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História Our Castle - Boyfriend


Escrita por: paansy

Notas do Autor


Eu demorei, mas cheguei. Esse capítulo não deveria acabar agora, porém eu sei que não acabaria ele hoje, se caso fosse fazer completo, então decidi dividir. BF1 e BF2, ok? Eu espero de coração que vocês gostem desse capítulo tanto quanto eu gostei. O próximo eu devo postar só na semana que vem, já que essa semana termina meu semestre e eu tenho umas coisas chatas pra fazer, mas prometo que logo volto com o próximo.

Obrigada pelos favs e comentários, gente, vocês são 10/10, cês sabem. Mas tô sentindo falta de tanta gente, vamo aparecer, pô ):

APROVEITEM!!!!!!!!!!!!

Capítulo 20 - Boyfriend


Seokjin estava feliz aquele dia. Tinha marcado um jantar em sua casa, convidou Youngjae e seu marido, o que foi confirmado sem nem pensar duas vezes. Finalmente teriam um jantar bacana depois de tanto combinar. Ficou decidido que Youngjae iria para a casa do loiro depois do trabalho e iria levar Taehyung consigo, assim o mais velho não teria que se deslocar tão tarde da noite para buscar seu filho. Choi iria com o marido, de carro, era mais seguro. E em todo o caso, Seokjin ainda estava um pouco receoso depois do assalto que sofreu.

Respirou fundo e bateu a caneta na cabeça, estava servindo mesas naquele dia. Infelizmente a cozinha ficou para Wong, aquele homem que nunca se aposentava e era realmente bom no que fazia. Faltava poucos minutos para a hora de descanso e as mesas estavam servidas, e as que não estavam, Lalisa pegava. Estava tentando aumentar seu percentual de gorjeta para conseguir ir à Tailândia para visitar seus pais durante as férias de verão. Mark havia lhe mandado uma mensagem há pouco, avisando que já estava chegando, deixando o cozinheiro cada vez mais ansioso e nervoso. Aquela oportunidade definiria toda sua vida dali por diante.

— Jin! — Lalisa chamou após servir mais uma mesa, chamando a atenção do melhor amigo que a olhou imediatamente. — Já sabe o que vai falar para Mark-ssi?

Negou e respirou fundo, se sentindo imediatamente mais nervoso e ansioso. E se Mark desistisse e acabasse com aquela proposta? Aquilo poderia acontecer e não sabia se tinha estruturas para aquilo, estava contando com aquela oportunidade.

E iria agarrá-la com todas as forças possíveis.

— Eu espero que ele não desista de mim. — Murmurou mordendo o lábio inferior. — Eu odiaria perder essa oportunidade.

— Pensei que quisesse que ele desistisse de você. — Comentou confusa e o loiro lhe deu uma encarada, a fazendo sorrir sem graça e dar os ombros. — Não me olhe assim, você quem está falando coisas sem sentido.

— Estou falando sobre desistir de mim como chef, Lalisa! — Explicou e a mulher murmurou um “ah” em compreensão e esclarecimento. Agora tudo fazia sentido em sua cabeça. — Ele deve conhecer tantas pessoas melhores.

— Sim, e por isso se interessou tanto em você. — Bufou entediada e viu o mais alto lhe encarar novamente. — Acalme-se, okay? E confie em si mesmo, você é ótimo.

A porta da frente foi aberta e logo um homem alto e magro, vestido de blusa gola alta preta e sobretudo cinza chumbo, entrou por ali. O cabelo perfeitamente arrumado, aquela pose de gente importante... Mark Tuan sabia mesmo agir como uma pessoa de poder. Seokjin respirou fundo e engoliu em seco, olhando para sua amiga que sorriu grande e silabou um “fighting” antes de sair para a cozinha.

Era agora. Mark se aproximou calmamente e se sentou em uma mesa vaga, deixando sua bolsa em cima da mesa enquanto dava uma olhada no cardápio. Seokjin saiu de onde estava e caminhou até a mesa do rapaz, arrumado sua camisa preta larga; não se vestia tão bem como aquele homem, estava se sentindo inferior e esquisito, porém rapidamente afastou aqueles pensamentos, não valiam a pena.

— Boa tarde, Mark-ssi. — Cumprimentou educadamente, curvando seu corpo e recebendo uma curvatura discreta do homem que sorriu ao ver o mais velho. Estava lindo como sempre, achava. Kim Seokjin conseguia ficar lindo até de camisa larga, jeans rasgados e tênis. Apenas isso. — Vai querer alguma coisa?

