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História Our Time - Min Yoongi


Escrita por: paansy

Notas do Autor


Esse capítulo saiu um pouquinho atrasado, mas pelo menos tá betado. FINALMENTE. Tem um presentinho no meio dele pra vocês...

O que será que é??? Tenham uma boa leitura.

Capítulo 21 - Min Yoongi


Mascava um chiclete devagarzinho, encostado na parede de mármore claro. As lentes escuras do Ray Ban escondia os enormes olhos-de-desenho, assim como foi apelidado por Yoongi. Gostava disso.

Gostava de saber que aquele baixinho passava tempo demais mapeando seus detalhes e se importava tanto ao ponto de dar apelidos ou adjetivos. Era importante.

Passou a mão no cabelo liso, tentando tirar de cima do olhos, mesmo que inútil. Saiu com pressa de casa, quase não dormiu de ansiedade. O mais velho chegava naquele dia. Porra. Como ficaria calmo? Cruzou os braços sobre a camisa branca, larga. Por que o avião dele não pousava logo?

— Está atrasado. — Sussurrou para si mesmo, vendo a chuva molhar a pista de pouso, mas sem nenhum sinal do avião vindo de Hong Kong.

Ouviu um suspiro pesado. Hoseok era mesmo necessário ali? Sinceramente. Tinha que aprender a dirigir para não ficar dependendo de seus irmãos o tempo todo. O acastanhado, também de óculos escuros, embora estivesse chovendo e um tempo bem feio lá fora, olhou para o irmão e enfiou as mãos nos bolsos dianteiros do jeans.

Aquele garoto era um porre mesmo quando se tratava de Yoongi. Mas que irritante.

— Está chovendo. — Apontou o óbvio. — Os voos sempre atrasam.

— Tá nervoso por quê? — Olhou para o lado, encarando o menor que abaixou os óculos. Taehyung era mesmo sonso. Sorriu devagar, mascando chiclete. — Eu disse que me viraria com um táxi.

— Obviamente. — Se aproximou mais alguns passos, ficando ombro a ombro com o azulado. — Se você tá pensando que pode lidar com a presença do hyung como se ele fosse qualquer outro cidadão coreano, — Suspirou, mantendo o tom sussurrado para que apenas o mais alto escutasse. Virou um pouco o rosto e o encarou seriamente. Taehyung não tinha mesmo noção das consequências? — você é muito inocente ou muito inconsequente. — Disse ainda mais baixo, quase entredentes.

Já estava ficando irritado. Seu irmão era... ridículo. Como ele podia ser tão burro? O que tinha de bonito, tinha de idiota. Achava mesmo que Yoongi era um homem comum naquele minúsculo país preconceituoso? Fala sério. Ele só podia viver em uma droga de romance barato.

Antes queria ignorar e estava ignorando. Confiou que eles poderiam lidar sozinhos, mesmo que a barra fosse pesada e muito complicada. Confiou neles. Taehyung era forte feito um touro, Yoongi era perspicaz e vivido. Faziam uma dupla perfeita, no entanto, estavam se saindo pior do que esperava. Um era completamente inconsequente e o outro, tinha se desencontrado de si mesmo.

Como poderia ajudar daquela maneira? Onde o mais novo estava o empurrando para fora como se fosse o único capaz de resolver as coisas?

Sua paciência estava no fim.

Ganhou silêncio como resposta. Continuou encarando as lentes pretas, sabendo que estava sendo observado. Não tremeu. Amava aqueles imbecis, mas não ia passar a mão na cabeça de ninguém!

— Não ache que vai fechar a porta na nossa cara, porque eu não vou deixar. — Disse seriamente, mostrando que estava cansado daquilo. — Ele é meu irmão e meu melhor amigo. — Sorriu irônico, enfrentando o mais alto. — E você é o meu irmão caçula, quem eu amo. — Taehyung respirou fundo, calmamente, embora estivesse com a postura um tanto rígida. — Mas não sejam uns filhos da puta comigo e com os outros.

— Como você poderia entender... — Riu fraquinho, rouco. Do que seu irmão mais velho podia entender? Era casado com uma mulher, tinha a vida perfeita, não?

O dançarino lambeu os lábios e segurou a nuca do mais alto, o puxando um pouco para baixo, querendo que ele prestasse bem atenção em si porque só ia falar uma vez. Uma. Já estava de saco cheio, não era advogado de ninguém e nem empregado para limpar as merdas.

Nem do casal problema, nem de Jungkook, nem de ninguém.

— Sabe a grande diferença entre você e o Jungkook? — Perguntou vendo-o crispar os lábios, claramente incomodado com aquilo, mas não disse nada e nem fez nada. — Ele pode negar que está errado, pode se fazer de bravo e quebrar tudo, mas ele aceita ouvir. Ele ouve. — Disse devagar, sendo duro pela primeira vez na vida com aquele quase-adulto. — Você não. Nunca.

— Não estou aqui escutando? — Devolveu no mesmo tom, dando um empurrãozinho nos ombros do professor de dança, ganhando espaço.

Hoseok respirou fundo. Mais uma vez. Haja paciência. Por que tão cabeça dura? Por quê? Céus. Passou a mão no cabelo, jogando para trás. Estava realmente exausto, não era brincadeira. Seu estopim foi aquilo no hospital, depois viu de perto como seu irmão agia ao citar Yoongi, parecia um segurança ou... sei lá.

Vivia como um cão policial. Isso era ridículo! Yoongi não era alguém em perigo e de fato, não precisava de ninguém atrás de si como uma sombra.

— Ele é um cachorro de rua, como eu e o Jungkook, não esqueça. — Apontou para a própria roupa de grife. — Isso é apenas acessório, mas continuamos sendo cachorros de rua no fim. — Arqueou o cenho, vendo que tinha ganhado aquela discussão. — Isso nunca dá pra apagar, é algo que alguém como você-... — Foi interrompido pelo garoto.

