1. Spirit Fanfics >
  2. Over The Rainbow >
  3. Capitulo 25 - Its over.

História Over The Rainbow - Capitulo 25 - Its over.


Escrita por: ichris

Notas do Autor


heeeeey
acho que não demorei, certo?????? idk
ia postar ontem, mas fiquei vendo o jogo e tals, ALEMANHA GANHOU YEAAAAAAAAAAAAH
enfim, esse cap tá grandinho e é aqui que começa a porra :p
(PS: incrivel como vocês ficaram mais preocupadas com camille do que jeremy morrendo, tipo sério fdhfvnjsdsfs)

Capítulo 26 - Capitulo 25 - Its over.


Fanfic / Fanfiction Over The Rainbow - Capitulo 25 - Its over.

Capitulo 25 –– Its over.

–– Justin Bieber.

O aperto em meu peito ainda era grande, ainda me custava respirar e eu estava tão confuso emocionalmente que eu não conseguia nem chorar, nem falar alguma coisa. Apenas estava ali, sentado no assento do avião encarando o nada e pensando em absolutamente tudo. A minha mão estava entrelaçada á de Mackenzie, enquanto que a mesma a apertava com força, fazendo alguns carinhos em meu braço e sussurrando palavras reconfortantes, mas que na verdade não estavam surtindo muito efeito.

Apesar de a gente ter brigado bem feio antes do que Camille falou, quando Mackenzie viu os meus olhos cheios de lágrimas e a minha alma entrando em pânico, ela simplesmente largou tudo, foi trocar de roupa e desistiu do seu sonho por mim. Em algum momento ela sequer cogitou a ideia de tentar me convencer de ficar em New York ou foi egoísta, elas apenas largou tudo por mim e pelo meu pai.

–– Você está bem? –– ela sussurrou com cuidado, me olhando com o lábio preso entre seus dentes.

Movi a minha cabeça preguiçosamente, como que se até mesmo fazer isso doesse.

–– Eu... eu não sei. –– sussurrei de volta, sabendo que os meus olhos e voz estavam vazios, sem vida –– Eu só... não consigo... eu não...

Não consegui falar mais nada. Apenas fiquei ali, parado, encarando o nada. Conseguia sentir o meu coração se despedaçando em pedacinhos, tudo dentro de mim se quebrando e parecia que eu estava demasiado cansado para até respirar. Por outras palavras, eu estava num estado de pura melancolia, que podia até dar pena.

Mackenzie acariciou os meus cabelos, lágrimas pequenas se formando em seus olhinhos.

–– Eu odeio te ver assim, amor. –– ela fungou baixinho, passando a mão pelo nariz logo depois.

Não fui capaz de responder, apenas fechei os meus olhos lentamente e deixei um pequeno suspirar sair por entre os meus lábios. A minha mente apenas fichou cheia com lembranças, de quando meu pai me levava para pescar, de quando ele me dava presentes incríveis em meu aniversário mesmo que fossemos pobres, de quando eu e ele ficávamos jogando videogame e ele sempre fazia batota no fim. Eu não me lembrava de nada disso, mas agora tudo estava fluindo na minha mente sem razão, e ali estava eu com um sorriso amargo no rosto e pequenas lágrimas caíndo pelo mesmo, enquanto que eu prendia os soluços com força, não me permitindo desabar a qualquer momento.

Eu adormeci assim, internamente desejando não acordar nunca mais.

Eu já havia perdido a noção do tempo. Estava sentado no chão, abraçando os meus joelhos, me sentindo tão vazio, como que se eu nunca tivesse vivido. Mackenzie andava de um lado para o outro, quase tendo um colapso porque assim como eu, ela não estava aguentando tudo aquilo. Ela chorava baixinho, e sempre que eu a encarava ela se virara de costas para mim, para eu não ter de ver o quanto aquilo a afetava. Sempre que aparecia um médico ela corria para falar com ele, mas ela sempre voltava com uma cara pior que antes e eu sentia as esperanças morrerem lentamente dentro de mim.

A certo momento ela se sentou do meu lado, tão cansada quanto eu e ficou batendo a cabeça devagar na parede, respirando fundo e limpando as lágrimas que insistiam em cair do seu rosto.

