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História Ouija - Its not just a game (Taekook ; Yoonmin) - Zehn


Escrita por: PiinkyPromise

Notas do Autor


Oii!!

Desculpem a demora e os erros Hehehehe
Boa leitura!

Capítulo 11 - Zehn


Fanfic / Fanfiction Ouija - Its not just a game (Taekook ; Yoonmin) - Zehn

As coisas começavam a encaixar-se... a serem entendidas...

Jimin era apenas um pião controlado por algo que utilizava o seu dom como isco. Nem sempre o Park se cruzava com almas sombrias ou cruéis, nem sempre comunicava ou via, ás vezes apenas conseguia sentir pequenos sinais como tonturas, dores de cabeça, cheiros e na melhor das hipóteses mensagens subliminares. Yoongi havia dito que nunca o tinha visto possuído daquele jeito como naquela manhã, era raro as vezes que isso acontecia com ele.

Camilla perguntava-se porquê logo ali?! O que havia acontecido que tinha feito com que aqueles espíritos ficassem realmente zangados e vingativos! E agora não ficaria satisfeita com meras lendas colocadas na internet para assustar turistas. Agora queria informação a sério, pistas a sério... respostas verdadeiras...

Entrou calmamente dentro da biblioteca da instituição, aquela que já queria ter encontrado há algum tempo, onde quase ninguém estava presente. Apenas havia ali uma senhora por detrás do balcão, o que dava a entender ser a bibliotecária, e nos computadores estavam três rapazes focados em jogar algum jogo online. Ignorou tais presenças, entrando dentro do grande cómodo e indo direta para as mesas do fundo. 

Observava tudo em volta, vendo como as estantes estavam limpas assim como as mesas e o chão, sem pó ou sujidade. Estava tudo tão limpo que o cheiro a produtos de limpeza e desinfectante era notável no ar. Camilla pousou a mochila em uma das mesas, começando por tirar um caderno e uma caneta. Deixou tudo ali em cima, olhando primeiramente para os títulos no topo das estantes. Procurava algo como ciência, psicologia, mitologia e sobretudo história... e mais do que história sobre o país, queria história sobre Waldniel-Hostert. 

Caminhou por entre as estantes começando a tirar livros que lhe pareciam interessantes para aquele assunto, achando entre muitos um que supôs que lhe iria ajudar e muito: Conheça o espiritismo. Ao pegar naquele livro em especial, encarou a capa pensando em como tinha de começar por algum lado e aí algo surgiu na sua mente... podia arranjar um forma de ajudar Jimin e o resto dos amigos! Assim, afirmou para si mesma que iria levar aquele livro e investigar sobre aquele tema antes de passar para o resto. 

Rapidamente sentou-se na mesa que escolhera, pronta para ler e ter noção de  todo aquele mundo quase escondido. 

Não sentia medo ou qualquer coisa parecida naquele momento, mas quando abriu a primeira página do livro, Meehan jurou sentir uma brisa percorrer pelas suas costas, deixando-a arrepiada e obrigando-a a olhar para trás instintivamente. 

Não havia um único ruído a chegar aos seus ouvidos e os seus olhos, que percorriam cada greta das prateleiras, procuravam algo que nem mesmo ela sabia. Mas entre elas, apenas viu os corredores próximos de onde se encontrava. Todavia, mesmo que estivesse sozinha e não visse nada além das várias estantes de Carvalho, a sensação de estar a ser vigiada era inevitável e começava a deixa-la nervosa. Claro que não deixou que isso lhe afetasse. Recompôs-se de imediato, ao respirar fundo e afastar as madeixas do cabelo que começavam a cair para a frente de seus olhos. Não poderia deixar que aquele sentimento negativo e influenciável, a fizesse afastar do que realmente importava. 

Por isso ignorou todas aquelas sensações e começou por ler o índice, passando o dedo indicador pelos pontos, lendo silenciosamente cada alínea. 

1.O que é o espiritismo? -Pág. 3

2.A doutrina espírita. - Pág. 15

3.Passe espiritual. - Pág.35

4.Pessoas espíritas. - Pág. 45

5.Tipos de espíritos -Pág.59

     5.1. Espíritos Obsessores. - Pág. 60

Deixou o dedo embaixo do último ponto lido, encarando a página quase sem pestanejar. Yoongi havia dito que deveria se tratar de uma obsessão e o que estava a acontecer com certeza não era vindo de alguma alma bondosa...  

Decidida a ler aquela informação, Camilla abriu na página sessenta, começando pelo grande título inicial em negrito. Algumas imagens eram um tanto perturbadoras mas esforçou-se para ignorar as ilustrações, empenhando-se a percorrer os olhos nas letras minúsculas. 

Para identificar espíritos obsessores, precisamos ficar atentos a todos os nossos pensamentos, atitudes e emoções...” 

Camilla leu a primeira frase conectando aquilo aos acontecimentos recentes... As atitudes de Jimin estavam diferentes, a forma como ele agia era completamente o oposto de como o conhecia e até a forma de falar tornava-se diferente em alguns momentos... 

Em geral a obsessão acontece quando um espírito possui muita maldade, desgosto ou infelicidade. Sentimentos estes adquiridos ao decorrer da sua vida carnal. Por vezes são espíritos menos esclarecidos ou subestimados, que mostram plena angústia e invejam a alegria, realizações e honestidade. Por isso (muitas vezes até sem perceberem) buscam fazer o mal, para aliviar toda a tenção que a sua existência está causando para si mesmo. 

Entretanto, um ponto a ser comentado é que a obsessão é uma fonte de ódio e maldade que pode chegar a um corpo carnal, sendo este um epicentro de perturbações, fortes influências ou ações invulgares. 

