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História Outro Mundo - Bônus


Escrita por: KateMoura

Notas do Autor


Oi, demorei I know that, mas vida de universitária não é fácil, inclusive semana que vem faço cinco provas em três dias. Mas como o prometido aqui está o especial de natal, meux queridxs
Boa leitura.

Capítulo 41 - Bônus


Amanhã seria natal e como nós não planejamos nada, e a casa nem sequer estava enfeitada, eu acho que só comeríamos e trocaríamos alguns presentes. Lissa tinha aproveitado o fim da tarde e foi às compras junto com Christian, mesmo ele resmungando dizendo que já tinha feito suas compras pela internet. Ele não entendia que ela queria mesmo era passar um tempo sozinha com ele? Digo, sozinha com ele, com Dimitri e com o guardião que mandaram pra cuidar de Christian, que mais tarde eu descobri se chamar Phillip. Acho que vou chamar ele de Phill.

Eu tinha falado para Ali e Monica fazerem para a ceia de natal, além dos tradicionais pernis e presuntos, meu tão adorado quibe cru, esfirras , costeletas para o Dave porque aquele asiático de araque é texano, e confidenciei para as minhas cozinheiras arranjarem alguma comida russa para Dimitri e Lissa, já que a minha amiga tinha descendência russa, e algo romeno para Christian.

Joe e Paul estavam fazendo umas ligações estranhas e eu fiquei desconfiada, e triste também, porque quando fui perguntar eles disseram que eram os meus pais. Eu não conseguia falar com eles desde que eu cheguei, principalmente com minha mãe que eu não falava há dias. Aquilo me deixou relativamente triste, uma tristeza que eu já estava acostumada diga-se de passagem, então eu resolvi não ligar muito e resolvi fazer o que eu sabia fazer de melhor.

Aproveitei que todos estavam ocupados e que Dave finalmente largou o celular e arrastei ele para a praia. Vesti um biquíni da cor nude, simples e que destacava bem os meus seios. Considerando que era véspera de natal, e que todo ser humano estaria em casa descansando para o dia exaustivo que seria o 25 de dezembro, eu concluí que surfside, a praia que era mais próxima daqui, não estaria tão cheia assim.

-Meu deus! – Dave passou a mão no rosto cansado – Essa piscina não basta pra você? Vamos passar duas semanas aqui, depois você vai para a praia. Me dê um pouco de sossego! – Ele disse botando uma almofada em cima da cabeça enquanto deitava no sofá preguiçosamente.

-Ok... – Eu revirei os olhos e coloquei apenas meu celular dentro da minha bolsa e o meu segundo melhor amigo: um spray de pimenta – Eu vou sozinha.

-Nem pensar! – Dave disse se levantando – Me espere.

Cinco minutos depois e nós já estávamos em uma BMW preta indo para a praia e eu mal podia esconder minha felicidade e empolgação.

-Obrigada! – Eu dizia abraçando Dave que permanecia sério no volante – Eu senti tanta falta da praia. Você não faz ideia!

-Eu sei, baixinha... – Ele disse soltando um pequeno sorriso. Ele estava puto comigo, mas era impossível não ficar feliz com a minha empolgação.

Ele mal estacionou o carro e eu tive a visão mais linda da minha vida e que eu sempre amei: O pôr do sol na praia.

-Eu nasci pra isso... – Eu sussurrei enquanto tirava meus chinelos e colocava dentro da minha bolsa, sentindo a areia branca, perceptivelmente morninha, entre os meus dedos.

Enquanto o sol se escondia atrás do mar azul e nuvens cor-de-rosa, eu ia caminhado devagar absorvendo a sensação de estar na praia novamente. Não era como estar em Los Angeles, mas era tão bom quanto e quando eu menos percebi, eu estava correndo em direção ao mar. Era como se ele me chamasse.

Venha. Venha. Venha.

Joguei minha bolsa no chão, tirei a minha saída de banho e não corri nem 150 metros rumo a minha felicidade.

-Rosemarie! – Escutei Dave me chamar mas eu não liguei. Ele sabia que nada ia me segurar naquele momento.

Senti a areia molhada sobre os meus pés e a água gelada que batia em pequenas ondas no meu joelho e fui mais fundo. Procurei ficar com os meus olhos abertos, mesmo que isso implicasse em deixar meus olhos irritados mais tarde, mas eu precisava sentir todas as velhas sensações que as águas salgadas me traziam. Voltei para a superfície e notei que eu estava relativamente longe do indicado, e para Dave não ficar chiando no meu ouvido, eu tratei logo de voltar com um sorriso enorme no rosto.

-É maravilhoso! – Eu gritei e sorri.

-Tá feliz? – Ele perguntou sorrindo.

-Muito, seu chato!

-Ótimo! – Ele disse tirando a blusa e deixando nossas coisas em um canto – A princesa terminou as compras e Dimitri ligou avisando que chegaram e encontraram a casa vazia, então todos estão vindo para cá agora.

-E o que isso significa?

-Significa que eu vou nadar! – Ele revirou os olhos e foi para o mar.

-Ei! – Eu gritei indignada – Me espera!

Passamos um tempo nadando e o meu biquíni apesar de ser simples, era da cor da minha pele, o que chamava a atenção de alguns adolescentes que estavam matando tempo com suas pranchas, já que essas horas eles não pegavam mais nenhuma onda.

