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História Outono em Paris - Décimo


Escrita por: park-chan

Notas do Autor


Depois de alguns poucos meses, voltamos! Estou realmente feliz de poder sair do hiatus aaaaaa essa fic é o meu nenê. Bom, esse capítulo não vai ter muita coisa, porém não odeiem, tá? Obrigada... Agora boa leitura e até as notas finais. *-*
LEIAM OUVINDO SEAFRET - BREATHE

Capítulo 11 - Décimo


Fanfic / Fanfiction Outono em Paris - Décimo

Capítulo X

"Todo mundo tem uma verdade pra ouvir de si mesmo. E ela sempre irá machucar."

 

Aquela semana havia terminado de forma lenta e dolorosa; os minutos delongados pareciam preguiçosos à se passarem, e a chuva, que sempre fora tão agradável, se tornou irritante tão de repente que Taehyung desejou profundamente que o verão voltasse logo – ele adorava o Outono, tal como o melhor amigo havia lhe ensinado a apreciar. Porém, aquela estação lhe fazia lembrar tanto de Jungkook que se tornou maçante… Ele não queria se lembrar tanto, não mais do que o seu cérebro insistia em fazer naturalmente, não de forma que machucava-o constantemente.

Taehyung não era um cara do tipo egoísta, não era do tipo que pensava em si em primeiro lugar ou colocava suas vontades como prioridades. Para ser sincera, ele costumava se importar tanto com os outros que acabava esquecendo de si próprio. Tinha um coração enorme, tão cheio de amor para dar que às vezes o sufocava. Mas Jungkook entrou em sua vida, e ele se acostumou a dividir todo aquele sentimento com ele, se acostumou a ter alguém que aguentasse a carga que era tê-lo – tão vibrante, quente e energético – sempre ao lado. Aquilo se tornou, de forma tão repentina, sua zona de conforto.

Acordar, ter o amigo ao lado.

Dormir, desejar boa noite a ele.

Acordar, preparar o café quente e fumegante para ambos.

Tudo o que fugisse daquela zona, daquela rotina, o assustava. Ele não via ninguém a mais entre eles e nem era por ser egoísta, e sim porque acreditava não precisarem de mais ninguém: um já completava o outro, era dessa forma e ponto final.

Talvez ter se habituado tanto àquela rotina tenha sido o seu maior erro, ele soube disso da pior forma possível e se culpou todas as noites daquela semana por ter cometido tal falha. Não queria se afastar de Jungkook, tampouco ter se tornado frio e um péssimo melhor amigo. Odiou-se quando foi obrigado a pedir por um tempo, pedir para que o moreno segurasse a barra na sua ausência. Odiou-se quando teve que contar sobre a viagem para longe de Paris… Para longe dele.

O fotógrafo não tinha culpa se o melhor amigo havia criado afeto amoroso para consigo; ele não podia e nem deveria pagar por isso, porém foi daquela forma que Taehyung imaginou a situação toda. Estava, em sua mente, fazendo Jungkook pagar pelo sentimento não recíproco que nutria por ele. Odiou-se mais, odiou-se ao ponto de ter passado a viagem inteira aos prantos enquanto se lastimava por ser péssimo.

Um péssimo conselheiro.

Um péssimo amigo.

Seria um péssimo namorado para ele também. Jeon não merecia tal carma, então o ruivo sequer tentou revelar seus sentimentos antes de partir. Talvez, se sua mente e culpa não melhorassem, o moreno jamais saberia daquele amor platônico. Ou melhor, o moreno jamais teria notícias do melhor amigo novamente. E foi naquele momento, com o rosto inundado em lágrimas que o Kim lembrou-se de quando viu Jungkook pela primeira vez.

De quando seu coração aqueceu por inteiro.

 

– ✿ –

O hospital naquela tarde frígida estava agitado além do comum; rumores sobre um acidente inédito de avião se espalhava por todos os corretores e alas mais restritas. A notícia atípica de que houveram sobreviventes era, de longe, a que mais impressionava. Ninguém ali presente tinha presenciado tal milagre, por esse motivo o setor cirúrgico – da qual boa parte dos pacientes vivos estavam – estava lotado de enfermeiros e médicos desocupados; todos enxeridos procurando assunto novo para fofocarem no dia seguinte.