Com cuidado, procurei as suas mãos e entrelacei os nossos dedos, querendo ter certeza que ela estava ali comigo, que eu não estava sozinho nessa.

–– Bebê... –– falei, a minha voz mais fraca que o normal –– Fica aqui comigo...? Do meu lado?

Ela assentiu fraquinho, apertando a minha mão com mais força. Logo eu deitei a minha cabeça em suas pernas, o meu olhar logo se cruzando com o seu, os seus grandes olhos azuis me analisavam com tristeza, enquanto que eu me acanhava em seu corpo, querendo ser embalado. Logo ela percorreu os seus dedos por meus cabelos, fazendo eu fechar os meus olhos e logo soltei o ar devagar.

–– Isso está sendo... muito difícil. –– desabafei –– Sinto muito por isso acontecer, de verdade, eu queria muito ganhar aquele maldito festival, com você...

–– Esse festival não tem mais importância. –– ela falou serenamente.

Apenas assenti, com calma.

–– E... eu quero agradecer por estar sempre aqui do meu lado. Mesmo que os médicos ainda não tenham falado nada, eu sei que não vai demorar muito até isso acontecer. –– os meus lábios tremeram –– Eu só... me sinto tão sozinho... eu preciso tanto, tanto de você agora, meu amor... eu não sou forte o suficiente...

Ela apertou a minha mão mais forte assim que um soluço rompeu minha garganta, e logo as lágrimas começaram caíndo salgadas por meu rosto, enquanto que os meus lábios trêmulos ficavam cada vez mais frios. Eu me sentia tão destruído por dentro, as minhas forças tinham sido drenadas e o meu mundo tinha desabado completamente. Em apenas alguns segundos o mundo tinha perdido toda a cor, quando Camille falou aquelas palavras que tanto me assombravam.

Eu não conseguia sequer pensar na ideia de perder o meu pai. De nunca mais ser capaz de entrar em seu quarto e ver o seu sorriso e dizer “hey, kidrauhl! Senti saudade sua, meu filho”. De nunca mais poder brincar com ele e abraça-lo e dizer que o amava com todas as minhas forças. De nunca mais poder fazer ele rir ou apenas sentir a sua presença, ou ouvir os seus conselhos milagreiros. Eu precisava dele, precisava mesmo, ele era tão importante para mim.

Por vezes, em New York, quando eu e Mackenzie brigávamos eu sempre ligava para ele. Era compreensível que ele não atendesse por causa de todos os comprimidos e analgésicos, mas ele sempre arrumava um jeito de falar comigo, de me entender e perceber, de me fazer sentir melhor mesmo quando ele estava sentindo uma dor imensa em seu corpo. Ele fazia pequenas piadas e eu me sentia melhor instantaneamente, mas depois ele gemia de dor e isso me fazia perceber que nada dura para sempre.

Eu não estava preparado. Eu nunca estive preparado. Eu nunca desisti dele.

Jeremy não merecia isso... eu não merecia isso.

Isso era tão injusto!

Será que ele não podia simplesmente... viver? Sei lá, sorrir ao ver a luz do sol, jogar videogame comigo e jogar a verdade na minha cara sempre que eu fosse um idiota? Não podia ele simplesmente viver até ser velhinho, com um sorriso no rosto, feliz por ter feito tudo o que queria ter feito em sua vida? Não podia apenas ele olhar as estrelas comigo, ou assistir ao meu casamento? Ou sorrir ao pegar em seu primeiro neto e falar “olha, eu sou vovô!”?

Eu não conseguia lidar com isso.

Era tão difícil, tão injusto, tão desnecessário. Ele não precisava passar por tudo isso quando tinha assassinos vivendo felizes, com fortunas, sendo tratados como reis e uma pessoa tão boa quanto o meu pai estava prestes a dizer adeus ao mundo que ele realmente nunca teve a oportunidade de conhecer.

E isso me matava, dolorosamente. O meu único desejo era que ele fosse feliz, que ele morresse feliz... que ficasse tudo bem... mas isso nunca iria acontecer.

Depois de vários e longos minutos chorando em silêncio, fiquei olhando para o teto e simplesmente me deixei levar pelas lembranças.