-Você sabe que eu odeio esse biquíni! – Dave resmungou enquanto se colocava na minha frente e bloqueava a visão dos garotos. Eu mentalmente me senti agradecida, mas jamais iria admitir – Por que você não colocou aquele preto?

-Porque eu quis por esse – Eu revirei os olhos – Pare de implicar com as minhas roupas, seu chato! – Eu disse dando outro mergulho demorado para testar minha resistência em baixo d’água, e à medida que eu afundava eu ia liberando todo o oxigênio nos meus pulmões para eu não subir de volta.

Fechei meus olhos e senti as pequenas e quase inexistentes correntes de água passar entre os meus dedos, e quando meu corpo reclamou por oxigênio, e eu senti a presença de Lissa me procurando pela praia, eu abri meus olhos e nadei para a superfície.

Inspirei todo o oxigênio como se eu tivesse acabado de correr 1km sem pausa e, mesmo com os olhos ardendo, vi Lissa e Christian na areia e minha amiga começou a correr na minha direção. Dave estava não muito distante e apenas balançava a cabeça, e eu olhei para ele confusa enquanto nadava em direção à Lissa.

-Hey! – Eu disse quando a vi vestida com um lindo maiô vermelho vinho com aberturas laterais. Era o tipo de maiô que só ficava bem em você se você fosse um modelo europeia, e Lissa não era uma modelo, mas tinha uma silhueta perfeita para ser uma – Finalmente chegaram. Como foi o dia de compras?

-Você é doida? Tá querendo se matar? – Ela me olhou furiosa e só quando eu puxei seus pensamentos eu entendi a situação. Christian soltou uma gargalhada alta e foi em um quiosque.

-Eu costumo fazer isso o tempo todo, Liss – Eu disse rindo – Não se preocupe – Eu estiquei meus braços e joguei um pouco de água nela.

Eu tinha ficado submersa por mais de dois minutos e Lissa chegou bem na hora que me viu mergulhando, e claro, só faltou surtar quando percebeu minha demora.

Lissa revirou os olhos e me passou um breve resumo de como foi sua tarde de compras, e era bizarro porque eu via como se fosse um filme na sua mente. Depois eu a chamei para ir às partes mais fundas e ela teve um pensamento travesso antes de aceitar.

-Dimitri! – Lissa gritou e ele, que antes até assumia uma pose relaxada conversando com Dave, entrou no seu modo guardião e olhou para nós – Rose quer ir para as partes mais fundas e eu tenho medo de algum filhote de tubarão, ou até mesmo de me afogar.

Christian tinha engatado em uma conversa com dois garotos no quiosque, então realmente sobrou para Dimitri acompanhar Lissa, mas assim que alcançamos as partes mais fundas ela disse que estava cansada e que iria atrás de Christian, e que Dimitri poderia tirar um intervalo porque apesar da noite ter chegado nenhum strigoi ia atacar.

Eu ia matar essa garota.

-Rose – Dimitri me olhou sério assim que Lissa alcançou Chris e estava em devida segurança – Há quanto tempo você contou para ela?

-Eu contei? – Eu disse um pouco alto e em um tom defensivo – Eu não contei, ela descobriu!

-Ah é?- Ele ergueu os braços, deixando seus músculos mais em evidência, me fazendo perder a concentração por poucos segundos – E como ela descobriu?

-No dia do shopping – Eu disse emburrada e cruzando os braços. Eu não queria falar que antes disso eu tinha deixado várias pistas e Lissa juntou as peças naquele dia – Você acha que eu contaria algo que prejudicaria nós dois? – Eu o encarei e quis me afundar de verdade naquele mar porque nós estávamos perto e longe, e quando tínhamos a oportunidade de ficar sozinhos acabávamos brigando – Que prejudicaria você?

-Roza, não foi isso...

-Foi exatamente isso que você quis dizer, Dimitri – Eu disse antes de mergulhar no mar escuro.

Quando eu estava no terceiro impulso para nadar fundo, eu sinto mãos fortes agarrarem minhas pernas e logo em seguida meus quadris. Mãos fortes e macias que eu conhecia bem. Dimitri.  Ele virou o meu corpo e me deu um beijo em baixo do mar. Apesar de não ser tão romântico como nos filmes, por conta que era o meu primeiro beijo em baixo da água, então eu não sabia como fazer isso muito bem, e eu acabei engolindo um pouco da água salgada do mar, foi maravilhoso. Ele apertou minha cintura e nós fomos subindo, mas separamos nossos lábios antes de chegarmos à superfície.

Saímos do mar e Dave estava ocupado demais falando no celular com alguém para ver a pequena guerra de troca de água que eu e Dimitri fizemos, mas quando eu cheguei perto completamente molhada, e Dimitri teve a péssima ideia de correr na minha frente e pegar uma toalha para me cobrir, ele se virou e murmurou algo como “Nadando como o belo peixinho que é” Peixinho... Ele estava falando com a minha anne . Ele desligou ao ver o biquinho que eu fiz quando percebi com quem ele falava e deu uma rápida olhada para mim e Dimitri.

-De quem é essa toalha? – Ele disse pegando a minha bolsa e me entregando enquanto eu via Christian e Lissa conversarem animadamente com os garotos surfistas. Eles pareciam tão normais sem toda aquela pressão social de escola ou da realeza – Rose?

-Oi! – Olhei para Dave novamente – Desculpe, estava prestando atenção em Lissa – Peguei minha bolsa que Dave me estendia.

