Senti uma pontada de dor quando minhas costas e cabeça bateram com força contra a parede, porém, não tive sequer coragem para reclamar. Minha intimidade pulsava e, só de ver o volume que sua calça jeans deixava à mostra e que ele fazia toda questão que eu visse e sentisse, já dava uma imensa vontade de gritar a plenos pulmões que ele arrancasse nossas roupas e me fodesse ali mesmo, no corredor de acesso aos banheiros do Johnny’s Bar.
Jimmy prensou meu corpo com o seu novamente de encontro à parede com tanta violência quanto usara para me empurrar até ela. Puxou meu cabelo, fazendo-me erguer a cabeça e olhá-lo. Seus olhos azuis brilhavam. Sua boca veio em busca da minha com urgência, enquanto sua mão esquerda descia até minha cintura e a direita permanecia no meu pescoço.
- A festa só está começando – ouvimos uma voz de mulher gritar animadamente pra gente. Michelle e Brian andavam apressados até um banheiro. Jimmy apenas se virou um pouco para mandar-lhes o dedo do meio e Syn gargalhou, fazendo-me rir também.
(...)
Chequei se a barra estava limpa antes de sair da cabine, e fiz o mesmo antes de deixar o banheiro. Jimmy segurou minha mão e voltamos sem pressa à mesa. Ao avistarmos o pessoal, tivemos uma agradável surpresa: Amy estava sentada onde eu e Jimmy estávamos antes, conversando com Val e um cara que eu nunca havia visto na vida. Assim que ela nos viu, levantou-se e veio até nós com um grande sorriso no rosto. Eu e Jimmy nos aproximamos da mesa e eu fui cumprimentá-la primeiro, para deixá-la depois o tempo que quisesse falando com o Jimmy e dando os parabéns a ele.
- Hey, Amy – abracei-a.
- E aí! – Ela deve ter percebido que eu estava intrigada a respeito do rapaz que a acompanhava, pois o puxou pelo braço, rindo, e disse: - Lucy, esse é meu namorado Alexander. Amor, essa é uma grande amiga minha, Lucy. E aquele ali é o Jimmy, melhor amigo do meu irmão e também muito amigo meu.
- Ah – fiz, olhando, não sei exatamente por qual razão, na direção em que estava o Matt. Não parecia nem um pouco satisfeito. Apertei a mão do tal Alexander. Ele era bem bonito: era alto, mas não muito mais do que a própria Amy, tinha cabelos castanho-escuros e olhos da mesma cor. – É um prazer – Sorri para ele, enquanto Amy cumprimentava Jimmy com um abraço e lhe desejava feliz aniversário.
- O prazer é meu.
- Só... Cuida bem dessa doidona, ok? Ou terá que ter cuidado com o irmão dela – sorri, piscando um olho e passando por ele para ir me sentar no sofá. Val, agora, conversava com a irmã, então aproveitei que Matt estivesse “sozinho”.
- E aí – falei, sentando-me ao lado dele. Tirei o chapéu que estava usando e coloquei sobre meu colo.
- Oi. – resmungou.
- Festa agitada.
- Uhum.
- Nossa, essa sua animação é contagiante, sabia?
Ele riu um pouco.
- Foi mal.
- Mas e aí, ele parece legal, o Alexander, você não acha? – Perguntei fazendo um esforço danado para não rir, fingindo não perceber a antipatia que Matt parecia sentir pelo recém-chegado.
Matt fez uma careta.
- Não.
- Mas por que não? Ele foi super simpático comigo. – Quem vê pensa que a moça aqui é a simpatia em pessoa.
- Eu não acredito que esse cara está namorando a minha irmã! – Ele deu um soco no sofá, assustando-me. Franzi o cenho.
- Ué, você o conhece?
- Não!
- Então...?
- Não gostei dele.
- Assim como você não gostaria de qualquer outro cara que aparecesse com ela. – Ri, fazendo-o se emburrar, porém, assentir com a cabeça.
- Ela é nova demais pra isso.
- Quê? Ela é mais velha que eu, Matt!
- Você viu o jeito que ela o chama? Ela o chama de amor! Eles já podem estar querendo casar e a gente não sabe! Caralho, e se ele engravidou a minha irmã?!
Não aguentei, soltei uma gargalhada, ao ponto de me largar ao encosto do sofá e ficar rindo ali, jogada, como se tivesse escutado a melhor piada de toda a minha vida. Sinceramente, ainda bem que ninguém estava ouvindo nossa conversa (mas, com certeza, alguém ouviu minha risada).
- Puta que pariu, Matt, você já se ouviu falando?
