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História Os Opostos Se Atraem (Romance Lésbico) - Óculos e um encontro


Escrita por: Nutlinha

Notas do Autor


Dia de atualização chegou, alguém mais aí está animado?
o/

Hey, como vocês estão? Bonzinhos?

Sei que vocês já estão cansados de ler isso, maaas eu realmente fico muito feliz com o desenvolvimento dessa história. Então:

💕Obrigada pelos comentários 💕 pelos favoritos 💕 pelas visualizações 💕

Sejam sempre bem-vindos novos leitores 🌹

Sem mais enrolações, bora pro capítulo
Boa leitura ♥️

Capítulo 22 - Óculos e um encontro



Ponto de Vista Angel Gray


A campainha soou.


"Ei, filha, aonde vai com tanta pressa?". Meu pai perguntou quando saltei os últimos degraus da escada para atender a porta, correndo.


O Sr. Johnson estava na cozinha tomando o seu café, enquanto lia as primeiras notícias do jornal com um semblante distraído.


"Deve ser a Victoria, pai, ela ficou de vir me buscar hoje!". Parei apenas para respondê-lo.


Ele colocou o jornal sobre a mesa. "Estive pensando, essa sua amiga, eu tenho a impressão de já ter ouvido o nome dela antes!". Sua expressão vaga e pensativa não foi o suficiente para me impedir de atender a porta.


Acabei não prestando muita atenção no que meu pai falava, apenas ouvi quando ele disse:


"Você podia convidar a família dela para almoçar conosco!".


"O que?". Parei bruscamente, antes de girar a maçaneta.


"Faz muito tempo desde que te vi tão empolgada com um amigo, então, pensei que seria uma boa ideia convidar ela e sua família para um almoço casual, algo simples. Assim, todos nós podemos nos conhecer também-... Algum problema nisso?". Perguntou depois de ver o meu rosto, eu devo parecer assombrada.


"An… na verdade-". A campainha tocou novamente.


'Obrigada, Senhor!'.


Abri a porta quase num desespero.


Eu estava salva, pelo menos por enquanto. Tenho certeza que meu pai irá insistir neste assunto mais tarde.


"Oi, Vi-...".


"Oi, Angel!". Respondemos ao mesmo tempo.


"Kevin?". Perguntei totalmente confusa quando vi o garoto parado à minha frente, me olhando com um sorriso tímido.


'Por que ele está aqui?'.


Tentei olhar por cima dos seus ombros discretamente, procurando por Victoria. Mas não havia nenhum sinal do seu cabelo azul, ou do seu carro, era apenas o loiro na minha porta.


Kevin logo percebeu que eu fiquei decepcionada com a sua visita quando os meus ombros caíram em desânimo.


"Apareci numa má hora?". Perguntou fitando a minha desilusão.


A preocupação em seus olhos me fizeram perceber o quanto fui rude.


"Claro que não... Quer entrar?". Perguntei dando espaço para ele passar. Mas, o loiro recusou gentilmente com um sorriso.


"Não, obrigado! Fica para uma outra hora". Falou fazendo-me ficar ainda mais intrigada com o verdadeiro motivo da sua visita. "Queria saber se você aceita caminhar comigo até o colégio?". Perguntou antes que eu o fizesse.


Notei o nervosismo do garoto quando ele secou suas mãos no tecido da calça. Entretanto, seus ombros eretos mostravam uma certa confiança.


"Oh, Victoria ficou de vir me buscar…".


Os ombros de Kevin murcharam antes de eu terminar de falar, ao deduzir que eu iria recusar o convite.


"Claro, eu entendo!". Disse meio triste. "Te vejo no colégio então". Se despediu com um fraco sorriso.


Quando Kevin deu-me as costas, a culpa pesou sobre os meus ombros por estar deixando ele ir embora assim. Ele sempre foi tão gentil comigo. Mordi meu lábio, reprimindo-me, e, tendo a certeza de que eu iria me arrepender dessa decisão:


"Kevin!!". Chamei-o recebendo sua atenção.


Seus olhos verdes, esperançosos, me deixaram ainda mais receosa se estou fazendo mesmo a coisa certa.


"Espere só dois segundos, eu já volto!".


'Victoria vai ficar chateada com você!'. Meu consciente alertou, repreendendo-me.


"Eu sei!". Acabei resmungando e recebi um olhar confuso do garoto que não entendeu o que eu disse.


Eu pensei alto demais. Apenas dei-lhe um sorriso sem graça como resposta.


Deixei Kevin esperando na sala e subi até o meu quarto para pegar a mochila.


"Pai, já estou indo para o colégio!". Avisei.


"Sem tomar o seu café? Vocês duas não estão com fome?". Meu pai apareceu na porta da cozinha. Ele ficou surpreso quando viu Kevin me esperando, e não Victoria.