— Você. — Disse direto e o loiro se sentiu sem graça, desviando imediatamente o olhar, querendo esconder seu rosto tomando um tom avermelhado. Mark riu, aquilo era sua tarefa favorita, ver Seokjin corar. — No momento quero apenas conversar com você, podemos?

— Podemos. — Murmurou antes de sentar na cadeira a frente de Tuan que se arrumou um pouco melhor e encarou de frente o homem mais velho que parecia se recompor aos poucos.

— Primeiramente gostaria de ouvir melhor o que você tem a me dizer sobre si mesmo. Por que eu devo contratar você?

Aquela pergunta foi inesperada. Seokjin estava esperando tudo, menos aquela. Talvez... talvez estivesse esperando o homem perguntar sobre o menu, sobre seus dotes culinários, mas não algo tão profundo e direto.

Coçou a cabeça e olhou para o mais novo. Mark o encarava ansioso, queria mesmo ouvir as justificativas do loiro.

— Eu não acho que deva. — Foi honesto e Mark franziu o cenho. Não era a resposta que esperava. Continuou encarando Seokjin e o viu expirar devagarzinho antes de falar mais alguma coisa. — Você deve conhecer uma infinidade de gente melhor do que eu na cozinha, com mais experiências, mais opções, mais indicações e até com diplomas. Eu não sou assim, não sou nenhuma dessas pessoas! Cozinho comida coreana e americana em um restaurante do subúrbio, meu público fiel são meus filhos e só a indicação deles que possuo. — Riu baixinho e Mark apoiou os braços na mesa, apoiando-se ali, prestando atenção no homem cujo a sinceridade até lhe feria o ego. — Estudo por conta própria em livros de receita que roubei da biblioteca quando era mais jovem e meu currículo é um caderno velho cheio de receitas inventadas por mim mesmo. Eu, honestamente, não estava esperando por essa pergunta, mas já que quer saber meu posicionamento: aqui está. Eu não sou a pessoa ideal, se caso estiver procurando por nomes famosos e um pesado currículo. Mas se caso estiver procurando por um cozinheiro autodidata, que cozinha por amor e que prova toda sua comida pessoalmente antes de cogitar a ideia de dar a alguém, ou que queima as mãos, mas não queima a comida... alguém que não desiste de sua equipe, mesmo que esteja dando tudo errado, alguém que não vai desistir mesmo se alguém apontar o dedo e dizer que não é bom o suficiente: então esse sou eu. — Disse de uma vez, se sentindo um pouco confuso consigo mesmo. Não sabia se tinha falado coisa com coisa, mas apenas falou. — Eu quero muito essa oportunidade e me sentiria muito honrado se eu conseguisse. Mas se eu não me encaixar nos parâmetros, tudo bem, vou agradecer da mesma forma e continuar fazendo minha comida, ganhando meu dinheiro com ela e sendo o cozinheiro do subúrbio de Seul.

Mark não sabia o que dizer, estava totalmente sem palavras. Talvez aquilo fosse pequeno demais para o que Seokjin realmente merecesse. Provou sua comida, soube na hora que era boa e todos aqueles clientes que entravam ali todos os dias, os que voltavam todos os dias, também sabiam disso. Aquele homem era grande, só precisava de ajuda para ver seu verdadeiro tamanho.

Ajudaria Seokjin a se mostrar para o mundo.

— O que está fazendo longe da cozinha, chef? — Perguntou e o loiro sorriu aliviado, sentindo o coração acelerar. Mark sorriu ao ver o homem mais relaxado com sua presença. — Mesmo que eu tivesse mais opções, eu ainda assim escolheria você. Não procuro por nomes famosos, esses já estão onde merecem estar. Você não, você ainda precisa achar o seu lugar e eu vou te ajudar nisso. A honra é minha de trabalhar com o senhor, senhor Kim Seokjin. — Curvou a cabeça e ouviu a risada alegre do rapaz que cobriu os lábios com as mãos.

Sentia o corpo vibrando em felicidade, o coração acelerado... aquele, definitivamente, era seu dia. Mark riu junto e outra risada foi ouvida. Ambos olharam para o lado, vendo Lalisa servindo a mesa ao lado enquanto sorria feliz. Seokjin acenou positivamente e a mulher acenou de volta, dando pulinhos felizes em seu lugar.

