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História Páginas Criminais Galácticas - 3 (Reylo-Policial) - Dois


Escrita por: VanVet

Notas do Autor


Oi, amigos!!!

Olha eu aqui 😉 Obviamente sem nem chegar perto da minha promessa de deixar vários capítulos prontos, mas sentindo que se eu não ir postando e movimentando o pouco texto que tenho dessa continuação, afundarei num hiato daqueles brabos!
A proposta inicial é um capítulo por semana, porque percebi que na temporada anterior muita gente não tinha nem lido um capítulo e eu já atualizada de novo. Acho que assim pode ficar um tempo bom pra todo mundo. Espero kkkk

Sem mais blablabla, bora ler!

Capítulo 2 - Dois


Fanfic / Fanfiction Páginas Criminais Galácticas - 3 (Reylo-Policial) - Dois

Ben sentia-se extremamente entediado com o desfecho do seu dia. Entediado pela burocracia no novo departamento, pela formalidade pomposa chegando a ser risível, pelas reuniões longas e carregadas de termos técnicos, pelo seu uniforme engomado do qual enxergava-se deslocado dentro dele e, enfim, pelas horas avançando devagar, protelando o seu tempo para reencontrar a agente Rey. 

Rey, não a agente, a sua namorada (minha nossa, ele estava namorando!), que aliás estaria em êxtase escutando todo o palavreado decorado de artigos e códigos do Manual Anticrime da Nova República, citado pelo líder do esquadrão. Uma lenga-lenga necessária, mas nem por isso menos massante. 

Contudo, quando aquele senhor cereano, um tenente bem qualificado, terminou seu monólogo houve um pequeno silêncio apurado e foi neste momento que Ben escolheu para um lamurioso suspiro. A equipe sentada ao redor da mesa de reuniões olhou-o torto, mas o próprio tenente abriu um sorriso amigável por de trás da longa barba grisalha. Disse:

― O detetive Solo está certo. É fim de semana, hora de darmos uma pausa na nossa Força-Tarefa e descansarmos. Chega de trabalho hoje ― anunciou enquanto recolhia o datapad e desligava o projetor ligado às suas costas. 

A turma de convocados tratou de se levantar, despedindo-se e partindo em direção à saída. Ben os fitou de soslaio se surpreendendo pela enésima vez sobre como até suas posturas e seus andares no último dia de uma semana agitada de trabalho não vacilava: todos eretos e pomposos. Ben, encurvado na cadeira, enrolou um pouco mais no aguardo da sala esvaziar. Então, saiu do assento e cercou o cereano de nome Atimus reunindo o material sobre a mesa. 

― Desculpe se fui rude agora pouco, tenente Atimus ― argumentou, acanhado. ― Estou sobrecarregado com algumas coisas e desviei um segundo do foco, entretanto, presto atenção em todas as suas recomendações e estou cem por cento com a equipe. 

― Você não precisa me explicar nada disso, Ben. ― Ele o chamou pelo primeiro nome como era costume entre os amigos de sua mãe que o viram crescer nos jardins de Chandrila ― Acredite, compreendo o fardo que carrega nas costas por estar aqui, ainda mais se você é tão metade de seu pai, como dizem. 

O comentário não ofendeu o rapaz, ao contrário, os dois compartilharam uma sequência de risadinhas confirmatórias. 

O que acontecia ali era que o filho da Chanceler com o Contrabandista havia caído novamente naquele círculo vicioso do qual tanta detestava. Estar trabalhando nas engrenagens do governo, no seio dele, sendo reconhecido e apontado de acordo com a sua origem, não a sua competência. Ben amava o anonimato, amava ser um ninguém no meio de um grande planeta, conseguindo olhar as pessoas e ver nelas apenas rostos comuns o fitando de volta. Nada da grande aura estoica sondando seu sangue e fazendo sombra aos olhos desses desconhecidos. 

Quando Leia pediu - implorou, na verdade - para que o filho trabalhasse mais perto da Academia de oficiais numa força-tarefa para descobrir sobre o foragido Tar-Cheaki e o restante do Choripe jamais recuperado, ele sabia o que o aguardava. Todos os dias naquele departamento estavam sendo assim… Seus colegas de trabalho primeiro medindo suas credenciais e depois validando suas competências. E tudo isso ocorrendo da forma mais falsa e cínica possível. Ben odiava esse clima todo e as outras implicâncias eram só adicionais neste motivo maior.

Ao menos o cereano comandando o esquadrão não o julgava por sua origem… bom, em parte.   

― Posso falar honestamente, tenente?

― Acho que você deve. O que há com essa nuvem de preocupação nublando sua tez? Não pode ser só porque não se sente à vontade fazendo parte da equipe. Essa gente gosta de se fazer de rígida, mas são todos de total confiança num momento crucial.