"Oi, Sr. Gray". O loiro acenou para ele, num cumprimento tímido e educado.


"Oi, Kevin. Vocês vão juntos para o colégio?". Apoiou o ombro no batente da porta, encarando o garoto ao meu lado.


"Sim, Sr. Gray". Kevin respondeu por nós dois.


"Achei que você iria com a Victoria". O Sr. Johnson olhou para mim dessa vez. Assim como eu, ele tentou entender o motivo da visita de Kevin.


"Iremos nos encontrar no caminho". Arrumei uma desculpa.


Tentei empurrar o garoto para fora antes que meu pai começasse com o seu incansável interrogatório.


"Agora, precisamos ir, antes que nos atrasemos!". Guiei o loiro de uma forma desajeitada até a porta.


"Certo, tudo bem!". Meu pai ergueu suas mãos, demonstrando rendição. "Só tomem cuidado no caminho! E não se esqueça de comer alguma coisa no intervalo". Beijou a minha testa. "Vão com Deus!".


Sorri. "Tchau, papai!". Beijei sua bochecha.


"Tchau, Sr. Gray!". Kevin acenou.


Fechei a porta antes que meu pai mudasse de ideia.


"Seu pai me dá um pouco de medo". Kevin comentou ao meu lado.


Ri da expressão de alívio que ele tinha.


Por sorte hoje não estava fazendo muito frio, então o meu agasalho de tecido leve estava sendo bem aconchegante para uma caminhada matinal pelo bairro.


Eu esperava que Kevin fosse me contar alguma coisa assim que saímos, mas, acabamos fazendo uma caminhada bastante silenciosa, o que não era de todo ruim, pois deu para apreciar a paisagem e sentir o frescor da manhã entrar em meus pulmões de forma revigorante.


Eu queria estar tendo esse passeio com Victoria, da próxima vez a convidarei para caminhar comigo até o colégio.


Kevin percebeu o sorriso bobo que se formou indiscretamente em meus lábios, no entanto, ele acabou por não fazer nenhum comentário a respeito, pelo contrário, ele começou a puxar outro assunto.


Agradeci mentalmente por isso, o lado bom de ter Kevin por perto, era que ele sabia respeitar o espaço de alguém quando não queria ser inconveniente.


Embora a companhia do loiro e a conversa que se iniciou entre nós fosse agradável, durante todo o caminho eu fiquei com uma sensação desconfortável de estar esquecendo algo importante.


Parei de andar, fazendo o garoto fazer o mesmo.


"O que foi?". Perguntou ao se aproximar.


"Não acredito, eu esqueci meu celular em cima da cama!". Bati em minha testa. "Eu sabia que tinha deixado alguma coisa para trás".


Agora sim Victoria vai ficar brava comigo.


"Quer voltar para pegar? Acho que ainda dá tempo". Kevin olhou o seu relógio.


O problema é que estamos apenas a dois quarteirões do colégio e a minha casa não é tão perto assim, se voltarmos agora, perderemos a primeira aula.


Suspirei. "Não precisa, irei sobreviver sem ele".


"Mas, e a Beckham?". Sua pergunta repentina me surpreendeu.


"E-Ela, bem… quando eu me encontrar com ela no colégio, eu explico o que aconteceu. Tenho certeza que Victoria vai entender". Tentei parecer despreocupada.


Mesmo eu não estando tão confiante com isso, foi o suficiente para convencer o loiro.


Continuamos com a caminhada, Kevin finalmente quebrou o silêncio depois de algum tempo, puxando um assunto descontraído sobre o baile de inverno que terá antes das férias para encerrar às aulas, o que não está tão longe de acontecer.


"Você vai?". Ele perguntou interessado na minha resposta.


"Eu não sei". Respondi um pouco indecisa.


Nesses últimos dias eu fiquei com os pensamentos tão imersos em Victoria, desde que tudo começou, que me esqueci completamente da data do baile.


Esse estava sendo o assunto mais comentado entre os alunos desde o começo da semana, entretanto, até então, eu não estava tão animada assim com isso...


Contudo, seria legal ir ao baile com Victoria. Quero dizer, nós estamos juntas… ou quase isso.


Ela iria aceitar ir comigo, né?


Quer dizer, Victoria nunca deixou claro qual é o status da nossa relação. Nós não temos nenhum compromisso, por isso ela pode muito bem querer ir com outra pessoa.


Apertei a barra da minha blusa sentindo um desconforto revirar o meu estômago.


E se alguém convidar ela para ir ao baile antes de mim, Victoria aceitaria?


Sem perceber os meus dedos começaram a brincar com um fio que se desprendeu da costura da blusa. Essa ideia me deixou um pouco nervosa.


Pensando bem, por que Victoria insiste tanto em andar comigo?


