NÃO ANDAR LOGO!

Nathan acabou desistindo de lutar e vindo. Ninguém ganhava uma luta com Brunna.

– Se a carne queimar, a culpa é sua. – ele disse.

– Quem tá atrás da churrasqueira é você.

– Mas alguém me fez sair de lá, né?

– Anda, Nathan! Não enrola. Agilidade. Precisamos de agilidade.

Ele riu e saiu.

– Que surpresa é essa, hein Melissa?

– Surpresas. Vocês vão gostar.

– Me diz o que é.

– Não.

O pessoal foi chegando logo depois. Tudo estava arrumado e pronto para receber eles.

Rodrigo foi o último a chegar e todos fizeram silêncio quando ele apareceu.

– Esse é meu... Pai, pessoal. – disse Gabriel.

Bia, emotiva que só, estava a ponto de chorar e Isaac a abraçou.

Nunca pensei que veria o delegado fofo assim.

Apresentamos Rodrigo a todos. Mas ele conversou mais com meus pais, que também estavam ali. Brincou com Luka, que não saía de seu colo e fez amizade com todos os presentes.

Estava na hora de contar.

– Gente – bati o garfo de leve no copo, levou segundos para que todos me olhassem. Meu coração batia rápido, eu odiava falar em público.

– Bom, semana passada nos reunimos por causa do meu noivado – comecei. – Mas hoje, além de apresentar Rodrigo para vocês, chamei vocês aqui para saberem que mais duas pessoas vão entrar na família. – coloquei as mãos em minha barriga e Gabriel fez o mesmo.

Silêncio.

– Gêmeos? – Brunna perguntou.

– Sim! Eu já sabia!!! – falou Bella.

Aí foi uma festa só. Todos vieram me cumprimentar e fizemos um brinde em nome dos bebês. Minha mãe e meu pai ficaram muito felizes e quando Rodrigo veio nos abraçar, vi que tinha lágrimas em seus olhos.

– Nunca pensei que te veria pai, filho. – ele disse a Gabriel, que segurava as emoções. Ele odiava chorar. Eu sempre digo isso, mas é o que ele mais odeia na vida. Chorar. – Você era tão rebelde quando jovem. Era difícil te imaginar um homem responsável e com uma família linda como essa. E agora, mais dois chegando. Estou orgulhoso de você – E o abraçou.

Quem teve que enxugar os olhos fui eu.

– Você não me contou???!! Como assim? Eu deveria ser a primeira a saber! Devia saber antes de você, até!

Eu ri quando Brunna disse isso, logo em seguida ela me abraçou.

Todos estavam comendo quando a campainha tocou.

Eu fui abrir e dei de cara com Renato.

– Pensei que não viria nunca! – sorri e o abracei – Venha, entre.

– Desculpe o atraso. Tive uns imprevistos na editora.

– Relaxa. Todos estão aqui.

– Tem certeza de que vai ser uma boa ideia eu falar com ele hoje? Quer dizer, eu sei que preciso, mas...

– Deixa disso! Você não vai morrer.

Gabriel apareceu atrás de mim nessa hora. E do modo como ele proferiu as palavras, me fez pensar se a minha garantia de que Renato não iria morrer estava certa. Sua voz era pura raiva.

– O que ele faz aqui?



Notas Finais


Oieeeee

Como vão??

A fic continua legal? Não se esqueçam de deixar aquela estrelinha e comentar, ok?

Ferrou mtooooooooooo hehehe

Quem acha que sai briga?

Quem acha que não sai?

Gabriel vai perdoar Renato?

Eles vão sair no tapa?

Apostas sobre os bebês da Melissa? Ainda aceito! Meninos ou meninas?

Beijinhos amores da minha vida


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