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História Overdose Of You - My love is overflowing


Escrita por: LucyMiller

Notas do Autor


Olá, meus amores. Como vão vocês?
Enjoy!

Capítulo 109 - My love is overflowing


Fanfic / Fanfiction Overdose Of You - My love is overflowing

Recobrei os sentidos de repente. Porém, não abri os olhos no mesmo instante. Franzi o cenho, tentando me situar. Eu sabia que não estava em casa, mas tinha medo de descobrir onde estava ao abrir os olhos. Mexi-me e senti uma movimentação ao meu lado. Pretendia fingir que não havia acordado, mas desisti disso ao reconhecer a voz que chamava meu nome.

Abri os olhos e me deparei com Matt em pé ao lado da cama na qual eu estava deitada. Ele suspirou aliviado e se sentou numa banqueta também ao lado da cama. Estávamos num quarto de hospital. Olhei em volta, suspirando ao sentir uma agulha no meu braço e ver que injetava um soro ou algum remédio em mim.

 - Lucy...? – Matt chamou-me, cauteloso. Virei-me para ele.

- Oi – respondi de volta, assustando-me ao perceber quão fraca estava a minha voz.

- Como você está? Está sentindo alguma coisa?

- Eu... Não sei, na verdade. Parece que meu corpo inteiro está meio dormente – falei, tentando ignorar o aperto que sentia no peito. – O que foi que aconteceu? – olhei em direção à janela. Estava claro lá fora. Parecia estar de tarde. – Há quanto tempo estou aqui?

- Praticamente 48h – disse, olhando o relógio pendurado na parede. – Você não se lembra do que aconteceu? – perguntou preocupado.

- Não exatamente... Lembro-me do Patrick... E da minha mãe... E dele atirando na própria cabeça... – engoli em seco. Balancei a cabeça, tentando dissipar aquelas lembranças. – E me lembro do Jimmy me tirando de lá... Matt, onde está o Jimmy?

Matt pareceu ignorar minha pergunta. Ele só me analisou por completo, como se tentasse encontrar algo de errado comigo.

- Olha, Lucy, você deu um verdadeiro susto na gente. Você desmaiou e... Quase perdeu o bebê – murmurou, temendo minha reação. Mordi o lábio, tentando seguras as lágrimas para mim. Olhei para o outro lado, evitando olhar para ele.

- Eu não sei onde eu estava com a cabeça. Meu filho ou filha nem nasceu... E eu já sou uma péssima mãe.

- Lucy... – ele disse carinhosamente, pegando minha mão e a acariciando com o polegar. – Não se culpe. Está tudo bem agora... – parecia que ele ia falar mais alguma coisa, mas hesitou e desistiu. Em vez disso, assumiu um semblante sério – Falando sério, Lucy, você precisa começar a se cuidar.

- Me cuidar? Como assim? Eu já parei de beber, não uso mais drogas desde que descobri estar grávida...

- Não estava me referindo a isso – disse calmamente. – Você tem se alimentado direito? Dormido?

Desviei o olhar.

- Você vai ficar doente desse jeito, honey – mordi o lábio. – Tem se estressado demais nessas últimas semanas. Isso só faz mal para você e seu filho.

- É meio difícil não me estressar, sabe – resmunguei, sentindo meus olhos marejarem.

- Sei disso – suspirou – Aconteceu muita coisa. Só estou preocupado.

- Desculpe-me – funguei. – Eu só faço com que vocês se preocupem o tempo todo... Jimmy quase enlouquece às vezes e... Matt – falei de repente – você não me disse onde ele está.

Dessa vez foi ele que desviou os olhos. Prendi a respiração.

- Matt? Por que Jimmy não está aqui?

- Eu não... Não deveria... Merda! – ele escondeu o rosto entre as mãos, bufando. Tentei não me desesperar.

- Se você não me disser o que aconteceu será pior – falei.

- Escuta – disse, levantando o rosto num rompante. – Antes que eu diga, você precisa entender que está tudo bem agora. Não entre em pânico.

Foi em vão. Comecei a chorar antes mesmo de ele falar qualquer coisa.

- Matt, o que...?

- Ele teve... Ontem ele teve uma parada.

- O QUÊ?! – levantei-me muito rápido, sentindo uma pontada na cabeça que me fez voltar a deitar, mesmo não querendo fazê-lo.

Matt se levantou, colocando-se por cima de mim para evitar que eu me levantasse de novo. Ele segurou meus ombros, tentando em vão me acalmar, pois ele mesmo aparentava estar transtornado.

- Fique calma – pediu, sabendo que essas palavras não serviam de nada – Como eu disse, ele está bem agora. Acabei de vê-lo no quarto.