Depois de tanto tempo, a sorte estava sorrindo de novo para Kim Seokjin.

*

Uma operação. Depois de um treinamento militar no dia anterior, o major designou aos policiais uma operação especial naquele dia, algo que as forças especiais geralmente pegariam, no entanto, foi dado aos policiais.

Namjoon já tinha vasculhado uma parte daquele galpão, atento a qualquer barulho que tinha naquele lugar, apenas ignorando a respiração de Jaebum logo atrás de si. Aquele lugar estava sendo investigado por ser um galpão de despacho de drogas, onde o fluía o tráfico de Seul. Até aquele presente momento, apenas silêncio era ouvido.

Houve um barulho de passos e logo alguns tiros começaram a ser disparados no pequeno grupo do outro lado, fazendo o grupo de Namjoon se esconder atrás de alguns carros abandonados ali dentro.

— Abrimos fogo, General? — Jaebum questionou ao mais velho que estava guiando aquele grupo e o homem apenas investigou por cima do automóvel que estavam usando de escudo, vendo a troca intensa de tiros entre os policiais e alguns traficantes. — Precisamos fazer alguma coisa!

O homem sinalizou para que os dois policiais que os acompanhavam, fossem ajudar os outros como reforço enquanto Namjoon e Jaebum seguiram com o major, indo em frente por um outro caminho. O moreno só pensava em terminar aquilo em segurança e voltar para casa, ainda pretendia fazer muitas coisas naquele dia, pedir Seokjin em namoro era uma das suas prioridades.

Pararam ao ver mais um grupo de homens a frente, apontando suas armas em direção aos policiais que pararam imediatamente.

— Senhor, permissão para atirar? — Namjoon quem perguntou, levando a mão até o coldre, a fim de pegar sua arma. — Senhor...?

O mais velho apenas assentiu para os recrutas e em poucos segundos, os três se afastaram para desviar dos tiros, devolvendo na mesma intensidade, tentando não ser alvejado. Se antes aquele galpão era silencioso, agora haviam gritos, tiros e pessoas correndo.

Jaebum estava a frente, atirando, tentando não ferir mortalmente os traficantes, porém sua pistola travou.

A sua expressão de pânico em direção ao melhor amigo, fez o policial de cabelos castanhos sair de seu lugar e correr na direção do mais novo, o puxando com um braço, deixando dois tiros lhe atingirem o peito.

— Hyung. — Im gritou ao sentir seu corpo caindo no chão junto com o corpo grande do amigo que puxou o ar com força, sentindo uma dor forte em seu peitoral. — Calma, está tudo bem. — Ajoelhou-se ao lado do policial, verificando onde os tiros haviam pego. — Respire devagar.

— Eu não consigo respirar. — Murmurou segurando o amigo pelo colete que usava, apertando os dedos ali. Puxava o ar com dificuldade, balbuciando algumas palavras sem conseguir realmente respirar. — Vai ajudar o General.

Jaebum abriu o colete de Namjoon e verificou o corpo do mais velho, vendo que os tiros não haviam mesmo atravessado o colete, e toda aquela reação era apenas a pressão exercida pelo projétil em seu corpo. Respirou fundo e olhou para trás, vendo que mais policiais cercavam aquele grupo no momento, os imobilizando, rendendo cada um.

— Não fale muito, sua respiração ainda não está regular. — Aconselhou e o moreno fechou os olhos com força, tentando buscar o ar, sentindo o peito arder onde foi alvejado. Não era a primeira vez que aquilo acontecia e não seria a última, mas a sensação não mudaria também. — Obrigado por me salvar, parceiro.

Namjoon bateu a mão no ombro do amigo e sorriu rápido, logo voltando a fazer careta de desconforto.

— Você me deve uma. — Murmurou ainda sem muito controle de sua respiração. — Me leve até Seokjin, Jaebum! Preciso falar com ele agora.

O moreno arqueou o cenho e encarou o rosto suado do amigo, os cabelos castanhos colados na testa, os olhos focados no rosto do outro policial. Tentou levantar e foi ajudado por Im, mesmo que ainda estivesse reclamando de dor e desconforto no peito.

— Você ainda não está em condições... — Comentou preocupado, apoiando o corpo maior que o seu, nos ombros, o ajudando a se levantar. — Você tomou dois tiros.