É importante compreender a questão de que não é por uma pessoa ter muita fé ou bom caracter, que não estará submetida a passar por isso. Todos podemos ser alvos, o grande problema é quando o indivíduo não tem consciência do que está a acontecer ou o quanto está a fazer o mal e acabar por magoar a si e aos outros em volta. Assim passará a agir de maneira inconsciente ou semi-inconsciente.

Quando houver a ação de um espírito obsessor em nossas vidas, somente a nossa própria força vital e nossa fé, será capaz de afasta-lo e expulsa-lo do nosso caminho.”

Meehan respirava calmamente mesmo que o seu coração batesse acelerado. Jimin começava a ser a sua maior preocupação... 

Assim como a de todos os outros... 

 

 

 

 

 

No 215, Jungkook olhava o amigo com uma feição triste. Jimin bebia um chá que Taehyung tinha se prontificado a trazer para o loiro se acalmar e descansar a cabeça, a qual ele havia se queixado que doía. 

O silêncio estava instalado há já alguns minutos, onde apenas Jimin bebia o líquido quente devagar, Taehyung abraçava Jungkook por trás deixando alguns carinhos nas bochechas rosadas e Yoongi, que sentado em uma das beiras da cama afastado do Park, olhava fixamente para este analisando cada movimento. 

-Costuma acontecer...- A sua voz saiu fraca e entristecida, não sendo capaz de olhar para nenhuma dos três ali presentes consigo. -  A dor de cabeça. Costuma-me doer sempre que algo acontece... - Jungkook engoliu em seco não sabendo o que dizer mas querendo dar alguma palavra amiga, ou alguma força mesmo que pouca, para o amigo. 

-O Chá... ajuda a passar...- Não havia sido uma boa maneira de ajudar, mas não conseguiria se manter calado. Jimin olhou o mais novo dando-lhe um pequeno sorriso o que deixara o coração alheio mais quentinho e calmo. - Hyung... - Chamou recebendo outro olhar. - Como é que consegues saber se é uma presença boa ou má? Tu consegues ver os espíritos tipo... - Pensou por alguns segundos. - Como nos filmes? Com um lençol ou assim? E falas com eles? Consegues ouvi-los? 

As perguntas do Jeon não tinham maldade alguma, na verdade até tinham feito mais um sorriso doce surgir no Park que olhou de seguida para Yoongi. Os dois tiveram uma breve troca de olhares, como se houvesse mesmo uma telepatia entre eles. O Min assentiu dando alguma coragem para o mais novo que deu mais um sorriso desta vez para Yoongi, antes de levar o olhar até ao casal que esperava as respostas. 

-Bem...- Pigarreou um pouco tentando achar as palavras certas. - A aura de cada espírito é diferente... quando ela é leve, calorosa e... estranhamente suave...- Franziu o rosto por alguns segundos ao constatar tal coisa. - Eu tenho a certeza que tal alma não é má. Pode estar perdida e até confusa... mas não é má, só quer encontrar o caminho certo...

-Para o céu? - Jungkook voltou a perguntar docemente fazendo com que Taehyung sorrisse e beijasse os seus cabelos castanhos num ato carinhoso acabando com o Jeon a sorrir também. 

-É... para o céu. - Jimin sorriu também. - Mas... quando a aura é... forte... pesada... quente e... e dolorosa... não é definitivamente algo bom... - Park acabou por olhar para Yoongi num pedido mudo deste se aproximar de si. Pedido esse que logo foi concretizado quando o Min se levantou para se sentar ao lado de Jimin abraçando os seus ombros transmitindo mais alguma força. - Quando isso acontece... é difícil vê-los. É como se eles não quisessem ser vistos entendem? - Os mais novos afirmaram silenciosamente e Jimin enlaçou a sua mão à de Yoongi. - Mas... quando eles deixam... as consequências são sempre mais graves ou complicadas... por exemplo as dores de cabeça são mais fortes. - Jimin riu por um momento mesmo que a situação não fosse tão engraçada. 

-E eu aposto que os espíritos não estão escondidos embaixo de um lençol certo? - Yoongi perguntou sorrindo olhando o Park que correspondeu o seu olhar com um sorriso também. 

-Não. - Jimin recebera um beijo suave na bochecha. - Não, com certeza não andam  Ggukie. - Afirmou olhando para o Jeon, continuando a receber as carícias dadas por Yoongi.

-E quanto ás conversas? - Foi a vez de Taehyung perguntar, chegando a questionar o mesmo que o Jeon. - Tu ouve-los? 

-Sim, eles falam contigo? - Jungkook completou. 

-Por vezes sim... ás vezes querem ajuda... eu tento ajudá-los mas nem sempre tenho as respostas que eles querem...

-É como numa série que eu já vi...! Qual é o nome mesmo?! - Jungkook exclamou pensando durante alguns segundos retirando sorrisos dos mais velhos que o olhavam como se o mais novo fosse uma criança, este que por sua vez desistiu de tentar se lembrar do nome da dita série. - Nunca pensei que contigo acontecesse o mesmo Chim... lamento teres passado por isso sozinho... 

-Eu não estava sozinho...- Olhou para o Min após a sua fala. - Eu tinha os meus pais e... o Yoon. Peço desculpa nunca vos ter dito nada...

-Não faz mal Hyung. - O Kim assegurou. - Pois não?! - Encarou o namorado que tinha um biquinho fofo nos lábios. 

-Não...- Respondeu manhoso. - Mas eu começava a ficar desapontado... eu sei que não tens culpa e que era a tua vontade mas... 

-Eu sei Gguk... a verdade é esta e agora vocês sabem... - Sorriu antes de baixar o olhar para as mantas quentes. - Não queria nada puxar-vos para isto... só causa problemas... 

-Ei...- Yoongi acariciou a bochecha gordinha. - Eu disse que estávamos nisto juntos! 

-Sim Hyung! - Jungkook exclamou com um pequeno sorriso. - Agora tens a gente pra te proteger também! 