–– Hey, papai! –– falei divertido, enquanto que eu puxava com o máximo de força que eu conseguia o peixe que eu tinha pescado com a minha cana de pesca.

Ele se virou para mim, com um grande e orgulhoso sorriso no rosto.

–– Oh, que orgulho! –– ele falou quando eu finalmente consegui puxar o peixe para fora, e logo os seus olhos brilharam ao ver o grande peixe que eu tinha pescado. O meu primeiro peixe!

–– Eu consegui, pai! Eu consegui! –– falei animado, um grande sorriso se apoderando de mim e logo Jeremy me abraçou, como eu era bem mais pequeno que ele, ele acabou me pegando no colo e me girando enquanto que eu ria animadamente.

–– Estou tão orgulho de você, meu garotinho... –– me pousou no chão. –– O seu primeiro peixe!

Sorri ao desviar o meu olhar para o peixe no chão, quicando, querendo viver. Depois de algum tempo pensamento, pequeno no mesmo, tirando o isco da sua boca e o jogando na água novamente, deixando ele viver, quer dizer, ele era um ser assim como eu, também tinha o direito de viver e sei lá... ser feliz.

Jeremy me olhou confuso e eu apenas sorri, dando de ombros.

–– Eu me sentiria culpado se ele morresse, então...

Ele riu, bagunçando os meus cabelos.

–– Você tem uma alma pura, kidrauhl. Um coração de ouro. Tenho orgulho de ter você como meu filho, querido.

Sorri ainda mais com isso, logo voltando a encarar o lago. Um peixe pulou para fora da água e logo para dentro novamente, parecia que estava feliz, e eu podia jurar que era o mesmo peixe que eu tinha capturado. Isso me fez sorrir, e logo encarei meu pai novamente.

–– Pai?

–– Sim, Kidrauhl?

–– Me promete uma coisinha?

Ele assentiu, sorrindo fraco.

–– O que, Justin?

–– Promete que vai ficar sempre do meu lado, para ver todas as minhas pescadas?

Ele me encarou com lágrimas os olhos e então assentiu, logo passando as mãos pelos olhos. Logo o meu sorriso se desmanchou.

–– Porque está chorando, papai?

–– Sei lá... Só que... eu te amo tanto, meu filho... –– sorriu para mim –– E você sempre consegue tocar bem fundo em meu coração... –– riu fraco –– Mas sim, eu prometo, meu pequeno campeão. Eu prometo que vou ficar pra sempre do seu lado, até sua última pescada.

Apenas mais uma promessa quebrada.

Apenas só mais uma, no meio de tantas... Mas não era culpa dele. Eu sabia que ele queria ficar comigo para sempre assim como ele dizia, mas ele não tinha controle do câncer que comia os seus órgãos lentamente.

Ele era apenas só mais uma vítima dessa doença sem cura. E quer eu queria quer não, isso só tinha uma saída.

Logo os meus olhos se depararam com um médico, que me encarava com amargura. Com isso, me levantei do colo de Mackenzie, assim como ela também se levantou e respirei fundo, tentando me preparar para o que o medico tinha a dizer.

–– O Senhor Jeremy está estável agora... –– ele falou e eu soltei um pequeno suspiro de alivio, mas logo ele continuou –– Mas, receamos que não dure por muito tempo... O câncer dele é de anos, o fato de ele estar vivo nesse momento, é um milagre... –– abaixei a cabeça –– Me desculpe, senhor... Mas achamos que ele não tenha muito tempo de vida.

Engoli a seco, engolindo o choro junto e levantei o meu rosto novamente, nem sequer tentando lutar contra as lágrimas que se acumulavam em meu rosto.

–– Posso apenas... falar com ele? –– perguntei com a voz falhando.

Ele assentiu. –– Claro.

Logo ele saiu dali, e eu me virei para Mackenzie novamente, entrelaçando as nossas mãos e juntando as nossas testas, respirando fundo e ela me deu um pequeno sorriso, porém, triste demais. Deixei algumas lágrimas caírem e mordi o lábio inferior enquanto que ela limpava as mesmas.

–– Shh... –– ela sussurrou –– Está tudo bem...