Forcei-me a respirar, sentindo meu peito muito apertado e algo impedindo minha respiração.

- Como aconteceu? – enfim perguntei, após alguns minutos tentando me acalmar.

Matt crispou os lábios. Contou-me sobre como Jimmy havia se desesperado quando eu desmaiei, e Matt o acompanhou até o hospital, temendo que algo acontecesse conosco. Comigo porque eu não respondia a nenhum estímulo, e com Jimmy porque ele parecia fazer um esforço sobre-humano para continuar respirando (e era como eu me sentia no momento). Quando eles chegaram e avisaram que eu era uma gestante e havia desmaiado, levaram-me imediatamente para a área de emergência, enchendo-me de agulhas e medindo tudo quanto era coisa no meu corpo. Isso deixou Jimmy ainda mais preocupado, e Matt estava junto quando ele passou mal e teve uma parada cardíaca bem no meio do corredor pelo qual me levavam desacordada numa maca.

- E agora ele está em observação – concluiu, enfim.

- Quero vê-lo – murmurei, secando meus olhos com as costas das mãos.

- Desculpe, você ainda não pode sair.

- Por favor... – falei baixinho, incapaz de gritar ou mesmo ser rude com ele. – Estou aqui há dois dias!

Matt suspirou e voltou a se sentar.

- Agora são cinco da tarde. O horário de visitas termina daqui uma hora, e você só vai estar liberada às nove. De todo jeito, Jimmy ainda não acordou.

- E quando ele vai poder sair?

- Depende da hora em que acordar.

- Alguém precisa estar perto dele quando ele acordar... E se ele se lembrar de tudo e ficar preocupado comigo? Ele precisa saber que estou bem...

Matt sorriu. Um sorriso triste, mas ainda assim um sorriso, e eu não entendi o motivo disso.

- Posso ir lá de novo daqui a pouco.

- Não! – não me contive. Mordi o lábio outra vez, corando – Fique aqui, por favor.

- Como quiser – disse de um jeito doce, pegando minha mão outra vez. Ao passo em que a minha estava gelada, a dele estava quente, e eu só percebi que sentia frio quando seu carinho passou a me esquentar.

- E a Val, como ela está? – perguntei receosa.

- Está bem, na medida do possível. Está lá na sala de espera com sua mãe.

- Ah.

- Val não se sentiu bem em vir aqui, mas quer estar por perto quando você for receber alta.

- Espero que não seja pelo motivo que estou pensando – murmurei. Matt ficou sem dizer nada por um tempo.

- Sabe... – começou afinal. – Não sei se te agradeço, ou se te dou uma bronca.

Sorri um pouco.

- Foi um ato corajoso? Estúpido? – perguntei, fazendo graça.

- Um pouco dos dois – admitiu. – Mas confesso estar aliviado por poder fazer piada com isso em vez de lamentar por alguma tragédia que poderia ter acontecido.

- Eu não pensei na hora, apesar de que faria da mesma forma se tivesse pensado. Mas Jimmy nunca me perdoaria se Patrick tivesse atirado... Eu teria matado nosso filho – falei, passando as mãos no rosto, tentando evitar que mais lágrimas viessem.

- Você não deve se culpar por nada – disse-me e eu olhei para ele. – A única pessoa que tem culpa por tudo isso é o Patrick. E ele já pagou pelo que fez.

Assenti, não pensando muito naquilo.

- Eu pensei que morreria ao vê-lo apontando aquela arma para Valary – Matt disse, fazendo-me voltar a atenção a ele – Eu não suportaria perdê-la. Mas também não suportaria perder você. Não sei bem como me sinto com relação a isso.

Apertei sua mão que ainda segurava a minha, sorrindo quando ele voltou a me olhar.

- O importante é que nada aconteceu e você não perdeu a gente.

Matt arqueou uma sobrancelha. Aquilo havia soado engraçado, de alguma forma. Ri.

- E nunca irá perder – completei, ainda rindo.

Ele pareceu feliz por me ver rir, e eu fiquei feliz ao ver suas covinhas.

- Por que você não descansa até dar o horário de sair daqui? Daqui a pouco vou ser obrigado a te deixar aqui, mas vou esperar lá embaixo.

- Matt, eu dormi por dois dias.

- Você realmente precisava de um descanso.

Revirei os olhos, mas percebi ainda estar com sono.

- Certo, vou tentar dormir mais um pouco – falei, deitando-me meio de lado na cama, para ficar de frente para o Matt.

Ele sorriu para mim e levou sua mão até o meu cabelo, começando a fazer cafuné em mim. Ficamos apenas nos olhando, até eu me render ao sono e fechar os olhos. A última coisa que senti foi Matt depositando um beijo na minha testa antes de finalmente adormecer.

