História Out of Town Girl - Dont leave me, please

Victória Franchescci’s P.O.V.

A forma como Bella agia perto de Edward era tão parecida com a forma que agia perto de Justin. Estremecíamos, ficávamos tensas, felizes. Mas também, a forma como Bella ficava quando Edward ia embora, era tão igual a forma que ficaria quando Justin fosse. Edward e Bella... Justin e Victória... Tão diferentes, mas tão iguais ao mesmo tempo.

- O que foi, Vic? – Justin perguntou. Não reparara, mas uma lágrima escapara de meus olhos.

- Nada – dei um meio sorriso. – Só... A forma como Bella fica quando Edward vai embora, me emociona. E o amor deles sabe? Incondicional... – Falei rapidamente. Não queria que reparasse que estava louca para chorar.

Justin me abraçou, apoiei minha cabeça em seu peito. Estávamos deitados, sua mão direita fazia desenhos em meu ombro, enquanto minha cabeça estava em seu peito, meus olhos no filme que passava na tevê e minha mente a milhas de distância. Em Justin, que apesar de tão perto, estava tão longe.

Em quatro dias minha vida mudara drasticamente. Encontrara a pessoa que queria passar o resto de minha vida ao lado, encontrara um sentido em viver, encontrara a felicidade. Estivera cada vez mais ansiosa para voltar à escola e dar o meu melhor, ir logo à empresa de intercâmbio, pagar tudo que teria de pagar e ir logo para os Estados Unidos. Preocupava-me mais com minha aparência, mesmo que inconscientemente – e só fui reparar agora. O fato de ter Justin ao meu lado fazia-me ficar preocupada com minha aparência. Tantas americanas bonitas e ele logo voltando para sua “terra”, fazia-me ficar preocupada se ele pudesse me trocar – o que aconteceria, uma hora ou outra e eu teria que encarar isso de cabeça erguida, ou pelo menos tentar.

Quando vi, os créditos do filme já passavam. Minha cabeça, apoiada no peito de Justin, parecia pesada. Meus olhos pesavam também, mas não queria dormir agora. Queria pensar, pensar e chorar. Melodramática? Nem um pouco, imagine! Mas eu apenas queria entrar em sintonia de tudo que acontece e chorar pelas consequências e os últimos acontecimentos levaram.

Justin... Justin... Justin... Por que esse garoto apareceu em minha vida? Apareceu cantando timidamente, fazendo um clipe tímido, com medo de ousar. Apenas um boné, uma blusa preta e um casaco cinza. Seu rosto de bebê, seus olhos brilhantes por tudo que acontecia, seu sorriso lindo, seu rosto redondo.

Hoje, o brilho de seus olhos que poucas vezes apareciam, seu sorriso poucas vezes era verdadeiro e seu rosto mais oval. O brilho de seus olhos e o sorriso... Como sinto falta da época em que tudo era mais mai fácil em minha vida e na vida dele! Tudo mudara tão drasticamente em sua vida. Quando viu, com 16 anos, já tinha uma conta bancária gorda, milhões de garotas caindo aos seus pés, roupas de marca e a mídia em cima dele.

Precisava tanto conhecer Patrícia... Queria tanto conversar com ela sobre o que acontecia na vida de Justin, quantas vezes ele chorara por causa da pressão, quantas vezes dizia querer desistir, quantas vezes levantava a cabeça por ele, pela família ou pelas fãs, quantas vezes a agradeceu por tudo, quantas vezes chorava sentindo falta de casa. Mas perguntaria também como fora sua vida. Livros e palavras ditas em entrevistas não são a mesma coisa. Precisava conhecer a verdadeira Patrícia e o verdadeiro Justin. Os verdadeiros ídolos, as verdadeiras inspirações.

Queria tanto ter a coragem de dizer a Justin que ele podia me contar tudo, ligar para mim a hora que quisesse e dizer a mim o que acabara de acontecer. O que eu mais queria era ajudá-lo com a pressão, mostrar a ele que isso não é a pior coisa do mundo. Ele tem suas fãs – as mais fieis –, ele tem sua família – muito leal, aliás –, ele tem a oportunidade de ter o que nunca teve, de dar o que nunca pôde dar a quem ama, ele pode conhecer o mundo todo, pode ajudar pessoas, pode fazer o que quiser. Não é o fim do mundo da fama, ela te proporciona coisas maravilhosas. Você pode mudar o mundo, como pode acabar com ele também. Você pode ajudar pessoas, ou apenas ficar na sua. Pode realizar sonhos, ou acabar com sonhos. Você pode cada vez conquistar mais, ou pode cada vez perder mais.

Justin vê, na maior parte das vezes, as coisas ruins. Veja as coisas boas! Suas fãs estão aqui, sua família está aqui! O resto é o resto... E você passará por isso ao lado das pessoas que ama, Biebs!

- Seis milhões pelo seu pensamento! – Ele falou, sua voz grossa.

- Temos que parar de leiloar meu pensamento – disse rindo.

- Não, gosto de saber o que você pensa.

- Até agora você já me deve nove milhões, Biebs! – Falei desafiadora.

- E você me deve três reais – ele disse rindo.

- Nem todos podem dar milhões, ok? Aceite de bom grado – falei “chateada”.

- Aw, não fique chateada. – Ele virou, ficando por cima de mim. – Não foi minha intenção humilhar os pobres. – Bati no braço dele forte. – Você que seu tapa não dói, não adianta.

- Senhor, por que nasci fraca? – Perguntei, olhando para cima.

- Porque se fosse tivesse nascido forte eu já estaria em um caixão de tantas vezes que você me bate – ele falou como se fosse óbvio.

- Idiota! – Exclamei e bati em seu braço.

- Já estou debaixo da terra – ele falou rindo, o acompanhei.

- Pare de ser idiota, Bieber! – Falei rindo.

- Não – ele me olhou autoritário. – Agora, vem cá e me beija. – Levantou minha cabeça pela nuca e beijou-me. Um beijo romântico, logo após um filme também romântico.

- Não me abandone nunca, por favor – ele disse, sua voz era baixa.

- Nunca, Biebs. – Passei minha mão por seu cabelo. – Eu amo você. – Dei-lhe um selinho, que se aprofundou e virou um beijo.

- Eu também amo você – ele sorriu e me deu mais um beijo.

Victória Franchescci’s P.O.V.