Mesmo que as coisas estivessem fúnebres, juntos ainda mantinham a única coisa boa que se aproveitava. Tudo á volta podia ser destruído menos a amizade deles! Isso iria permanecer intacta! 

 

 

 

 

 

 

 

 

“...haviam milhares de pessoas presas em calabouços, enquanto outras eram presas em camas de metal ou em cadeiras de aço, onde as amarras prendiam ambos os membros com um estímulo firme e resistente. Mulheres e homens bem pagos serviam doses de medicamentos os quais muitas vezes nem tinham prescrição média. 

Uma quantidade abundante de mortes aconteceram e em poucas horas mais de 100 pessoas acabavam por vir a óbito.”

Depois de ler tudo a cerca do espiritismo e aguentar com algumas lágrimas ao comparar toda a informação com Jimin, Camilla passou a procurar algo que lhe respondesse ás suas questões que envolviam Hostert. Encontrou em algumas estantes mais afastadas, vários livros gastos e velhos e pelo o que já tinha percebido, todos falavam sobre o antigo ditador alemão e a grande exorbitância de mortes entre as três faixas etárias que ali iam parar caso fossem julgados como os “imperfeitos” da sociedade. 

A mesa estava recheada de livros e jornais abertos com informações antigas de há vários anos atrás. Naquele em específico que se encontrava em frente ao corpo da holandesa, Meehan olhava as diversas imagens, estas que realmente se mostravam mil vezes mais macabras e sinistras que as do espiritismo. 

-Inacreditável... - Sussurrou ao acabar de ler um artigo antigo, em que embaixo deste havia uma foto de uma mulher falecida onde o seu estado era idêntico ao de Jackson quando o encontraram morto. 

“A vítima, Evelyn Schneider, morreu sozinha agoniada em uma cama quando as medicações a si diagnosticadas, que registavam misturas de consubstancias alucinatórias, lhe causaram um forte embate sobre as artérias do crânio. O sangramento entre a camada inferior e média do tecido que cobre todo o cérebro foi o início de uma morte lenta, onde o desespero surgiu com o enforcamento feito autonomamente, em que Evelyn apertou a própria traqueia não sentindo o ar chegar aos pulmões. 

<<A esquizofrenia junto com as substâncias ingeridas foram a causa principal para o derrame cerebral. A equipa médica validou todos os medicamentos>> havia sido a desculpa dada pelo o chefe do hospital.” 

A primeira coisa que Camilla pensou foi em como as duas mortes haviam sido idênticas, tudo fomentava as suas teorias e isso começava a assusta-la.  

-Ethan... Ethan, Ethan...- Folheou várias páginas á procura de mais algum artigo até que algo chamou a sua atenção. 

Nesta tarde de março, um homem de 59 anos, morreu no decorrer da sua eletroconvulsoterapia, mais conhecido como eletrochoques. Na autópsia mostrava várias agressões por todo o corpo, como golpes e cortes profundos. Charles Becker, sofreu queimaduras fortíssimas na sua última sessão antes de ir á óbito, onde a última pessoa a vê-lo com vida, foi uma das enfermeiras Nancy Hermann.”

Mais uma vez, embaixo do texto da notícia, haviam duas imagens, onde na direita mostrava uma cadeira com máquinas em volta onde fios longos se espalhavam por um corpo sem vida. A pele marcada com cortes e queimaduras fortes não passava despercebida por Meehan que sentiu uma ânsia crescer dentro si ao analisar a imagem. Na segunda ilustração, havia uma mulher loira, com o cabelo todo apanhado em um coque alto e apertado, vestida com roupas médicas. A sua expressão séria não mostrava mais do que uma vasta frieza.

Camilla deixou o ar preso nos pulmões sair pela boca, lembrando da forma como Ethan tinha morrido, e então evitar as lágrimas começava a ser difícil. 

-Lisa e Jennie... - Sussurrou pegando noutro livro que tinha trazido e posto de parte, não perdendo tempo em vasculhar as páginas quase rasgadas que o objeto possuía. - “Os colegas de quarto...” - Lera baixinho o título do caso descrito que também havia sido notícia. 

A esquizofrenia de klaus Weber, deixava-o muitas vezes agressivo e quiçá perigoso. As suas crises começavam a ficar cada vez mais graves e repetitivas onde em momentos o seu próprio inimigo era ele próprio. Naquele dia de inverno, Klaus não havia tomado a sua medicação o que o deixou mais alterado do que o normal, e ver o seu colega de quarto e único amigo a dormir calmamente e sem os seus sintomas comuns a tomarem conta de si, foi o suficiente para que uma fúria eminente crescesse dentro de Weber. 

Asfixiou o colega sem nenhum remorso, até o mais jovem, sem ter noção do que acontecia e do porquê, parar de se espernear sem um resquício de ar. 

Após o homicídio e de perceber o que havia feito, Klaus lamentou-se com lágrimas em um choro agonizante, acabando por enforcar-se ao lado do corpo falecido do amigo.” 

-“<<Casos destes são mais frequentes do que possam imaginar. Nada de novo se passa aqui, são apenas as doenças dos doentes a fazerem efeitos trágicos. >> Voltou a informar o Chefe responsável.” - Terminou de ler baixinho sentindo as primeiras lágrimas escorrem pelo o seu rosto juvenil e antes mesmo que um soluço escapasse, Camilla colocou a mão direita em frente á boca ao ver as imagens que mais uma vez acompanhavam os artigos. As vítimas estavam exatamente da mesma forma como ela e os rapazes haviam encontrado as duas amigas naquele dia. - Isto só pode ser um pesadelo... 

Ninguém a conseguia ouvir mas ela chorava com uma angústia crescendo dentro de si como se só lhe restasse isso... as lágrimas... 

A veracidade de tudo aquilo ia mais além do que jogar apenas aquele jogo e tomar alguns sustos. A profundidade de toda aquela situação deixava qualquer um sem chão e com o coração destroçado, ainda mais quando envolvia mortes de alguém querido, alguém inocente e sem culpa nenhuma. 