Ele também avançou alguns passos, devolvendo aquela presença rude. Estava aguentando porque Hoseok era seu irmão mais velho e alguém muito importante em sua vida, assim como na de Yoongi. Mas aquilo era demais. Não ia deixar ser insultado daquela maneira, por isso tomou sua atitude.

Não era uma criança, não era fraco.

— Alguém como eu? — Perguntou rouco, mostrando seu desagrado. O Kim mais velho não esboçou reação. — O quê? — Riu nasal. O que ele queria dizer? — Alguém como eu? Como eu sou?

— Taehyung! Me respeite, eu sou seu hyung. — Exigiu entredentes e o maior não deu a mínima.

Estava se tornando profissional naquilo. Apesar de um tanto triste por estar enfrentando um de seus irmãos mais apegados, uma pessoa que amava mais do que o mundo, manteve-se forte. Não ia deixar ninguém falar daquele jeito consigo.

— Quer ser pra sempre o garoto de rua? Que seja. — Engoliu em seco. Aquele assunto sempre seria um incômodo em sua glote. — Mas ele não é assim e você sabe, porque também não é! Muito menos o Jungkook hyung. — Apertou os dentes e abaixou os óculos, encarando o irmão em silêncio. Que porra havia dado em Hoseok? — Espera... — Pediu baixo, raciocinando um pouco. Que momento estranho. Voltou o olhar sério para o acastanhado. — meu pai te disse alguma coisa, foi isso?

— Ele está preocupado com você!

— Ele não está normal. — Retrucou irritado, o rosto tomando uma coloração vermelha pelas emoções. O rosto sempre tão sem emoções, agora transbordavam.

As sobrancelhas estavam arqueadas para dar margem àquela expressão de pura agonia. O que estava dando naquelas pessoas? Mas que irritante. Os lábios tremeram um pouco. Por que estavam tanto em cima? Não podia ter um momento de paz? Por quê? Mas... que inferno! Como seu pai pôde fazer a cabeça de Hoseok daquela maneira? Sabia que não podia confiar em ninguém.

Ninguém.

O de cabelo castanho não conseguiu falar nada. Se antes estava irritado, agora estava preocupado. O modo transtornado que o irmão ficava... aquilo não era natural, certo? Seokjin tinha um pouco de razão, apesar de ainda achar – pessoalmente – que seus irmãos precisavam de mais tempo, espaço. Todos precisavam ficar mais tranquilos para pensar e raciocinar direito. Pareciam um monte de cegos atirando no escuro, procurando um alvo para culpar.

Culpar em uma situação onde ninguém tinha culpa de nada.

Queria ajudar, sim, mas queria que eles tivessem um pouco mais de cuidado ou... sei lá... por que estavam vivendo como se aquela situação não fosse uma grande merda? Pelo amor. Estariam ferrados demais se qualquer detalhe vazasse. Ia sobrar para todos, sobretudo para seus pais. Daria chance de toda a população preconceituosa os culpar por aquilo.

E eles nem estavam preocupados com aquilo, mas sim com o bem-estár dos filhos. Ouviu seu pai chorar no telefone na noite anterior, relatando o medo grande de que Taehyung acabasse se tornando alguém 100% na defensiva, sem confiar na própria família. Ele estava se isolando, criando um mundo perfeito, sendo inconsequente; isso não era bom. Não podia ser. Um mundo irreal onde tudo era do jeito que ele queria? Não.

Ele precisava acordar e ver a realidade. Precisava!

— Ya. — Acordaram daquele clima estranho quando a voz grossa do rapper soou do nada e imediatamente viraram para encará-lo. Ele riu fraco, sem entender. — Tá tudo bem aqui? — Indicou os dois que assentiram, mesmo trocando olhares atravessados.

O mais alto assentiu e sorriu feliz ao ver o namorado, mesmo que ele estivesse escondendo o rosto com máscara. Estava com tanta saudade... queria abraçá-lo, apertar até sentir o calor dos corpos fundindo. Beijar toda aquela pele branca e sentir o cheiro dele. Merda, queria o cheiro dele. Voltou a colocar os óculos e apertou as mãos em punho, contendo o próprio corpo ansioso.

Que inferno de vida ridícula. País de merda.

— Hoseok-ah. — Pela primeira vez notou Kim Jiwon ali, andando animado até o dançarino que sorriu um pouco e o cumprimentou. — Como você tá, cara? Não te vejo mais. — O abraçou pelo pescoço, como se fossem velhos amigos.

O que, de fato, não eram. Ficaram um pouquinho próximos depois do rapper de cabelo roxo viver enfurnado na casa de seu irmão, usando o estúdio. Achava ele legal e tudo mais, se davam bem, mas não eram amigos. Não para ser carregado daquele jeito. Com um braço, o músico carregava o colega e com o outro, trazia sua mala.

Deixando um espaço para o rapper mais baixo e o namorado.

— Está tudo bem, mesmo? — Voltou a questionar, não acreditando muito no sorriso lindo do azulado. Ele assentiu. Repetiu o gesto, mostrando que não ia ficar insistindo. — Vamos almoçar?

— Tô meio sem fome. — Estendeu a mão e pegou a bolsa se couro que ele usava para viagens curtas.

Yoongi não reclamou, aliás, até permitiu. Estava mais ocupado estudando aquela situação. Por que eles estavam tão esquisitos quando chegou? Hoseok nem ao menos lhe deu oi. E quanto a Taehyung e aquela expressão péssima? Tinha algo de errado.

Continuaram andando em silêncio, atrás dos dois outros até o estacionamento do aeroporto, onde o carro de cor grafite esperava.

— Wow! — Bobby disse risonho vendo o Jeep Compass. Aquele carro era lindo! Olhou para o dançarino que destravava o alarme. — Sua família só tem carrão. — Assobiou animado. — Deus permita que eu esteja presente na doação anual dos Kim. — Deu de ombros e olhou para o amigo que o observava, assim como o azulado. — Sei lá, vai que eu ganho um carro importado?

— Usa seu dinheiro, você não trabalha ou algo assim? — Taehyung perguntou mascando chiclete despreocupadamente e indo para o porta-malas, abrindo e deixando a bolsa do namorado lá.