— Eu preciso falar com ele, Jaebum. Preciso agora. — Disse decidido, olhando para seu próprio peito, vendo os furos em no colete, um perto do coração e um do estômago. Estaria morto se não fosse por aquele objeto. — Você está me devendo, não está? Me pague com isso. Quero ver Seokjin agora!

Jaebum assentiu. Se Namjoon queria, então o levaria.

*

Não foi difícil conseguir dispensa depois daquele episódio. Claro que ambos receberam uma bronca do major, onde foram advertidos que aquele era um erro técnico de iniciantes e que Jaebum poderia estar morto, ou o próprio Namjoon, que se fosse alvejado de uma distância maior, o colete vazaria. Após ouvirem todas as reclamações do superior, Namjoon foi dispensado para descansar e Jaebum foi licenciado para levá-lo para casa, já que ainda se sentia mal. Fora recomendado um médico, porém ele só queria ir pra casa.

Im até tentou insistir, mas acabou levando um tapa na nuca enquanto dirigia. Namjoon não tinha nem trocado a roupa ou até mesmo tirado as algemas ou armas: ele estava desesperado. Deu o colete nas mãos do delegado para ser usado como prova acusativa contra a quadrilha e saiu. Não se importava em estar fardado, ele só queria seu loiro. Havia esperado demais, e aquela espera o fez perceber que cada segundo é importante e precisava fazer alguma coisa!

Passou a mão em seus cabelos castanhos, os jogando para trás, tentando tirar da testa. Estava nervoso. Não sabia bem como falar com Seokjin, só sabia que precisava falar, mas como?! Não queria pedir conselhos a Jaebum porque queria manter aquilo em segredo; vai que o Kim mais velho recusasse o pedido? Seria constrangedor. Respirou fundo e viu o carro estacionar à frente do trabalho do homem.

— Tem certeza que não quer ir ao hospital? — Tentou mais uma vez e ganhou uma revirada de olhos. — Você pode ter lesionado algum lugar.

— Está tudo bem comigo, Jae. Não é como se eu nunca tivesse tomado um tiro no colete alguma vez na vida. Eu só... — Respirou fundo. — Só preciso fazer algo agora.

— Mais tarde tem o jantar na casa de Seokjin-ssi, se ainda estiver se sentindo mal, vamos ao hospital e eu não quero nem saber. — Impôs e o mais velho riu. Jaebum preocupado era sempre autoritário, mas era apenas cuidado. — Muito obrigado por ter me salvado, novamente.

— É o meu trabalho. Eu salvo você e você me salva porque temos pra quem voltar depois de cada dia. — Respiraram fundo e Im sorriu para o mais velho que devolveu o sorriso. — Nos vemos mais tarde.

O outro apenas assentiu e viu o amigo sair do carro, indo em direção ao restaurante. Namjoon ainda sentia seu peito queimar e provavelmente haviam hematomas grandes e profundos em sua pele clara, no entanto tudo se tornava pouco comparado ao nervosismo de encontrar Seokjin.

Arrumou sua farda e abriu a porta, entrando de vez e vendo o local com algumas pessoas, as mesmas pessoas que o encararam estranho por ser um homem alto e estar vestido todo de preto, um policial armado. Era incomum e assustador.

— Ei, policial, veio prender alguém? — Lalisa apareceu com sua bandeja vazia, averiguando o homem mais alto. Naquela roupa ele parecia intimidador. Namjoon sorriu aliviado ao ver a conhecida e negou. — Oh, claro, porque você já prendeu meu melhor amigo. Se é ele que você está procurando, está ali conversando com Mark-ssi.

Aquilo foi a segunda dose de tiros em seu peito, porém agora estava sem colete e nem sabia se haviam coletes para aquilo. Seguiu a indicação da loira e viu algo que o incomodou: Seokjin estava sorridente enquanto Mark falava alguma coisa. Aquilo não estava certo, não gostou. O loiro estava tão entretido no assunto que nem o percebeu ali.

Se sentiu chateado. Respirou fundo e cogitou a ideia de ir embora, então lembrou do que aconteceu da última vez e retesou. Não iria embora de jeito algum. Não iria mesmo.

Seguiu até a mesa, o som de seus coturnos batendo no chão chamou a atenção de Seokjin que sentiu o coração acelerar. Namjoon estava tão lindo naquela farda, nunca tinha a visto, era preta, completamente preta, o que destacava era os detalhes em branco e a bandeira da Coréia do Sul em seu bíceps direito. O sorriso aumentou e seus olhos brilharam. Mark viu isso.