O seu pé esquerdo batia incessantemente no chão de forma ansiosa enquanto lia e relia os três artigos. Não era possível que cada morte estivesse a acontecer com eles, exatamente da mesma forma!

-Se eu pudesse evitar...- Sussurrou ao pensar em voz alta e aquilo até que não era uma má ideia de todo! Bastava saber que outras mortes teriam acontecido. Em praticamente um pulo, Camilla se pôs de pé procurando na mesa outros jornais velhos que havia trazido, vendo em quase todos eles algum relato de mortes em Hostert, mas por ironia do destino, ou talvez por intuição, Meehan pegou em um relato médico onde falava sobre uma adolescente conturbada. 

As fúria das vozes. - Franziu a testa ao ler o título do artigo. 

Voltou a sentar-se lentamente na cadeira, já com os olhos atentos em cada palavra escrita naquele primeiro parágrafo. 

A jovem Mary Schäfer sofria ocasionalmente de crises alucinatórias durante e fora do sono, onde rapidamente era assistida e medicada com tranquilizantes ou sedativos. Muitas vezes cedia a auto-mutilações e a auto-abusos. 

<<As vozes... as vozes não param! Elas estão por todos os lados!>> Eram algumas coisas ditas por Mary, que os enfermeiros nos evidenciaram; Tais coisas como: <<Não aguento! Façam-nas parar! Façam-nas parar! Elas vão me matar!>> , eram constantemente repetidas quando as crises se iniciavam. Depois de tantas vezes a gritar o mesmo com tanto desespero ignorado, chegou a noite em que os enfermeiros encontraram Schäfer morta na rua do jardim das traseiras com cacos de vidro em volta do corpo, o que provava que a jovem tinha se atirado da janela do quarto momentos depois de ter cortado os pulsos na horizontal. 

<<Os nosso pêsames á família, mas a vossa filha não passava uma noite sequer sem tomar os tranquilizantes. Ela era uma doente mental muito conturbada, agora está num local melhor.>>” 

Ao acabar de ler, Camilla engoliu em seco, chegando a pensar em várias coisas ao mesmo tempo e algo que não queria calar era: Quem será o próximo? 

Precisava salvá-lo...! 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Com a chegada de mais uma noite, esta que se encontrava estranhamente calma, os alunos começavam a dirigir-se para o esperado jantar onde podiam conviver um pouco sem diversas atividades aparecerem a toda a hora. 

Camilla ainda estava na biblioteca, e ainda que fosse agora a única pessoa ali presente, não tencionava sair tão cedo daquela mesa. Iria ler cada palavra de todos os livros que tivera encontrado, nem que para isso tivesse de ficar acordada toda a noite. 

Ao contrário dela, os restantes dos jovens buscavam apenas relaxar e esquecer do stress diário. 

-Estou pronto. - SeokJin avisou ao acabar de escovar o cabelo que outrora estava desarrumado por ter estado deitado na cama junto de Namjoon. 

O clima não estava tão animado devido ás notícias trágicas que pareciam chegar como bombas a cada segundo. Namjoon não conseguia deixar de pensar nos dois amigos que já não iriam rir consigo, sair consigo, aborrecê-lo com piadas sem graça que lhe tiravam a paciência.... as brigas toscas que não duravam mais de 10 minutos... Depois de tantos anos de amizade, tudo acabar daquele jeito era completamente devastador. 

-Joonie? - Ouviu a voz de Jin soar baixa ao chamar por si, e olhou para o mais velho que esperava alguma resposta. 

-Certo! Vamos o Tae e o Yoon disseram que já estão no refeitório! - Levantou-se sem pressa, beijando os lábios do outro Kim quando este chegou perto sabendo o quanto Namjoon estava mal com tudo aquilo, não sendo muito diferente de si que obviamente também estava infeliz.

-Não fiques assim... vamos ter com eles e tentar não pensar muito no assunto...

-Impossível não pensar Jin. Os meus amigos estão mortos! - Falou sério recebendo um olhar magoado. 

-Eles também eram meus amigos. - Falou tristemente. 

-Eu sei desculpa...- Olhou-o carinhoso, afagando o cabelo macio. - Apenas... Queria saber o motivo... - Olhou seriamente para Hoseok que se encontrava de costas para os dois, não vendo assim quando este engoliu em seco. 

-Não há muito a saber. - Jin voltou a sussurrar parecendo alheio ao olhar feio que o outro Kim dava ao Jung.- Apenas... apenas aconteceu...

-Claro... - Voltou a olhar para o mais velho. - Melhor mesmo é não pensar muito no assunto. 

-Sim.. bom vamos andando! Parece que não vejo os meus bebés há tanto tempo! Preciso de saber se estão bem! - Jin exclamou tirando um sorriso do namorado. 

-Sim, tive com o Yoongi e com o Taehyung hoje e não estavam assim tão mal. - Hoseok falou olhando finalmente para o o casal, dando um pequeno sorriso.

-E quem disse que estou a falar desses dois? Quero ver é o Jimin e o Gguk! Vá vamos! - Ao exclamar não demorou em puxar o namorado para fora do quarto. 

Namjoon nunca conseguiria segurar um sorriso quando tinha Seok junto de si, a ser ele mesmo com tanta genuinidade, então á mercê de todo aquele ser que esbanjava felicidade sem muito esforço, o Kim mais novo sorriu ao passar pela porta do quarto, esta que quando foi fechada, Hoseok soltou o ar preso que se acumulava nos pulmões. 

Sentia uma culpa em cima de si, em cima dos seus ombros, por não contar totalmente a verdade aos outros dois... mas deveria ser ele a contar tudo? Ser ele a revelar o que aconteceu? O que aconteceu com Jimin? Da culpa das mortes terem sido muito provavelmente deles? Não aguentaria enfrentar tais verdades e pensar nisso começava a atormentar a sua mente e o seu sistema nervoso. 