O arroxeado riu sagaz e foi atrás do garoto. Ele era sempre petulante, nossa, desde sempre. Desde que ele era um pirralho menor que si, de corpo franzino e puberdade a toda.

— E aí, TH. — Disse antes de jogar a mala no compartimento. Foi encarado pelo maior. Sorriu para ele. — Por que tão azedo? — Fez um biquinho triste, Taehyung fechou o porta-malas com força. — Pensei que fôssemos amigos.

— Não somos. — Sorriu irônico. — Eu não sou o meu irmão.

— Mas é o chaveirinho dele. — Tocou o ombro dele. Por que tão rude? Céus. Aquela família era tão ruim. Só salvava seu amigo, Hoseok e Jimin. — Por que não podemos nos dar bem?

Jiwon o incomodava, mas não sem motivo. Aquele idiota esqueceu mesmo que morou com Yoongi por todo o processo da depressão e tudo mais? Que esteve lá e viuouviu, tudo? Aquele cara era uma piada. Lambeu os lábios e respirou devagar. Por que ele estava sendo tão bonzinho? Não combinava com a cara de sonso.

— Não me dou bem com invejosos. — Tirou a mão dele de seu ombro e engoliu em seco, o encarando de igual para igual. — Não encosta em mim. — Pediu baixo antes de sair, batendo ombro com ombro.

Não gostava dele. Nunca. Havia contado para Jinyoung o que tinha visto e seu mentor disse que nunca confiou naquele cara. Não confiava. Entrou no banco de passageiro, já atando o cinto. Tirou os óculos, limpando as lentes respingadas da chuva. Aquele dia estava sendo ridículo.

O segundo mais velho dos Kim entrou no motorista, olhando rapidamente para o de cabelo desbotado.

— Desculpe. — Pediu baixo, atando o cinto. O outro assentiu, o olhando e sorrindo pequeno. — Vamos conversar depois? — Ele assentiu e tocou o rosto do dançarino, fazendo uma breve carícia para mostrar que estavam bem, apesar de tudo.

Estavam todos à flor da pele naqueles dias, então ia ser compreensivo. Hoseok estava estressado e sabia disso, porque estava servindo de intermediário de ambos os lados. Ali e também com Jungkook e tudo mais. É difícil. Viu pelo retrovisor o namorado entrar e depois o outro, o idiota, vindo atrás. Sério? Ele ia segui-los?

Estalou a língua no céu da boca e coçou a testa. Por que o mais velho era tão teimoso e continuava andando com um idiota feito Kim Jiwon?

— Você pode me dar uma carona até a empresa, Hoseok-ssi? — Pediu o de casaco de couro, fechando a porta e tremendo de frio, um pouco molhado. — Minha carona não pôde vir. — Sorriu pequeno e olhou para o lado, vendo o melhor amigo com os olhos presos na janela. — Você vai ficar por lá, também? — Perguntou baixo e o menor negou. — Mas o presidente da empresa-...

— Ele sabe se virar sem mim. — Respondeu tranquilo, se afundando no banco, envolvido no casaco grande. — E além do mais, Max hyung é minha voz, não é? — Bocejou, fechando os olhos. Estava meio com sono. — Foda-se, então. — Murmurou.

Assentiu. Yoongi era Yoongi, não é? Fazia tudo o que queria na empresa e ainda era mimado por todos. Mordeu o lábio inferior devagar, deixando escapar por entre seus dentes enquanto encarava os próprios pés. O que ele tinha de tão especial, afinal? Era como todos, não? Tudo bem que era um dos artistas mais bem sucedidos da empresa, mas... haviam melhores. Com currículos maiores.

Yoongi era só um puto mimado com uma família diferentona que se achava o máximo porque morou na rua. Rapper legítimo, né?

Embolou os dedos sobre o colo e arqueou um pouco as sobrancelhas. Se tivesse uma família diferente, as coisas seriam diferentes? Negou para si mesmo. Não, não é? Não, porque não era Kim Yoongi. E só tinha espaço para Kim Yoongi naquele cenário. Apertou os joelhos e olhou para frente, vendo que era encarado pelo retrovisor. Os olhos grandes e maquiados estavam ali.

Sustentou o olhar, mal piscando. Taehyung era outra criança mimada. Aquela família era ridícula! Olhou para o lado e viu o amigo dormindo, tranquilo. Óbvio que ele estava tranquilo, não é? Preso no mundo perfeito, a porra da vida perfeita, com tudo perfeito. Porra de vida... idiota. Franziu o cenho enquanto o encarava.

Ele nem parecia rapper. Não... parecia. O rosto delicado... por que ele não podia fazer outra coisa? A família tinha dinheiro para bancar qualquer faculdade. Por que ele tinha que estar ali? Por quê? Desceu o olhar para o pulso direito... o Rolex de fundo azul. Aquele relógio era seu favorito. Prometeu a si mesmo que compraria um com seu primeiro grande cachê.

Ainda não tinha conseguido realizar. Ainda.

Com tantos relógios e uma conta bancária fodida de grande, Yoongi tinha que ganhar justo aquele? Ele... ganhou. Ganhou a porra de um Rolex.

— Como foi o show, Jiwon-ssi? — A voz de Hoseok o trouxe de volta. Piscou os olhos rapidamente e respirou devagar.

— Ah... — Coçou a cabeça, rindo fraco. Havia sido legal, né? — foi bom. Cantei sua parte em Ddaeng.

— Oh, jura? — Sério aquilo? Mesmo com os olhos fixos na rua, acabou sorrindo gentil. Foi encarado por Taehyung de soslaio, notou isso. — Fico feliz por ter sido você.

— A honra foi minha. — Sorriu maior e novamente o assunto acabou. Olhou para a outra janela, vendo o vidro embaçado...

Taehyung olhou novamente para o irmão e mostrou seu desagrado pela companhia do outro músico, mas ele negou e com o olhar, pediu para que ele não fizesse nada. Chega de brigas e confusões. Precisavam de um tempo para respirar. Sabia que o irmão detestava Jiwon, mas ainda assim não podia servir sempre de salvador da pátria.