— Namjoon-ah. — Chamou animado e Tuan suspirou, coçando a nuca, claramente desconfortável com a presença do policial. — Tenho uma ótima notícia.

Namjoon estava chateado com aquela proximidade entre Mark e Seokjin, mas ver seu hyung sorrir daquela forma tão bonita e estar claramente feliz, recuperava todo seu bom humor. Sorriu de volta e seguiu para se sentar ao lado do loiro que abraçou seu braço e recebeu um beijo nos cabelos descoloridos.

— Me diz... — Pediu baixinho, usando uma mão para afastar alguns fios de cabelo do rosto do homem mais velho que ainda tinha aquela áurea tão boa. — O que te deixou tão radiante assim?

— Mark-ssi e eu fechamos contrato hoje. — Disse feliz e Namjoon rapidamente olhou para o homem moreno a frente que sorriu irônico antes de tomar um gole de seu café. Voltou sua atenção para Seokjin e sorriu feliz. — Essa é uma oportunidade muito importante pra mim.

— Eu sei o quanto você quer isso e o quanto você trabalha duro. Vai ser um sucesso, você é ótimo. — Apoiou cheio de amor e carinho, encostando sua cabeça na de Seokjin que fechou os olhos e abraçou mais ainda o braço fardado do outro, se sentindo seguro e mais feliz por Namjoon estar ali.

Seria completo se as crianças também pudessem ouvir aquela notícia em primeira mão.

Mark voltou sua xícara para a mesa e olhou aquela cena antes de suspirar pesado e olhar em seu relógio de pulso, verificando os poucos minutos que faltavam para a pausa de Seokjin terminar. Preferia vê-lo trabalhando do que com Namjoon.

— Sim, ele é ótimo e eu farei de tudo para divulgar o nome e o talento dele entre os chefs mais conceituais de Seul. — Mark sorriu e obteve o olhar sonhador e feliz do loiro. Era lindo e estava se sentindo honrado em ter aquela reação vinda do mais velho, por sua causa.

— Se precisar de mim, sabe que eu estou aqui, hyung. — Disse diretamente para o mais baixo que assentiu e sussurrou um agradecimento ao policial.

Mark riu baixinho, debochado. Como podia um simples policial ajudar Seokjin? – pensava. A ajuda que Kim precisava, só ele podia dar, em sua concepção.

Namjoon o encarou seriamente. Estava entendendo o jogo de Mark Tuan.

— Não se preocupe, Namjoon-ssi. Eu darei tudo o que ele necessitar! Isso não é problema algum. — Disse e o moreno pegou um duplo sentido naquele tom superior lançado em sua direção. Riu baixinho e negou. — Seokjin-ssi merece o melhor.

Seokjin olhou para o homem à sua frente e depois para Namjoon. Se sentiu mal. Aquilo não estava certo. Largou o braço do mais novo e respirou fundo, levando uma mão até seus cabelos, os arrumando. Olhou para o ambiente, procurando por Lalisa e a encontrou servindo as mesas sozinha.

Arrumou uma desculpa para fugir dali.

— Vou ajudar Lalisa a servir as mesas, minha pausa já acabou. — Murmurou sem muito humor e sentiu Namjoon lhe segurar o pulso, o mantendo perto. — Eu preciso trabalhar.

— Preciso falar com você.

— Você não pode esperar? Ele já disse que precisa trabalhar. — Mark se intrometeu e Namjoon o encarou. Não acreditava que aquele moleque estava o repreendendo. — Ele não é nada seu, não aja como se fosse.

Seokjin encarou Tuan também, porém apenas negou, soltando o pulso da mão do vizinho que estava mais preocupado em se controlar para não socar a cara daquele homem-perfeito. Pouco podia acreditar que estava sendo afrontado daquela forma. Seokjin se sentia mal por ele mesmo e por Namjoon. Mark podia ser muito infantil e mimado, agora via isso e se enojava.

Se levantou e Namjoon levantou junto. Mark apenas revirou os olhos.

— Jin... — O policial tentou, porém, o loiro negou e começou a caminhar.

— Você não sabe realmente respeitar um “não”, cara? — Tuan recomeçou naquele humor debochado, atiçando mais ainda a raiva do mais alto que virou para ele de imediato.

Não queria perder a compostura com aquele homem. Era um policial, primeiramente, e depois ali era o trabalho de Seokjin, não era justo.