Aquela situação era natural, até, mas Taehyung ainda não havia se acostumado com a rotina e, por esse exato motivo, se manteve distante na sala de descanso enquanto não era convocado para algo – era apenas um estagiário, sua função não passava de ajudar os residentes no que eles precisassem: era um ajudante competente, não que fosse se gabar por isso, mas qualquer um ali reconheceria seu potencial.

– Taehyung? – Distraiu-se quando ouviu a voz rouca do Doutor Oliver lhe chamar atenção. Desviou, então, o olhar na direção da porta recém-aberta e assentiu para o homem prosseguir. – Você já deve estar sabendo da novidade que tem corrido todo o hospital, creio. Vim aqui lhe convocar para cuidar de um dos pacientes da queda do avião. Um jovem adolescente que está em estado gravíssimo, mas que tem grandes chances de sobreviver. – Aproximou-se do estagiário de enfermagem, entregando-lhe uma prancheta com a ficha do paciente. – Ele logo mais sairá da sala de cirurgia… Você será o responsável por supervisioná-lo. – E assim como entrou na sala, o médico deixou-a, sem mais informações.

Taehyung piscou os olhos lentamente, absorvendo cada palavra que lhe foram impostas. Havia tirado uma sorte grande, afinal qualquer um enfermeiro – até mesmo os mais antigos e experientes – daria um rim para estar em seu lugar. Qualquer um desejava supervisionar um dos quatro sobreviventes da queda de avião.

– Jeon Jungkook… – O de madeixas aloiradas sorriu ao ler o nome do paciente. – Nós iremos nos dar bem, Jeon.

 

[...]

 

– E o paciente do leito 5, como está?

Taehyung havia acabado de retirar o jaleco quando foi indagado e barrado por um par de olhos azuis enormes e cheios de curiosidade. O loiro apenas suspirou, casado, virando-se para o seu colega de trabalho para respondê-lo com o coração partido e a voz grave quebradiça.

– Não está tendo muitos progressos… – Abaixou o olhar, um tanto melancólico pela situação de um dos pacientes. Até então, o único que havia sobrevivido, já que todos os outros três não aguentaram as fraturas e faleceram dias após o acidente. Taehyung temia que isso acontecesse com Jungkook também. – Ele continua em coma… Os médicos disseram que as chances de sair ileso não são muitas. Alertaram que se ele não entrar em coma profunda, sem chances de acordar, caso ele volte terá as memórias todas apagadas. – Estava inconformado. Aquelas últimas semanas, cuidando do mesmo paciente o tornou próximo além da conta. – É uma pena… Ele ainda é só um adolescente e já vai ter que ficar sozinho no mundo. – Para o Kim, o Jeon não acordar estava fora de questão.

– Mas e os familiares? Alguém veio procurá-lo? – O outro estagiário franziu o cenho. Mesmo que estivesse em outro país, não era tão difícil encontrar notícias depois de tudo o que aconteceu. Olhou incrédulo para o mais novo quando percebeu em sua face que não, ninguém havia procurado pelo garoto sobrevivente. – O abandonaram.

– Sinto que ele vai sair dessa.

 

[...]

 

Taehyung havia acabado de medicar o paciente quando o olhou triste, com apenas o fantasma de um sorriso nos lábios e um olhar que emitia compaixão. Estava triste por Jungkook, afinal o garoto estava sozinho no mundo e possivelmente não se lembraria de ninguém quando acordasse. Aquilo deixava o loiro sensível, imaginar o abandono assim tão duramente. Afinal, o que seria da vida do jovem quando despertasse? Talvez ele passasse a acreditar que o melhor era permanecer naquele sono profundo; e isso era o que mais assustava Taehyung. Não queria, de forma alguma, que o seu paciente se sentisse rejeitado pelo mundo.

Estaria ali para ele, ainda que não o conhecesse.

– Você ao menos tem a mim. – Alisou a mão pálida, fria, do jovem inerte na cama. – Posso não ser grande coisa, mas prometo ficar ao seu lado, Jungkook. Você não estará sozinho quando acordar. – E como o Kim desejava vê-lo acordado... – Eu prometo.