Mesmo sabendo que aquilo era mentira, me deixei acreditar naquela pequena ilusão.

–– Bebê –– chamei, com dificuldade –– Só quero que saiba que... eu sou eternamente agradecido por você estar aqui. Comigo.

Ela riu, abanando a cabeça.

–– Tudo bem, Justin... –– nossos rostos se aproximaram mais –– Eu fiz isso porque eu te amo.

–– Eu também te amo. –– suspirei –– De montão.

Ela assentiu.

–– Agora vai lá, meu amor...

Dei um pequeno beijo em seus lábios, apaixonado, mas amargurado. O sabor salgado das minhas lágrimas ainda estava presente, e quando eu me agastei e caminhei silenciosamente até á porta do quarto número 114, lhe lancei um pequeno sorriso e ela sorriu de volta, limpando algumas lágrimas que caíam de seu rosto.

Tomei coragem e abri a porta lentamente. Ao entrar no quarto, me deparei com uma das figuras mais tristes da minha vida inteira. O meu pai estava ali, deitado naquela cama, com vários fios ligados a seu corpo. A máquina do batimento cardíaco estava ligada e o seu coração batia lentamente. Uma vontade imensa de chorar me atingiu, mas eu apenas fingi que estava tudo bem e sorri com cuidado para Jeremy, que sorriu de volta para mim, com tristeza em seu olhar.

–– Oi, pai. –– falei, dessa vez o meu tom de voz estava mais... vazio.

–– Oi, filho.

Acho que ambos já sabíamos, lá bem no fundo, que essa era a última vez.

Me sentei com cuidado no pequeno banco do lado de sua cama, deixando um pequeno suspiro sair por minha boca. Encarei as minhas mãos em cima do meu colo, não tendo coragem para olhar no rosto do meu pai, até que vi a sua mão se enlaçar com a minha, e então eu levantei a cabeça com medo, mordendo o lábio inferior e os meus órgãos pararam de funcionar ao ver o sorriso de meu pai.

Ele já tinha aceitado o que iria acontecer, ele sabia que ia morrer... mas ele estava feliz que eu estava do lado dele.

–– Tive saudades suas. –– ele falou acariciando o meu rosto, me fazendo sorrir fraco. –– Você ficou quatro meses longe de mim... Incrível, pareceram anos... –– riu –– Não vou dizer que isso é muito ruim, porque olha só, isso me deu mais alguns anos de vida, mentalmente!

Ri fraco com isso, abanando a cabeça.

–– Também senti sua falta, pai...

Ele parecia animado, e eu não entendia como ele podia estar tão bem com isso, e eu estava ali quase berrando para Deus e para o mundo o quanto aquilo rasgava o meu coração sem dó.

–– E então? Como foi o festival que você tinha me falado? –– ele questionou enquanto que se ajeitava com dificuldade na cama.

Abaixei o olhar, suspirando.

–– Pois... Nós não participamos.

Assisti o seu sorriso diminuindo lentamente, e logo o olhar animado sumir de sua face e dar lugar a uma extrema confusão.

–– Mas... porque?

–– Ora, –– ri sem graça –– Você estava morrendo, pai. Não havia jeito de dançar sabendo que uma das pessoas mais importantes para mim estava morrendo e eu nem sequer estava do seu lado.

Ele negou com a cabeça, frustrado.

–– Eu estava muito feliz, estava até sonhando com você naquele festival...

Derramei algumas lágrimas e funguei logo de seguida.

–– Não tinha sentido estar naquele festival sabendo que você não iria assistir e ficar orgulhoso de mim, acredite.

Ele me encarou amargurado.

–– Mas eu estava com orgulho de você, Justin!

Logo ele começou tossindo por ter aumentado a voz e eu segurei em seu corpo, sentindo as lágrimas arderem meus olhos novamente e eu forcei um sorriso quando ele se acalmou. Me sentei na pequena cadeira de novo e suspirei, limpando o meu rosto.

Ele abaixou o olhar, suspirando.

–– Não queria que você desistisse dos seus sonhos por minha culpa, kidrauhl...

Dei de ombros, fungando novamente.

