História Out of the Masks - Chapter 37 - Tension

Pov Adrien

Contribuindo com meu nervosismo, e tremedeira instalada em minhas mãos, ele não consguia segurar a sua risada, e ainda deixando pequenas lágrimas irem pelos cantos dos seus olhos felinos. Eu tinha uma vontade enorme de xingar ele com todos os nomes que tinha em todas as línguas, porém me mantia paciente.

Acontece que eu fui forçado para ir ao um hospital, junto com o grupo todo e Marinette, e ainda tendo minha sogra e um assunto pendente em companhia. O que eu responderia para ela? Aliás, eu não diria na lata que estava namorando a filha dela, ainda mais nesse clima de hospital que estávamos.

Estava nervoso. Iniciaria tudo com a bela de uma visão manchada. Ela até poderia me odiar por isso, e talvez ainda quisesse que eu revelasse a minha identidade civil, o que estava fora das minhas hipóteses. Não podia fazer isso.

-Eu queria tanto ter visto isso! -Ele finalmente se controlou, porém ainda tendo resquícios de risada em sua voz- Imagina você amarrado! Com essa sua cara de lerdo. -Apontou para meu rosto, e voltando a rir estridentemente.

-Plagg! Eu quero a sua ajuda, não a sua zombaria, seu idiota! -O pego pelo pescoço, o colocando na altura do meu rosto- Mas o que eu faço? Eu estou bem perdido com isso... E e-eu...

-Apenas relaxa. -Revirou os olhos- Não adianta ficar nervoso quando toda a culpa se resume em você. Adrien, você poderia ter evitado tudo isso se tivesse contado sobre quem você é desde o início, e agora você está correndo riscos de quem sabe perder a sua namorada, e sua indentidade restrita.

-Ajudou muito. -Murmuro, ficando ainda pior em meu nervosismo- Disse que precisava de ajuda, não de um banho de realidade...

-Mas isso nunca é demais. -Sentou em meu ombro- Você sabe que eu não sou uma pessoa séria, mas quando é para ser, eu sou. Você pode não ter tanta culpa pelo ocorrido, afinal, quem iria imaginar que acabaria assim? Mas eu creio que você deva concertar tudo isso. Não pode ficar em um namoro sem saber coisas mais pessoais. E isso se atrai a ambos.

-O que você quer dizer com isso? Eu não acredito que a Marinette tenha algo para me dizer. Ela é bem simples. -O olho confuso, ainda raciocinando sobre suas palavras.

-Todos temos segredos. -Abaixou os seus olhos- E eu tenho a certeza de que ela também tem um, e que possa ser na mesma intensidade que você.

Talvez ele tivesse uma razão. Ela poderia sim ter um segredo escondido de mim, porém penso que isso faz parte. Nunca podemos ser um livro totalmente aberto com todos, sempre temos um lado mal contado ou nunca dito. Mas eu não deixaria isso acontecer comigo. Eu direi para ela quem eu sou.

-Eu acho que sei o que vou fazer. -Mordo o meu lábio inferior, e suspiro- Mas e se ela não me aceitar, Plagg?

-Então... Você não a aceita. A vida é uma troca, não é mesmo? Um não aceitou, cabe ao outro devolver isso. -Deu de ombros,  olhando para o nada.

-Você diz como se ela tivesse um segredo como o meu. Ela não precisa de uma máscara para ser outra pessoa, e nem mesmo usa uma para salvar pessoas. -Ele respira fundo, com a sua mão na testa, num "facepalm".

-Às vezes ela pode ser uma pessoa que você nem imagina, Adrien. -Planou para a minha frente- Circule a sua mente. Deixa de fazer ela quadrada, idéias novas devem circular. Não exclua uma possibilidade sequer, Adrien. Você pode se surpreender.

Posso mesmo?

[...]

-Eu estou preocupada.

Havia acabado de me transformar, e voltado para o lado da minha princesa, que praticamente andava para todos os lados, mesmo que o que havia ocorrido com a sua amiga não fosse sério. Mas acredito que seja algo natural.

-Não vai acontecer nada, princesa. -Puxo as suas mãos, a puxando para se sentar em meus joelhos. Sua cabeça se encosta em meu ombro, junto com seus braços na minha cintura; num abraço.

Deixo um beijo na sua cabeça, e passo a acariciar os seus cabelos soltos, descendo minhas mãos até a base das suas costas, em um reconforto. Poderia até não demonstrar, mas também estava um pouco apreensivo.

Por que Plagg fazia tanto mistério? Agora eu me sentia cego a algo que era tão óbvio quando a luz do sol nas partes da manhã e tarde. Mas acontecesse que eu não tinha a minha visão ampliada, e sempre tive algo bloqueando os meus lados.

Era tão novo em relações amigas ou amorosas; e até mesmo no mundo que havia através da minha janela. Não que isso fosse a culpa de eu não ter uma visão boa, mas ajudava bastante, em minha mera opinião. Mas que droga... Eu me sentia duvidando do meu amor.

Não merecia ela. Que nem mesmo perguntava quem eu podia ser sem a droga da máscara, quando eu podia ser uma pessoa ruim, contraditoriamente. 

-Você está tenso. -Marinette levanta a sua cabeça, mirando os olhos azuis em meu rosto- Não precisa preocupar-se com nada disso. Mesmo que tenha sido um sem vergonha em falar aquilo.

-Eu sei disso. -Solto uma risada leve- Peço desculpas, princesa. Sou meio tapado às vezes.

-Está tudo bem. -Beijou a meus lábios lentamente, num meio de um sorriso doce- Eu amo você. Não importa que seja um lerdo depravado.

-Eu também te amo, princesa. -Digo, abraçando-a mais forte, beijando o topo da sua cabeça- Mas agora eu preciso ir um pouco lá fora, pode ser?

-Uhum. -Soltou-me manhosa. Solto mais um sorriso. Ela andou até a sua mãe, que me olhava com um olhar bem misterioso, mas nada que eu deveria me assustar. Ela parecia bem materna, até.

Depois falaria com ela...

Ando para o lado de fora do hospital -que nem deveríamos estar! Por que a Marinette era tão escandalosa em relação a saúde?-, e me sento em um banco, sob os olhares curiosos.

Maldito Plagg. Por que eu tinha que levar esse assunto com ele logo agora? Mas esse gato era um demônio. Não era para eu estar escutando as suas palavras, não quando ele era um babaca que só quer ver o circo pegando fogo.

Sinto uma mão em meu ombro, e me viro rapidamente, dando de cara com duas orbes que eu conhecia muito bem. Engulo seco, temeroso pelo que viria.

-Podemos conversar?