Mas não pode conter o tapa forte que deixou no tampo da mesa, fazendo tudo tremer ou cair. Houve um silêncio grande no local após aquele estrondo. Assim como o silêncio estava em direção aos dois homens, os olhares também estavam. Até mesmo o de Seokjin.

O loiro tomou um susto e em um piscar de olhos Lalisa estava ao seu lado, preocupada. Kim nunca havia presenciado Namjoon com raiva, mas ali estava; sua respiração forte, os olhos fixos em Mark que devolvia o olhar, por mais intimidado que estivesse.

— Acho que não seria nem um pouco inteligente começar a fazer seu joguinho de superioridade pra cima de mim, garotinho. — Disse baixo, porém pelo silêncio, todo mundo ouviu. Seokjin até tentou dar um passo em direção àquela cena, porém foi contido por Lalisa. Ela sabia que coisas precisavam ser ditas. — Eu posso não ter seu dinheiro ou sua influência, mas eu tenho muita segurança em mim mesmo para não precisar diminuir ninguém pra conseguir o que eu quero. — Sorriu debochado e Mark comprimiu os lábios, irritado. Queria dar um soco na cara de Namjoon, mas se o fizesse, levaria mais alguns e iria preso. — Quer continuar jogando na minha cara que eu sou pobre, vivo no subúrbio e não sou você? Vai em frente, isso não me afeta, porque é o que eu encaro todos os dias no espelho; um cara pobre e do subúrbio. Mas mesmo sendo eu, ainda sou melhor do que você. Você sabe disso.

— Melhor do que eu? — O tom continuou baixo, os rostos próximos. Riu debochado e viu Namjoon tremer, se controlando pra não encostar um dedo em seu rosto. — Você não pode fazer nada por ele, nem por você e nem por seus filhos, eu acredito. Porque você não é nada, não é ninguém.

Kim Namjoon viu sua mente ficar preta e seus punhos cerrarem. Ele queria muito bater naquele homem. Como ele ousa citar seus filhos? Como ele ousa? Respirou fundo e se aproximou um pouco mais de Mark, vendo ele perder um pouco sua pose.

— Você nunca mais fale dos meus filhos ou eu quebro seus dentes um por um. — Ameaçou em um tom baixo, esperando que Seokjin não ouvisse aquilo. — A diferença entre nós dois é que eu sou homem e você é um garoto mimado. Eu não preciso ofender sua família ou você, eu só preciso falar verdades, e você já se ofende. Eu trabalho duro, sustento meus filhos e sou muito feliz sendo quem eu sou, tendo o que eu tenho. Meu propósito na vida é esse, muito maior que o seu de ficar correndo atrás de homem que não te quer.

Foi a vez de Namjoon rir debochado e Mark cerrar seus punhos. A tensão ali estava tão forte que Seokjin quis ir até lá e puxar o policial dali. Aquilo estava insuportável.

— O que está acontecendo aqui? Que bagunça é essa? — Senhor Cha apareceu da cozinha, vendo seus clientes petrificados enquanto assistiam a guerra fria entre Mark e Namjoon. — Ei, vocês, querem se bater? Façam isso lá fora.

— Eles não vão se bater. — O loiro rapidamente defendeu, sentindo seu corpo nervoso e o rosto vermelho. Estava tenso, envergonhado e com medo. Não conhecia o lado raivoso de Namjoon, mas esperava que não fosse tão grande; ele tinha uma arma ali. — Namjoon, porfavor...

O policial continuou olhando nos olhos de Tuan. Ouviu bem o tom preocupado do homem que tanto gostava, mas isso não mudava o fato de que queria socar aquele engenheiro babaca que tentou o humilhar e ainda falou de seus filhos.

Ninguém saía inteiro depois de falar de seus filhos.

— Namjoon-ah! — Seokjin aumentou o tom e se aproximou do mais novo, o puxando pelo braço, o afastando de Mark que pôde respirar menos tenso. Querendo ou não, estava com medo. Havia um policial alto e imenso ali, com raiva. Não sabia o que poderia acontecer, mas não facilitaria também. — Porfavor, vai embora.

Aquilo fez o moreno acordar de seu transe de raiva, olhando imediatamente para Seokjin, o vendo vermelho e com uma expressão assustada em seu rosto. Não queria aquilo, aqueles não eram seus planos! Respirou fundo decidindo esquecer tudo e só focar naquele homem, mesmo que todos os olhares do local estivessem ali, naqueles dois.