–– Eu me apercebi que aquilo era um mero sonho. Pequeno, aliás. Eu posso retomar ele sempre que eu quiser, mas ele não tinha grande importância, pai. Ele era só mais um sonho na minha pequena lista de sonhos. Sabe qual era o meu sonho no topo da lista, pai? O meu maior sonho?

Ele negou com a cabeça devagar.

Mais algumas lágrimas caírem por meu rosto, sem parar, sem descanso.

–– Meu maior sonho era ver você viver. –– forcei um sorriso em meio a lágrimas. –– Ver você envelhecendo do meu lado, pegar em meus filhos e se sentir orgulhoso de seus netos... Ver você cuidando de Jazmyn e Jaxon... Ver você viver a vida que nunca teve a oportunidade de viver.

Agora ele também estava chorando.

–– Por favor, Justin... não diga essas coisas...

–– É a verdade, papai! –– solucei –– Isso é tão injusto! Tão, mas tão injusto!

Coloquei os cotovelos em minhas pernas, apoiando a minha cabeça em minhas mãos e infiltrando os meus dedos por meus cabelos enquanto que chorava que nem um bebezinho. Eu não estava pronto para dizer adeus. Eu não queria que ele fosse embora.

Então eu comecei a rezar.

Por favor, Deus... se Você está aí... realize o meu sonho. Salve o meu pai... eu só quero vê-lo feliz, sabe? Ver ele ter uma vida normal como os outros... Eu sei que isso não é bem um sonho, porque essas coisas são tão banais, quer dizer, envelhecer ao lado dos filhos é uma coisa banal, que ninguém dá muita importância, mas quando isso é arrancado de você... dói pra caramba, Senhor. Dói muito. Por favor, eu só peço isso... salve o meu pai.

–– Justin... –– ele agarrou em minha mão, me fazendo encara-lo novamente, as lágrimas ardendo em meus olhos.

–– Sim, pai?

–– Eu... eu não aguento muito mais. –– lágrimas corriam por seu rosto –– Eu to sentindo isso vir, meu filho... A morte, ela... ela está vindo...

Neguei com a cabeça desesperadamente, me negando a acreditar nisso.

–– Não, pai! Você vai ficar bem!

Me levantei abruptamente quando a máquina de batimentos cardíacos começou a apitar, em sinal que ele estava perdendo os mesmos. Eu me desesperei de imediato, a minha visão ficou turva no mesmo instante e os meus pés falharam e eu me senti entre o tempo e o espaço. Eu me senti tonto, me senti deslocado... me senti morto, vazio.

–– Eu vou chamar a enfermeira! –– falei com a voz embargada de medo, mas ele apenas segurou em meu braço com toda a força que lhe restava e eu o olhei sem entender.

–– Não, kidrauhl... não vá!

–– Mas... pai... –– o olhei em choque –– Você não quer viver?

Ele forçou um sorriso para mim.

–– Eu acho que já vivi o suficiente, meu filho...

–– Não, mas... NÃO! –– gritei, passando as mãos por meus cabelos. –– Você precisa ficar do meu lado, pai! –– segurei em sua mão com força, a mantendo entre minhas mãos –– Como você prometeu, lembra? Que você iria ficar do meu lado até a minha última pescada? –– solucei –– Caramba, eu ainda tenho tantas pescadas! Você ainda precisa viver tanto, papai!

Ele negou com a cabeça, chorando descontroladamente.

–– Foi só mais uma promessa não cumprida, então? –– perguntei com raiva, mas ainda chorando sem parar.

Ele negou com a cabeça, sorrindo para mim, sorrindo como que se ele estivesse feliz.

–– Claro que não, meu filho... Eu vou estar sempre do seu lado, até em sua ultima pescada...

Segurei em sua mão com mais força.

–– Como?

Ele colocou uma mão por cima de seu coração e eu me senti tonto.

–– Eu vou estar sempre aqui, te vigiando, meu menino.

Caramba.

Não.

Isso não pode acontecer.

Não pode.

Não dá.

Ele precisa viver.

ELE PRECISA VIVER, MEU DEUS!

DEUS, ME AJUDE!