Não sabia se era capaz de continuar a esconder tudo isso, mas preferiu seguir também a sugestão de Jin, que por acaso era a mais fácil, e não pensar mais sobre o assunto, pois quando olhou para a cama do lado, apercebeu-se que algo mais precisava da sua atenção.

Soyeon não tinha saído da cama desde daquela manhã. Não falava, não se mexia, estava completamente embaixo. Jung começava a ficar preocupado com a amiga, porque sempre que tentava fazer com que ela saísse da cama ou até mesmo comer algo, a mesma negava em um murmúrio e voltava a mergulhar-se entre as mantas. Chegava a ser preocupante o quanto ela parecia se isolar desde o acontecimento de mais cedo... como se houvesse algo a puxá-la.

-Hey...- Chegou perto da amiga vendo o momento em que a mesma abriu os olhos o encarando. - Eu e os meninos vamos jantar... devias ir comer algo também. - Falou calmo recebendo um curto silêncio da loira. 

-Não tenho fome.- Respondeu o mesmo que sempre respondia quando Hoseok lhe pedia para ela o acompanhar. - Aliás, prefiro ficar aqui...

-Mas não te vai fazer bem ficares aqui sozinha... a pensar em coisas...

-Eu vou ficar bem..

-Soy...

-Por Deus Hoseok, já disse que quero ficar aqui! Não basta o Jin e o Namjoon me encherem com perguntas, tu também vais ficar a chatear-me a cabeça? - Olhou-o zangada ignorando a dor aguda que de repente se havia instalando na sua nuca. - Devias saber mais do que ninguém que eu não quero falar! Que eu não quero responder! Que eu quero ficar sozinha! Vai te embora!! - Acabou por gritar encarando Jung que a olhava nitidamente triste. 

-Certo... eu trago-te uma sandes ou assim...- Não esperando por uma resposta ou mais um grito, Hoseok saiu do campo de visão da Jeon, acabando por sair do quarto. 

Soyeon mantinha-se inexpressiva, sem saber o que acontecia consigo mesma. Sentia-se a perder a si própria, como se caísse em um poço sem fundo, apenas caía e não conseguia evitar ou parar de algum modo. Não tinha vontade de fazer nada, começava a sentir pânico do quanto se deixava ir assim... sem lutar nem nada. Fechou os olhos com força antes de se voltar na cama ficando de costas para a cama do amigo. Não queria admitir, mas precisava de ajuda, precisava de gritar por socorro mas a sua voz não saía firme da sua garganta. Abriu os olhos de forma derrotada como se mais uma vez desistisse de tentar algo, olhando de seguida para o espelho embutido na porta do seu armário e foi aí que suas pupilas dilataram ao ver atrás de si uma figura feminina a olhá-la pelo reflexo sem expressão alguma. Arregalou os olhos sentindo os mesmos se humedecerem com a visão que tinha. O ser mantinha-se quieto apenas a olhando com os olhos sem vida, pretos como a noite mais escura. A sua pele pálida contrastava com os cabelos que eram tão negros quanto os olhos, assim como a sua aura transmitida, fazendo com que a Jeon começasse a entrar em um pânico absurdo, onde não era capaz de se mover ou de gritar. Não era capaz de fazer nada, apenas sentia aquele medo e aquela ansiedade crescerem no peito, alimentando-se de cada pedaço seu ao corroê-la por dentro. 

Mesmo com tantos sentimentos negativos  a invadirem-na, em um movimento rápido Soyeon cobriu a cabeça ficando debaixo das mantas quentes, encolhendo-se como se aquele casulo a fosse proteger daquela coisa que agora não sabia se ainda estava ali ou não, mas sinceramente ela não fazia questão de espreitar para ver, apenas cantarolou baixinho uma música que a sua mãe costumava lhe cantar quando era mais nova e tinha pesadelos.

Tentando afastar o medo que começava a  ser substituído por a saudade, as lágrimas saíram por fim sem ninguém ver ou ouvir. 

O quarto estava vazio... estava frio... e Soyeon desejou, pela primeira vez em toda a sua vida, apenas morrer.  

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Mais uma vez encontramo-nos na cantina que por incrível que pareça, naquela noite não estava não cheia como de costume. As poucas mesas ocupadas não tinham mais de quatro pessoas a jantar o que era estranho pois costumava ser àquela hora em que todos se reuniam para a refeição da noite. Não era algo preocupante mas algo invulgar aos olhos alheios. 

Pelo menos foi o que Yoongi pensou ao encarar justamente o espaço em volta, notando algumas das poucas presenças começarem a arrumar os tabuleiros para saírem. 

-Nunca pensei comer uma lasanha com tão bom aspeto num sítio nestes! - Taehyung exclamou ao se sentar á frente do Min, que sorriu pelo apetite sempre presente do mais novo estar. Jungkook chegou logo depois sentando-se ao lado do namorado com um sorriso posto no rosto ao vê-lo esfregar as mãos uma na outra antes de finalmente atacar a cheirosa lasanha com o garfo. 

-Parece que alguém está esfomeado. - Jimin riu vendo o amigo saborear a comida de forma colossal. 

-Melhor, comida, até, agora! - Falou pausadamente com a boca cheia da carne moída junto da massa quente, fazendo mais uma vez com que os outros três rissem divertidos. 

-Não se fala com a boca cheia, Tae! - Jungkook exclamou achando hilariante a  figura que o namorado fazia. Taehyung era um misto de virtudes e não se esforçava muito para deixar todos em volta confortáveis. Claro que possuía um lado mau como toda a gente, mas a sua energia positiva, o seu carinho, o jeito com que deixava as pessoas alegres, confiantes e acolhedoras, fazia com que fosse amado facilmente. 