Todos ali eram homens já com consciência, que resolvessem parte de seus problemas.

— Que porra aconteceu na sexta-feira? — O tom rouco assustou a todos ali. Yoongi não estava dormindo? — Vou precisar perguntar mesmo? Não podem me contar?

— Foi algo estranho. — O mais novo prontamente respondeu, olhando para frente, o trânsito ruim. — Eu estava na cafeteria com o papai e dois caras esquisitos seguiram a gente.

— O pai disse que foi tentativa de assalto. — Emendou o segundo mais velho, virando uma curva, mas mantendo uma velocidade boa. Deu de ombros. — Não acreditamos muito nisso.

— Espera, — A voz rouca do arroxeado trouxe a atenção de todos. — seu pai está no caso? — Perguntou parecendo confuso e Hoseok assentiu. Ficou meio sem fala antes de assentir compreensivo. — No site em que li, dizia que os caras conseguiram fugir.

Não entendeu bem. Quem estava mentindo ali? Olhou para o lado e viu que também era encarado pelo amigo, mas ele parecia meio pensativo. Deu de ombros, mostrando que aquilo tudo era por mera curiosidade.

E era, não? Só estava curioso.

O mais velho continuou ali, relaxado no banco, sem saber muito o que dizer. O assunto ainda o incomodava um pouco.

— Bonito Rolex, hyung. — O acastanhado elogiou, o olhando pelo retrovisor e sorrindo doce, como sempre. Sorriu de volta. Pensou que ele não ia falar consigo. — Comprou lá?

— Não, foi um presente. — Olhou para o próprio relógio antes de tirar. Tinha pensado muito sobre aquilo durante o voo de volta. Tocou nele, era lindo, pesado, caro. Era um relógio perfeito. Respirou fundo e se achegou mais para o meio do banco, estendendo a mão para o irmão. — Dê ao papai? Eu quero que ele use.

— Como assim? — Perguntou rindo fraco, usando uma mão no volante e a outra, pegou o relógio. — Você disse que foi um presente... — Não entendeu bem. O que estava acontecendo?

Nem mesmo Taehyung entendeu, porque virou um pouco o corpo, tentando ver o namorado e ganhou um sorrisinho dele. Revirou os olhos. Queria tanto beijá-lo que parecia até piada...

— Hyung. — Bobby chamou, fazendo o menor ignorar o olhar do namorado. — Foi o presidente quem te deu. — Disse baixo, como se aquilo fosse um absurdo. E era. Era um grande absurdo! — Foi seu presente de boas vindas.

Foi encarado com certo desdém antes de vê-lo sorrir. Não entendeu. Por que ele estava fazendo aquilo? Por quê? Estava sério, pela primeira vez não sorriu quando ele sorriu e nem o abraçou quando foi abraçado de lado. O que ele tava querendo da vida, afinal? O que porra Yoongi tinha na cabeça?

No entanto, ele continuava sorrindo.

— Não gosto muito de relógios. — Franziu o nariz e negou, adorável. Bobby o encarou atravessado. — E meu pai tem uma coleção, então vai servir mais pra ele do que pra mim.

Assentiu, se negando a falar mais algo. Desviou o olhar e mordeu o lábio inferior, não ia falar nada. Não ia. Esfregou a mão no rosto e passou o resto da viagem em silêncio. Como aquele cara podia ser tão desdenhoso? Era um Rolex. Ele ganhou um Rolex e estava se desfazendo como se fosse um... uma réplica barata. Como? Por quê? Por quê?

Depois de algum tempo o carro estacionou na lateral do prédio grande da empresa de entretenimento e sentiu-se grato por isso. Finalmente.

— Nos vemos depois, cara. — Disse para o de cabelo preto que assentiu. — Obrigado pela carona. — Olhou o de cabelo castanho, sorrindo educado antes de olhar para o de dezenove. — Se cuide, Taehyung. — Disse arqueando o cenho para o garoto de óculos escuros e pose de modelo. Sorriu maior. — E boa sorte.

Disse antes de sair e ir até o porta malas, abrindo e tirando a sua de lá. Fechou com força e seguiu para a entrada do prédio. Precisava pegar algumas coisas no computador antes de ir para casa. Nem viu quando o Jeep saiu, mas ficou feliz de estar fora daquilo. Passou a mão no cabelo rebelde e já ia pegar seu rumo para a lateral, onde tinha o elevador privado que dava acesso à área dos agenciados.

Mas algo chamou sua atenção. Virou o rosto e viu a mulher magra com um longo cabelo preto. O que ela fazia ali? Era domingo... a analisou... a roupa era simples demais até para uma trainee.

— Eu preciso falar com ele. — Ela repetia e parecia um tanto desesperada. — Sou da família, me chamo Min Yoonjin. — Pegou a bolsa pequena e abriu, tirando de lá sua identidade. — Pode olhar.

— Senhora, hoje é domingo-...

— Só preciso de um telefone. — Bateu as mãos finas no balcão de informação, assustando a recepcionista. — Preciso falar com ele. É urgente.

— Não podemos fazer isso, senhora, me perdoe. — A funcionária levantou e educadamente apontou para a porta. — Vai ter que se retirar. Por favor.

A mulher pareceu ficar ofendida, mas assentiu, pegou seu documento e já ia saindo quando ficou curioso para saber quem era. Parente, ela disse, parente de quem? Cumprimentou a funcionária com um aceno e voltou a sair do prédio, agradecendo por não estar chovendo.

— Ya. Espere. — Pediu, andando mais rápido para alcançar a mulher que parecia meio sem rumo. — Oi? Tudo bem? — Perguntou entrando no campo de visão da menor que o encarou. — Puta merda. — Cobriu a boca assustado. Por que... ela...? Deus. — Quem é você? — Murmurou sem saber o que fazer.

— Min Yoonjin. — Respondeu sem hesitar, encarando os olhos pequenos do músico. — Irmã de Min Yoongi.