— Eu não posso ir embora, eu nem fiz o que eu planejei. — Murmurou quase desesperado, tentando tocar o loiro que fugiu do toque. Namjoon engoliu em seco e quis se bater; por que foi cair no joguinho provocativo de Mark? — Hyung, me escuta.

— Namjoon, porfavor. — O cozinheiro pediu baixinho, se sentindo mal o suficiente para não aguentar mais nada. Odiava ser o centro das atenções, e agora estava sendo. E ainda tinha medo de ser demitido por aquela confusão ser por sua culpa. — Olha o que vocês fizeram... não quero nenhum dos dois aqui. Se me respeitam, vão sair daqui agora.

— Seokjin-ssi... — Foi a vez de Mark se levantar e tentar argumentar. — Você viu que ele quem começou.

— Não me interessa quem começou, eu só quero que vocês saiam daqui agora! — Gritou irritado, apontando pra porta, finalmente sentindo seu corpo reagindo. Se sentia mal por Namjoon ter sido ofendido, ele sabia que a culpa não era do policial, mas naquele momento não podia fingir que não estava chateado. — Vocês são dois idiotas!

Lalisa puxou o melhor amigo, querendo o tirar dali antes que o visse perder a cabeça ou pior, começar a chorar. Seokjin se deixou levar e Senhor Cha suspirou, entendendo o que estava acontecendo. Aqueles dois homens visitavam seu restaurante por causa de seu funcionário.

— Kim Seokjin! — Namjoon chamou alto e o loiro fechou os olhos com força. Não queria chorar e não iria. Ele não era propriedade e nem carne, para aqueles dois estarem brigando por si. — Você pode, porfavor, me escutar? Eu estou há dias tentando falar com você e eu não vou embora antes de falar o que eu quero. Se quiser me mandar embora depois, tudo bem. — Disse no mesmo tom. Sentia o coração batendo forte em seu peito e aquela queimação ainda persistir, mas mesmo assim respirou fundo e ignorou toda a atenção que estava tendo. Falaria assim mesmo. — Eu posso não ter o dinheiro que ele tem, ou muito menos condição de te levar para jantar em Gangnam, te apresentar os mais famosos chefs da Coréia do Sul. — Foi sincero e o mais velho se virou um pouco, ainda sendo abraçado por Lalisa. — Eu não sou rico e não pretendo ficar, porque tenho planos muito maiores e neles você está; você, Taehyung e Jimin. Eu te disse há dias atrás que pretendia te conhecer melhor, e eu não sei se conheço, mas eu estou completamente apaixonado pelo Seokjin que eu estou convivendo todo dia. O pai preocupado, carinhoso, amoroso e presente, o cozinheiro maluco que faz experiências com qualquer comida e no fim dá certo, o companheiro atencioso e tão amoroso que tem sido comigo. Principalmente, eu estou apaixonado pelo homem que tem somado na minha vida, na vida dos meus filhos, que destruiu minha rotina e me fez querer pensar em ter uma casa maior, pensar em ter uma família maior.

— Namjoonie... — Seokjin estava mais vermelho que antes, se é que era possível e seu corpo tremia no abraço que recebia da amiga que sorria toda feliz. Finalmente aquele policial tinha feito algo.

— Eu não posso te prometer nada além de fidelidade, um companheiro, um homem que vai te proteger e proteger seus filhos com toda a força do mundo. Prometo ser quem você precisa e quem você quiser que eu seja. Eu só quero ser mais do que um amigo pra você. — Se aproximou um pouco mais, respirando devagar, levando uma mão até o peito, sentindo queimar um pouco mais. Não devia se agitar. — Eu queria muito ajoelhar, mas levei dois tiros e meu peito tá doendo e eu não pretendo desmaiar de falta de ar na sua frente antes de dizer que quero te pedir em namoro.

Houve burburinhos por todo restaurante e Mark queria poder puxar aquele homem dali, o arrastar para fora daquele local e sumir com sua existência. Como ele podia fazer aquilo? Lalisa sorria tão grande que até parecia que era quem estava sendo pedida em namoro.

Seokjin sentiu seu ar sumir por um momento. Namjoon estava mesmo o pedindo em namoro? Estava pedindo na frente de todo mundo. Ficou sem palavras, só sabia olhar para aquele enorme policial e sentir seu coração bater forte.