E Jungkook amava cada pedaço do Kim, desde a idiotice que por vezes fazia para animar as pessoas, até aos beijos carinhosos que ele dava para demonstrar o quanto o amava. Taehyung era uma pessoa incrível e Jungkook sentia-se sortudo por tê-lo ao seu lado.  

A conversa e os risos agradáveis dos quatro faziam com que por um momento as coisas más desaparecessem. Jimin sentia-se leve ao ter um momento de paz com Yoongi a fazê-lo se sentir seguro, com o apoio de Jungkook que agora sabia de tudo e isso com certeza deixava-o menos tenso, com menos medo, até porque também tinha Taehyung a anima-lo com pouca coisa, bastava sorrir com aquele sorriso encantador. Com certeza tinha as pessoas certas ao seu lado para que todo o mal instalado em si fosse embora, não tinha dúvidas disso. 

Pousou um dos cotovelos na mesa, apoiando o queixo na mão observando os  seus três salvadores. Amava Yoongi, de uma forma diferente com que amava Jungkook ou Taehyung, mas esses dois amores eram capazes de tirá-lo daquela bolha negra de receio e temor por qualquer coisa que pudesse vir a sentir.

-Jiminie? - Yoongi chamou-o não muito alto ao notar que o loirinho se perdia entre pensamentos. O Park havia ficado a encarar tanto tempo os demais, que acabou por não notar a conversa que agora se fazia presente apenas entre o casal da frente . 

-Hm? - Olhou envergonhado para Yoongi apesar de sustentar um pequeno sorriso. 

-No que estavas a pensar? - Sorriu colocando uma madeixa atrevida dos cabelos loiros atrás de uma das orelhas do mais novo, este que pedia aos céus para que aquele momento durasse para sempre. 

-Estava... a pensar em como tenho sorte de vos ter na minha vida... de te ter a ti. - Encarou os olhos pequenos e profundos do Min. - Apesar de tudo... - Falava baixinho para só o seu Hyung ouvir. - Das nossas discussões, das nossas diferenças... apesar disso tudo eu quero passar o resto da minha vida contigo. Não me consigo ver com mais ninguém Yoon... tu és a pessoa que eu quero ver todos os dias ao acordar... eu quero estar contigo sempre que as coisas estiverem mal e especialmente quando estiverem bem. Eu quero ter uma casa nossa, quero ter filhos e criá-los contigo. Consigo ver perfeitamente a tua figura paternal: responsável, firme mas doce e dedicado! - Riu divertido tirando também um sorriso do mais velho. - E quando eu digo isto não é da boca para fora... eu não me importo com mais ninguém, nem se os meus pais iriam aceitar ou não, pois eu digo 100% confiante e decidido, que é contigo com quem eu quero casar e construir um futuro. E eu sei que aqui não é propriamente o melhor sítio para fazer uma declaração destas mas...- Riu tímido pela primeira vez ao notar os olhos atentos do outro postos em si como se gravassem cada palavra e cada traço bonito do seu rosto. 

-Não importa o sítio...- Yoongi falou. - É bom ouvir isso de ti... porque eu também quero tudo isso contigo. - Jimin sorriu aliviado, pois apesar de saber que Yoongi gostava de si, ele ainda estava a descrever um futuro com os dois, um futuro que talvez nem existisse na cabeça do de cabelos cinzentos. A rejeição ainda podia acontecer, até porque o futuro sempre será incerto e Yoongi podia ter outros planos, algo que não incluísse Jimin. 

Ao ver a suavização nos olhos alheios, Yoongi aproximou-se aos poucos do corpo do menor, tocando levemente na sua bochecha corada. Jimin sentia o coração bater cada vez mais rápido, algo que não queria parar de sentir tão cedo, era o sinal mais puro de que Yoongi estava ao seu lado. 

-Tu também serás um pai fantástico... e um marido igualmente incrível. - Falou sorrindo rente aos lábios do mais novo, este que sorriu junto do Min antes de sentir a boca alheia unida com a sua. 

O ósculo era caloroso, lento e transmitia as mais boas ondas de felicidade, adrenalina e ao mesmo tempo conforto e tranquilidade para o coração apaixonado de Jimin que não evitava sorrir sempre que as línguas se desencontravam por meros segundos. Esqueciam as pessoas em volta assim como o barulho ao redor que naquele momento pouco importava. Nem mesmo os espíritos que pareciam longe importavam, nem as preocupações que vinham com eles! Não, nada disso importava. Estavam tão serenos e extasiados um no outro que juravam estar no paraíso. 

-Acho que as coisas estão a dar certo novamente. - Jungkook sorriu para Taehyung ao ver a cena dos dois mais velhos. 

-Eu também acho...- O Kim não se referia apenas ao Min e ao Park, mas também a si mesmo e ao mais novo de cabelos castanhos. - É bom ver que está tudo como é suposto estar não é? Eles os dois... nós...

-Nós? - Jungkook sorriu tímido desviando o olhar para os seus dedos que se mantinham inquietos. - Nós sempre vamos ter algo errado... por causa de mim... 

-Jungkook tu não és errado... e tudo o que sentires que possa ser um possível problema, nós vamos resolver juntos. - Falou puxando levemente o queixo alheio para que o Jeon o olhasse sem receio. - Eu estou pronto para te mostrar que todas as tua inseguranças apenas contribuem para tu seres a pessoa fantástica que és! - Jungkook riu baixinho sentindo as bochechas tomaram uma coloração rosada e quente. 

-És um bobo... mas eu adoro-te. 

-Eu sei que sim. - Sorriu convencido recebendo uma pequena palmada no ombro. Nenhum conseguiu parar de sorrir assim como as carícias ternas que continuaram. 

Os quatro permaneceram naquela bolha agradável de paz e tranquilidade, até que Jin e Namjoon chegaram finalmente á cantina e se aproximaram da mesa, com as mãos dadas e sorrisos pequenos nos rostos por verem a cena bonita entre os dois casais. 