— Quem é esse?

Ela riu. O encarou com certo desprezo e aproximou mais um passo, mostrando que não estava ali de brincadeira. Piscou os olhos pequenos, aquela expressão assustadoramente idêntica... eles eram idênticos. Que ridículo.

— Agust D. — Disse sem hesitar, vendo os olhos miúdos se abrindo com certo susto. Ela era irmã biológica de Yoongi? — Ele é meu dongsaeng e se você não pode me ajudar a encontrá-lo, então não me atrapalhe.

Saiu em passos largos, decidida a pensar em algo. Foi burrice ir ali em um domingo, não é? Era melhor na segunda-feira, de fato. Ou, se as coisas ficassem muito ruins, teria que apelar e ir naquele lugar... naquele restaurante de gente rica. Não era lá que o tal Kim Seokjin trabalhava? Ele teria que ter alguma informação.

Sentiu o cotovelo ser segurado com gentileza e acabou olhando por cima do ombro, vendo aquela bagunça de cabelos ondulados em um tom roxo.

— Sou amigo dele, posso te passar o número. — Disse solicito e ganhou os olhinhos brilhando daquela garota bonita. Assustador. Ela era muito parecida com seu amigo. — Yoonjin, não é? — Ela assentiu e se soltou, ainda meio sem saber se podia confiar naquele homem. As pessoas de Seul não lhe pareciam confiáveis. Sorriu grande e curvou o corpo em educação. — Jiwon, muito prazer.

E de fato, era um enorme prazer.

...

“Vou buscar Jinyoung e as meninas, logo voltamos para sair e almoçar”, foi o que Hoseok disse antes de ir, ignorando completamente o irmão mais novo falando que estava sem fome. Iam almoçar todos fora para colocar o assunto em dia, tinham muito o que conversar. Principalmente em relação a família e tudo mais.

Não lhe agradava aquele almoço sendo planejado sem os outros. Geralmente todos estavam presentes, iam para um restaurante que Seokjin considerasse bom e pronto. Acabavam com a pouca reputação que tinham, fazendo escândalo no lugar. Era risada alta, xingamentos, muita bebida e fotos. Muitas selfies.

Um dia tiveram que aguentar um gerente dizendo que se queriam festejar, era para irem em uma loja de conveniência ou um trailer. Jimin ficou bem irritado... queria jogar bebida no cara...

Memórias.

Mas não era momento para isso. Precisavam começar eliminando problemas pequenos para chegar nos maiores e dar um fim em tudo. Assim a vida voltava para sua normalidade e tudo ficar tranquilo.

— Você não gosta mesmo do Bobby, né? — Perguntou assim que chegaram em casa. Tirou os sapatos na entrada e largou a bolsa ali. Taehyung negou, tirando as sandálias. — Bem, ele é um cara legal, se preocupou com você lá em Hong Kong. — Retirou o casaco, deixando no mesmo lugar da bolsa. Foi encarado pelo namorado antes de vê-lo saindo para a sala. — Ya. — Foi atrás, vendo como ele estava quieto. — Você e discutiu com Hoseok, não foi?

— O meu pai anda sendo um egoísta comigo. — Revelou de uma vez, tirando os óculos e colocando na mesa de centro. — Falou pra ele que está preocupado com a minha defensiva. — Colocou as mãos na cintura e olhou para o menor que franziu o cenho meio confuso. — E porque, aparentemente, eu estou nos escondendo de todos. — Sorriu irônico e se jogou no sofá. Sua cabeça doía. Negou, encostando os cotovelos nas coxas, sentindo o rapper sentar ao seu lado. — Talvez eu esteja fazendo isso mesmo. — Assumiu rouco, olhando para o nada, pensativo. Se todos estavam dizendo, então pode ser, né? — Mas eles nunca vão entender. — Olhou para o lado, encarando o rosto pálido ainda com alguns pequenos machucados. Ele já estava ficando bom. — Nunca vão entender como é ter quem você ama, na porra de uma depressão, depois pirar por sua culpa.

— Que culpa você tem? — Encolheu as pernas no sofá e fechou a expressão para ele. Que merda aquele moleque tava falando? — É foda pra nós dois. — Encostou no sofá, tombando a cabeça no móvel e encarando o teto alto. — Se eu me apaixonei por você, não é culpa sua, só foi pra ser.

— Se eu não tivesse insistido tanto...

Virou o rosto e encarou seriamente o rosto do de cabelo colorido. Que merda deu nele? Inferno. Esperava que fossem ter um bom dis depois do show, depois de ter cantado para ele. Só em sua expressão fechada, conseguiu expressar todo seu descontentamento com aquele assunto idiota. Ambos estavam pagando por uma decisão que foi tomada em conjunto.

Ninguém era mais santo ali. Se um iria para o inferno, então o outro também iria. E foda-se. Não é como se estivesse ligando para isso!

— Se arrepende, então? — Perguntou baixo, mostrando que estava se chateando com toda aquela merda.

E aí Taehyung notou as coisas que estava falando e calou a boca. Comprimiu os lábios fechados e encarou os pés descalços. Passou toda a volta pensando nisso. Será que se, sei lá, tivesse se contido e não corrido tanto atrás de Yoongi... as coisas estariam sendo diferentes? Não tinha como saber, porque não cogitou outra ideia quando foi para decidir se ia em frente ou não.

Agora estavam todos ali, caindo. Passou as mãos no cabelo, fechando os olhos e prendendo os dedos nos fios desbotados. Nem ânimo mais para se cuidar, tinha. Estava péssimo. Só queria que aquilo tudo passasse. Sua vida parecia estar totalmente de ponta cabeça!

Sua casa perfeita desmontou feito lego.

— Pare de se punir. — Pediu o músico, ainda em tom sério. — Tá vendo o que eu disse naquele dia? Você acha que é o centro de toda a porra ruim que acontece comigo e com a gente. — Levantou do sofá, irritado, mas sem elevar o tom de voz. — Eu não quero te derrubar, então toma um rumo na tua mente ou eu vou me mandar dessa merda. — Falou o que pensou que não ia falar tão cedo. Rapidamente o garoto elevou o rosto e o encarou assustado. Como? Como assim? — Se você vai se punir por minha causa, então me permita te imitar um pouco. — Já estava se afastando, quando foi segurado pela cintura e puxado.