Se parar para pensar, eu não sou tão interessante assim, minhas roupas são simples, nada que tenha saído de uma revista da Capricho, meus sapatos são sempre marrons e sem graça, meu penteado é monótono assim como a minha maquiagem.


Eu sou apenas uma nerd careta comparada às outras adolescentes da nossa escola.


Se alguma garota quiser sair com Victoria, eu perderei facilmente o meu lugar para ela.


"Angel?". Ouvi a voz de Kevin, preocupado comigo. "Está tudo bem? Você ficou tão quieta de repente". Ele falou fazendo-me parar os meus passos.


Enxuguei os meus olhos, antes que ele percebesse que eu estava prestes a chorar.


"Não é nada, eu apenas, eu-… não precisa se preocupar, o que você estava dizendo mesmo?". Perguntei tentando mostrar o meu melhor sorriso.


Kevin não tem culpa das minhas inseguranças.


Quero dizer, eu não tenho motivos para me sentir chateada com a possibilidade de Victoria não pensar em mim como seu par para o baile.


Mesmo que nessas duas últimas semanas Victoria tenha criado um problemático hábito de aparecer na janela do meu quarto sem avisar.


Ela sempre intercalava as noites, e, fazia bastante drama na hora de ir embora, tornando cada vez mais difícil a hora dela se levantar da cama. 


Assim como na noite retrasada, quando tive meus estudos interrompidos ao ouvir pequenos toques no vidro da minha varanda, e quando abri a janela, lá estava ela com seu típico sorriso me pedindo permissão para dormir em meu quarto.


'Por mim, eu dormiria todas às noites aqui com você'. Foi o que ela me respondeu quando eu questionei-a numa brincadeira se ela não tinha casa.


Senti meu coração acelerar ao lembrar da forma como ela me olhou naquela hora.


Ultimamente venho me perguntando com mais frequência: o que eu sou para Victoria?


Contudo, posso dizer que somos amigas, certo?


Apesar que nem a nossa amizade, nós oficializamos uma para outra com todas as letras, já que demos um salto drástico de conhecidas que se odeiam para... uma relação complicada de nomear.


Seria certo chamar de amizade ainda quando duas pessoas se beijam com certa frequência?


É isso o que todos chamam de amigas com benefícios?


Mas, Victoria me trata de um jeito diferente, não de uma forma ruim, e sim… encantadora. A maneira como seus olhos procuram os meus, o timbre da sua voz ao chamar o meu nome, meu coração se contorce todo só de imaginar os seus toques de carinho quando Victoria me abraça antes de dormir.


Isso significa que poderíamos ser algo a mais que amigas, não é?


Arghh!


Eu odeio a forma como Victoria pode me fazer sentir tão segura e ao mesmo tempo confusa a respeito de tudo que envolva 'nós'.


Senti algo gelado tocar a minha bochecha.


Pisquei algumas vezes apenas para ver Kevin parado à minha frente, segurando um suco de latinha.


"Quando você comprou isso?". Perguntei um pouco espantada.


"Quando chegamos no colégio". Kevin respondeu calmo.


Meus olhos se arregalaram, realmente estávamos dentro do campus do C. Liberty.


"Eu me distraí tanto assim?".


Me senti um pouco culpada por não ter dado atenção para Kevin, e ter ocupado a minha mente somente com pensamentos sobre Victoria quando foi ele quem me convidou para andar e conversar.


Eu mal percebi quando Kevin saiu de perto de mim para comprar o suco na máquina.


"O que tanto te preocupa?". Ele perguntou depois de abrir a lata e entregá-la para mim.


Segurei o suco, observando-o como se o líquido fosse a coisa mais interessante do mundo.


Kevin estalou a língua. "Eu tenho um palpite, aposto que você estava pensando na Victoria".


Soltei um longo suspiro. "Kevin, nós já tivemos essa conversa antes". Eu sabia onde esse assunto terminaria.


"Eu sei, Angel, e eu não quero te chatear de novo, eu só quero te ajudar, sabe?".


"Mas, por quê? Não é como se eu fosse alguém especial".


Foi a vez de Kevin suspirar, ele segurou os meus ombros, gentilmente, me fazendo olhar para ele.


"Quer que eu seja sincero com você?". Ele pareceu inseguro, mas um lampejo de coragem atravessou seus olhos. "Angel, eu gosto de você, de verdade, mais do que simples amigos. Eu sou apaixonado por você desde o fundamental".


Suas palavras atingiram-me como um soco direto.


"Kevin, eu-...".


Eu não soube o que responder para ele, mesmo que eu abrisse a boca, nada saía.


O loiro percebeu que eu não iria dizer nada, então ele tomou coragem para continuar, mesmo diante de toda tensão que se instalou entre nós.


"É um pouco constrangedor dizer isso, mas, eu sempre estive te observando, Angel". Ele logo tratou de se explicar, com medo de soar estranho. "Não de um jeito stalker, como um perseguidor, eu apenas gosto de te observar de longe, como uma bela pintura em exposição".