– ✿ –

 

Depois das lembranças, Taehyung chorou um pouco mais. Havia prometido algo que agora pretendia descumprir… Era uma pessoa horrível; Jungkook não merecia um amigo assim, não merecia um quebrador de palavra em sua vida, ainda que ele sequer lembrasse dessa promessa.

Desejou fechar os olhos e entrar em coma profunda, para não acordar mais. Não, não era apenas por perceber que o cara que ama – ou acredita amar, afinal ele ainda não sabia distinguir aquele emaranhado de sentimentos – estava se apaixonando por outro… Ele não se odiaria tanto se esse fosse o motivo; talvez até apoiasse o fotografo e o incentivasse a seguir em frente. Em verdade, Taehyung só não queria ter começado a enxergar o amante do Outono com outros olhos além da amizade. Se culpava por ter deixado-o, culpa do ciúme idiota e desconforto ao notá-lo tão interessado em alguém… Ali, sozinho e pensativo, se sentiu o maior egoísta de todos.

– Olá… O senhor está bem? – Uma voz agridoce o chamou, trazendo-o de volta ao vagão do trem em que estava. – Parece triste, preocupado. Algo lhe aflige?

Taehyung desconhecia aquele moço, mas notou sua beleza exuberante com apenas um fitar, afinal ele era diferente dos demais que estava acostumado a conhecer em Paris… Era verdade, ele sequer estava na França. Agora, olhando para os olhos puxados e graúdos daquele jovem encantador, lembrou-se que a Coreia talvez fosse se tornar seu lar mais uma vez.

Mas em apenas três dias longe, seu coração já parecia tão dilacerado.

Queria tanto ver Jungkook.

– Eu estou bem. – Sorriu, forçado, fungando alto e limpando os olhos com a manga da camisa longa. – Não se preocupe, eu estou ótimo.

O moço de lábios fartos e rosados abriu um sorriso simples, bonito como ele ao todo, esbanjando um conforto que o Kim necessitava no momento. Sentou-se, então, no banco vago ao lado e segurou a mão do jovem entre as suas em um leve carinho dócil.

Na situação que o ruivo estava, ele não se afastou ou gritou pelo ato de um desconhecido – que poderia ser um bandido, qualquer coisa –, apenas quietou-se e reparou a paisagem passando como um borrão após as janelas embaçadas do trem. Não iria admitir sua fraqueza para aquele homem estranho em voz alta, contudo não precisava de muito para perceber.

Estava nítido em seus olhos embargados.

Em sua voz quebradiça.

Em seus dedos balançados.

Sua mente, porém, apenas se questionava sobre o que Jungkook estaria fazendo àquela hora da tarde. Talvez ele estivesse aproveitando o Outono com Park Jimin; Jeon adorava tanto aquela estação. Talvez eles estivessem assistindo à algum filme romântico, abraçadinhos ou, na pior da hipótese – pelo menos para ele – aos beijos e trocando um carinho além do normal.

De qualquer forma, as chances do moreno estar sofrendo com sua ausência eram escassas e aquilo trouxe à tona mais lágrimas grossas ao rosto imaculado do Kim. Ele não havia percebido, mas de repente estava se aninhando no calor do corpo do estranho como se fossem amigos de longa data… Não queria demonstrar sua fraqueza tão explicitamente, contudo se esqueceu daquele detalhe no momento que o de cabelos castanhos passou a afagar-lhe nos cabelos como o melhor conselheiro do mundo.

Ainda que o desconhecesse, estar na presença dele era reconfortante.

– Não se preocupe, todos passam por momentos ruins. – Disse o jovem bonito, nunca parando o carinho nas madeixas ruivas alheias. – E nessas horas, estar ao lado de pessoas verdadeiras é o essencial… Por favor, me chame de Seokjin.

Taehyung não sabia, mas havia assentido freneticamente.

– Obrigado, Seokjin.

 

•• ❀✿ ••

 

A casa sem Taehyung não era a mesma; isso Jungkook descobriu da pior forma possível e desejou nunca mais passar por tal experiência angustiante. Definitivamente, odiou o silêncio desnecessário e todo aquele eco estridente sempre que movia-se para outro cômodo.