Não se moveu um centímetro e também não disse nada. Ainda tinha a expressão irritada e não se comoveu quando foi abraçado, o rosto do namorado se afundando em seu abdômen pálido por cima da camisa. Olhou para baixo e esperou que, pelo menos, ele tivesse a coragem de olhar em seus olhos.

Não ia deixar Taehyung fazer aquilo consigo mesmo. Não. Antes, ia embora ou faria qualquer porra, mas não ia afundar o cara que amava. Não ia fazer isso nem morto!

— Me desculpe. — Sussurrou sem afastar o rosto, inalando o cheiro gostoso do mais velho, agarrando o corpo dele como se fosse sua última esperança. — Me desculpe.

— Você tem que pedir desculpas para si mesmo e ter mais amor próprio. — Ralhou sem paciência, vendo ele assentir, concordando. — Não vou quebrar. — Deixou claro e finalmente conseguiu ver os olhos grandes o encarando, mesmo que um tanto temerosos. — Mas você vai se estilhaçar continuando com isso.

— Então o que eu faço com esse medo que eu tenho de te perder? — Perguntou entredentes, engolindo em seco, vendo a expressão do músico suavizar um pouco. Negou. — Eu não vou te perder para a porra da depressão de novo.

— Não vai. — Garantiu sério , segurando-o pelas bochechas, o encarando nos olhos. Respirava devagar, tranquilo... — Confie em mim. — Pediu mais baixo, carinhoso, sabendo que provavelmente era difícil para ele. Taehyung desviou o olhar, o apertou e puxou o rosto em sua direção novamente. — Confia em mim! — Pediu novamente. — Por favor. — E mais baixo, frágil, se deixou mostrar um pouco.

Também tinha medo, achava que não? Morria de medo daquela merda o pegar de novo, mas todos os dias lutava contra, corria e corria muito para conseguir manter-se salvo. Sabia o que era estar lá, não queria voltar. Por isso estava se agarrando a tudo que era mais importante em sua vida, para ter motivos de continuar correndo, embora fosse péssimo em atletismo.

E todos os outros esportes, exceto basquete.

Ficaram em silêncio, se encarando. Queria que ele confiasse em si e visse todo seu esforço para continuar bem. Não queria ser carregado, queria caminhar sozinho. Estava bem, droga! Não podia deixar o mais alto viver naquele mundo defensivo, onde o medo era o maior regente.

Ele precisava viver. Viver e ser feliz, ao seu lado. Ver tudo de bom que via, não só as coisas que podiam machucar.

— Por favor. — Repetiu no mesmo tom, emocional demais para fingir que aquilo não afetava. Porque doíaDoía muito ver Taehyung se autodestruindo.

E o pior, havia culpa sua nisso, embora lutasse contra esse pensamento. Não ia ser hipócrita! Ele fez tudo por amor, não foi? Não pediu, apenas aceitou. Ele e toda sua família.

Não era culpado de nada, não é? Não era!

O mais novo levantou devagar, piscava tão devagar... queria ver todos os detalhes perfeitos do rosto lindo que o rapper tinha. O cabelo estava crescendo, mas ele ainda continuava com aquela carinha de bandido fofo. Muito fofo. O segurou pela nuca e o trouxe para perto, selando os lábios com vontade. Estava com uma puta saudade.

Foi retribuído prontamente, as mãos do menor foram para a cintura larga do garoto, o puxando para frente, prendendo os corpos um ao outro, desenvolvendo aquele beijo rápido demais para quem estava vivendo um drama segundos antes. Passou os dedos pelos fios curtos, era uma sensação gostosa. Sentiu o corpo ser empurrado para trás e imediatamente sentou no sofá, puxando o mais velho para seu colo.

Aquilo era algo novo, de fato. Mas ele não sentou, ficou de joelhos, apenas, estando um pouco mais alto, se apoiando nos ombros largos do pintor. Sentia as mãos do azulado passeando por suas costas, descendo até achar a bunda pequena escondida no jeans preto. Foi apertado e puxado para frente. Sorriu entre o beijo apressado, os olhos fechados e o corpo quente.

Finalmente estava em casa.

— Senti sua falta. — Admitiu, tendo os lábios do maior descendo por seu pescoço, beijando, mordendo devagar. — Pra caralho... — Sussurrou prendendo os dedos nos fios grandes, mordendo o lábio inferior devagar, tomando a cabeça para o lado. Ele era bom em tudo o que fazia.

Principalmente com a boca. Enquanto esteve em Hong Kong reviveu mil vezes o que aconteceu... hum... antes de viajar. O quanto gostou e se sentiu bem. Grunhiu em apreciação quando as mãos grandes entraram por sua camisa, tocando as costas, tomando cuidado com os machucados. Sorriu sozinho.

Podia ficar o dia todo ali. Não conseguia pensar em nada. Absolutamente nada. Sua mente estava em branco e só o que importava, eram os estalos dos beijos, os arrepios em sua pele e a saudade que sentia do calor do corpo daquele moleque.

Ele era quente. Pra caralho. Mesmo.

— Lembrou do que eu te fiz? — Perguntou entre os beijos, ouvindo um resmungo positivo do mais velho. Então ele pensou naquilo... — O quanto pensou? — Esfregou o nariz na pele cheirosa, subindo até a orelha cheia de furinhos. Mordeu ali.

— Algumas vezes... — Assumiu baixo. Não conseguia mentir e nem ter nenhuma pose enquanto aquele desgraçado continuava brincando com seu corpo daquela maneira.