-Se você não dividisse um laço com ela, eu diria que você é lésbica – Ele debochou.

-Christian fala a mesma coisa – Revirei meus olhos – Mas eu daria uma bela namorada para Lissa – Eu ri ao pensar que eu sempre estaria na cabeça dela, então eu sempre saberia quando eu fizesse besteira e os modos como eu poderia me desculpar.

-Quando for a pessoa certa – Dave cruzou os braços, e um pouco contragosto, mas com um jeito fraternal ele sorriu – Você será perfeita.

-É... – Eu disse enquanto deslizava a toalha de Dimitri pelo meu corpo e girava um pouco a minha cabeça só para vê-lo nadando no mar escuro de surfside – Pode ser. Não ligo – Eu dei de ombros e tentei não demonstrar que eu já tinha encontrado uma pessoa que, quando tinha a oportunidade, passava noites e mais noites sussurrando no meu ouvido que eu era perfeita.

Minha Anne sempre dizia que quando eu achasse a pessoa certa eu saberia, e esses últimos meses apenas me fizeram crer nisso com mais intensidade, porém eu não era ingênua. Eu tinha plena consciência de que o que eu tinha com Dimitri era errado e eu poderia ferrar com a vida dele caso isso vazasse, e também quando eu for embora, e eu juro que uma parte de mim lá no fundo já está desejando que esse dia nunca chegue, eu terei que deixa-lo.

Não era como se ele fosse meu namorado de verdade, e eu iria apresentar ele para o meu pai, e nós iríamos passar por uma fase onde todos iriam implicar sobre eu dormir ou não na casa dele, e acho que seria aí que Abe e Dave matariam Dimitri. E nós somos jovens, eu sou jovem... Sempre tem outros, não?

Amanhecemos a manhã de natal e eu acordei ansiosa, esquecendo literalmente por um segundo de Lissa e consequentemente de todos. Joe e Paul milagrosamente conseguiram um pinheiro relativamente grande e o enfeitaram em tempo record durante toda a noite.

-Ai.meu.deus – Eu disse chocada quando vi a árvore dando um certo ar natalino para a sala – Ela é linda!

-Passamos o dia procurando um pinheiro, depois uns enfeites – Joe se sentou no sofá.

-E depois passamos quase a noite toda montando ela! – Paul se sentou em seguida – Só colocamos os nossos presentes e os da Ali e da Monica. Pegue os seus e os dos seus amigos depois, e daquele asiático safad...

-Ouvi isso, Paul – Dave disse entrando na sala com um guardanapo nas mãos – Saiba que irá me pagar mais tarde. Aproveita e pega a minha sacola de presentes que tá no meu quarto – Ele jogou um molho de chaves para o amigo – É a grande e azul. Apenas pegue ela e saia. Não futrique nada.

-Como se eu quisesse ver a sua gaveta de cuecas! – Paul revirou os olhos se levantando enquanto eu e Joe começávamos a gargalhar.

-Eu definitivamente senti falta disso! – Me sentei no sofá ainda de pijamas ao lado de Joe.

Era quase como estar em Los Angeles novamente, quando eu descia para a sala e encontrava eles três implicando um com o outro, e só observava tudo dando várias risadas.

-Vem, baixinha – Dave sorriu – Já está quase pronto.

-Uh, ok! – Eu me levantei com pressa e segui para a cozinha.

Quando cheguei lá dei de cara com Lissa e Christian acordados e eles estavam decorando uma gingerbread house juntos, e minha amiga parecia tão absorta na tarefa com o namorado, colocando umas jujubas enquanto ele cuidava de uns detalhes que só ele conseguiria, que eu, por pura curiosidade, expandi minha mente e fui para a dela.

Lissa estava feliz, era a primeira vez que eles faziam algo juntos assim, e esse era o natal perfeito para ela, apesar de ele ter acabado de começar. Ela nem sabia se estava colocando as jujubas no lugar certo do telhado da casa onde Christian a instruiu, ela só queria olhar para a figura pálida a sua frente se concentrando em derramar calda de caramelo em pontos estratégicos da casa, porque isso fazia seus lindos olhos azuis ficarem concentrados e ela o podia observar sem pudores, admirando a mecha negra que caía na sua testa e lhe dava um ar sexy.

-A sua gingerbread house fica aqui – Dave me deu um beliscão e me trouxe de volta – Deixe ela!

-Ela apenas está feliz – Dei de ombros corando e comecei a decorar a nossa casinha.

Geralmente eu decorava minha casinha com o Velhote, era o nosso momento sagrado de pai e filha. Claro que nunca dava certo porque ele fazia umas coisas malucas e a decoração ficava estranha, ou seja, funcionava melhor quando eu tinha cinco anos. Acho que esse ano era somente Dave e eu, mas seria divertido do mesmo jeito.

Lissa ainda estava tão distraída na sua casinha com Christian que só foi perceber a minha presença na cozinha quando eles terminaram, e ela irradiando felicidade, se virou e foi tirar alguns cookies do forno que Christian estava ensinando ela a fazer.

-Sua casa está linda! – Ela disse se apoiando nos meus ombros e eu sorri.

-Não mais que a nossa – Christian disse passando com uns cookies.

-Se meu pai estivesse aqui – Eu disse enquanto fazia pequenas ondas de leite no telhado – Ela seria.

-Disso eu não duvido – Lissa riu – O que você acha de fazermos cachos no meu cabelo mais tarde? Eu vi um vídeo no youtube e talvez fique legal.