A sala estava em tão perfeita ordem que, pela primeira vez, se sentiu irritado ao vislumbrar tudo limpo e organizado. Não que o Kim fosse bagunceiro, na realidade os dois eram estritamente ordenados, contudo haviam vezes que conversar parecia muito mais interessante do que se importar com arrumação, e acabava que esses detalhes de pouca relevância ficavam para última hora.

No fim, o bom mesmo era estarem juntos, da forma que já estavam acostumados há muito tempo – desde o momento que Jungkook abriu os olhos em um leito de hospital, completamente entubado. Taehyung estava lá, sorrindo retangular e suspirando aliviado com sua recuperação. “Eu sabia que você iria acordar” Foram as primeiras palavras que ouvira saírem da boca do loiro – atualmente ruivo. A amizade que criaram, a partir dali, se tornou irrevogavelmente grande.

Um amava o outro acima de tudo.

Jungkook estava prestes a chorar de saudade quando as batidas na porta começaram, afastando-o inesperadamente dos devaneios e lhe fazendo estranhar. Não estava acostumado com visitas, ainda mais em finais de semanas, por isso levantou-se do sofá de cenho franzido. Pelo menos alguém veio lhe tirar do tédio... Foi a única coisa que pensou positivamente enquanto dirigia-se até a porta. Ao abri-la, seu coração sorriu.

O Outono havia vindo lhe visitar pessoalmente.

– Jimin? – Seus lábios tremerem, nervosos como nunca antes. Não entendia aquela calmaria que se alastrava em seu coração quando o via, quando dividiam o mesmo espaço e o mesmo olhar intenso. Na verdade, desconhecia muito sobre as sensações que o ruivo lhe causava com tão pouco tempo de convivência… Nunca havia sentido isso antes, com ninguém. – O que… faz aqui?

O ruivinho sorriu bobo, estendendo em mãos uma caixa com dois copos descartáveis de café artificial – não foi a melhor escolha de todas, porém foi o que conseguiu em um domingo à noite. Olhou para Jungkook de uma forma tão linda que o fez derreter… Seus olhos pareciam desaparecidos por trás das bochechas fartas, simplesmente gracioso e digno da imagem que tinha. Naquele dia, no entanto, ele parecia ainda mais radiante.

– Estava passando por aqui perto e lembrei de você. – Explicou simplista, esperando profundamente não estar incomodando. – Trouxe café. Não é um tão bom quanto o seu, mas é o que temos pra hoje. – Sorriu doce… tão doce.

“Aish, Jimin!” Jungkook estava, acima de tudo, encantado, além de confuso. Confuso porque Jimin lhe deixava leve, longe dos problemas ou das más lembranças. Era estranho… Jimin era um estranho até pouco tempo e, de repente, se tornou seu porto seguro.

Alguém que o deixava Soft.

– Oh… entre, por favor. – Riu de sua falta de educação. Havia se perdido um pouco, só um pouquinho de nada, na beleza alheia e esqueceu-se de convidá-lo para entrar. – Não repare na… bagunça. – Suspirou. Não havia bagunça; Taehyung não estava em casa para ajudá-lo a bagunçá-la.

Jimin reparou na expressão que o moreno havia feito; parecia entristecido. Decidiu, porém, indagá-lo quando estivessem mais acomodados e confortáveis, propícios a um diálogo rotineiro que o levaria àquele assunto. Não havia deixado de notar que o fotógrafo andava um pouco cabisbaixo ultimamente, contudo se sentia ousado só de pensar em perguntá-lo. Se sentia, de alguma forma, um intruso na vida pessoal de Jungkook… Eles haviam crescido, afinal.

Eles haviam mudado.

– Sente-se. – Serviu Jungkook, apontando com a cabeça para o espaço livre ao seu lado do sofá. Ainda estava com aquela expressão, com aquela insegurança e emaranhado de sentimentos. Partes de si gritavam opostas; um lado queria chorar de saudade pela falta de Taehyung e o outro sorrir forte. Sorrir por Jimin lhe fazer inteiramente bem, por ele estar ali lhe trazendo uma calmaria tão imensa que o assustava. Não deveria estar se sentindo tão bem, mas perto do ruivo passou a ser simplesmente inevitável. – O-obrigado. – Aceitou o café, só reparou que lhe fora servido quando desfocou o olhar do chão.

