5 anos depois...
Embora minha barriga estivesse um pouco maior do que há alguns meses, eu não podia evitar de tentar dormir com a mesma para baixo, pois não havia nada mais desconfortável do que dormir de lado ou de barriga para cima. Mas enfim, Adrien quas me massacrou quando me pegou dormindo com a mesma para baixo, alegando que mataria nossa filha.
-Adrien! -Berro, batendo nas costas do mesmo, com um desejo enorme tomando os meus sentidos- Eu exijo que você acorde agora mesmo. -Ele sequer moveu um músculo, só continuou com a sua respiração tranquila e levemente.
Ridículo. Ele parecia ter o sono mais pesado do que uma grávida, que no caso era eu! Meus pés doíam, minhas costas pareciam quebradas, e eu estava com muita fome! E ele nem sequer acordava para me atender?!
Deveria saber que ele não me ama mais! Deveria ter desconfiado desse loiro estúpido e pervertido. Nunca mais quero ver os seus olhos esmeraldas que eram tão lindos e encantadores...! Não posso mesmo fugir do meu foco. Hunf.
Levanto-me da cama, sentindo os movimentos gostosos da minha filha. A sensação mais deliciosa que eu já pude ter sentido, era os seus movimentos tão rápidos, porém tão sonolentos algumas e poucas vezes, já que e Emma era ativa.
Agora preciso acordar esse gato.
Volto para o meu quarto com um balde de água gelada em mãos -pouca pela minha impossibilidade de carregar coisas pesadas-, e lançando o conteúdo sobre o corpo seminu, que pulou da cama no mesmo minuto, encharcado.
-O que? Por que? -Passou os seus dedos sobre as costas, notando que estava inteiramente molhado. Ele se virou para mim, com um olhar entediado- Você fez mesmo isso? Que frio da porra!
-Ninguém mandou você não acordar. -Jogo o balde no chão, e cruzo os meus braços acima do barrigão- Eu te chamei por mais de meia hora, e você nem sequer me respondeu, estúpido!
-Marinette... -Ele iniciou, dando um suspiro esganiçado, com uma risada um pouco rouca e leve- Foi mal. Mas não precisa mesmo disso tudo...
-Não me chame pelo nome! -Dou um tapa forte em seu ombro desnudo- E eu não quero você rindo! Tem alguma palhaça na sua frente, Agreste?
-Cla-claro que não. -Ele parecia até mesmo assustado- Só estava... Mas o que você queria mesmo? -Coçou a nuca, e tentou arrumar os seus cabelos loiros.
Ele parecia bem provocante só com a sua roupa de baixo. O seu corpo havia evoluído muito nesses cinco anos, e nem precisava reforçar o quão gato ele estava agora. Mordo o meu lábio, e me aproximo dele, abraçando o seu corpo quente, mesmo que molhado.
Ele parecia não entender nada.
-Adrien... -Chamo manhosa, e beijo o seu queixo, arranhando a lateral do seu peito definido- Eu quero você, gatinho. Me faça sua...
Seu semblante havia contorcido em uma confusão mais profunda, e com direito a uma cabeça entortada, e um olhar arregalado e fofo.
-Você está bem? -Segurou-me pelos ombros, me afastando um pouco- Uma hora está gritando comigo, e na outra está querendo...Princesa, você está estranha.
-Estranha? Então você não me deseja mais, seu safado? -Dou outro tapa estalado nele, junto com vários outros- Pode falar! Eu amo por nós dois ness relacionamento! Você nem mesmo me abraça mais! Eu vou é dar na sua cara.
-Mas o que eu fiz? -Ele segurou as minhas mãos, e me sentou na cama, e se colocou entre minhas pernas- Olha bem para mim, meu amor. Eu te amo mais do que tudo que existe, e nunca vou deixar te desejar, mas olhe bem para você! Eu tenho medo de te machucar, e por isso evito qualquer contato mais íntimo. -Sua voz havia abaixado, e um beijo foi deixado na minha testa- Você quer chocolate?
-Quero sim. -Me deito na cama, me embolando nos cobertores. Ele sorri para mim, e se retira do quarto escuro, indo para a cozinha que havia do lado.
Esses sete meses de gravidez só podiam estar me deixando maluca. O meu humor mudava constantemente, além de eu estar como uma baleia. Nem mesmo Chloé havia ficado tão feia, e tinha mudado tanto o humor -mesmo que uma vez tenha mandado o Nath ir embora com a pobre vassoura-.
Não merecia o Adrien. Ele estava sendo tão paciente comigo, enquanto só recebia chutes e chiliques em troca. Me sentia a pior namorada que pode existir no mundo inteiro. E ainda por cima o acordava todas as noites, sabendo que o mesmo era preguiçoso como um gato.
Sinto lágrimas escorrerem por meu rosto, e não as seco, apenas deixo elas terminar o trajeto no travesseiro branco. Soluços passaram a escapar da minha garganta, junto com tremedeiras.
-Prin... -Adrien entra no quarto, me olhando confuso- Por que você está chorando, meu amor? -Senta em minha frente, secando os rastros molhados- Eu fiz alguma coisa errada?
-Eu que fiz, gatinho. -Fungo, e me encolho em seu colo, recebendo umas carícias leves nos cabelos e costas- Eu só venho te tratando mal, e mesmo assim você continua tão calmo. Perdão.
-Princesa... Não precisa disso. -Ele virou o meu rosto para si- Você sabe que eu aguento tudo por você. E faz parte essa sua personalidade mais chata do que o normal. -Revirou os olhos- Gosto de você desse jeito maluco. É gostoso, e me rende bons momentos, que eu não trocaria por nada. -Beijou de leve os meus lábios, e me apertou em seus braços- E eu te abraço sim, Mari!
-Desculpa. -Solto uma risada, e escondo o meu rosto corado no seu pescoço- Não quero mais passar por isso. É muito estranho.
-Ahn... Mas eu pretendia te engravidar mais vezes, princesa. -Sorriu malicioso, e me deitou de volta na cama, me abraçando por trás- É tão bom sentir isso tudo. Entendo que engravidar possa ter os seus lados ruins, mas deve ser bom também. Eu gosto de me sentir pai, é infinitamente bom. Quero mais isso.
-Também gosto de me sentir mãe. - Sorrio para mim mesma, e acaricio a minha barriga- E quem sabe um dia nós tenhamos mais? Mas não é uma certeza.
-Está ótimo, então.
Um silêncio se instalou no nosso quarto, apenas com nossas respirações. Gostava desses momentos nossos, que serviam como um derramamento de pensamentos sobre tudo que passamos.
-Adrien, quero Cammambert! -E só tinha uma pessoa que poderia o destruir.
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