Na suíte principal da mansão, Lili e Eliza conversavam sobre a chegada do novo herdeiro.
— Está feliz com a sua gravidez? Desde que contou sobre, percebo que está preocupada. — Enquanto Liliane descansava na cama após uma sequência duradoura de vômitos, Eliza aproveitou para conversar com a madrasta. — O papai aceitou bem? Vocês queriam tanto, não é?
— Eu estou feliz com a gestação, só estou preocupada. Foram cinco longos anos tentando, a gente já tinha parado de tentar, eu ia voltar a tomar os remédios, mas não deu tempo. Tenho medo porque antes eu tinha 35 anos e as coisas já iriam ser complicadas, imagina agora com 40?! Tenho medo das complicações, dos riscos. Medo de não conseguir cuidar do Valentim durante esses meses. — Lili revela enquanto acaricia o ventre.
— Não pensa assim. As coisas acontecem quando a gente menos espera, e assim que é bom. Vai dar tudo certo. E provavelmente você tenha realmente que ficar de repouso e se ausentar um pouco da rotina puxada que é cuidar do Valentim, mas eu vou te ajudar em tudo. Vou me mudar pra cá e passar todo esse período com você. O pai também vai estar muito presente, então vai dar tudo certo, não fica com medo, sua família vai cuidar de você.— Ela disse acariciando a barriga de Lili.
— Own, você sabe que te ter por perto é o que eu mais quero, né? Eu amo ter você aqui comigo, e agora vou amar mais ainda. — Lili fez manha, e Eliza não aguentou a fofura daquela carinha, logo encheu a madrasta de beijos.
— Não fica triste, tá? Já deu tudo certo. E eu amo estar com você. Eu amo você! — A ruiva se declara beijando a mão da empresária.
— Sabe, mesmo com tudo, eu agradeço todos os dias por ter você na minha vida, você é a minha melhor amiga. — Ela olha para Eliza e sorri de lado. — Lembra o dia em que por acaso me chamou de mãe? Foi logo naquela correria pela guarda do Tintim, acho que foi isso que me deu força pra continuar o processo sem surtar.
— Eu lembro. Seus olhos ficaram cheios de lágrimas e você me abraçou tão forte que meu coração acelerou. A verdade é que eu queria morar pra sempre naquele abraço.
— Você sabe que sempre que quiser terá o meu abraço, né?
— Claro que eu sei! E eu gosto de te chamar de mãe, sabia? Você gostaria que eu....
— Claro! Eu quero muito. Eu quero ser sua mãe. — As lágrimas já abriam espaço nos olhos de Lili. — Caramba! Eu tô muito sentimental, meus hormônios estão nas alturas. — Disse limpando as lágrimas.
— Eu te amo, mãe. — Também com os olhos marejados, Eliza se declara e abraça Lili.
— Mamãe... — Valentim entra no quarto.
— Oi, meu amor. Vem aqui abraçar a gente, vem. — Lili o chama com as mãos.
— Vem cá, guri. Hahaha! — Eliza pega o pequeno e o roda pelo quarto.
— Para titiza, para!!! — O pequeno ri com as brincadeiras da irmã.
— Não pode pular em cima da mamãe, tá? Tem que ser devagarzinho, com cuidado. — Eliza disse ao colocar o pequeno na cama perto da mãe.
— Por que? — Valentim pergunta.
— Por causa do bebezinho. Lembra que a mamãe falou pra você que aqui dentro tem um bebezinho? — Lili disse apontando para o ventre.
— Lembro.
— Então, agora a gente tem que cuidar dele. Você é irmão mais velho agora, tem que proteger ele ou ela.
— Igual o Hulk? — O pequeno faz mostra os pequenos bracinhos em sinal de músculo, como se fosse realmente o Hulk.
— Sim, meu amor. Igual ao Hulk! — Lili ri.
— Cheguei! — Germano entra pela porta do quarto e deixa sua pasta na poltrona, ele já sabia que Valentim iria correndo abraçá-lo como em todos os outros dias.
— Papai!!!!! — Valentim desce da cama em um pulo, correndo para abraçar o pai.
— Eai filhão! Como você tá?? Cuidou da mamãe?
— Igual o Hulk! — Ele volta a mostrar os braços.
— Isso mesmo meu pequeno! — Germano ri. — Está melhor, amor? — Ele beija a esposa.
