História Os Soldados e as Cartas de Amor - As cartas de amor

REPORTAGEM: Foram encontradas cartas do amor entre dois soldados na chamada Guerra da Córeia:

No ano de 1950 foi travada uma guerra que dividiu um país, a conhecida guerra da coreia, ocorreu entre os anos de 1950 e 1953, levando vários cidadãos coreanos a batalha, entre eles homens, pais e filhos.

Soldado: Park Chanyeol

Divisão:Seul

Soldado: Do KyungSoo

Divisão: Incheon

“29 de agosto de 1950

Meu querido KyungSoo, Desde a primeira vez que o encontrei no quartel, você usando pela primeira vez o uniforme de guerra, eu me apaixonei, depois de ter conversado com você por aqueles dias que ficamos antes de irmos pra batalha, aquela noite juntos eu já estava louco por você, mas quando fomos para a batalha e nos separamos eu passei a me sentir tão vazio sem você, desde então eu andei te procurando, perguntando a outros soldados, como eu poderia lhe achar.  Então agora que finalmente descobri onde você está, eu acho que posso confiar no meu amigo para podermos trocar cartas. Espero que possa ler isso, e devemos manter em segredo nosso romance.

                                                                                  De seu amado, Park Chanyeol”

Quando Park Chanyeol conseguia escrever cartas para seu amado, ele escrevia e escondia dentro de sua bota para que ninguém pudesse encontra-las, esperava até que seu melhor amigo Oh Sehun, um soldado mensageiro que tinha como trabalho comunicação entre os soldados, viesse buscar suas cartas para enviar a seu amado Do KyungSoo, que ficava no distrito de Incheon. Onde ele costumava levar e buscar cartas, ele também trazia cartas de Do KyungSoo para Chanyeol.

“ 15 de outubro de 1950

Querido Chanyeol, Eu li a outra carta que me mandou, eu gosto muito de lembrar como foi aquela nossa noite juntos, ou como nos conhecemos, eu agradeço a Deus todos os dias por ter você, por mais que a dor da guerra seja tão forte, ela nunca conseguiria superar o nosso amor. Eu agradeço muito ao soldado que me trás suas cartas, ele tem sido muito gentil, ele disse ser seu melhor amigo de infância, e que cresceu junto com você em Seul,  eu gostaria de assim como ele ter crescido ao seu lado, ter visto cada momento da sua vida, talvez assim, nós pudéssemos ter nos amado mais cedo e aproveitado um ao outro antes de ter começado essa guerra. Eu te amo muito.

                                                                                  Do seu querido e pequeno, KyungSoo”

As cartas que Do KyungSoo guardava, eram entregues a Park Chanyeol,  ele guardava com muito carinho, e não permitia que nenhuma outra pessoa  lesse. De acordo com algumas cartas escritas, eles falavam sobre como seria a reação de suas famílias, ao descobrir sobre sua sexualidade, eles não temiam isso, eles acreditavam que não estavam errados, isso era apenas a natureza deles. Mas a única pessoa além deles que sabia desse amor era Oh Sehun, que era a única pessoa que eles podiam confiar.

“ 27 fevereiro de 1951

Meu pequeno Do KyungSoo, obrigado por me mandar estas cartas com tanto carinho, obrigado por ser a pessoa que eu amo, eu te amo mais do que meu coração aguenta, todos os dias eu sofro por não ter você do meu lado. Eu as vezes penso em como a minha família reagiria ao saber sobre nós , mas nada disso me importa, a única coisa que me importa é os dias que passarei com você quando essa maldita guerra acabar. Apenas Deus sabe como é sufocante essa espera toda para poder te ver, já estamos nessa guerra há 8 meses, e nada ainda, quero muito que isso acabe para que possamos viver juntos.

                                                                                                           De seu amado, Park Chanyeol”

Após alguns meses, as cartas eram entregues para Do KyungSoo, que quando podia as respondia, eram cartas curtas, mas com um conteúdo muito bonito e inspirador, e eram entregues meses depois de enviadas, eram cerca de 2 meses para ser transportada uma carta de um para o outro. Neste trecho vemos uma carta enviada de Do KyungSoo para Park Chanyeol:

“17 de abril de 1951

Meu amado Park Chanyeol,

Não há nada nesse mundo que eu deseje na vida que ter você constantemente, posso imaginar o que sua mãe e seu pai pensariam... O resto do mundo nem tem noção do que é o nosso amor, eles nem sabem o que é amor...”

As mães não sabiam sobre a homossexualidade dos filhos, e também não poderiam saber, por causa do forte preconceito na época, mas não havia muita referencia aos pais nas cartas, eles apenas os citavam em alguns trechos.

