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História Out Of Breath - Memories


Escrita por: frankg

Notas do Autor


Olá!

Minha primeira original aqui no SS.

Espero que gostem e que não deixem de opinar/criticar.

Boa leitura!

Capítulo 1 - Memories


O vento estava tão forte que parecia cortar-me aos pedaços. Eu podia ouvi-lo zunindo nos meus ouvidos, zombando de mim. As folhas das arvores caiam lentamente, como se não quisessem chegar ao chão. E eu podia compreendê-las, afinal, tudo o que eu queria naquele momento era voar. Desprender-me deste mundo. Permitir que o vento forte me conduzisse. Levasse-me para algum lugar onde não houvesse pessoas, emoções, ou até mesmo, gravidade. Poderia facilmente viver o resto de meus dias no espaço. Olhando para baixo, observando os meros mortais e suas vidas miseráveis. Porque era exatamente assim que eu me sentia.

     Caminhando lentamente, com os braços ao redor de mim mesma, eu me permiti sentir todas as dores que eu deveria estar sentindo há meses. Permiti que elas chegassem devagar, aos poucos, cada vez mais levando uma parte sã da minha mente. Permiti que minhas memórias retornassem e que levassem minha sanidade para longe.

     Enquanto imagens de seu rosto tomava conta de meus pensamentos, lágrimas saiam de meus olhos como pingos em uma torneira danificada. Seus lábios grossos, seus olhos azuis e pele clara. Seus cabelos loiros como os de um anjo deveriam ser. Sua voz rouca no meu ouvido logo pela manhã. Seu cheiro adocicado, seu hálito fresco. Sua criatividade e personalidade forte... Tudo eu me lembrava como se ele ainda estivesse ali comigo. Como se ainda fizesse parte da minha vida.

      Desde que ele se fora, minha vida se tornara um abismo sem fim. Um oceano escuro e sem peixes. Um céu sem estrelas. E um luar sem claridade. Minha vida tornara-se noite. Escura, fria e vazia. Assim como meu coração.

     Na noite em que ele se fora, uma parte de mim foi junto. Para não mais voltar. Nós estávamos em uma noite qualquer, sorrindo feito crianças no dia de aniversario. Felizes, sem qualquer motivo aparente. Porque era assim com ele. Estávamos sempre felizes, comemorando apenas pelo fato de estarmos vivos e juntos. Pelo fato de termos nos encontrado em um mundo onde há tantas pessoas e tão poucas possibilidades.

     Aquela noite parecia ser como qualquer outra. Estávamos caminhando na noite fria, permitindo que o vento tocasse nossos rostos deixando-os vermelhos. Adam segurou minha mão firmemente, como sempre fizera. Nossos olhares se cruzaram rapidamente. Ele sorriu para mim como se soubesse que algo ruim estava para acontecer e que jamais poderia sorrir daquela forma novamente. Ou de forma alguma. Senti um calafrio percorrer todo meu corpo. Parecia que algo estava tentando me avisar do que estava prestes a acontecer, mas não dei importância.

     Então, de repente, um carro desgovernado subiu a calçada e nos atropelou. Aconteceu tudo rápido demais. Não conseguimos fugir a tempo. Com o impacto, eu desmaiei e quando acordei novamente, Adam estava desacordado do meu lado. Tinha sangue para todos os lados, deixando seu rosto irreconhecível. Meu corpo inteiro doía mais do que pude suportar e quando tentei levantar-me para socorrer Adam, o carro explodiu.

     E foi assim que perdi Adam e que fiquei com boa parte do meu corpo queimada. Ainda sinto dores até hoje. Dores físicas e emocionais.

     Mas o que dói de verdade, a dor que me consome e que me mantém sua refém, é a dor da perda. Preferia estar com o corpo todo queimado, danificado, ao invés de perder Adam. Perdê-lo foi a pior coisa que aconteceu comigo. É inenarrável tamanha dor que toma conta de mim. Não imaginei que fosse suportar, mas a vida, cruel do jeito que é, decidiu me manter neste mundo um pouco mais. Como se eu já não tivesse sofrido o suficiente.

     E, depois deste acontecimento, era como se minha vida tivesse acabado e só sobrara o meu corpo. Como se minha alma tivesse ido embora e deixado apenas as tristezas.

     Já passava da meia noite e a rua estava completamente vazia. Apenas eu caminhando perante a luz fraca da lua e dos postes da rua. Decidi voltar para casa. Ser assaltada não ajudaria em nada. Foi quando dei meia volta que escutei uma voz atrás de mim:

- Moça? Você está precisando de ajuda?


Notas Finais


E então?

xoxo


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