— Mal me recupero de um enjoo e já vem outro, não tá fácil.
— Amanhã temos outra consulta, vamos aproveitar e ver com o médico que se tem algo que poderíamos fazer para ajudar a aliviar o seu mal estar.
— Dificilmente, você sabe.
— Não custa tentar.
— Vou deixar vocês dois a sós, vamos Tintim. — Eliza estende a mão.
— Espera! — Germano volta a chamar Valentim. — Lembra que você disse que queria um relógio de pulso pra ficar igual ao papai?
— Lembro! — Ele sorri inquieto.
— Comprei um pra você. Deixei lá no sofá, vai lá ver.
— Obrigado papai. — O pequeno abraça o pai e corre com Eliza pra ver o presente.
Enquanto Valentim se divertia com Eliza no Jardim, fazendo poses com seu novo relógio de pulso do Mickey, Lili e Germano conversavam no quarto.
— Vou trocar de roupa e fazer um carinho em você. — Germano disse enquanto tirava a gravata e observava a esposa deitada na cama acariciando o ventre.
— Eu quero um carinho mesmo, amor. Tô precisando mesmo do meu marido. — Disse observando Germano se deitar ao lado dela.
— Pedi pro Fabinho e pra Cassandra darem janta para o Tintim.
— Por que, amor? Eu posso fazer isso. Nós podemos fazer isso. — Ela estranha e o olha inquieta.
— Eu sei, amor. Calma! É que eu e você precisamos conversar.
— Conversar? O que aconteceu? — Ela percebe que Germano estava preocupado.
— Eu estava em uma reunião hoje quando a Mirtes me chamou e disse que tinha um senhor querendo falar comigo. Sai da reunião e fui encontrá-lo na minha sala. Ele é um empresário, se chama César e veio junto com seu advogado dizer que está recorrendo pela guarda do Valentim. — As últimas palavras saíram arranhando a garganta de Germano, nem ele conseguia acreditar.
— Hã? Recorrendo a guarda do Valentim?? — O coração de Lili se acelera, e ela sente uma leve tontura.
— Disse ser o avô biológico do Valentim. Me mostrou exames feitos a partir de uma amostra de saliva de um copo da escolinha. A esposa dele é a dona da escola do Valentim.
— Germano, do que você está falando??? Ele quer o nosso filho?? É isso? — Nervosa, Lili se levanta se senta na cama e leva a mão aos olhos.
— Lili, tenta se acalmar. Respira. É, ele disse que não sabia que a filha tinha tido um bebê. Ela abandonou o Valentim, ninguém sabia quem eram seus pais biológicos, ele foi encontrado no hospital perdido.
— Não importa, Germano. Não importa! É o nosso filho, não vou entregar ele.
— Claro que não! Até agora a justiça não entrou em contato com a gente, vamos ficar tranquilos. Vou falar com o Zé Pedro e tudo vai dar certo. Tá Bom? Eu só precisava te contar isso pra gente proteger o Tintim ainda mais.
— Não vamos perder o nosso filho, né? — Lili pergunta já entre lágrimas.
— Não, meu amor. Nós não vamos perdê-lo. — Germano abraça a esposa para acalmá-la. — Eu vou cuidar de vocês, tá? De você, da bebê e do Tintim.
— Da bebê? — Ela pergunta.
— Eu acho que é menina. — Ele sorri ao passar a mão pelo ventre da esposa. — Mais uma princesa para o papai cuidar.
— Bobo. Só estou com 3 meses, ainda não sabemos o sexo.
— Quem sabe a gente não descobre amanhã, né?! — Ele sorri e beija a mulher.
Após horas trocando carinhos, Lili ouve o pequeno entrar no quarto segurando sua naninha.
— Oi, meu príncipe. Já vai dormir? — Lili disse e o menino acena positivamente. — A mamãe te leva. — Ao levantar da cama, Lili sente uma pontada fina no pé da barriga. A tontura continuava, mas ela nada falou a Germano.
Com a cabeça pesada, Lili colocou Valentim pra dormir e foi se deitar. O sono dela estava leve depois das últimas novidades, e mesmo que estivesse pesado, não seria difícil ouvir os gritos de Valentim. O garoto chorava desesperado no quarto, gritava "não", "me solta", "eu quero a minha mãe" acordando todos da casa.
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