-Você vai ficar linda – Eu disse terminando de fazer as ondas enquanto Dave me entregava um saco de jujubas.

-Quando terminarmos aqui poderíamos fazer algumas horinhas da beleza. Comprei alguns produtos que dá pra fazer um mini spa. Topa?

-Depois que eu comer – Eu disse concentrada enquanto Lissa andava de um lado para o outro atrás de mim.

Lissa disse que tinha comprado alguns produtos de beleza, mas acho que ela comprou a loja inteira. Tínhamos ido pro seu quarto e passamos a tarde fazendo o que fazíamos em um domingo livre na Saint Vladimir: Nos cuidando como podíamos. Eu tinha arrumado algumas poucas imperfeições na sua sobrancelha e ela fez o mesmo na minha, depois enchemos a banheira dela e vestimos biquínis e ficamos um tempo dentro dela com algum óleo que ela disse que deixava a pele macia e cheirosa. Saímos e Lissa fez eu passar mais uns três cremes.

Aproveitei a oportunidade enquanto estávamos juntas e fui bem fundo nas suas emoções atrás daquele pensamento louco sobre eu ser sua guardiã, mas ele não estava lá. Apenas eu, Rose Mazur, sendo sua melhor amiga estava de bom tamanho. Fiquei feliz e aliviada com isso.

Eu amo Lissa e não suportaria quebrar seu coração ao lhe negar entrar nesse estilo de vida maluco. Eu a amo, mas eu com certeza me amo bem mais.

-Você acha que vai dar certo? – Ela perguntava enquanto eu colocava uns negócios estranhos que ela comprou, mas que eram amarelos e sugavam mechas do cabelo dela e eram um pouco flexíveis.

-Não sei, nunca fiz isso – Dei de ombros enquanto deixava meu cabelo secar naturalmente.

-Você vai deixar o seu secar naturalmente?

-Falta pouco para eu terminar o seu cabelo – Eu disse pegando umas das últimas mechas e com a ajuda de um bastão de plástico consegui prender no negócio amarelo – Eu passo uma chapinha depois.

-Eu faço isso – Ela sorriu mostrando suas presas pelo espelho, e eu sorri boba ao ver que aquilo já não me incomodava mais – É o tempo que o meu fica pronto.

-Tudo bem – Sorri. Dave vai estar livre hoje... Pensei.

-Então – Ela transformou seu sorriso em um sorriso malicioso enquanto eu pegava uma penúltima mecha – Qual dos vestidos você irá vestir para enlouquecer o Dimitri?

-Hum... – Eu fiz uma cara pensativa – Acho que o soltinho, o outro colado é chamativo demais para a ocasião. E você? Comprou uma burca para não irritar o Ozera?

-Eu comprei um vestido da cor da sua pele de camurça maravilhoso – Ela bateu palminhas enquanto eu ajeitava a última mecha.

Já estava quase na hora da ceia e Dave já tinha batido no meu quarto umas três vezes perguntando se eu precisava de algo. Me olhei no espelho e respirei fundo analisando o vestido preto que tinha uma pequena tira transparente, próximo a bainha, e quando chegava nas minhas costelas o tecido transparente se fazia presente de novo, deixando uma pequena tira preta entre o tecido. E assim o jogo de transparência se seguia até o meu busto, onde ele cobria só o necessário mas fazia um ótimo design quando o tecido aparecia fazendo um coração em volta. O vestido era sem mangas e apesar de tanta transparência, ele era elegante. Observei meus cabelos pretos, agora maiores que o normal graças a chapinha de Lissa, eu vi que apenas com isso eu poderia agradar a pessoa que eu queria. Olhei para os meus olhos que estavam pintados com uma sombra marrom terra e delineador preto, e meus lábios em um vermelho matte, e só pude chegar a uma conclusão: Eu estava muito gata.

Como era apenas uma ceia de natal, e eu tenho certeza que todos estavam fazendo essa formalidade por causa de Lissa e Christian, eu coloquei uma rasteirinha que era decorada por pequenos diamantes, que meu pai me deu ano passado, e calcei. Antes de sair olhei para o presente de Dimitri e me perguntei se teria chances de entregar ele ainda hoje.

Desci as escadas e percebi que faltava pouco para Lissa se arrumar, então quando eu já estava na metade dos degraus eu voltei e bati na porta do quarto dela.

-Ai.Meu.Deus! – Eu disse ao ver uma Lissa completamente cacheada na minha frente e com um vestido lindo que se prendia ao seu pescoço – Você tá linda.

-Acho que tá exagerado... – Ela choramingou.

-Exagerada estou eu – Disse apontando para mim – Que estou pronta para ir para uma balada – Sorri travessa – Talvez a gente faça isso depois da ceia.

-Claro – Lissa revirou os olhos – Vamos.

-Espera... – Eu estanquei ao perceber que eu não tinha planos para depois da ceia.

Peguei um pedaço de papel no quarto dela e escrevi algo para Dimitri me encontrar depois da ceia, já que quem ficaria de plantão era Phill.

Descemos e encontramos Christian na escada, usando preto como sempre, mas para a sua defesa ele estava usando uma blusa azul escura, só que ela era tão escura que ficava preta. Ele estava segurando uma sacola nas mãos e quando seus olhos bateram em Lissa, por dois segundos que ela não percebeu, eu acho que ele se apaixonou de novo de tão linda que ela estava, pois suas feições e olhos mudaram ao ver a namorada.