-Alguns parecem estar finalmente a entenderem-se! - Jin exclamou dando-lhes um pequeno susto. 

-Viemos em má altura? - O outro Kim perguntou com um sorriso irónico no rosto recebendo um revirar de olhos e uma resposta com uma pitada de sarcasmo, ambos vindos de Yoongi 

-Claro que não. 

-Podem se sentar, estávamos á vossa espera. - Jimin deu um dos seus característicos sorrisos, sendo simpático e doce para com os mais velhos, onde logo Jin não perdeu tempo em se sentar ao seu lado, enchendo-o de várias perguntas. Ao contrário de si, Namjoon caminhou lentamente para a cadeira ao lado de Jeon a puxando para também se sentar á mesa, ouvindo entretanto as repostas meio desesperadas que Jimin tentava dar a Seokjin, que imediatamente começou a interrogar Jungkook também. 

A conversa recheada de risos e apelidos carinhosos que Jin dava ao Jeon e ao Park, manteve-se sem muita dificuldade, até que Hoseok silenciosamente se aproximou dos seis. Estava visivelmente cabisbaixo, o que não era habitual. Jung tinha sempre o seu sorriso luminoso presente, fosse em que altura fosse ele estaria lá pronto para alegrar as pessoas á sua volta, e agora ele estava ausente e as mãos escondidas nos bolsos das calças apertavam-se em punhos enquanto o dono sentia a preocupação a crescer dentro de si. 

Sem querer chamar a atenção ou parar o diálogo divertido que estava presente entre os restante, sentou-se na cadeira á ponta da mesa em silêncio, pousando os braços no objeto plano, encarando os dedos compridos e bonitos a brincarem entre si. Obviamente que os olhares alheios se voltaram para a sua pessoa, assim que chegou á beira da mesa, e mais óbvio ainda, era a preocupação nos olhos voltados para si. 

-Está tudo bem Hobi? - Jimin foi o primeiro a perguntar. 

-Ahm? - Olhou para todos de forma confusa com a pergunta feita de repente, mas assim que percebeu que havia sido Jimin a questionar, engoliu em seco. - Ah... sim. 

Um lado seu queria ficar calado sem explicar o que sentia ou o que o preocupava, mas pensou e por alguns segundos ficou duvidoso... Pois por outro lado, sabia que manter aquilo tudo dentro de si iria acabar por enlouquecê-lo. 

-Não. Não está. - Manteve o olhar baixo. 

-Mas há poucos segundos estavas animado. - Jin comentou preocupado com o mais novo. Para com os seus irmãos mais novos — como costumava chamar os outros seis — teria sempre o dever de cuidar ou proteger, independentemente de qualquer coisa, e ver Hoseok tristonho era algo preocupante... 

-A Soyeon... ela está estranha...

-Como assim? - Taehyung perguntou apreensivo, tanto por o amigo como pela amiga. 

-Tem estado assim desde... - Ficou por alguns segundos nervoso por pensar em voltar a tocar no assunto daquela manhã, mas não valia a pena ocultar mais. - Desde hoje cedo. - Praticamente sussurrou não sendo capaz de encarar nenhum dos amigos especialmente Jimin, este que prendeu a respiração sentindo o coração acelerado, desta vez por motivos indesejados. 

-As coisas têm estado estranhas mesmo...- Namjoon refletiu por alguns segundos. - Eu estranhei ela ficar na cama mas pensei que fosse uma coisa de garotas... sei lá... Não estará no período menstrual? - O Kim falou tão formalmente que acabou por rir mas logo encarou os outros seis sem entender o porquê dos olhares serem voltados para si repentinamente. - O que foi? Eu não percebo dessas coisas. 

Ignorando as falas de Nam, Hoseok voltou a pensar na amiga deixada no quarto 217 e no quanto ela parecia abatida.

-Não sei...- A atenção foi voltada para si novamente. - Acho que é mais do que isso. - Sem ser intencional, Jung encarou Yoongi e Jimin seriamente. - Tenho medo do que possa ser... - Esperava que eles percebessem o que ele queria dizer sem levantar muitas suspeitas para com o casal mais velho. Jimin depressa apertou a mão de Yoongi quando pensou nas várias hipóteses... nenhuma delas o deixando tranquilizado. 

-Se acontecer o mesmo que aconteceu com a Jennie e a Lisa...- Jin murmurou mas mesmo assim a fala chegou aos ouvidos dos demais que se mantiveram em silêncio. - É melhor ficarmos atentos não é? 

-Claro. - Namjoon respondeu notando Jimin morder o lábio inferior que tremia levemente. - Jimin? Estás bem? - Chamou-o fazendo os restantes encarecem o loiro, que o olhou com os olhos um pouco arregalados antes de assentir positivamente. 

-Sim... - Tentou não soar nervoso, o que foi notado por Jungkook e Taehyung. - Eu... estou apenas preocupado com a Soyeon agora... ela não disse nada Hobi?- O questionado deu de ombros. 

-Mais ou menos, apenas disse que quer ficar sozinha... parecia um pouco inquieta... ansiosa. Ela não está bem é certo... acho que viu algo que a assustou...- Voltou a olhar o Park vendo o mesmo se remexer de forma nervosa na cadeira, enquanto recebia um olhar sério de Yoongi que lhe repreendia mentalmente por voltar a trazer aquele assunto á tona, por muito indiretamente que fosse. 

Mas Hoseok não conseguia evitar. Soyeon podia ter ficado traumatizada! Claro que não desmerecia Jimin, pois viver com aquele infortúnio deveria ser deveras complicado e até pejorativo, mas amava Soyeon e vê-la assim... era devastador, era até como se fosse ele próprio a sofrer! 