— Oppa, você precisa responder alguma coisa. — Manoban sussurrou ao ouvido do melhor amigo que pareceu em transe, travado. — Está acontecendo finalmente o que você queria.

Seokjin olhou para a loira e assentiu antes de dar um sorriso. Finalmente.

Olhou novamente para Namjoon e sorriu maior.

— Se isso for um pedido, eu aceito. Se for uma pergunta, eu respondo sim e se for uma intimação policial, pode me levar preso. — Respondeu e o moreno sorriu e sentiu a respiração ficar um pouco mais pesada. — Você levou um tiro? — Perguntou preocupado, se aproximando do mais alto que fez o sinal de número dois com os dedos.

Mark revirou os olhos e engoliu em seco. Aquilo havia sido demais. Se antes não tinha nada contra Namjoon, agora ele tinha. Aquele policial desgraçado tinha Seokjin, o que era para ser seu. Pegou sua bolsa e saiu, não aguentando mais um segundo naquele ambiente. Tinha sido realmente mais do que pudesse aguentar.

Senhor Cha se aproximou do novo casal formado e puxou o loiro pelo ombro, o afastando do policial que esperava pelo menos ganhar um abraço do seu namorado.

— Você tem trabalho pra fazer! — Ordenou para o funcionário, indicando o balcão. Seokjin apenas curvou o corpo e seguiu para seu a fazer junto com a amiga. — E você, Romeu, vai embora. Já chega de show por hoje.

— Mas...

Até que tentou argumentar, mas o homem mais velho apontou para a porta, indicando por onde o policial tinha que passar. Seus clientes ainda pareciam abalados pela cena presenciada há poucos minutos.

— Quer que eu reporte para seu superior a desordem pública que causou aqui? — Ameaçou e o moreno negou, curvando o corpo em sinal de respeito e desculpas ao mais velho. Seokjin espiava tudo enquanto ria com Lalisa, aquela cena estava muito engraçada. — Então fora.

— Sim senhor. — Disse respeitoso, virando o corpo a fim de sair dali, mesmo não querendo e nem pretendendo ir para casa.

Olhou rapidamente para trás e viu o loiro acenando junto com Lalisa. Acabou sorrindo. Aquele dia estava sendo muito louco...

Senhor Cha negou e cruzou os braços.

— Pede meu funcionário em namoro, mas não pede nada do cardápio. — Pensou alto, ainda negando, vendo aquele homem alto passar pela porta, saindo finalmente do recinto. Olhou para seus funcionários e os viu rindo entre si enquanto se abraçavam. — Ei, ao trabalho. Não aconteceu nada, aconteceu? — Perguntou e obteve curvaturas corporais e acenos negativos como resposta. — Então ao trabalho!

Ordenou e rapidamente os dois foram ao trabalho. Respirou fundo, mas acabou sorrindo. Gostava quando a rotina era quebrada, ainda mais se fosse por um ato romântico... era velho o suficiente para sentir falta do velho romantismo. Declarações em voz alta, em público... se sentiu feliz por Seokjin. Era um bom homem, merecia tudo o que pudesse ter de bom na vida.

Gostava dele como um filho.

Seokjin, por outro lado, um pouco antes de entregar na cozinha o pedido que havia anotado a pouco, sentiu seu celular vibrar no bolso. Espiou sua volta antes de pegar o aparelho, o abrindo e vendo que havia uma mensagem de texto. De Namjoon.

• Joonie: Eu estou te esperando aqui fora. Não me importa que horas for sair, eu não saio daqui sem você, namorado.

Sorriu tão largo em direção ao aparelho que não percebeu que estava chamando a atenção de Wong que estava a sua frente, esperando o pedido ser entregue.

— O quê? — Perguntou confuso e o mais velho revirou os olhos.

Gente apaixonada fica tão boba...

— O pedido, garoto. — Estendeu as mãos e o loiro sorriu sem jeito antes de entregar na mão do cozinheiro.

Não se importava com os olhares que estava recebendo, o que lhe importava estava lá fora. O esperando para ir pra casa!

Seu namorado.


Notas Finais


E aí, o que cês acharam? Eu acho que poderia ter saído melhor, mas.... ): espero que vocês gostem, realmente. Taca aí nos comentários o que vocês estão achando, pode ser crítica, xingamento, qualquer coisa. Vocês são meu júri!!!!! ♥
meu tt: @sarcasmoflet pra quem quiser, é nóix. ♥~


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