-Você está cheiroso... – Ela disse abraçando o namorado e descendo as escadas abraçada com ele.

-E você também, além de linda – Ele disse e eu quase vomito ali mesmo – Ei, Mazur – Chris olhou para mim e sorriu – Tá querendo chamar a atenção de quem com esse vestido? Acho que ele nã...

-Pare com isso! – Lissa disse séria – Nós já conversamos sobre e você prometeu não fazer piadas.

-Ok... – Christian baixou a cabeça e calou a droga da boca quando chegamos na sala e encontramos todos reunidos.

Acho que Lissa sabia do namorado esperto que tinha, e se Christian deduziu que eu tinha uma queda por Dimitri, não ia demorar muito para ele perceber que era muito mais que isso.

-Cadê seus presentes? – Dave disse ao me ver.

-Eu já deixei na árvore faz tempo, bobão – Eu tomei sua garrafa de desperados e olhei em volta atrás de Dimitri.

E como sempre acontecia quando nossos olhares se encontravam, como um fio invisível que nos unia, nossos olharem ficaram cravados um no outro. Não nos vimos muito ao longo do dia, mas ali, onde ele estava lindo com seus cabelos escovados para trás e presos em um elástico, com uma blusa preta e calça jeans, sem o seu famoso sobretudo, eu juro que tive de usar todas as minhas forças para não atravessar a sala e lhe dar um beijo. Meu coração se apertava nessas horas.

Dimitri sacudiu a cabeça em um leve sinal de desaprovação por eu estar consumindo bebida alcóolica, mas eu estava fazendo um favor para Dave porque ele estava trabalhando e não podia ficar bêbado.

Enquanto Lissa fazia seu papel de princesa e, por incrível que pareça, ela conversava com um carisma incrível com Ali, enquanto Christian estava ajudando Monica com alguns últimos detalhes para a ceia, eu me esquivei de todos discretamente e fui na direção de Dimitri, que parecia confortável encostado em uma pilastra e checava o tablet de segurança de cinco em cinco minutos.

-Você deveria relaxar mais, Camarada – Eu sorri e ofereci minha garrafa para ele. 

-Não estou bebendo hoje, Rose – Ele disse sério mas depois mudou suas feições – Você está linda, de todas as vezes que eu te vi, essa com certeza é a que você está mais bela.

Eu o olhei e fiquei sem palavras. Dimitri sempre me surpreendia e nessas horas as palavras me faltavam, e eu não sabia se o amava ou se o odiava por me deixar sem saber o que falar. Como sempre eu fazia nessas horas que ele me pegava desprevenida, fiz uma cara de deboche e tirei o papelzinho da capinha do meu celular.

-Belos elogios merecem ótimos prêmios, Camarada – Olhei para os lados e passei o papel para a mão onde estava a minha garrafa de cerveja – Segura para mim rapidinho, por favor, só enquanto eu ajeito a capa desse celular chato! – Eu disse alto enquanto Joe passou por nós e empurrei a garrafa com o papel para Dimitri.

Podia fazer menos de três dias que eu estava em uma mesma mansão com Dimitri sem nem ao menos tocá-lo, com gente da minha família que se nos descobrissem iriam matar ele, mas eu precisava pelo menos conversar, precisava pelo menos de um abraço, precisava nem que fosse do número dele!

-Não beba demais, Roza – Ele disse me entregando a garrafa e enfiando o papel no bolso da calça enquanto suspirava alto.

-Você pode ser russo, mas é preciso bem mais que uma garrafinha pra me derrubar – Sorri – Tá duvidando? – Fiz uma cara maliciosa – Pergunte ao Dave o que eu fiz no verão no passado, quando as aulas se encerraram. Eu sou a melhor da minha turma!

-Você é uma dhampir – Eu vi um pequeno sorriso no seu belo rosto – Com humanos não vale. Tenho que checar uma câmera, com licença – Ele disse um pouco alto e eu apenas sorri.

Fui atrás do Chris e da Monica e consegui roubar alguns cookies de natal que eles fizeram. Uma mensagem chegou no meu celular e eu o peguei ansiosa pensando que era minha mãe ou até mesmo o velhote, mas era um número desconhecido.

“Roza?”

Era Dimitri! Sorri e engolindo outro cookie em forma de árvore, eu respondi de volta.

“Finalmente descobri seu número, Camarada. Agora vou salvar ele no celular que eu uso na academia e nunca mais vou te deixar em paz :) “

“Já conversamos sobre isso.”

Dimitri dizia que salvar seu número no meu celular clandestino da academia era arriscado demais pois a qualquer momento poderiam descobrir e querer fazer uma revista por ele. Como se eu fosse deixar. Pobre homem inocente que não sabe do que eu sou capaz de fazer por um celular.

“Eu tenho que lhe entregar seu presente. Quando tudo isso acabar e todos forem dormir, passe no meu quarto.”

Dimitri demorou um pouco para responder, e quando Christian percebeu que eu estava roubando cookies ele praticamente me expulsou da cozinha.

-Faça algo de útil e leve esses pratos – Ele disse apontando uma quantidade grande de pratos de porcelana – Pare de roubar meus cookies e não quebre a louça.

-Me poupe, Ozera – Revirei meus olhos – Faço pré-treino com o triplo do peso desses pratos.