— E foi bom? — Voltou a perguntar, o tom de voz tão baixinho e rouco. Yoongi grunhiu em positivo sem nem hesitar. — Quer de novo? — Voltou a descer os carinhos com sua boca. Trouxe as mãos para frente, passando os dedos curiosos pelas coxas definidas. Gostava do corpo pequeno de Yoongi. Ele não respondeu. Subiu a destra até onde havia um volume no jeans e apesar esfregou a palma da mão, sem pressa. — Ou posso usar as mãos, dessa vez. — Beijou o ombro do namorado. — Artistas plásticos são bons com as mãos.

— Você é um babaca. — Começou a rir daquela piadinha, não conseguiu. Não estava tão tenso... estava começando a se acostumar.

— O quê? — Murmurou fingindo não entender, apertando a mão devagarzinho, fazendo pressão no volume cada vez mais rígido. O moreno suspirou em deleite. — Você é rapper, deve ter uma língua incrí-...

O rosto do músico ficou vermelho na hora. Como aquele... maluco...? Tampou a boca dele com a mão direita e apertou o olhar, o ameaçando. Se ele continuasse falando besteira, ia matá-lo. Estava morrendo de vergonha, suas orelhas queimavam tanto. Como ele conseguia falar aquelas besteiras e não sentir nenhuma vergonha? Sinceramente... que moleque abusado.

Continuaram se olhando no meio daquela respiração descompassada, o sangue correndo quente. Olhou para baixo em apenas um momento: quando ouviu a fivela se seu cinto sendo desfeita. Sorriu devagar, voltando a encarar os olhos grandes e maquiados. Aqueles olhos... eles eram lindos. Muito lindos.

Acabou amolecendo quando a mão dele adentrou sua calça – após desabotoar e descer o zíper –, por consequência, a boxer também. Abriu um sorriso maior antes de franzir as sobrancelhas e morder o lábio inferior, não querendo fazer barulho. Aquilo... porra. Sentia a mão dele o apertando com jeitinho, o tocando como conseguia. Merda. Podia se viciar naquilo facilmente, muito facilmente.

Continuou tampando a boca do garoto, mas isso só deu espaço para o olhar dele e, aquele olhar era pior do que a boca. Era tão mais intenso. Entreabriu um pouco os olhos e o encarou meio embaçado. Tão fodidamente lindo...

Usou a mão esquerda, um tanto cego de vontade, para puxar a lateral das roupas, querendo abaixar. Teve ajuda, óbvio que teve.

— Hum. — Grunhiu em apreciação quando foi tomado melhor, os dedos longos se apertando ao redor do pênis rígido, iniciando um vai e vem lento. Sorriu mole, prendendo a mão livre no cabelo do namorado. — Assim é melhor. — Encostou a testa na do outro, o encarando bem de pertinho. Sorriu maldoso, um pouco mais à vontade que a última vez. — Eu tava louco pra chegar em casa. — Assumiu, movendo o quadril devagar, se empurrando para a mão que o masturbava um pouco mais rápido. Fechou os olhos. — Louco pra ver você. — Moveu o rosto devagar, esfregando a ponta dos narizes.

Gemeu quando teve a glande úmida tocada pelo polegar dele. Merda. Entreabriu os lábios e deixou seu gemidos fracos saírem contra a própria mão que escondia os lábios do pintor. Sentia a mão livre dele o apertando a cintura, a bunda, o puxando mais, cada vez mais, o apertando em seu colo, querendo mais. Precisava de mais. Ele ficava tão lindo daquela maneira desinibida. Estava tão vermelho...

Era tão louco naquele homem, fala sério. Estava sentindo um prazer desgraçado só de vê-lo tão entregue, gostando de seus toques. Por quantas noites sonhou com aquilo? Quantas vezes se pegou pensando naquilo e depois de se masturbar, sentiu nojo de si mesmo? Minha nossa. Aquilo era real... real e tão bom. Tão... fodidamente bom. 

Estava mesmo fazendo aquilo e, por qualquer divindade que exista, ele gemia tão bem, tão gostoso... quis mais. Sempre queria mais dele. Muito mais. Precisava de mais.

— Rápido. — Pediu o moreno, um tanto sôfrego pelo prazer fazendo todo seu corpo latejar. — Vão chegar-... — Não conseguiu terminar, porque Taehyung obedeceu. Apertou mais a mão e deslizou com mais rapidez. — Puta que pariu, isso. — Incentivou entredentes, movendo mais o quadril e consequentemente, esfregando um pouco mais no do outro. Ouviu ele gemer, rouco e baixo. Encarou os olhos feito linhas, entreabertos. Sorriu satisfeito, então também estava conseguindo dar prazer a ele? Bem, ainda era inseguro com isso...

Ficaram ali, se olhando, se encarando de pertinho, tendo seu momento de boas-vindas. Até que Yoongi fechou os olhos e gemeu um pouquinho mais baixo, tremendo de leve. Forçou mais a mão, apertando com cuidado até ouviu ele gemer novamente, mas agora mais arrastado.

Olhou para baixo e viu sua camisa sendo suja com esperma, assim como a dele. Riu fraco. Moveu o rosto contra o dele, esfregando os narizes, já que tinha a boca tampada. Tão lindo... ele respirava forte e ainda tinha uma expressão de prazer no rosto.

De repente ele riu. Riu mesmo.

— Essa foi a lição dois? — Lembrou daquela brincadeira idiota e o mais novo negou, ainda sem poder falar. — Então foi o quê?

Pacientemente, Taehyung afastou as mãos do corpo pequeno e tirou a dele de sua boca, podendo sorrir enquanto o enxergava tão entregue em seus braços.

— Isso foi um: estou com saudades do meu namorado. — Selou os lábios demoradamente. — E um: bem-vindo de volta. — Sussurrou contra os lábios cheinhos antes de vê-lo sorrir carinhoso e lhe roubar outro selar.

Yoongi não disse nada. Não achava que precisava realmente, porque nunca foi muito bom em verbalizar coisas. Era meio burro quando se tratava de sentimentos, não sabia direito como senti-los. Mas estava aprendendo com o tempo a diferença de cada um. Estava se propondo a crescer nesse aspecto e ser mais aberto ao mundo, mesmo que ainda lhe parecesse impossível!