A sua comparação arrancou-me um riso involuntário.


Kevin sorriu também, sua voz era tão gentil quanto seus gestos.


"Eu te conheço tão bem quanto você pode imaginar, Angel".


Ele ergueu o meu queixo, fazendo-me olhar em seus olhos. Kevin estava calmo e tentava ao máximo ser suave em suas palavras para não me pressionar.


"Observar você cuidando das suas flores todas as manhãs era a melhor parte do meu dia. Mas então, um dia, eu percebi que outra pessoa estava chamando a sua atenção bem mais do que eu gostaria".


Meu coração palpitou ao saber que ele estava se referindo à Victoria. Meu receio era dele começar uma discussão por eu estar gostando dela.


Eu conheço a família de Kevin tão bem quanto ele conhece a minha, nós dois praticamente crescemos juntos, então, eu sei como os Waterssons pensam.


Sei que ele também vai me dizer que os meus sentimentos estão errados.


"Confesso que no começo eu fiquei sem chão, porque eu queria ser a pessoa que arranca os seus melhores risos, mas, então, depois da nossa última conversa eu percebi que na verdade eu quero te ver feliz, independente com quem seja".


Kevin segurou a minha mão, onde deixou um breve carinho na tentativa de me tranquilizar.


"Angel, eu passei muito tempo pensando nisso, até finalmente entender. Eu sei que você gosta da Beckham, eu percebo apenas na forma de você olhar para ela, e, sinceramente, eu não vejo nada de errado no amor de vocês duas".


Kevin me surpreendeu com suas palavras. Olhei em seus olhos apenas para ter certeza de que ele estava sendo mesmo sincero.


"Sabe porquê estou te dizendo isso agora, porque eu quero que saiba, que você ainda tem o seu melhor amigo de infância. Eu sempre estarei ao seu lado quando precisar de um abraço, e, mais do que isso, eu quero te apoiar em todas as suas escolhas". Ele sorriu, surpreso, quando eu pulei em sua direção.


Abracei-o, sentindo algumas lágrimas pingarem pela minha bochecha.


"Obrigada, Kevin! De verdade... isso é muito importante para mim". Minha voz saiu um pouco baixa.


Quando nos afastamos o clima estava totalmente diferente, o ar estava mais leve e eu finalmente conseguia sorrir abertamente para ele, sem medo de mostrar os meus sentimentos.


Kevin secou as minhas lágrimas. "Tenho outra coisa para te dizer, um pedido do meu coração". Vi um sorriso gentil aparecer em seu rosto. "Uma vez eu li um poema e nele dizia algo assim: o amor é inexplicável. Não precisa esconder e nem tente se desculpar. Quando se vem do coração, não tem jeito, deixe acontecer e tudo se resolverá".


Ele tocou a ponta do meu nariz, como se quisesse concretizar o verso que acabou de recitar.


"Isso foi muito lindo, Kevin".


O loiro sorriu colocando suas mãos no bolso.


"Eu acho que esse poema pode te ajudar, de algum jeito. Não se preocupe com o que vocês têm agora, a Beckham pode ser muito lerda às vezes, mas ela gosta de você da mesma forma".


"Como você…?". Perguntei tentando entender como ele sabia que eu estava insegura com isso.


"Eu te disse, eu conheço você, Angel". Ele piscou para mim, arrancando-me uma boa risada.


"Estou começando acreditar nisso".


Kevin riu também.


"Posso saber o que é tão engraçado?".


Os pelos do meu braço se arrepiaram.


Victoria surgiu ao meu lado, envolvendo o meu pescoço com o seu braço. Acabei saltando com o susto que levei quando ela falou próximo ao meu ouvido.


Seu tom de voz tinha sido ríspido, e foi justamente para Kevin.


"É um segredo meu e da Angie". O loiro provocou antes de olhar para mim e sorrir pedindo-me cumplicidade na sua brincadeira.


Victoria rangeu os dentes, caindo nas provocações do garoto. Senti seu braço afrouxar do meu ombro na intenção de avançar na direção de Kevin.


O loiro percebeu que sua tentativa de irritá-la funcionou. "Estou atrasado para devolver alguns livros. Vejo vocês mais tarde!". Kevin se retirou antes que Victoria começasse uma briga no meio do colégio.


Quando o garoto sumiu das nossas vistas, Victoria me soltou apenas para ficar de frente para mim, então, com uma expressão fechada, ela cruzou os braços abaixo dos seios e fez um bico adorável.


"Posso saber porque a Srta. Gray não me esperou como combinamos?".


"Er… Kevin apareceu em casa, e, aconteceu dele me pedir para vir andando com ele-, e depois eu esqueci o celular em casa…".


Abaixei o meu olhar, tentando ao máximo evitar os olhos dela. Meus dedos começaram a brincar de forma nervosa um com o outro.