Peguei os pratos, que realmente não eram tão pesados, e os levei para a sala de jantar. Ali e Lissa pareciam felizes conversando e organizando a mesa. Nesse momento eu vi que todos estavam agindo tão normais, como uma família normal. Ali, Monica e os outros eram minha família desde que eu me entendo por gente, e Lissa e Christian se tornaram uma outra família importante, e ver que a junção deles foi tão natural me fez pensar se Lissa, quando se formasse, não gostaria de passar uma temporada comigo em LA.

-Tá certo assim? – Lissa perguntava para Ali enquanto dobrava um guardanapo.

Minha amiga estava levando tão a sério a tarefa de arrumar a mesa que eu já estava com vontade de rir.

-Exato – Ali sorriu – Você só tem que...

Meu celular vibrou e eu peguei ele imediatamente.

“É muito arriscado.”

Bufei e revirei meus olhos.

“Você está com medo? Na academia também é arriscado e isso nunca nos impediu de pular um para o quarto do outro.”

-Vou para a cozinha – Falei para Lissa – Quando terminarem me avise que eu mando o Ozera vir com a comida.

-Tudo bem, Rose – Lissa sorriu – Está sendo um dos melhores natais desde a morte dos meus pais – Ela disse e eu senti uma grande onda de gratidão e sinceridade passar pelo laço – Obrigada.

-Não há o que agradecer, Lissa. Se eu pudesse eu colocava até meias de presente em uma lareira, se essa casa tivesse uma lareira – Rimos juntas, mas depois eu a olhei, resolvendo ser sincera – Esse também está sendo um dos melhores natais para mim, apesar dos meus pais não responderem nenhuma mensagem minha – Suspirei – Pelo menos vocês me animam mais.

Meu celular vibrou e chamou tanto a atenção de Lissa quanto a minha, quebrando o clima fofo de melhores amigas que tinha se instalado.

-O que tem aí? – Ela perguntou curiosa – São seus amigos humanos? É notificação daquelas redes sociais inúteis?

-Não – Sorri maliciosa e depois baixei meu tom de voz – É o seu guardião.

-Oh – Ela deu uma risadinha e falou baixo – Seu namorado!

-Ele não é meu namorado! – Fiz cara feia tanto pela ideia maluca de Lissa e tanto por eu não ser a namorada dele. Confesso que aos poucos isso já me incomodava.

“Tudo bem, Roza... Quando todos forem dormir eu vou ao seu quarto”

“Ótimo :) Vou deixar a porta destrancada!”

Após essa última mensagem eu fui para a cozinha e fiquei por lá beliscando algumas coisas até Lissa me chamar pelo laço e dizer que a mesa estava pronta para trazer a ceia. Suspirei e balançando meus pés em um banco, fui atrás de algum guardião para nos ajudar porque era muita comida.

A ceia se seguiu como um jantar normal, e eu me sentei em uma ponta e Dave em outra. Eu estava feliz por estar comemorando o natal com Lissa, Christian e o resto da minha família, e claro, Dimitri, mas eu estava ansiosa para encontrar o meu russo no quarto. Eu queria abraça-lo e sentir o cheiro do seu perfume, ter as nossas conversas malucas onde eu o deixava confuso com minha lógica, e se desse tempo, fazer algumas provocações só para ouvir meu nome sendo sussurrado. Eu estava com saudades dele.

Depois do jantar, e de Dave, Paul e Joe ajudarem Ali e Monica a tirarem a mesa, cada um deles voltou aos seus afazeres, para as rondas ao redor da casa ou dormir pelo dia exaustivo. Dave ficou no meu pé enquanto eu pensava em pular na piscina e ele me segurava pelos braços. Lissa e Christian estavam tomando vinho francês na sala de descanso perto do quarto dos dois, e eu já resolvi bloquear o laço.

-Você não bebeu tanto assim, baixinha! – Ele riu enquanto me segurava e me colocava no chão.

-Claro que não – Eu revirei os olhos – Mas eu quero que você tire uma foto minha em cima daquela boia de unicórnio com esse vestido para eu enviar para os meus amigos.

-Quê? – Ele balançou a cabeça e foi buscar a boia que estava em um canto e botou dentro da piscina.

-Eu não quero me molhar! – Eu disse enquanto colocava um pé na boia e me equilibrava em cima dela – Desisto! Isso não foi uma boa ideia.

-Agora você vai! – Dave soltou um sorrio maldoso e empurrou a boia para o meio da piscina, quase me fazendo desequilibrar e caindo no chão.

Ele pegou seu celular e enquanto eu tirava a foto eu vi uma figura alta e de cabelos longos me olhando através dos vidros. Esbocei um sorriso lindo e logo tratei de me livrar do Dave.

-Ficou boa a foto? – Perguntei abraçando o pescoço do unicórnio – Como eu vou sair daqui?

-Ficou ótima – Ele disse observando a foto mais tempo que o normal e depois deixou o celular no chão.

-Já falou com a Piper? – Eu perguntei enquanto ele pegava um daqueles troços que limpava piscina e empurrava a boia. Olhei novamente na direção do vidro e Dimitri tinha sumido.

-Falei e vou falar de novo – Ele disse quando eu cheguei na beirada.

-Ótimo – Eu disse correndo e pegando o seu celular para ver a foto, constatando que ficou perfeita – Me envie depois – Fiz um falso bocejo – Diga para a Piper que estou com saudades dupla. Boa noite – Dei um beijo na sua bochecha.