O que lhe confortava era a certeza que Taehyung o entendia por completo. Seus gestos, olhares, até a vibração da voz. Com ele não havia espaço para mal entendidos, porque era tão conhecido e o conhecia tão bem... passou a mão no rosto bronzeado, deslizando o polegar pela bochecha dele, sentindo a maciez.

Lembrou do que ele havia dito sobre: “medo de perder”. Entendia. Realmente! Sentia medo de perdê-lo todos os dias, haviam mais contras do que pro. Sua própria pessoa era um contra, mas ainda assim, ele estava ali.

E só por isso, já se dava por satisfeito.

— Me desculpe se às vezes pareço superprotetor com você! — A voz rouca do azulado o chamou a atenção, trazendo-o de volta para o momento. — Tenho consciência que estou errado e não quero te perder por isso, me desculpe. — Sussurrou o último pedido de desculpas e o músico assentiu compreensivo, prestando atenção. — Mas você me entende, não é?

— Uh. — Assentiu e parou um pouco para pensar. Na sexta-feira quase enlouqueceu exatamente por isso. — Mas eu confio em você. — Deixou suas mãos sobre os ombros dele, sentindo as dele em suas coxas. — Confiei no que me disse sexta-feira, sobre estar bem, mesmo eu sabendo que não era bem assim! — Inclinou o corpo um pouco para frente, querendo proximidade. Taehyung não se moveu. — Mas você me pediu, então eu confiei. — O maior assentiu, realmente a situação havia sido aquela. Yoongi sorriu sem mostrar os dentes, achando adorável aquela carinha dele. — Confie em mim, também. Posso ser meio louco, mas não caio fácil. Você sabe.

— Eu sei. — O que Hoseok havia dito, não era uma total mentira. Mesmo que todos fossem irmãos e tudo mais, vivessem juntos, ainda era meio palpável a diferença que tinha entre ele e Jimin, aos demais. Os três outros pareciam muito mais bem preparados para qualquer coisa. Invejava isso. — Vou ser mais complacente. — Garantiu e viu a expressão desacreditada do namorado. Começou a rir. — Para de ser idiota, hyung.

Não respondeu, achou melhor beijá-lo. Não mentiu quando disse que estava sentindo saudades dele. Cada vez ficava mais difícil ficar longe. O segurou pela nuca e, naquele toque, tentou expressar todo seu sentimento, tudo o que queria dizer e não conseguia. Tudo o que estava preso em sua garganta.

Merda. Amava tanto aquele pirralho. Tanto. Tanto...

Sentiu seu corpo ser segurado com força pelas coxas e logo foi deitado no sofá com jeitinho, sobreposto pelo corpo grande do azulado. Não iam para nenhum almoço pelo visto, certo? Bom, que seja. Não se importava mesmo.

Estava pronto para começar a tirar sua camisa, quando ouviu o telefone tocar. Estava abafado, mas era seu telefone. Afastou o beijo e olhou para o lado, vendo sua bolsa na entrada de casa. Com certeza era sobre a idiota da reunião que havia faltado.

Ou Hoseok, descobrindo que ninguém podia subir sem sua autorização.

— Acho que é o Hobi. — Encarou o mais forte, o segurando pelos ombros. — Atende pra mim e diz que já estou terminando meu banho, manda eles subirem. — Roubou um último selar do menino, antes de o empurrar. Ou tentar. — Anda, Taehyung. — Resmungou e ele riu. — Vaza, pirralho. — Tentou novamente, mas ele parecia mil vezes mais forte. — Sai, porra. — O empurrou de novo, mas dessa vez para o lado, fazendo-o cair no chão.

— Ai. — Murmurou assim que teve a pequena queda no chão de madeira.

Nem deu tempo de responder o namorado, porque ele levantou a calça e saiu em disparada para as escadas, indo para o próprio quarto, tomar um banho ou sei lá o que ele ia fazer. Educado ele, não? Nem ao menos perguntou se sua calça estava apertada. Sinceramente... onde foi se enfiar?

Ou melhor, onde a raposa foi inventar de fazer toca?

Sentou no chão e massageou o cotovelo. Doeu mesmo, cara. E o telefone que havia parado de tocar, voltou. Hoseok não perdia a mania de ficar ligando desesperadamente? Levantou e foi correndo até a bolsa de couro, abrindo e tirando o celular de lá. Número desconhecido?

Atendeu mesmo assim.

— Alô? — Voltou para a sala, se jogando no sofá.

— É o telefone do Yoongi? — Uma voz feminina disse do outro lado, parecendo ansiosa e meio aflita.

Respirou fundo. Bem fundo. Bem fundo mesmo!

— Sim, quem deseja? — Disse devagar, controlando-se para cumprir o que havia dito para o menor. Ia ser alguém mais... complacente.

Mas era meio difícil, né?

— Min Yoonjin. — Respondeu com certo orgulho, mas não fez diferença para o garoto de voz rouca. — E você, quem é? O que faz com o telefone dele?

— Ah... eu... — Como deveria se apresentar? Mordeu o lábio inferior. Será que...? Não, né? Não. Não! — Kim Taehyung, irmão dele. O que deseja?

— Falar com ele! — Disse sucinta. — Sou a irmã verdadeira dele!

Seu corpo gelou por inteiro em um intervalo de poucos segundos. Seus dedos amoleceram e o celular caiu no sofá. Irmã...? Yoongi tinha uma irmã? Mas...?

O que ia fazer? O que...?

Yoongi... irmã dele...?


Notas Finais


Yoonjin-aaaaaaaaaaaaaah, seja bem vinda. Sim, ela é irmã biológica, a irmã mais velha do nosso Guinho. Vamos ver o que ela quer?????? Comentem aqui embaixo pra mim o que acharam. Gosto quando vocês me dão o ponto de vista de vocês e, além disso, tô sentindo que vocês estão desanimando nos comentários... a estória tá legal ou...?

De todo o modo, a hashtag da fanfic no twitter vocês sabem qual é: #wuahtaegi e até o próximo ♥


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