Por outro lado, aquele comentário não havia agradado Yoongi. Pois mais parecia que Hoseok culpava Jimin por aqueles acontecimentos, como se o loiro chamasse intencionalmente seres de outro mundo. Desde quando tinham o direito de afirmar algo assim mesmo que fosse por outras palavras?! Os olhares do Jung falavam por si mesmo, o que não era justo! Se Soyeon tinha visto algo foi pura embirração, ninguém a tinha obrigado a nada. 

-Vocês por acaso não jogaram nada assim de estranho pois não? - Namjoon perguntou sem muitos rodeios ao sentir o clima pesado que se começava a instalar e ao perceber que os cinco suspeitos se entreolhavam sem saber bem o que responder, arqueou uma sobrancelha desconfiado. 

-Ahm nós...- Jungkook pigarreou meio indeciso na questão de falar ou não a verdade. 

-Claro que não. - O Min falou sem gaguejar olhando seriamente nos olhos do Kim, que passou a olhá-lo do mesmo modo.

-Espero que não. Afinal não seriam assim tão irresponsáveis, não é?! - A troca nada simpática de olhares deixava tudo ainda mais desconfortável, e Jin tencionava acabar com aquilo.

-O Joon tem razão. Essas coisas trazem más energias e pensamentos ruins. Mas não vamos falar disso! Já passou certo? 

-Claro, o Hyung tem razão. - Jungkook sorriu minimamente. - Apesar de coisas más terem acontecido não vamos nos deixar ir a baixo por causa disso! Os nossos amigos não iriam gostar de nos ver zangados ou tristes. 

-É verdade. - Taehyung concordou soltando um pequeno riso. - O Jackson e o Ethan fariam as piadas mais idiotas... começariam até a irritar-nos. - Sorriu mais uma vez junto dos restantes que não aguentaram sorrir com aquelas memórias. 

-Sim, e a Lisa e a Jennie dariam na cabeça do Ethan por ele tentar algo com elas. - Hoseok completou sorridente. 

-Pois é. - Namjoon sorriu. - Tantas noites que tive de aturar as queixas dele por elas não lhe darem atenção. - Negou com a cabeça ao relembrar. 

-E a Lisa que fazia as suas birras dramáticas pelas notas baixas que recebia! Ela até te pediu lições! - Jin falou para o namorado ao gargalhar junto dos outros. 

-Pois foi! Desistimos logo á segunda aula! - As covinhas do Kim ficaram á mostra quando o mesmo sorriu divertido junto dos amigos. 

-Eles vão realmente fazer falta...- Jimin falou mais baixinho sendo concordado pelos demais. 

-Mas não vamos esquecê-los... - Yoongi apertou a sua mão mais uma vez. - Isso é o que verdadeiramente importa. Nada vai fazer aqueles momentos desaparecerem das nossas memórias, eles vão sempre estar connosco. - Compartilharam todos um sorriso empático onde conseguiam sentir que estavam todos no mesmo barco. Os sete podiam até discordar em certos momentos, discutir e dizer coisas que não sentiam realmente, mas no fundo iriam sempre poder contar uns com os outros. Eles, juntamente com quem já não estava ali, eram uma família e iriam sempre ser. E família mantém-se unida, não é verdade?! 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Em um dos corredores — que davam acesso á cantina — Isaac embrulhava-se em um conjunto de pensamentos onde achava que as suas “não crenças” e a loucura toda daquele grupo estava a apanha-lo definitivamente. Mas isso nunca seria uma razão para desistir, aliás nunca desistiria de algo tão pecaminoso como Jimin e o que este lhe podia dar, fosse por qual motivo fosse! Para seu descontentamento, começava a sentir raiva e revolta por ser tão difícil ter o coreano, mais parecia uma missão impossível embora estivesse disposto a ultrapassar essa dificuldade quase até irónica. 

Seguia descontraidamente pelo corredor, com as mãos escondidas nos bolsos das calças pretas de marca enquanto pensava e repensava sobre esse tal loirinho. Mesmo que fosse proibido, o errado sempre lhe saberia melhor, dava-lhe gosto quebrar as regras, era um sádico sem consciência e ao chegar á porta que o dividia da cantina, não demorou em empurra-la com o corpo dando de caras com o local quase vazio. 

Franziu a testa ao percorrer o olhar pelo ambiente deserto, abrindo um sorriso apenas quando colocou os olhos em uma determinada mesa, localizada perto das janelas que davam visão do jardim traseiro. Em uma das cadeiras estava sentado quem ele exatamente queria! Infelizmente estava sentado ao lado do Min mas isso até que seria divertido, não podia negar...

Caminhou em um ritmo não muito apresado até á mesa ocupada pelos sete rapazes que mantinham um conversa qualquer, e pouco se importando em saber o assunto ou se era bem vindo, apenas chegou atrás do Park com o seu típico sorriso posto no rosto. 

Jungkook, assim como Taehyung e Namjoon, foram os primeiros a notar a nova presença. Olharam para Isaac com uma expressão confusa, ainda mais quando este tocou sutilmente nos ombros de Jimin, que se sobressaltou com o pequeno susto olhando de seguida para trás, fazendo com que todos na mesa notassem logo a oitava pessoa que tinha acabado de chegar... tal pessoa que não agradava a todos isso era certo. 

-Desculpem não queria interromper. - Falou gentilmente olhando para os demais, não se dando ao trabalho de olhar para Yoongi que soltou um riso nasal pela falta de vergonha alheia. - Queria saber como estás...- Encarou finalmente os olhos perdidos do Park, que por sua vez intercalava o olhar entre Yoongi e Isaac. - Estás melhor? 

Realmente vai ser divertido... - Pensou mais uma vez Isaac ao ver a expressão quase inocente de Jimin voltada para si...

E assim como ele, Yoongi também pensou nisso... mas a cerca de partir a cara ridícula do alemão que parecia não ter medo algum de arriscar fora do limite.


Notas Finais


Espero que tenham gostado e até ao próximo!!

Espero que estejam saudáveis e seguros! :3


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