Victoria se aproximou.


"Hey!". Ela levantou o meu queixo, carinhosa. "Eu não tô chateada, okay? Não precisa ficar assim". Seu polegar acariciou a minha bochecha. "Eu só fiquei com muita saudade de você, e te ver rindo com aquele garoto me deixou com ciúmes". Victoria virou o rosto, seus lábios formando um bico emburrado.


Meu coração quase parou de bater. As palavras dela causaram-me uma sensação calorosa que me derretia por dentro.


"E-Eu também fiquei com saudade". Minhas bochechas ficaram vermelhas.


Acabei arrancando um sorriso encantador de Victoria.


A garota de cabelo azul olhou para os lados, como se estivesse procurando por algo, então quando percebeu que não tinha ninguém nos observando, ela roubou-me um beijo.


"Eu queria que todos os meus 'bom dia' fossem assim!". Escondeu o rosto na curva do meu pescoço quando me abraçou.


Mas seu jeito manhoso não durou muito tempo, pois Victoria se lembrou de Kevin.


"O que aquele mauricinho queria com a minha garota que foi mais importante do que me esperar?". Victoria  deu uma certa entonação para o 'minha garota'.


"N-Nós apenas conversamos". Fiquei desconcertada com o jeito como ela me chamou.


"Conversaram?". Ela arqueou uma sobrancelha.


"Sim, ele me ajudou a entender umas coisas". Falei de forma vaga, arrancando um olhar curioso de Victoria.


"Que tipo de coisas?". Quis saber.


"Quem sabe futuramente eu te conto". Sorri de forma sapeca.


Victoria revirou os olhos. Ela me surpreendeu quando puxou a minha cintura, colando os nossos corpos.


"Quando você faz isso eu tenho uma vontade enorme de te beijar". Ela sussurrou bem próxima à minha boca.


O ar fugiu dos meus pulmões e meu coração só faltou pular para fora do meu peito de tão forte que batia.


"O que te impede?". Falei no mesmo tom que ela.


Os olhos de Victoria brilharam, e sem dizer mais nada, sua mão deslizou pela minha nuca, enquanto que a outra traçou um caminho pelas minhas costas apenas para me trazer junto a ela. Então a distância que existia entre nós foi selada quando seus lábios capturaram os meus com desejo.


Circulei seu pescoço com os meus braços e meus dedos enleou-se com as mechas de seu cabelo, onde arranquei um gemido da garganta de Victoria. Nós duas suspiramos com o contato, era uma mistura de anseio e saudade por ter ficado todo esse tempo longe.


Victoria se tornou tão essencial na minha vida que ficar mais do que dois dias sem tocar ou senti-la era praticamente uma tortura.


Minha mente ficou em branco quando senti a ponta da língua de Victoria explorar a minha boca pedindo passagem.


Eu tinha uma necessidade insaciável de sentir cada vez mais de Victoria, mas antes que nós pudéssemos aproveitar mais do nosso momento, acabamos sendo interrompidas pelo ronco vindo do meu estômago.


"...". Minhas bochechas coraram.


"Você está com fome?". Perguntou com um sorriso divertido quando nos afastamos.


"N-Não!!". Meu rosto ficou vermelho.


Mas acabei sendo desmentida por outro ronco da minha barriga, dessa vez um pouco mais alto.


Victoria apertou seus lábios, formando uma linha brincalhona, tentando esconder sua risada.


"Você está zombando de mim". Choraminguei, escondendo meu rosto no vão de seu busto.


"Não estou, amor!". Victoria me envolveu com seus braços, entre risadas.


Sua voz saiu com uma entonação tão natural  e descontraída que me pegou desprevenida.


"Que foi?". Ela perguntou quando eu a encarei sem reação, e, ao mesmo tempo, fascinada.


"Você me chamou de amor?". Meus olhos brilharam com encanto.


As maçãs do rosto de Victoria ficaram carmesim, pois nem ela havia percebido o que falou.


"E-Eu chamei, eu acho". Seu rosto inteiro ficou vermelho, até a ponta das suas orelhas.


"Fala de novo?". Pedi, soando mais apaixonada do que deveria.


"Amor?".


Balancei a cabeça confirmando.


"E-Eu não estou zombando de você, amor".


Foi involuntário, um sorriso de orelha a orelha se formou em meus lábios, ouvi-la me chamar assim era apaixonante e inebria os meus sentidos.


Segurei seu rosto entre minhas mãos e capturei seus lábios num demorado beijo.


Nossa aproximação me permitiu ouvir o coração de Victoria, acelerado e descompassado, tanto quanto o meu.


"Uh-hum". Ouvimos alguém limpar a garganta atrás de nós.


Estávamos tão imersas na nossa própria bolha que esquecemos completamente do mundo ao nosso redor e de onde estamos.


