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História Os Segredos da Rua Baker - A Separação das Irmãs Holmes


Escrita por: LanyRose

Capítulo 13 - A Separação das Irmãs Holmes


Fanfic / Fanfiction Os Segredos da Rua Baker - A Separação das Irmãs Holmes

Em um salão elegante de um antigo mosteiro estava ocorrendo uma reunião, vários líderes de diferentes partes da Europa marcavam presença. Em uma mesa em cima de uma espécie de altar ficavam os dez membros do conselho e o Mestre. O atual Mestre havia se ausentado em inúmeras reuniões, porém hoje estava de volta. Pouco antes do fim da reunião um dos membros do conselho pediu a palavra.

—Mestre, antes de finalizarmos gostaria de pedir sua permissão para apresentar uma pessoa que quer entrar para a Cúpula dos Nobres.

—Oh isso é tão chato! Eu deveria proibir que mais alguém tentasse entrar, ninguém passa pelas três provas. – Ele suspirou. – Mande entrar.

Havia vários bancos nos dois lados do salão e bem no meio um tapete vermelho, após um sinal, a porta, que era enorme, foi aberta. Irene Holmes surgiu, fez sua caminhada até perto da mesa dos conselheiros e Mestre.

—Irene Holmes! 

—Sr. Morse... Oh desculpe, Mestre!

—Estou surpreso por vê-la aqui.

—Eu posso perceber e vejo que não é o único a estar surpreso.

Irene olhou para Mycroft que fazia parte do conselho. O tio não estava apenas com cara de surpresa, mas, também, com uma fúria por sua presença ali. Morse deu uma risada.

—Sim, noto do desconforto do Minervo Holmes. Mas, voltando para o roteiro de iniciação, devo lhe perguntar o motivo de querer ser mais um integrante da Cúpula dos Nobres?

—Curiosidade! Há algum tempo investiguei alguns assassinatos que se tornaram uma incógnita, a única coisa em comum entre eles era o símbolo do Elven ou Fada Estrela. Como todos sabem, ele simboliza os sete dias da semana e os sete metais da alquimia. Em pouco tempo as investigações tiveram de parar por forças maiores, não foi fácil, mas descobri a Cúpula dos Nobres por trás de tudo. Fiquei admirada com o tamanho do poder dessa Ordem.

Morse a olhava atentamente, analisava cada expressão, tinha de ter certeza se falava a verdade. Como um homem inteligente, sabia muito bem o real motivo de ela estar ali, porém poderia usar isso a seu favor.

—Pois muito bem. Por agora será chamada de Dummy, assim que completar as três tarefas, se completar, será uma Tyro. Faça sua indicação valer a pena.

—Você sabe que valerá, Mestre.

Morse sorri; os dois se olham como animais na espera do momento certo para o bote.

—Dou essa reunião como encerrada. – Ele disse por fim.

Quando Irene estava andando em busca de um táxi; um carro preto para ao seu lado, ela vê seu tio com o baixar do vidro.

—Entra!

É tudo que ele diz, então levanta o vidro novamente. Irene não tem escolha. Eles vão para a mansão de Mycroft Holmes. A casa que ela passou grande parte da sua vida, um local grande e vazio em vários aspectos. Eles entram no escritório, ele serve uísque pra si mesmo. Já Irene apenas fica em pé, ali parada, esperando.

—O que você pensa que está fazendo, Irene Holmes?

—Infiltração é a melhor forma de derrotar um inimigo. Você me ensinou isso.

—A Cúpula dos Nobres já foi uma Ordem muito secreta, organizada e poderosa. Depois da tomada de poder do Morse, ela se tornou um ninho de cobras; uma desculpa para assassinatos. – Mycroft chega perto da Irene. – Você não tem ideia, querida sobrinha, em que está se metendo.

—Sei de mais coisas do que pode imaginar, tio.

—Conte-me!

—Eu não posso.