Subi para o meu quarto e vi que Lissa não estava no dela, e se houvesse outro meio de deixar o bloqueio do laço mais forte eu deixava, então o jeito era confiar e não ser arrastada. Abri meu closet e tirei de lá um box de livros do Stephen King que tinha a ver com faroeste e era edição de luxo, e também eu me dei o trabalho de escrever uma dedicatória em cada um dos livros. Eu só não sabia se Dimitri iria gostar. Eles estavam cobertos por um papel de presente transparente e um laço preto.  Coloquei o box em cima da minha cama e andei de um lado para o outro e percebi que ele estava demorando.

Comecei a andar de um lado para o outro e mandei uma mensagem para ele e resolvi tirar a minha maquiagem e tomar um banho rápido, só para tirar o perfume forte e exagerado do Ozera na hora em que ele foi entregar o meu presente e me abraçou. Eca. Passei meus hidratantes e me dando por satisfeita fui para o meu closet, vestindo um babydoll branco de seda, com detalhes de renda na região dos seios que eu comprei em NY.

Saí do closet e quase caio para trás com o susto que eu levei de Dimitri. Ele estava sentado na cama e quando me viu seus olhos me analisaram por inteiro, como sempre ele fazia quando me via em uma nova lingerie ou um babydoll novo.

-Você tem que parar com essa mania de querer me matar do coração! – Eu resmunguei enquanto caminhava até a porta só para descobrir que ela já estava trancada.

-Você estava me enchendo de mensagens – Ele disse ainda me olhando como se parecesse enfeitiçado.

-Foram apenas duas – Eu revirei os olhos antes de sentar no colo dele e encher ele de beijos – Senti sua falta!

-Eu.também.senti.Roza.muita.mesmo – Ele dizia entre cada beijo que eu dava nele.

Suguei seus lábios e quando me dei por satisfeita distribui beijos por todo o seu rosto, passei minha mão pelo seu cabelo e, não resistindo, desci minhas carícias para a sua nuca ao mesmo tempo em que eu comecei a beijar seu pescoço e absorvia todo o seu cheiro. Dimitri agarrou meus cabelos e repetiu o processo comigo, mas ganhou um gemido baixo meu.

-Não faça isso, Roza – Ele sussurrou no meu ouvido – Pelo menos não agora.

Eu não era nenhuma maníaca por sexo, e eu chamei Dimitri para o meu quarto pra trocarmos os presentes e conversarmos sem Dave ou qualquer outra pessoa chata em cima de nós.

-Tudo bem... – Eu disse corando e saindo de cima dele, me dando conta de que eu já estava despertando uma tímida ereção nele.

Sentei ao seu lado na cama e peguei o box que estava há poucos centímetros de nós e um pouco tímida, entreguei para ele.

-Aqui, Camarada – Sorri – O cara da livraria me disse que tem uma vibe meio velho oeste, mas também tem fantasia e umas coisas loucas – Suspirei nervosa – De qualquer modo o cara usa um sobretudo igual a você e vão lançar um filme ano que vem.

-A torre negra? – Ele sorriu, um daqueles sorrisos verdadeiros e depois gargalhou baixo – Deve ter custado uma fortuna, Roza – Ele disse abrindo o Box e se dando conta que era uma versão de luxo.

-Nem tanto – Menti.

Eu era rica, mas era consciente do que era barato e caro, e esses sete livros de couro que custam duas bolsas da Gucci não são nada baratos. Mas por Dimitri eu compraria qualquer livro que valesse dez bolsas da Gucci. Era o velhote que ia pagar mesmo.

-Obrigada – Ele me deu um beijo carinhoso e depois colocou nas minhas mãos uma caixa quadriculada média na cor azul turquesa e com um lindo laço na cor branca.

-Você não fez isso... – Eu sussurrei enquanto via o nome Tiffany&Co estampado na caixa – Dimitri essa loja custa o olho da minha cara, e olha que meus olhos são enormes – Eu ainda olhei para ele chocada – Sabe, eu sou filha de um turco.

-Abra a caixa, Roza – Dimitri gargalhou e me deu um selinho.

Abri a caixa e vi uma linda gargantilha com tiras de couro marrom e um pingente de uma rosa com uma pedra roxa no meio. Sorri ao ver a pedra e peguei a gargantilha nas minhas mãos enquanto eu lembrava de Dimitri dizendo que roxo era a minha cor. As tiras de couro eram coladas em tiras de ouro e nelas havia algo gravado, mas eu não entendia.

-Não entendo... – Olhei confusa para Dimitri.

-Está em russo – Ele sorriu e pegou sua mão e colocou sobre a minha, depois ele foi passando por cima da mensagem – Pra sempre até que a minha vida se acabe – Ele passou nossas mãos para a outra tira – Eu vou te amar para sempre, minha Roza.

-S-Sério? – Perguntei prendendo as lágrimas.

Esse nosso para sempre era tão perigoso, mas era tão real e vivo quando dizíamos um para o outro, por mais que fosse inalcançável.

-Pelo menos até a minha vida acabar – Ele deu um meio sorriso – Eu sou um guardião, e como você já deve saber nossas expectativas de vida não são muito boas, mas se um dia nossa situação melhorar, e você ainda me quiser, eu quero ficar velhinho ao seu lado.

Aquela declaração era melhor do que um pedido de namoro que nunca viria, e certamente eu ficar velhinha ao lado dele era uma coisa meio impossível, pelo menos agora.