“15 de junho de 1951

Meu menino lindo, Do KyungSoo

Eu passei a vida achando que nunca teria um amor para a vida toda, mas tudo isso mudou quando encontrei você, o homem que eu amo, aquele que vai passar o resto da vida comigo. Quero muito você e espero pelo nosso futuro juntos.

Imagine quando essa guerra acabar e pudermos viver juntos, você e eu, em uma casa feliz e um lindo lar em Gwanghwamun, obrigado por existir, meu amado

                                                                                            Do seu altão, Park Chanyeol”

Os soldados viviam separados, mas nem a distancia pode acabar com um amor assim, infelizmente a guerra começou a ter cada vez mais conflitos, enquanto a Coreia do Norte continuava tentando invadir sua irmã do Sul. Em algumas cartas podemos ver os soldados falando de seu dia a dia, e até mesmo de amigos, como nesta carta de Do KyungSoo:

“1 de agosto de 1951

Meu amado Park Chanyeol

O meu dia-a-dia tem sido tão complicado, tendo que aturar alguns soldados  desprezíveis, que as vezes tenho de me segurar pra não matar um aliado... a guerra tem ficado cada vez mais difícil para nós de Incheon, mas eu sei que pra vocês de Seul tem sido mais difícil ainda. Eu no momento estou bem, apesar dos soldados idiotas, tem alguns que me tratam bem, eu consegui fazer algumas amizades, eu encontrei um bom amigo chamado Jongin, que tem demonstrado ser muito legal e gentil, ele é um ótimo companheiro. Eu não sei como tem sido ai em Seul, mas pelo que fiquei sabendo, ai está cada vez pior, espero que esteja bem...

                                                                                                  Do seu pequeno, Do KyungSoo”

Os soldados, conversavam sobre seus dias, conflitos que ocorriam, amigos e até mesmo inimigos, em algumas cartas eles revelavam certa intimidade, eles passaram apenas uma noite juntos, e eles lembravam desta noite sempre que podiam, era como se tivesse sido uma noite magica, e esta noite foi a noite mais importante de suas vidas, ficaria marcada para todo o sempre em suas mentes.

“9 de setembro de 1951

Estou escrevendo esta carta antes da sua chegar, porque estou com muita vontade de te ver, queria te ter aqui comigo, as vezes eu penso em entrar em um envelope e chegar até ai sendo carregado pelo Sehun, infelizmente isso não é possível, mas como eu queria que fosse...              Eu gosto de lembrar daquela nossa noite juntos, nossos corpos colados um no outro, seus lábios doces se chocando com os meus, eu pedindo pra você fazer silencio para evitar que os outros ouvissem. Aquela noite foi como magica, foi algo inesquecível, mal posso esperar para que possamos tornar todas as noites iguais a aquela.                                                                       Espero que esteja bem ai em Incheon, aqui em Seul estão tendo muitos conflitos, mas eu estou bem.    
 

                                                                                      De seu orelhudo amado, Park Chanyeol”

As vezes podemos ver que mesmo sendo um relacionamento a distancia também haviam ciúmes da parte de algum deles. Vemos aqui um trecho de uma carta escrita por Park Chanyeol:

“3 de novembro de 1951

Meu querido KyungSoo, me desculpe pela desconfiança, mas quando recebi sua carta dizendo ter feito amizade com um cara chamado Jongin, eu acabei ficando com ciúmes, por que eu cheguei a conhecer um soldado com esse nome, ele parecia ser bem mais atraente que eu, e por alguns dias eu acabei por sentir ciúmes, me perdoe por isso, eu preferi ser sincero com você, porque eu te amo com todas as forças e eu tenho muito medo de te perder pra alguém que esteja perto de você sem poder fazer nada daqui onde estou, te amo demais...

                                                                                                          Do seu amor Park Chanyeol”

Depois de ser mandada esta carta a Do KyungSoo ele respondeu carinhosamente a seu amado, claro que ele não ficaria bravo pelos ciúmes de Park Chanyeol, ele ficaria até feliz por saber que Park Chanyeol o amava tanto que o queria apenas para ele.

“25 de dezembro de 1951

Já é natal, e a guerra já está fazendo bem mais de um ano e ela não termina, eu fiquei muito feliz lendo a sua ultima carta, eu a leio sempre antes de dormir, eu gostei muito de saber que você tinha ciúmes de mim, bem eu não ando falando tanto com Jongin desde que a recebi, mas eu tenho feito amizade com outros soldados também, eu percebi que eles não são idiotas, apenas tentam se distrair se divertindo sem saber se estarão vivos amanhã... Mas não se preocupe que meu coração pertence apenas a você meu amado Park Chanyeol...

                                                                     De seu baixinho com lábios de coração, Do KyungSoo”

Coincidentemente foi encontrado um trecho de uma das cartas de Park Chanyeol, onde ele fala sobre suas cartas serem encontradas depois da guerra acabar.