Afastamos do beijo, assustadas e com a respiração irregular, porém Victoria não saiu de perto de mim e nem eu soltei a sua mão.


"Sinto muito meninas, mas vocês vão acabar se atrasando para a aula se continuarem assim". A D. Foucher advertiu.


Fiquei totalmente envergonhada por ter sido flagrada por ninguém menos que a mãe de Victoria.


O que ela pensaria de mim agora? Que eu fico me agarrando com sua filha por todos os cantos do colégio.


'Isso não seria de todo mentira'. Meus pensamentos me traíram.


O que mais eu poderia fazer quando Victoria parece ter um fogo inapagável?


Victoria revirou os olhos, no entanto, seu humor não mudou. "Pode deixar, eu só vou alimentar o meu leãozinho e depois vamos pra aula". Respondeu normalmente, me abraçando por trás.


O que eu perdi? Por que elas estão se dando bem?


"Certo… Foi bom ver vocês duas". A diretora sorriu para mim, confortando-me. "Eu te vejo mais tarde então". Olhou para Victoria dessa vez.


A garota atrás de mim apenas assentiu  confirmando.


"Boa aula para vocês, meninas". A D. Foucher saiu sem dizer mais nada.


Eu me virei de frente para Victoria, cerrando meus olhos em sua direção.


"O que aconteceu aqui?". Questionei.


Victoria deu de ombros. "Primeiro vamos  comprar algo pra você comer e depois eu te conto". Sorriu. "A fome do meu anjinho em primeiro lugar". Brincou.


Revirei os olhos, mas não consegui esconder que eu estava feliz com ela me chamando assim. Ainda mais quando ela era tão atenciosa.


Victoria entrelaçou nossos dedos e assim, nos guiou até o refeitório. Quando chegamos lá, ela acabou comprando para mim um salgado e um suco de morango que eu escolhi.


"Resumindo, eu resolvi seguir o seu conselho". Victoria terminou de me contar sobre a conversa que ela teve com a diretora. "Eu pensei muito sobre isso, e acho que nós duas merecemos ter essa segunda chance, de qualquer forma, o passado ficou para trás".


Victoria tentou transparecer indiferença sobre a sua decisão, mas era nítido através de seus olhos que ela estava feliz com essa reaproximação.


Isso me deixou feliz também.


Se Victoria está feliz, eu estou feliz!


Não demorou muito tempo desde que nos sentamos, logo Fred e Evilyn se juntaram a nós duas no refeitório.


"Bom dia, família!". Fred bocejou ao se jogar de forma desajeitada na cadeira à nossa frente.


Bom dia, casal!". Evilyn sentou ao lado de Fred, com o mesmo ânimo do garoto.


"Bom diiia!!". Desejamos juntas.


"Ownt, que fofas, até estão falando como se fossem uma". A loira fingiu que uma flecha de cupido atingiu seu coração.


"Cala a boca, você não acha que tá cedo demais pra encher o saco?". Victoria resmungou.


Fred bocejou pela segunda vez. "Cês estudaram pra prova de hoje?". Perguntou desanimado.


Ele parecia derrotado, como se não dormisse direito há dias.


"Eu estudei". Comentei depois de beber um gole do meu suco.


"Novidade: Zero!". Fred falou.


Nós dois fizemos uma careta zombeteira um para o outro e acabamos rindo com isso.


"As provas começam hoje? Pra mim era só semana que vem!". Victoria comentou despreocupada.


Ou ela não liga para qual nota vai tirar, ou está confiante demais!


"Eu te mandei mensagem noite passada avisando". Expressei minha indignação.


"Verdade, agora que você comentou, estou me lembrando". Victoria respondeu de forma vaga. "Eu estava jogando videogame naquela hora".


"Você me trocou por um jogo?". Fiz drama, fingindo estar chateada.


"Eu… Er-...". Victoria abriu e fechou sua boca diversas vezes. "Desculpa". Pediu por fim, sem argumentos.


Não consegui evitar de beijar suas bochechas, ela estava fazendo uma expressão tão fofa com seus olhos castanhos arrependidos.


"Não entendo como você consegue ficar tão calma assim, sendo que estamos na reta final das provas?". Evilyn perguntou quase no mesmo estado caótico que Fred. "Eu odeio semana de provas, eu sempre fico com olheiras terríveis!".


A fim de responder a pergunta da loira, Victoria olhou para mim me deixando um pouco acanhada com o seu sorriso.


"Dessa vez eu tive uma boa professora". Ela beijou a minha bochecha.


"Que inveja!".


Fred comentou chamando a nossa atenção, pois, antes ele estava com o rosto afundado na mesa sem ligar para nossa conversa, até pensei que ele estava dormindo.


"Por que cê não é assim comigo e me ensina as matérias também?". Ele perguntou para Evy, claramente reclamando da falta de sensibilidade que ela tinha com ele.