-Me promete uma coisa? – Eu segurei seu rosto com minhas duas mãos e olhei bem fundo nos seus olhos. Ele apenas fez uma cara confusa e acenou com a cabeça – Me prometa que eu vou ser o único nome tatuado no seu coração – Eu deixei algumas lágrimas caírem – Assim como você é o único no meu.

-Prometo, Roza – Dimitri colou sua testa na minha e me beijou com ternura.

Aprofundamos o beijo e eu voltei a fazer carícias no seu pescoço e absorver todo o seu cheiro enquanto ele murmurava o meu nome em russo bem baixinho. Desci minhas mãos pelo seu peitoral, ainda por cima da blusa e voltei a beija-lo mas ele assumiu o controle, invadindo minha boca com a sua língua e me deixando perdida por alguns segundos. Dimitri empurrou nossos presentes gentilmente para o canto da cama enquanto me deitava nela. Quando minha cabeça encostou no travesseiro macio sua boca se separou da minha e foi explorar o meu pescoço, dando leves lambidas e chupões até a região do colo.

-Maravilhosa... – Ele disse com o sotaque acentuado quando abaixou minhas alças e teve uma completa visão dos meus seios com as marquinhas que ele tanto amava.

Antes que ele pudesse fazer o que ele pretendia e me fizesse ficar perdida e implorar por ele, eu o puxei para um beijo e consegui me desfazer da sua blusa. Gemi com a sensação da sua pele contra a minha e procurei me empurrar contra a sua ereção. Eu não queria preliminares, eu estava pronta para recebê-lo dentro de mim, sempre estaria.

Dimitri olhava para os meus seios com os olhos brilhando enquanto ele se livrava do seu cinto, e foi quando ele se livrou da calça e cueca, eu fiquei de joelhos na cama e me livrei do meu babydoll, ficando só de calcinha.

-Vamos ter que ser mais silenciosos do que somos na academia – Ele disse me dando um beijo luxurioso, mas ao mesmo tempo apaixonado e repleto de saudades.

-Camarada – Eu o empurrei de leve e fiquei por cima dele, o deixando um pouco surpreso e apontei para a minha calcinha nude de renda – Rasgue.

Ele soltou um sorriso malicioso e como se a calcinha fosse um pedaço de papel, ele apenas juntou as duas mãos e aplicou uma pequena força e o tecido se desfez de um jeito tão gracioso que eu fiquei impressionada.

-Já está pronta para mim? – Ele perguntou passando seus dedos pela região dos meus grandes lábios e depois alcançando a minha entrada molhada e quente.

-Sempre... – Eu ofeguei um pouco ao senti-lo passar seus dedos por toda a minha extensão e alcançar meu ponto sensível – Oh Dimitri...

-Geme baixinho para mim, Roza – Ele disse no meu ouvido enquanto eu sentia ele encaixar seu membro na minha entrada.

Senti meu interior se expandir para recebê-lo e eu gemi baixo no seu ouvido. Como eu senti falta dessa sensação, de ser preenchida por ele. Comecei a rebolar devagar, aproveitando as sensações que Dimitri sempre me proporcionava, e quando fechei meus olhos e joguei minha cabeça para trás, quase engasgo ao sentir a boca quente de Dimitri sugando um de meus mamilos, fazendo eu aumentar meu ritmo e começar a cavalgar em cima dele.

-Eu te amo – Ele disse abraçando minha cintura, fazendo eu sentir sua pele quente contra a minha.

-Eu também te amo – Repeti sentindo que eu já estava quase lá.

Fechei meus olhos sentindo algo dentro de mim se apertar e fechei minhas mãos em volta dos cabelos de Dimitri. Ele apertou ainda mais minha cintura com seus braços em volta de mim e enterrou seu rosto quase na altura dos meus seios. Ambos fazendo um esforço enorme para não gemer o nome um do outro para todos nessa casa escutarem.

Era mais que sexo. Sempre seria mais que isso. Era amor. Amor na sua forma mais pura e crua.

-Você gostou mesmo? –Dimitri perguntou quando colocou a gargantilha em mim e eu olhava meu reflexo por uma câmera de celular.

-Está perfeita – Sorri e dei mais um beijo nele – Obrigada, nunca mais vou tirá-la. Hey, vamos tirar uma foto.

-Assim? – Ele perguntou e eu pude jurar que vi resquícios de timidez nele.

-Você tem fotos nossa no seu celular assim, oras – Eu disse enrolada no lençol.

-Nós estávamos vestidos em todas, Roza – Ele disse sério – E em nenhuma delas o seu rosto aparecia.

-Ótimo – Eu tirei o lençol de cima de nós dois – Venha para cima de mim e assim seu rosto não vai aparecer, somente as suas costas e uma parte da minha gargantilha.

Ele ficou um pouco desconfiado mas acabou concordando.

-É... Ficou boa – Ele disse me beijando e olhando a hora no seu celular – Tenho que ir.

-Deixa eu me vestir e ver se o corredor tá limpo – Eu disse me levantando completamente nua.

-Roza. – Dimitri segurou meu braço e sua voz de repente ficou tão séria que por um momento eu fiquei assustada.

-Não será assim para sempre.


Notas Finais


O que acharam? Comentem.... Eu tô bem triste por motivos de... a vida não é fácil.
Tem twitter? me segue lá @Mzurrr


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