—Você não está apenas se colocando em perigo, mas, também, a Diana. Já pensou nisso?

—O tempo todo. Não precisa se preocupar, ela ficará bem. Irei garantir a segurança dela.

—E quanto a sua? Se morrer quem protegerá Diana?

—Você irá. – Irene foi perto da lareira e voltou. – Confie em mim, Mycroft, o Morse pagará por tudo que fez.

—Você não estará sozinha, é claro, mandarei...

—NÃO! Eu tenho que continuar sozinha.

—Já mandou Sherlock pra longe junto com a Lilian, está afastando Diana e não quer minha ajuda. Por que pensa que conseguirá vencer se isolando dessa forma?

—Manter as pessoas longe de mim irá protegê-las.

—Você realmente acredita nisso, não é mesmo?

—Assim como você! Apenas fique fora do meu caminho, Mycroft.

Mycroft olhou sua sobrinha, que se tornou filha, se afastar, sabia o tamanho do perigo em que se metia e tinha medo por ela, no fim das contas o homem de gelo não se importava apenas com o governo e com o irmão. Com a ida das meninas para sua casa elas se tornaram essencial em sua vida. Tentou por anos transformar Irene em alguém igual a ele, no fim das contas ela tem bastante do pai, muitas vezes comete o erro de se importar. Já Diana, doce menina, inteligente e tão parecida com a mãe. Nessa operação de vingança e justiça poderia acabar perdendo as duas. No entanto, se interferisse poderia ser pior, só podia esperar.

***

Uma semana se passou até a chegada de uma carta sem remetente, endereçada a Irene. Nela dizia qual seria sua primeira tarefa.

“Uma vingança muitas vezes é necessária, porém nem todos conseguem planejar. Ajude meu amigo e mais pontos irá ganhar.”

Logo abaixo tinha um endereço, ela foi até o local e encontrou um homem enorme.

—Você é Holmes? - Disse ele com estranheza.

—Sim e você é um ex-lutador de boxe, categoria peso pesado e teve de parar por conta de um trauma na cabeça.

—Ninguém me avisou que falariam sobre mim antes do acordo.

—Você mora em um lugar distante que parece mais uma academia que uma casa, tem um saco de bater ali no fundo, luvas de boxe no canto direito perto do que chama de cama; ainda gosta de treinar. – Ela falava sem olhar para qualquer outro lugar além do homem em sua frente. – Com todo esse tamanho só poderia ser peso pesado, porém parece fora de forma, então a carreira terminou já faz um tempo, mas qual seria o motivo? Tem um corte cirúrgico na sua cabeça e leve falta de movimentação do lado esquerdo. Traumatismo craniano, óbvio.

—O que é você?

—Apenas diga qual o meu trabalho?

—A mulher que amo...

—Abandonou você após parar de lutar.

—Quero vingança! Acabar com a carreira dela.

—Tudo bem. Endereço?

—Não será assim, Holmes. Quero ver os detalhes.

Irene respira fundo e pergunta o que exatamente ele quer. Odiava ter de seguir qualquer tipo de ordem, ainda mais de um ser tão estúpido quanto aquele, no entanto teria de fazer tudo direito ou não conseguiria entrar na Cúpula dos Nobres.

Após uma tarde de conversa descobriu que a tal mulher era funcionária do mesmo laboratório em que Diana era supervisora chefe.

“Morse encontrou a oportunidade perfeita de me fazer acabar com a carreira de minha irmã” foi o que Irene pensou, entretanto descobriria mais tarde que não era bem esse o plano dele.

Ela e o grandão chamado Steve vigiaram os passos da moça por um tempo, Irene já sabia o que fazer, porém o ex-lutador não estava com muita paciência para planos tão elaborados. Seguiu a garota e a ameaçou. Ela voltou ao laboratório, muito nervosa, Diana perguntou o que houve.