― Não tenho nenhum problema com a equipe em si. Me desculpe se dei essa impressão. 

― Então chega de pedir desculpas formais, agora você parece muito a sua mãe. 

― OK… combinado ― ele sorriu, sem jeito. ― Mas realmente quero ajudar de alguma forma. Ajudar efetivamente, digo. Não tenho bons pressentimentos acerca da investigação e elas precisam ocorrer o mais rápido possível. Era pouco Choripe… e ainda assim ele pode fazer um estrago de milhares de vidas perdidas. 

― Esse assunto tem tirado o sono de muita gente neste governo, a maior delas a Chanceler. Entendo toda a pressão pela qual está passando, meu rapaz. E, por essas e outras, já que entramos no âmago da questão, estive pensando num modo mais efetivo de focar na investigação sem que para isto tenhamos de viver de rastreamento nos planetas da Orla, em busca de um rodiano corrupto. 

Algo no tom de voz do cereano fez com que o humano endireitar as costas à espera de algo importante chegando aos seus ouvidos:

― Talvez seja a hora de voltar a Megalox Beta para extrair algo sólido de verdade de Grakkus, o Hutt. Ele deve conhecer os meandros de se infiltrar no submundo obscuro para encontrar alguém importante… ou uma rota segura para um explosivo de alta detonação. 

― Infiltração? 

― Isso, tornar-se um núcleo dentro de um núcleo… Ben, a melhor forma de desestabilizá-lo, descobrir os seus segredos, desnudá-los e trazê-los à luz da vulnerabilidade é de dentro para fora. E, honestamente, seu lugar não é aqui. Você é mais útil em outro tipo de ação. 

...

Ben queria ter saído do trabalho com a cabeça livre, em sua plenitude, para pensar apenas no encontro que teria com Rey àquela noite. Entretanto, os apontamentos do cereano haviam semeado caraminholas na suas ideias e ele imaginava que tipo de submundo valeria a pena se infiltrar para obter verdades. Uma coisa era certa: seria um tipo capaz de afastá-lo por um bom tempo da garota pelo qual estava gostando. Isto o incomodava. 

Deixou a Academia de Oficiais debaixo de um céu para lá de vanilla e caminhou pela movimentada via de pedestres multiétnicos, a típica Hosnian Prime, em direção ao ponto de veículos aéreos. Em frente a uma placa de letreiro azul informando o horário do próximo transporte, se permitiu matutar sobre outras coisas. O seu pod KORO continuava na oficina à espera de uma peça muito rara para voltar a fazê-lo voar. Ela seria trazida por um entregador importante, dois entregadores, sendo mais preciso. O seu tio wookie reclamão e o seu pai contrabandista, mais reclamão ainda. 

Ele sorriu sutilmente enquanto encarava os transeuntes com ar distante. Sentia saudades do seu velho pai, uma vez que mais de seis meses separavam os dois do último reencontro... Han Solo sempre inventava uma desculpa para não se manter na república. Aquilo chateava a sua mãe, a ele e ao próprio patriarca, um homem que parecia incapaz de manter-se no mesmo lugar, no centro da burocracia, por mais de alguns meses. Ah, a família Solo… eles eram complicados demais. Rey nunca entenderia sua família e Ben continuava achando que não valia o risco e as implicações apresentá-los a jovem policial. 

O transporte aéreo, um prato modular de dois andares, chegou até a plataforma e o detetive mais alguns passageiros embarcaram. Com as mãos dentro dos bolsos da calça, ele se enfiou entre um conjunto de assentos desocupados e voltou logo para suas análises mentais quando o objeto ergueu voo. 

A pergunta que se fazia neste momento era porque haveria de apresentar Rey aos pais? Por que estava apaixonado pela moça de Jakku, sim, tinha consciência disto, não exatamente do tamanho da paixão, mas de que ela já representava muito mais do que qualquer outro relacionamento em sua vida pregressa. Porém, no caminho da paixão e da consolidação de algo havia uma estrada longa e sólida a percorrer, do qual os dois cruzavam sem pressa, cada um focado em seus objetivos pessoais de vida. Ela se tornar uma pessoa renovada num planeta cosmopolita e cheio de oportunidades. Ele ser o melhor naquilo que escolheu fazer para ganhar a vida, mantendo-se ainda como o fiel da balança de sua mãe no perigoso jogo político enredado na capital. 

Ben olhou para o comlink um momento, aguardando um sinal da namorada. O aparelho o encarou sorumbático. Era cedo para ela ligar. E também era cedo para assustá-la contando sobre a sua linhagem famosa. 

Como faltavam muitos minutos para o passeio dos dois, ele achou que valia a pena dar um pulo no seu apartamento - outro local que nunca a levou para não erguer suspeitas sobre sua família -, tomar um banho e trocar de roupa. Estava mais do que doido para trocar aquele uniforme engomadinho e imbecil. 



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