"Por que você não começa anotar o que o professor passa, em vez de ficar dormindo na aula?". A loira rebateu com um tom irônico.


"A foguinho também não anota nada, mas a Angel ajuda ela". Ele cruzou os braços.


"Ei!! Me tirem dessa D.R aí". Victoria reclamou, então uma pequena discussão entre os três se iniciou.


Foi impossível não rir da situação, essa com certeza era a mesa mais animada do refeitório, o que estava chamando a atenção dos outros alunos para nós.


Então eu tive uma ideia.


"Por que não estudamos todos juntos?". Os três olharam para mim.


"Você tem certeza?". Victoria tinha uma expressão engraçada, como se a minha ideia fosse maluca.


"Sim, eu posso ajudar vocês no que tiverem dúvidas". Respondi mais empolgada do que deveria.


"Ou seja, o semestre inteiro". Victoria zombou dos amigos e recebeu bolinhas de guardanapo em cima dela.


"E quando começamos?". Fred também estava animado com a ideia e ignorou o bate-boca entre Victoria e Evilyn.


"Hoje mesmo, se vocês quiserem". Deixei em aberto para eles decidirem.


"Depois das aulas podemos ir pra sua casa então?!". Evy sugeriu.


"Pra minha?". Perguntei.


Eu estava surpresa, pensei que eles iriam preferir estudar em outro lugar.


"Sim, tem algum problema?". Perguntou ela com medo de ser um incômodo.


"Não, nenhum, pode ser na minha casa então!". A ideia de recebê-los em casa me deixou feliz, Victoria percebeu, pois ela sorriu também.


"Por mim tudo bem". Fred concordou com a ideia.


Victoria apenas deu de ombros. "Pra mim qualquer lugar está bom, desde que você esteja nele". Completou arrancando um sorriso meu.


"Ai como vocês são gays!". Fred tirou sarro de nós duas, fingindo um ar apaixonado.


"Eu fico tão boiolinha vendo vocês". A loira entrou na brincadeira. "Minha diabetes até sobe".


"Seus recalcados, vão arrumar alguém". Victoria rebateu, o que adiantou de nada, pois os dois continuaram com a zombaria.


Depois deles provocarem bastante Victoria e deixá-la emburrada, igualmente como me deixaram acanhada com todas as coisas que eles disseram sobre nós duas, a loira finalmente voltou ao assunto principal.


"Fica combinado então, depois da aula vamos todos pra sua casa, Angel?". Evy perguntou apenas para ter certeza de que não tinha problema mesmo.


"Claro, sem problemas". Sorri.


Mal posso esperar!


Eu estou muito animada com a ideia de estudar com todos.


Ouvimos o sinal tocar.


"Estaremos na sua casa às 14h00, então". A loira avisou e sorriu. "Agora vamos, porque a nossa sala fica do outro lado!". Ela segurou no braço de Fred e saiu arrastando-o pelo corredor.


"Vamos indo também?". Victoria perguntou depois que eu terminei de comer.


Quando a olhei, ela tinha um sorriso bobo em seu rosto.


"O que você tanto olha?". Perguntei quando ela não tirou os olhos de mim.


"Você!". Meu rosto ficou vermelho.


"V-Você está precisando de óculos, isso sim". Tentei ignorar o fato de Victoria conseguir mexer comigo apenas com uma simples e única palavra.


"Eu já tenho um". Disse chamando a minha atenção.


Inclinei minha cabeça, tentando entender o que ela quis dizer. Então, para me explicar, Victoria retirou do bolso de seu moletom uma caixa pequena e retangular.


"Eu estava esperando o momento certo para te devolver isso".


Olhei para a caixa em questionamento.


"Pode abrir!". Ela sorriu, suas mãos ficaram um pouco ansiosas.


Abri a caixa que ela pôs em cima da mesa e meus olhos se arregalaram quando os óculos foram revelados.


Era o meu óculos que ela pegou daquela vez que nos esbarramos.


"Achei que nunca mais o veria". Confessei arrancando uma risada gostosa dela.


"No começo eu não planejei te devolver mesmo". Revelou como se não fosse nada.


Cerrei meus olhos em sua direção. "Não vou nem dizer o porquê disso ser um abuso e totalmente errado".


Ela ergueu suas mãos com uma expressão arteira em seu rosto.


Peguei o objeto na mão, suas lentes eram novas, mostrando que Victoria havia mandado-o para o conserto. Minha expressão foi de alegria - por finalmente tê-los de volta - para surpresa, pois junto com a caixa havia um pedido escrito no interior da tampa:


'aceita sair comigo?'.


"Isso é sério?". Olhei para ela, sentindo o alvoroço das borboletas no meu estômago.


"Então, Angel Gray, cê topa ir a um encontro comigo?". A voz dela soou, expressando o seu nervosismo nas entrelinhas.