—Meu ex, ele era lutador de boxe, muito bom, porém sofreu um acidente e não pôde mais lutar. Acabou descontando sua frustração em mim e por isso o deixei. Porém, em sua insensatez passou a dizer que o deixei por não ser mais o astro que era. Ele estava me esperando ali fora, fez ameaças... – Começou a chorar.

—Calma! Vamos falar com a polícia.

—Não adianta, ele já tem uma ordem restritiva. Mesmo assim não para.

—Tudo bem! Conheço alguém que pode te ajudar. Não é exatamente o trabalho que ela faz, mas darei um jeito de convencê-la a ajudar.

—Obrigada.

No mesmo instante, Irene estava falando com o Steve.  

—Você é um imbecil mesmo! Todo o trabalho dependia da mulher nunca desconfiar de quem fez isso. Ela fala para a polícia e será preso, ainda mais por já ter uma ordem restritiva.

—Como sabe da ordem.

—Oh, por favor! Nem todo mundo é idiota como você.

—Chega! Eu não vou ser insultado ou receber ordens de uma mulher.

Ele parte pra cima dela que desvia dos golpes do ex- pugilista. Quando esta cansando, Irene lhe dá um soco na garganta e um chute no saco. O homem cai de joelhos.

—Eu estava a me perguntar o motivo de terem me mandado ajudar você. Primeiro pensei que o Morse apenas queria me irritar, depois pensei na carreira da Diana, mas agora eu sei a razão dele querer ajudar um mentecapto como você.- Ela sorriu. - Oh Morse é esperto!

Ao deixar o local recebe mensagem de Diana falando sobre a garota, ela lê e apaga. Quase chegando na 221B percebe que está sendo seguida já faz um tempo, apressa o passo, entra em um beco e espera. Um homem alto, magro, com aparência de russo vai passando, ela o pega encostando-o à parede e coloca uma faca em seu pescoço.

—Você não é agente do meu tio. Por que está me seguindo?

—Recebi ordens.

—Isso é óbvio. Do Morse? - Com o silêncio, Irene aperta a lâmina ao pescoço do russo e desce um fio de sangue. –É melhor responder.

—Sim, ele quer saber se fará tudo como foi planejado.

—Diga a ele que não preciso de babá e receberá a cabeça do próximo que eu pegar me seguindo. Agora vá.

Ele sai com a mão no pescoço. Quase chegando em casa, ela vê Diana entrando. Com certeza, estaria atrás dela para ajudar a ex do Steve. Esse joguinho do Morse acabaria auxiliando Irene a afastar a irmã de vez.

Diana a procura por todo lugar, manda mensagem, liga e nada de encontra-la ou obter qualquer resposta. Desiste, decide agir sozinha, com a garota consegue o endereço de Steve. Era fora da cidade, chegou em um táxi e tocou a campainha. Ela falou sobre deixar a moça em paz.

—Não recebo ordens de mulher.

—Se não obedecer será preso, garantirei isso.

Ele sorriu.

—Ninguém consegue me pegar, já tentaram outras vezes.

—Pode ter certeza que o prenderão dessa vez. Pois tenho uns colegas, não só na Scotland Yard, como, também, no MI6. Você passará o resto da vida sendo mulherzinha de alguém.

Ele ficou possesso, atacou Diana com uma rapidez que a pegou de surpresa. Ela caiu no chão, tentou pegar a arma, mas ele chutou a bolsa pra longe, a levantou e jogou para fora da casa. Diana tentou levantar, porém levou um chute e começou uma enxurrada de socos com o homem em cima dela.

Pouco antes disso, Sean terminava uma aula e recebia uma mensagem, de número desconhecido, sobre Diana estar se metendo em algo perigoso e no final havia um endereço. Ele não pensou duas vezes, saiu em disparada ao endereço indicado, lá chegando viu um ser grotesco em cima da namorada já desmaiada. Sean correu e pulou nele. Começou uma grande briga que se findou com o grandão caído no chão sem conseguir levantar, Sean parou de perder tempo com ele e ligou para uma ambulância, pouco tempo depois estavam no hospital.