(...)

Saímos do elevador e Matt passou um braço pelos meus ombros, guiando-me até a sala de espera, onde estavam minha mãe e Valary. Helen veio logo me abraçar, mas não consegui prestar muita atenção ao que ela me dizia. Antes de me sentar, fiquei em frente à Val, esperando pelo que ela provavelmente iria me dizer. Ela, porém, não disse nada, apenas me abraçou também, mas eu sentia naqueles braços um significado totalmente diferente do que eu estava acostumada. Olhei para Matt, que parecia comovido ao ver a cena, porém ele apenas se sentou em uma das cadeiras e passou a encarar o chão.

Demorou pelo menos uma meia hora até uma enfermeira aparecer e avisar que Jimmy havia acordado, mas que, contudo, não poderia receber visitas nem ser liberado. Passava um pouco das dez da noite, e ele receberia alta às oito da manhã, horário em que começavam as visitas aos pacientes naquele hospital.

Assim que ela nos deixou, ouvi Matt sugerindo que Val fosse para casa, porque ela precisava descansar. Depois de insistir um pouco, ela aceitou. Minha mãe, que aparentemente estava de carona, concordou em também ir embora. Os três se levantaram antes de eu dizer, em alto e bom som:

- Eu não vou embora.

Matt se virou para mim, enquanto minha mãe tentava argumentar que não adiantaria de nada eu passar a noite aqui, pois Jimmy só seria liberado na manhã seguinte.

- Não vou deixá-lo – rebati.

- Você não pode ficar aqui sozinha – Matt disse.

- Tanto posso como vou!

- Fique aqui com ela, amor – Val disse, tocando o ombro de Matt para que ele a olhasse. – Não tem problema. Eu levo Helen à casa dela e vou embora. Amanhã venho buscar vocês.

Matt concordou e beijou a esposa, abraçando minha mãe em seguida. Despedi-me delas também e voltei a me sentar. Ele se sentou ao meu lado e nenhum de nós disse nada. Apenas ficamos ali, e quando Matt acabou por cair no sono naquela cadeira desconfortável, aproveitei para ficar sozinha com meus pensamentos.

Quando deram oito horas da manhã do dia seguinte, eu já não me aguentava de ansiedade. Não havia tirado sequer um cochilo, mas não precisava depois de dormir por dois dias. Matt, do meu lado, parecia tão inquieto quanto eu.

Quando eu enfim vi Jimmy vindo do corredor, acompanhado de uma enfermeira que se mantinha ali por precaução, senti que meu coração ia saltar pela boca. Saltei da cadeira e corri até ele. Jimmy não podia correr, mas apressou o passo (recebendo broncas da enfermeira), estendendo os braços e me recebendo quando me joguei neles. Permiti-me desabar outra vez, chorando, equilibrando-me na ponta dos pés para poder apoiar meu queixo no seu ombro.

- Eu pensei... – comecei, soluçando a ponto de não conseguir falar.

- Que ia perder você – completamos juntos, e eu comecei a rir ao mesmo tempo em que chorava. Ria de alívio, de incredulidade e felicidade só por vê-lo e senti-lo. Vivo. Ignorei a enfermeira que continuava ali por perto. Ignorei o fato de Matt estar ali também e tão preocupado quanto eu com o amigo. Ignorei que havia pelo menos uma dúzia de pessoas naquela sala de espera, aguardando para verem seus amigos e familiares...

- Jimmy, me perdoa, por favor. Só de pensar que você quase morreu porque eu cometi uma loucura...

Ele desfez o abraço, apenas para segurar meu rosto em suas mãos e olhar bem para os meus olhos.

- Você só sabe cometer loucuras, Lucy. Se fosse para eu morrer por sua causa isso já teria acontecido há muito tempo – Jimmy disse, soltando uma gargalhada deliciosa e me enchendo de beijos, como se quisesse se certificar de que eu realmente estava ali. – Eu te amo tanto, Cherry.

Os seus olhos estavam marejados e um pouco vermelhos. Eu arriscaria dizer que ele tivesse chorado antes de me ver. Eu raramente o via chorando e, quando isso acontecia, eu sentia que meu coração poderia se desfazer em mil pedaços. Aquilo realmente doía. O fato de às vezes eu não conseguir respirar. Ou quando eu me preocupava com meu noivo, temia pela sua vida. Ou pelo simples fato de amá-lo mais do que eu poderia medir. Meu amor por ele era maior do que poderia caber no meu coração.


Notas Finais


Espero que tenham gostado. Até o próximo!


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