História Our Love - Quinze

PAULO

Dois meses e pouco haviam se passado e agora as coisas estavam mais calma do que antes. Na medida do possível, digamos.

Margarida estava de três meses, prestes a completar o quarto e sua barriga já estava crescendo bastante.

Todos esperávamos que depois de toda aquela confusão, ela e Jaime iniciassem um relacionamento. Porém os dois não conseguiam se acertar de maneira alguma, e mantinham uma relação de cão e gato.

Depois da seria acusação que havia feito, Margarida pediu desculpas a Alícia e a mesma com seu enorme coração, aceitou, é claro. Já eram amigas de novo, como se nada tivesse acontecido.

Marcelina e Mário haviam dado um tempo no namoro. Pelo que parece, Marcelina estava sendo uma namorada muito grudenta e exigente, causando muitas brigas no relacionamento. Por isso, Mário preferiu passar um tempo sozinho, e até agora os dois estavam solteiros.

Eu continuava na mesma. Depois de um tempo tive que me resolver com Carmen, e nosso namoro era só fachada mesmo, porque agir como namorados nós não agiamos. Porém ela continuava pegando no meu pé, e sendo quem ela sempre foi. Só às vezes que ela ficava um pouco estranha, mas eu não estava nem aí.

Minha relação com a Alícia continuava sendo apenas amizade. Por mim não haveria problema nenhum se a gente tivesse um tipo de amizade colorida, porém a morena se recusava a fazer isso e sempre dizia que só teríamos algo quando eu fosse um solteiro declarado. Mas as vezes eu roubava uns beijos dela e mesmo negando, eu sabia que ela gostava.

(Alícia) - Eu estava pensando numa coisa bem legal que a gente poderia fazer nas férias - falou tirando minha atenção do livro de química.

Faltava apenas uma semana para as férias chegarem e nós estávamos tentando encontrar algo que pudéssemos fazer todos juntos.

- O que seria? - sussurrei para que o professor não nos ouvisse.

(Alícia) - Meu avô tem um acampamento. Lá ele recebe várias crianças, e faz diversas atividades com elas. Porém, como nós somos mais velhos, iríamos pra lá apenas pra descansar, e esquecer o caos que é a cidade grande.

- Seria maneiro! Depois da aula a gente conversa com a turma.

Ela concordou e voltamos a prestar atenção na aula. Quando o sinal bateu, fomos pro refeitório e depois nos reunimos na sala de estar.

Alícia explicou tudo sobre o acampamento de seu avô, o que atraiu o interesse de todos.

(Alícia) - Então resolvido. Vou falar com o meu avô e nos seis vamos.

(XxXx) - Nos sete! Eu também vou.

Me virei pro lado e encontrei Carmen, junto de Daniel. Aqueles dois passavam muito tempo juntos, pensei.

(Daniel) - Se é assim eu também quero ir.

(Alícia) - Agora deu pra ficar ouvindo as conversas dos outros, Carmen? E quem disse que você pode ir?

(Carmen) - Não é minha culpa se você fala alto, fofa. É eu posso ir sim. Meu namorado vai, eu vou!

As duas ficaram se encarando por um tempo e eu já comecei a prever uma briga. Mas não aconteceu.

(Alícia) - Tudo bem. Acho que não terá problema mais duas pessoas irem.

Então Carmen sorriu vitoriosa e se juntou a nós. Daniel fez o mesmo. Começamos a combinar tudo e enquanto todos vibravam de ansiedade e felicidade, eu pensava na merda que aquilo seria.

Minha namorada e a menina que eu gostava juntas? No mesmo lugar? Não daria certo! Não mesmo!

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ALÍCIA

As férias já tinham chegado, finalmente! Por sorte, a turma havia topado ir para o acampamento do meu avô. Eu estava tão feliz com isso. Qualquer lugar que me fizesse ficar bem longe de casa, me deixava feliz.

Minha relação com a minha mãe nunca foi nada boa. Ela se achava mais adolescente que eu, e nem sequer ligava pra mim. Quando nos falávamos, era apenas para discutir. Então quanto mais longe eu ficasse dela, melhor.

Tudo já estava combinado com meu avô e ele tinha ficado tão feliz quanto eu, ao saber que ia me ver. Agora só faltava eu avisar a turma. Decidi ligar para o Paulo, e depois ele passaria a informação aos outros.

~ Ligação ON ~

[Paulo] ~ E ai? Já está tudo certo?

[Eu] ~ Olá Paulo! Tudo bem com você? Que bom. Comigo também. Sim, está tudo certo.

[Paulo] ~ Desculpa Gusman, não queria parecer um desesperado. Mas é que eu quero sair dessa casa logo. Não tem noção do quanto é ruim ficar ouvindo meu pai e a Marcelina reclamar.

[Eu] ~ Imagino. Mas bem, liguei apenas pra dizer que amanhã mesmo nós vamos. Meu avô vai mandar um ônibus e ele vai nos pegar as oito da manhã, aqui em frente a minha casa. Você pode avisar a todos por mim?

[Paulo] ~ Folgada. Mas tudo bem, aviso sim.

[Eu] ~ Obrigada, Paulinho. Agora vou arrumar minhas coisas. Tchau!

[Paulo] ~ Vou fazer o mesmo, argh! Ah, uma coisa! Tenha paciência amanhã, não quero você tentando matar Carmen.

[Eu] ~ Claro, eu terei!

~ Ligação OFF ~

Respirei fundo e me joguei em minha cama. Eu teria que ter paciência! E muita.

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Ajeitei meu boné na cabeça e desci pro andar de baixo com a minha mala, que estava bem pesada.

Fiquei sentada no sofá mexendo no meu celular, até que a campanhia tocou. Abri a porta animadamente e recebi todos, que estavam bem animados também.

Tirando Margarida, que carregava duas malas extremamente pesadas. E Carmen, que bem, já era de se esperar que ela estivesse de mal humor.

Minutos depois o ônibus do acampamento chegou, e depois de guardar as malas nós entramos.

Ele já estava com algumas pessoas, certamente viam de outro lugar.

Marcelina se sentou junto de Margarida.

Mário com Daniel.

Eu me sentei em um banco sozinha, na esperança de que Paulo viesse se sentar do meu lado, por mais que eu achasse que aquilo seria quase impossível, afinal ele se sentaria com a namorada dele. Porém, ao invés de ficar ao lado de seu namorado, Carmen veio e se sentou ao meu lado, mostrando um enorme sorriso logo em seguida.

(Carmen) - Sempre achei que tínhamos começado mal. Podemos ser amigas, não é mesmo?

- C-claro - respondi sem tem certeza de minhas palavras.

O que estava acontecendo com ela, pensei. Certamente, não era coisa boa.