“2 de fevereiro de 1952 

Eu fico feliz por saber que não preciso me preocupar com esse tal Jongin, e fico feliz que tenha se dado bem com os outros soldados de sua divisão, eu imagino como foi difícil pra você ter passado a vida toda sem ter tido amigos, e agora eu vejo como você está feliz se dando bem com os outros soldados... 

Sabe, as vezes eu penso, não seria incrível se nossas cartas pudessem ser publicas em um tempo mais evoluído? E o mundo poderia finalmente saber o quanto a gente se ama. Eu acho que isso seria muito bom, as pessoas saberiam como nosso amor foi verdadeiro, e que nada pode separar esse amor... Nem mesmo a guerra e a distancia... “

Algumas cartas enviadas por Do KyungSoo revelam conflitos que ocorreram em Incheon:

“7 de março de 1952

Mês passado houve um ataque aéreo da Coreia do Norte em Incheon, perdemos muitos aliados, entre eles alguns de meus amigos, foi horrível  vê-los  morrer bem na minha frente.  Por mais que Seul seja mais perto da fronteira, aqui foi o lugar atacado, eu perdi muitos amigos nisso, entre eles meu amigo Jongin acabou ficando ferido em estado grave  e não sobreviveu aos ferimentos, eu fui quem o encontrou ferido, ele estava cuspindo sangue, ele me pedia ajuda, e eu gritava por socorro, até que ele me entregou uma carta, e pediu para que eu a entregasse a sua amada Krystal Jung. E então morreu nos meus braços, desde então eu guardo esta carta de Jongin para Krystal comigo para entregar a ela, eu acho triste isso ter acontecido com meu amigo, pois ele era alguém importante pra mim, e ele tinha alguém que o amava, e agora como essa pessoa viverá sem sua alma gêmea?  Espero que possamos nos encontrar no fim desse inferno. Te amo muito.

                                                                                                               De seu amado Do KyungSoo”

Depois dessa carta de KyungSoo, ele não recebeu mais cartas de Park Chanyeol, isso o deixou muito preocupado com seu amado, mas ele continuava enviando cartas para ele  todos os meses esperando sua resposta, até que em dezembro de 1952 ele finalmente recebeu uma carta de Park Chanyeol.

“12 de dezembro de 1952

Olá meu amado Do KyungSoo, meu garoto dos lábios de coração... Sinto muito por não ter lhe respondido todos esses meses, foram meses muito tensos, e acabou por não termos tempo para escrever cartas, sinto muito se te preocupei, eu te amo muito. Eu recebi suas cartas, e obrigado por tê-las escrito pra mim, assim eu soube que você estava bem todos esses meses, eu prometo escrever mais para você daqui pra frente, meu amado baixinho. Sinto muito pelo seu amigo, espero que consiga entregar a carta para a amada dele.

Também quero que saiba que estou bem. Estou me alimentando muito bem sim, agora o presidente costuma aparecer aqui onde estamos, e eu soube que ele e os  Estados Unidos tem um plano de fazer as pazes com nossa irmã do Norte, tem planos de a guerra acabar ano que vem,  e enfim estaremos juntos, meu amado. Aguardo ansiosamente.

                                                                                                               Do seu amado Park Chanyeol”

No dia 25 de Janeiro de 1953, Incheon, onde ficava o batalhão de Do KyungSoo sofreu um ataque, onde ele infelizmente faleceu, entregando sua ultima carta a um soldado amigo, para que entregasse a Sehun e enfim chegasse sua ultima carta a seu amado Park Chanyeol.

“Meu amado Park Chanyeol, infelizmente não vamos poder ficar juntos depois do fim da guerra, eu te amei demais, mas infelizmente o mundo não conhece o amor, eu sinto muito por não poder cumprir a promessa de viver com você e termos aquela noite maravilhosa novamente, espero que talvez em uma próxima vida ou no paraíso, nossas almas possam se encontrar e se amar... De seu baixinho amado Do KyungSoo”

Ao receber a carta de Do KyungSoo, Chanyeol fica arrasado, mas prossegue sua vida, mesmo com a perda de seu amado... 

Park Chanyeol falece 38 anos depois, aos 68 anos de idade na sua casa em Gwanghwamun.

No ano de 2016 seu sobrinho, Park Yoori, encontra as cartas de Park Chanyeol e de Do KyungSoo escondidas dentro de um baú pessoal de seu tio que ficava escondido em um fundo falso no chão de seu quarto. Park Yoori enviou as cartas para nós que logo publicamos sobre a história de seu tio.

Reportagem off

Logo após sua morte, Park Chanyeol pode finalmente encontrar seu amado Do KyungSoo no paraíso, e assim viverem o seu amor. Porque as almas gêmeas então sempre destinadas a se encontrarem.