***

 

Steve sentou perto de um espelho, enquanto limpava o rosto ensanguentado, nesse momento escuta alguém entrando.

—O que faz aqui?

Irene estava parada na porta ainda de luvas, com protetor de sapatos e prendendo os cabelos em uma touca descartável.

—Eu vim aqui para mata-lo.

Ele começa a gargalhar.

—Vai ser divertido ver esse rostinho todo amassado. – Ele diz ao levantar.

Tenta acertar Irene, ela desvia e lhe dá um soco no estômago. Steve não demonstra reação, então após evitar outro golpe lhe dá um chute na cabeça que o deixa tonto. Ela, mais uma vez, o esmurra na garganta e chuta o seu saco escrotal. O homem cai de joelhos em sua frente, entre tosses e xingamentos. Ela pega sua faca e diz:

—Por mais que rode por todo meu palácio de memórias não consigo lembrar onde ouvi isso, mas eu lhe pergunto de qualquer forma: tripas pra dentro? Ou tripas fora?

Ela corta a barriga dele e o empurra pra trás. Ainda faz cortes no braço e na coxa. Irene o olha sangrar por algum tempo, antes que entre em choque vai perto do ouvido.

—Ninguém toca na minha irmã!

Ela levanta e atira na cabeça dele, então vai até o hospital, descobre com as enfermeiras o estado de Diana e volta para a 221B.

Quando Diana acorda vê Sean ao seu lado, pergunta por Irene e ele diz não ter conseguido encontra-la, mas deixou recado no celular. Ela levou uns três dias para conseguir alta hospitalar e em nenhum momento a irmã foi vê-la.  Sean estava preocupado por enxergar uma profunda dor na mulher que ama.

Diana estava triste e decepcionada, nunca pensou que valia tão pouco para Irene. Pediu sua ajuda, Sean deixou recados sobre o ocorrido, mas ela não se importava. Talvez, nunca tenha significado nada para a irmã.

“Como pude ser tão tola?! Irene só se importa com o trabalho.”

Decidiu que não poderia voltar para a Rua Baker, comentou sobre procurar outro apartamento e Sean a convidou para morar com ele. Do hospital eles foram direto para sua nova morada, ela esperou duas semanas antes de ir buscar suas coisas.

Quando Irene chegou em casa deu de cara com o carro de Sean na porta, ao entrar viu os dois carregando umas malas.

—Você vai se mudar?

—Não tenho mais motivos para ficar aqui. – Diz Diana enquanto entrega uma das malas para Sean colocar no carro.

—Vai morar onde?

—Com o Sean.

—Oh claro! – Ela olha pra baixo.

—Você ouviu seus recados no celular?

—Sim. – Vou a encarar a irmã. –Vejo que já está bem.

—Graças ao Sean. Tenho que ir. – Irene sai da frente da porta; Diana passa, mas volta. - Você pegou as ampolas?

—Que ampolas?

—Você sabe que ampolas.

—Não, eu não sei.

Diana respira fundo.

—Aquilo está com doses altas, se usar pode morrer.

—Eu realmente não sei do que está falando.

—Estou tão cansada de tudo isso, Irene.

—É por isso que está se mudando?

—Estou indo porque eu me enganei com você. Pensei que além de irmãs fôssemos amigas e nossa amizade significasse algo. Mas, vejo que não. Se precisar de análises laboratoriais para algum caso, mande alguém no seu lugar.

Diana entra no carro de Sean e logo partem. Irene fecha a porta, sobe para a sala vazia. Tira a jaqueta, as luva, o cachecol e olha para a poltrona que a irmã costumava sentar lendo. Apesar da certeza de que estava fazendo o certo, se vê ali sozinha; se vê sem Diana era mais doloroso que havia imaginado. Irene vai até a gaveta da estante e pega uma das ampolas, dentro de uma das almofadas do sofá retira uma seringa.  



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