–– Fala para Pattie que ela é a melhor mulher que eu já conheci em minha vida, e eu sempre fui apaixonado por ela. –– a sua respiração faltou –– Fale pra Erin que ela é uma ótima mãe e a pessoa mais gentil do mundo. –– soluçou –– Fale pra Jazmyn e Jaxon que eu amo eles demais, fale para eles que eu amo tanto eles... –– puxou o ar com força.

Apenas assenti, apertando a sua mão cada vez com mais força.

–– Pai... Por favor, não vá... –– implorei, sem forças.

–– E, kidrauhl... uma última coisa...

O encarei com dificuldade, prendendo o meu lábio com força, enquanto que reprimia os soluços.

–– Sim, pai?

Ele sorriu para mim.

–– Eu te amo kidrauhl, e eu estarei sempre do seu lado. Sempre.

E então, ele deixou de apertar a minha mão.

A máquina dos batimentos cardíacos começou apitando de um jeito absurdo e o tempo deixou de passar. Eu assisti com terror os olhos de meu pai perderem o brilho e a sua cabeça cair para o lado, o seu corpo ficar mole, sem vida.

Eu vi ele morrendo.

Bem na minha frente.

A sua última respiração, a sua última palavra.

E aquela máquina continuava a apitar, como que se quisesse esfregar em minha cara que eu tinha perdido absolutamente tudo.

Caí de joelhos.

–– Não... Não –– repeti, um sentimento macabro se apoderando de mim. –– NÃO!

Logo senti braços me envolverem e o choro de Mackenzie se apoderou de minha audição enquanto que os enfermeiros me seguravam.

–– ELE NÃO PODE ESTAR MORTO! ELE NÃO PODE! ISSO NÃO É JUSTO, NÃO É, NÃO É! –– berrei a fundo dos meus pulmões. As pessoas me encaravam com pena –– O MEU PAI PROMETEU QUE IRIA FICAR DO MEU LADO, ELE NUNCA QUEBRA PROMESSAS, ELE ESTÁ VIVO, ELE PRECISA ESTAR VIVO!

Logo eles me puxaram para fora do quarto, dizendo que eu precisava me acalmar. Mas a imagem de meu pai morrendo não deixava a minha mente.

Já era.

Ele foi-se.

Ele estava morto.

E eu me recusava a acreditar nisso.

Meu coração se recusava a acreditar nisso.

Me livrei dos braços de todas aquelas pessoas, correndo para fora do hospital, levando o meu olhar para o céu.

O céu continuava azul. O sol continuava brilhando. As pessoas continuavam felizes. Assim como eu tinha imaginado.

Eu tinha perdido tudo, e isso não tinha significância nenhuma.

–– EU TE ODEIO, SEU SEM-CORAÇÃO! –– gritei para a pessoa lá de cima –– VOCÊ NÃO TEM COMPAIXÃO POR SUAS CRIAÇÕES? PORQUE VOCÊ NÃO ME AJUDOU, CARALHO? DEUS, EU REZEI PRA VOCÊ, EU PEDI PRA VOCÊ, PORQUE VOCÊ ME ABANDONOU?

Caí de joelhos no chão, sem forças para mais nada. Só conseguia chorar e chorar e chorar. A minha vida parecia ter terminado e a luz no fim do meu túnel havia se apagado.

Fim.

Era o meu fim.

Eu estava preso no túnel de depressão para sempre.

Não havia saída.

Não havia Deus.

Não havia salvação.

Era tudo preto e branco.

O meu pequeno mundo preto e branco.

Onde as vozes ecoam em minha cabeça.

E eu estou perdido, sem razão. Sem nada.

Eu estava morto, e não era um coração batendo que mudaria isso.

Meu pai morreu, mas eu morri junto com ele.


Notas Finais


TWITTER: https://twitter.com/kidrauhlfeather
ASK.FM - http://ask.fm/SwagOnPurpleBoo (prévias, dúvidas, etc)
agora ta na hora de se preparem porque a porra vai foder tsc tsc


Gostou da Fanfic? Compartilhe!

Gostou? Deixe seu Comentário!

Muitos usuários deixam de postar por falta de comentários, estimule o trabalho deles, deixando um comentário.

Para comentar e incentivar o autor, Cadastre-se ou Acesse sua Conta.


Carregando...