Meu coração acelerou, eu juntei minhas mãos na frente do meu rosto, sem acreditar que ela realmente estava me fazendo esse pedido.


ELA QUER MESMO TER UM ENCONTRO COMIGO?


Eu estava surtando por dentro!!


"Siiim, Deus! Sim, eu quero!". Abracei seu pescoço.


Victoria suspirou aliviada, senti seu ombro relaxar depois da minha resposta.


"Para onde nós vamos? Quando iremos? Esse vai ser o nosso primeiro encontro de verdade. Cristo, eu não acredito que isso está acontecendo! O que eu vou dizer para o meu pai?". Minhas mãos não saiam do meu rosto.


Victoria riu com a minha chuva de perguntas, eu estava tão empolgada que mal conseguia me conter.


"Será uma surpresa, eu já pensei em tudo. Só que você vai ter que esperar as provas acabarem!".


"Mas, isso vai levar duas semanas inteiras". Fiz bico.


"Ownt, que fofinha". Victoria apertou minhas bochechas. "Eu escolhi depois das provas, porque também vai ser a minha forma de agradecer você por insistir tanto em mim, sabe, meus estudos, e entre outras coisas complicadas". Ela colocou as mãos no bolso, demonstrando timidez.


Fingi pensar a respeito. "Acho que posso suportar duas semanas".


"Vai valer a pena, você vai ver". Victoria beijou o dorso da minha mão.


Sorri com isso, sentindo meu rosto esquentar, eu não me cansava dos mimos e dos carinhos que ela me dava. Sempre que tinha oportunidade, Victoria me enchia deles.


"Vê se as lentes ficaram boas?". Ela me entregou o óculos depois de certificar-se que as lentes estavam limpas.


Coloquei-o, vendo as imagens ao meu redor ficarem quase em 4K comparado ao que eu estava enxergando antes - não era sempre que eu lembrava de colocar as lentes de contato.


"Como estou?". Perguntei fitando o seu sorriso.


"Linda!". Victoria expirou apaixonada. "Eu estava com saudades de te ver usando eles, você fica tão sexy, mal posso esperar para te ver falando sobre quântica básica usando ele".


"Para de graça!". Empurrei-a pelos ombros.


"É sério!". Ela riu. "Eu sempre achei quente a forma como você responde a pergunta da professora quando ninguém mais sabe. Sua inteligência é a primeira coisa mais cativante em você".


"Ah é, e qual é a segunda?". Arqueei minha sobrancelha, indagando.


"Seus olhos!". Victoria respondeu prontamente, arrancando-me um rubor de timidez. "Eles são o meu oceano".


Ela se aproximou minimamente.


"A terceira: suas sardas. Acho tão fofa a forma como elas pintam o seu nariz, parecendo o céu estrelado".


Se aproximou um pouco mais, puxando a minha cintura.


"A quarta: sua voz. Amo quando você chama pelo meu nome. Eu sempre quero escutá-la mais… e mais". O polegar de Victoria tocou o meu lábio fazendo seu contorno lentamente.


Ela estava a centímetros de mim.


"A quinta: sua boca. Como ela sempre consegue tomar o meu foco apenas para ela". Sua voz me causou um arrepio.


Fechei os meus olhos quando seu hálito quente roçou os meus lábios, esperei pelo seu beijo, mas ele nunca chegou.


Quando abri os olhos novamente, uma eletricidade percorreu todo o meu corpo e tive certeza que Victoria também sentiu. Me deparei com seus olhos castanhos, eles estavam dilatados e sua cor atingiu um mel. Nunca tinha visto eles assim antes, era uma mistura apaixonante de desejo e amor.


Victoria umedeceu seus lábios, era um convite tentador para um beijo.


"Prometo continuar quando estivermos no nosso encontro". Victoria sussurrou, seus lábios quase roçando nos meus.


"Eu nunca quis tanto um beijo seu como estou querendo agora". Confessei em êxtase, fechando os meus olhos.


O segundo sinal tocou, despertando-nos da nossa bolha.


"Merda de escola". Victoria resmungou, pois logo os corredores ficariam cheios para a troca de aula.


Quando ela se afastou eu senti um aperto no meu peito, como se algo em mim estivesse faltando.


A falta do seu calor.


"Vamos?". Com um sorriso, Victoria estendeu sua mão para mim, que aceitei prontamente.


Ela entrelaçou nossos dedos. Quando seguimos para nossa aula tudo que pude reparar foi no quanto eu anseio estar sempre junto dela.


'Aos poucos, estou perdendo minha sanidade por essa garota'.



Notas Finais


Queima guengaraaal skksksk

Ai ai eu amo escrever sobre essas duas! :3

Será que esse encontro saí?
👀

Vejo vocês na próxima, meu amores e amoras ❤️

Beijoos!!!


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