– Você parece preocupado. – Bebericou do próprio copo descartável, contendo uma careta ao sentir o gosto amargo do café. Jungkook gostava daquela forma, por isso sentiu-se tão tentado a experimentar. – Como consegue beber algo assim tão… amargo? – Sua face estava contorcida com a careta.

Jungkook tomou um gole generoso do líquido, sorrindo engraçado ao notar que nem estava tão amargo quanto imaginou – já que o outro havia feito uma expressão de puro desgosto. Talvez a falta de costume tenha feito o modelo dramatizar um pouco, era isso.

– Costume, apenas. – Voltou a observar Jimin, ainda admirando cada traço exposto nele. Ele era tão lindo que… Jeon simplesmente quis colecioná-lo da cabeça aos pés, livre de qualquer pano no corpo, pelado como veio ao mundo. Não, não era um pervertido, apenas… Apenas sentia que deveria tê-lo emoldurado na parede do quarto, somente por precisão.

Notando o olhar intensivo, automaticamente, o ruivo umedeceu os lábios e suspendeu o olhar de forma lenta e atraente. Certo que não havia sido de propósito, seduzir Jungkook não estava em seus planos, porém seu corpo agiu por si só. Era como se inconscientemente existisse aquele seu lado desesperador de atenção, que faria de tudo nos mínimos detalhes para que o moreno o notasse e o desejasse intensamente. Desde sempre, para ele não existia sensação melhor do que a de ser admirado pelo cara mais lindo do mundo.

– Você… – Suspirou nervoso. Estava tão explícito os seus sentimentos, era como se existisse uma plaquinha sobre sua cabeça com o título “Apaixonado” bordado.

Jungkook era o único a não perceber aquele fato, o pobre coitado ainda acreditava que Jimin via em si apenas um amor do passado e, de certo modo, era exatamente isso. Não queria se sentir usado, mal sabendo ele da história toda por trás.

Mal sabendo que o ruivinho o amou no passado e jamais o esqueceu; que a única pessoa pertencente no coração dele estava ali bem defronte a si, o observando com olhos graúdos e admiradores.

– Jungkook, eu… – As palavras sempre pareciam faltar em momentos como aquele, era impressionante o efeito que um tinha sobre o outro. Jimin quis tanto beijar os lábios rosados e convidativos daquele moreno que sequer notou quando o puxou desesperadamente pela nuca, tornando uma distância diminuta entre ambos os rostos e bocas. Imediatamente, o corpo do mais novo amoleceu em seus braços, os olhos dele se fecharam, e o que o manteve firme foram os braços fortes que o segurava. – Eu…

Era tão perdidamente apaixonado… Seu coração pareceu gritar. Colou, então, de leve, os lábios nos dele. O mundo já não parecia tão grande quanto era, as paredes haviam se encolhido e os espremidos em um cantinho só deles. O calor que sentiu no momento, quando o beijo começou, se tornava cada segundo mais intenso. Quando deu por si, já havia puxado o moreno com força e o feito sentar-se ao seu colo. Já havia começado a apertá-lo tão indecentemente que conseguiu ver estrelinhas flutuantes. Havia o puxava com tanta voracidade contra si, unificando os corpos em um atrito tão gostoso, que todo o ar pareceu faltar.

Queria não soltá-lo nunca mais.

– Hyung… – Jeon lamuriou e remexeu-se sobre o colo de Jimin, incomodado com aquela súbita vontade de ter mais atrito, mais contato, de começar a movimentar o quadril enlouquecedoramente. Suas mãos estavam repostas no ombro alheio, às dele em sua nuca e cintura em um aperto imperante. Jungkook só queria entender o porquê de tantos sentimentos. – Eu não sou essa pessoa que você está procurando. – O beijo, com gosto delicioso de café, foi novamente cortado, dessa vez um olhar intenso começou em seguida. – Você às vezes parece tão apaixonado que… que está me confundindo! Eu sei que você vê outra pessoa em mim, alguém realmente especial, porém não gostaria de ser usado dessa maneira. – Suspirou entristecido, como se aquilo mexesse realmente em seu âmago. – Não quero ser apenas um refúgio.

