Victória Franchescci’s P.O.V.
O garçom veio até nossa mesa e tirou nossos pedidos de bebidas. Eu pedi uma limonada com açúcar, Justin uma Coca-Cola, Alfredo um Guaraná – como sempre – e Scooter um Martini. Todos nós conversamos com um astral enorme, eles eram mais engraçados ainda.
- Ainda não acredito que sua mãe deixou você ir ao Meet & Greet! – Justin exclamou.
- Cara, não é uma coisa difícil convencer a minha mãe. Sério, se você chegar lá e pedir para casar comigo ela deixa de boa – falei e ri.
- Bom saber... – ele disse com os dedos da mão direita no queixo, como se estivesse pensando.
- Não! – Falei. – Mas, de qualquer forma, ela que teve a ideia. Eu nunca pensei que ela fosse realmente deixar, mas quando saíram os preços não-oficiais minha mãe já foi logo falando para eu comprar o Meet. – Eu dei de ombros. Realmente foi minha mãe quem teve a ideia, e nem eu entendi o motivo disso. – Talvez por causa do preço, ela disse algo como se valesse mais a pena pagar os três mil reais no Meet do que os 600 reais no ingresso – eu ri estranhando o que ela tinha me dito há mais de quatro meses.
- Sua mãe é estranha – Scooter me olhou com a testa franzida. – Quer dizer, quem preferiria pagar três mil reais a 600? – Ele falou incrédulo.
- Minha mãe? – Fiz um movimento como “surpresa!”.
- Verdade – os três falaram e riram.
- Justin – o chamei meigamente.
- Oi? – Ele me olhou com um olhar de garanhão. Eu ri alto.
- Não faça essa cara, não combina com você – falei e ele me olhou com tédio.
- Fale, Victória – ele disse fingindo estar bravo comigo.
- Você pode me seguir no Twitter? – Pedi meigamente.
- Claro – ele tirou o celular do bolso. – Qual o seu user? – Ele perguntou olhando para mim.
- @biebsinl0ndon, é com zero, ok? – Falei.
- Ok. Pronto, segui – ele deu um sorriso maravilhoso para mim. Acho que fiquei hipnotizada, senti-me fora de órbita por momentos que pareceram horas. – Por que London? – Ele perguntou confuso.
- Onde você nasceu, loiro? – Perguntei como se fosse óbvio.
- Oh, sim... Verdade, nasci em London – todos nós rimos.
- Apesar de você não ter ficado muito tempo lá, eu gosto desse nome e foi o primeiro que me veio em mente. – Dei de ombros. – E London é mais bonita que Stratford.
- Você acha? – Ele perguntou curioso.
- Eu acho. A arquitetura que London preservou não é a mesma que Stratford preservou. London ainda tem muito da cultura europeia, Stratford também, mas não da mesma forma.
- Tem certeza que você quer fazer direito? Eu diria que você deveria fazer arquitetura... – ele falou rindo.
- Quem sabe... – olhei misteriosa para ele. Meu celular começou a tocar, olhei na tela e era a minha mãe. – Desculpe rapazes, mas é minha mãe. Tenho que atender – ele apenas sorriram gentilmente. Eu atendi.
- Mãe! O que você quer agora? Estou no meio de um almoço importante – eu dizia como se estivesse em uma reunião, minha mãe riu.
- Eu sei, por isso que liguei. – Ela riu alto, alto até demais.
- Meu ouvido, mulher! – Exclamei.
- Não se preocupe, você não vai ficar surda. Mas e aí? Como está sendo?
- Ótimo, até alguém ligar.
- Não me trate assim, senão eu choro – ela fez voz de choro.
- Sorry, mom – falei em inglês mesmo. Eu costumo pedir desculpas em inglês para minha mãe, apenas mais uma de várias manias.
- Ok, sweetie – ela disse também em inglês. – Ligue-me se precisar de qualquer coisa.
- Pode deixar, gata. Amo você!
- Também te amo.
Encerrei a ligação e olhei para eles e conversavam baixo entre si.
- Aconteceu alguma coisa? – Alfredo perguntou.
Victória Franchescci’s P.O.V.
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