- Isso não é engraçado, Lucy, nem um pouquinho. – Ele resmungou, mas eu posso jurar que se esforçava para não sorrir.
- Ah, mas é, e muito! – Endireitei-me no sofá, secando o canto dos olhos. – A Amy não é mais uma criança, Matt. Vai chegar uma hora em que ela vai se casar, vai ter filhos e tudo isso aí. Ou vai me dizer que você não quer ser tio?
- Não, eu quero, mas... Ela pode esperar um pouco.
- Ela já passou dos vinte faz tempo, quer que ela faça isso com quanto? Quarenta?
- Por aí.
Soltei uma risada, e dessa vez ele acabou rindo também.
- Eu sei que ela é sua irmãzinha – empurrei-o de leve com o ombro, fazendo-o sorrir – Mas pega leve com ela.
- Tá bom...
Pisquei um olho pra ele, sorrindo.
- E aí, o que conversam de bom? – Jimmy se jogou do meu lado, abrindo uma garrafa de Heineken.
- Nada não... – falei rindo e olhando pro Matt, que deu de ombros. Senti uma mão no meu cabelo e me virei pro Jimmy, que o afagava com a mão livre. Corei ligeiramente. – Ué, o que foi? – Perguntei.
- Ah, nada, o seu cabelo, ele estava bagunçado.
Virei-me pra frente, sem encarar nenhum dos dois, mas pude perceber que Matt nos observava com as sobrancelhas arqueadas. Imediatamente Jimmy tirou a mão do meu cabelo. Ok, agora, aqui estou eu, entre os dois, sem saber direito para qual deles olhar, ou com quem falar, e por isso decidindo encarar as garrafas de cerveja à minha frente, mas sem realmente vê-las. Decidi que era melhor ir embora logo. Mandar uma mensagem à Kacey avisando que já pode ir lá pra casa... Senti um arrepio na espinha só de me lembrar da ideia maluca que tivera. Isso é doideira. Mas, conhecendo bem o Jimmy, e também a profissional há alguns anos, sei que isso vai dar certo. Sorri como uma idiota só de pensar.
Jimmy’s POV
Só vamos fingir que aquilo não aconteceu.
- Hum, Jimmy? – Lucy me chamou depois de muito tempo em silêncio.
- Diga.
- Vamos pra casa? – ela fez a típica cara de “você me entendeu, só não demonstre isso” e eu assenti com a cabeça, me esforçando pra não sorrir.
- Já vamos, ok? – ela assentiu e se levantou, dirigindo-se aos outros. Acho que foi se despedir.
- Então... – virei-me pro Matt quando ele começou hesitante – Como estão indo?
- Ah, estamos, hum, bem. – Dei de ombros.
- Uhum... E...
- E você e a Val? – cortei-o.
- Ah. É, bem. Acho que... A gente voltou. – Ele sorriu um pouco. Arqueei as sobrancelhas.
- Sério?
- Eu sei, eu também não esperava por isso. Mas ela quis voltar sem eu nem ter dito nada disso, então... É, voltou a ser como era antes, eu acho.
- Isso é bom.
- Uhum.
- Sabia que o gnomo tá pensando em casar? – Mudei de assunto, não sei por que, mas aquele estava me incomodando e ao Matthew também, provavelmente.
- É? – Matt deu risada. – Já estava na hora.
- Concordo. Mas sabe o que já estava na hora mesmo? De a tua irmã arranjar um cara.
Matthew mudou de humor absurdamente rápido, o que chegou a me assustar.
- Nem vem.
- Mas o quê... Ah. – Ri. – Às vezes eu esqueço que vocês são irmãos.
- Como assim?
- Vocês são muito diferentes, cara. Ela não é pé no saco que nem você!
Matthew gargalhou daquele jeito escroto dele, e como eu dou risada até de poste, ri junto.
- Então, vamos? – Lucy voltou pra perto da gente, guardando seu celular no bolso.
- Bora. – Levantei e Matt fez o mesmo, despedindo-se da tampinha. – Então, falou, cara, até...
- Amanhã?
Rimos.
- Provavelmente. Até amanhã. – Virei-me para os outros – AE CAMBADA. – Eles olharam pra mim. – Tô vazando daqui com a Cherry. Beleza, amo vocês, mas vou ver todo mundo amanhã ou depois então não vou me dar ao trabalho de abraçar todo mundo. Tchau.
- Valeu pela parte que nos toca. – O balofo resmungou.
- De nada. – Acenei para o povo (que carismático) e peguei na mão da Lucy, arrastando-a dali. Se eu realmente entendi o que ela queria dizer, bom, não tem por que me enrolar pra ir embora mesmo.
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