Jimin estava confuso, desentendendo aqueles pensamentos errôneos do moreno, todavia seguiu os instintos quando algo lhe incentivou a abraçar o garoto ainda mais forte; a beijá-lo na boca e em partes de seu rosto e pescoço. Ele fez tudo aquilo, rápido e com tanta vontade que seu coração parecia explodir. Não queria fazer Jungkook sofrer novamente, mas parecia inevitável de qualquer forma… Precisava dar um basta. Precisava gritar para o mundo que seu coração sempre pertenceu, e sempre pertencerá a ele e ninguém mais.

Ele era o único. Desde sempre.

– Eu não sei o que está se passando na sua cabeça, mas… – Riu. O modelo estava extremamente corajoso. Jungkook não merecia sofrer novamente. – Você entendeu tudo errado! Eu não vejo outra pessoa em você, Jungkook, isso jamais aconteceria porque você é o único da qual eu jamais esqueceria. – Deslizou levemente a camisa de seda do fotógrafo para o lado, deixando-lhe exposto no ombro esquerdo. O beijou ali, calmo e demorado. – Eu jamais esqueceria de como é bom te beijar assim… Da sensação de te ter estremecendo sobre mim. – E o maior realmente estremeceu, da forma que foi dito.

Jungkook não estava entendendo nada, porém havia gostado tanto das carícias que novamente seu corpo amoleceu. A voz de Jimin era tão gostosa de ouvir, tão calma e protetora, que o deixava leve. Ainda que se sentisse um pouco usado – aquilo machucava, em partes – algo muito forte o impedia de parar. Ouvindo aquelas palavras, então, era como se elas fossem a sentença que o prenderia eternamente ao ruivo.

– O que eu vou te dizer agora, Jeon, é algo que… – Os olhos embaçaram. Não queria perdê-lo novamente. Suas mãos seguravam firmes na lateral do rosto alheio, obrigando-o a encará-lo. Queria beijá-lo muito antes de contar a verdade; queria aproveitar cada segundo e até cogitou usá-lo um pouco antes… Poxa, era difícil imaginar que iriam se afastar daquela forma tão de repente. Seu coração doía só com as imaginações. Jimin estava se quebrando novamente. – Por favor, não me odeie.

No fundo, era como se Jungkook já soubesse da verdade. Na realidade, algo o fazia sentir, ver, ouvir tudo o que em sua mente não fazia o menor sentido. As sensações que constantemente lhe assolavam eram como avisos, das quais ele não sabia interpretar ou simplesmente ignorava.

Afinal, qual era a possibilidade de existir uma coincidência tão grande quanto aquela?

– Eu não quero saber! – Ponderou, ponderou e por fim exaltou-se. Não queria correr o risco de odiá-lo, ainda que não estivesse certo do que seria lhe dito. Só não iria correr aquele risco.

Não sem ter Taehyung ao lado para consolá-lo.

Jimin arregalou os olhos, confuso, em conflito.

– Mas… – Poderia conviver mais tempo com aquela culpa? – Tudo bem. – Riu sem ânimo. – Nós podemos esperar um pouco mais.

O modelo se sentiu minúsculo; um grão de areia no deserto. Talvez aquela realmente não fosse a hora certa, e aquilo o aliviou um pouco, afinal poderia passar mais algum tempo ao lado do outro sem ter aquela incerteza de não vê-lo nunca mais.

O abraçou.

Forte.

Firme.

Carinhoso.

Jungkook não queria se desprender daquilo e algo o dizia que, ainda que não fizesse sentido, a verdade ainda não era a melhor escolha. Odiava intuição profundamente, contudo haviam intuição tão fortes que o fazia pensar demais sobre o assunto. Às vezes, a sensação eram tão fortes que pareciam até mesmo...

– Memórias. – Sua mente pareceu iluminar, como se os pensamentos e hipóteses não fossem tão simples assim, como se todo aquele turvão embaçado fosse memórias.

Jimin estava naquelas lembranças; sorrindo Outono para si.


Notas Finais


Prevejo muitas pessoas odiando o Tae ainda mais, mas poxa galerinha não. Não mesmo, cara, ele está com o JK desde sempre, o ajudando, dá uma chance... Vcs sabem que o destino aqui é jikook, então não tem pq dar hater no vkook lindo e bropt que tem aqui. Mas ok, cada um com sua opinião nenom? Vou ficando por aqui e espero muito que você comentem pq é importante.
Bjus e até qualquer dia <3

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