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História Páginas Criminais Galácticas - 3 (Reylo-Policial) - Sete


Escrita por: VanVet

Notas do Autor


Oi, amigos, como vão?

Vamos reiniciar os trabalhos por aqui depois de um tempão? 😁 As atualizações ainda serão um pouquinho tímidas, afinal estou revisando as temporadas anteriores para ter a história novamente fresca na mente. Sugiro que vocês façam o mesmo. Torço para que tenham tido resiliência em continuar por aqui, pois adoro contar essa história, e agradeço pela imensa paciência de quem vai me seguir nesta jornada. Esse ano vai! kkkk

Ótima leitura para todos e até a próxima!

Capítulo 7 - Sete


Leia Organa Solo nasceu, cresceu e adquiriu toda a sua experiência de vida no meio da política selvagem da galáxia onde aprendeu em tentativas e erros, golpes de estado e guerras estelares, os meandros necessários para obter concessões entre ambas as partes de um regime democrático em tempos civilizados. A Nova República era um tempo civilizatório genuíno, o primeiro que ela conheceu e ajudou a conceber, mas que nem por isto era fácil de se manter. 

Quando aceitou ser Senadora Chanceler, depois da morte de sua grande amiga Mon Mothma e com uma votação histórica a seu favor, ela se sentiu honrada pela responsabilidade que depositavam nela. Pegou aquele dever com as duas mãos, arregaçou as mangas por assim dizer, e dedicou-se ao máximo para minimizar o sofrimento que o Império trouxe a tantos seres vivos nos seus tempos de subjugação sem lei. 

Ela leu manuais técnicos até perder a conta, varou noites em conferências com líderes tribais em negociatas para melhores condições de vida a povos remotos, se arriscou algumas vezes entrando em zonas de conflito para encerrar disputas de milícias e diplomaticamente cessar controle de poder em locais violentos e, mesmo assim, nada nunca a preparou para a política selvagem que acontecia no senado. No fim, Leia se sentia como se nunca estivesse preparada para aquilo. 

Enquanto mergulhada em tais devaneios, neste momento, a senadora de Chandrila, tão diferente de Mon Mothma, mas que a Chanceler conhecia de longuíssima data, a desafiava perante aos demais políticos com o velho assunto de sempre: ideais autonomistas.  

― Deve estar ciente e admitir, Chanceler, de que o Choripe nas mãos erradas terá um dano enorme, caso não seja encontrado logo. Fico pensando como seria a força policial e investigativa da galáxia se um único núcleo de comando não fosse responsável por treinar toda uma equipe. Acredito que nós já teríamos encontrado este material. ― Disse a senadora Barona para os demais senadores escutarem. 

E as pessoas escutavam. Barona era uma mulher humana de traços físicos marcantes e eloquência comunicativa. Fisicamente, seus cabelos brancos cor de gelo, cortados bem curtos, e sua pele de ébano recobrindo o belo corpo musculoso em um contraste com as delicadas túnicas coloridas e joias brilhantes, encantavam a todos os olhos. Emocionalmente, era dona de uma argumentação ágil e inteligência afiada. Havia crescido e se desenvolvido servindo a marinha da Nova República, entre aqueles que eram conhecidos por não se expressarem muito bem, não além das espaçonaves e das armas, pelo menos. Barona era diferenciada, política e inteligente desde cedo. 

Ninguém podia ignorar o poder da senadora de Chandrila e muitos diziam que ela seria a substituta natural de Leia quando esta deixasse seu posto. Talvez, no futuro, mas no presente a atual ocupante da maior cadeira senatorial não estava disposta a ser menos do que seu cargo impunha. 

― Por mais de uma vez você já expressou suas opiniões quanto ao Choripe e o como políticas mais autonomistas ajudariam na investigação, minha cara Barona. Acontece que nossa força policial em Hosnian Prime age de modo a procurar ajuda e parceria com pequenas unidades de segurança locais e está engajada em encontrar o rodiano foragido de nome Tar-Cheaki, o mais rápido possível. Posso colocá-la a par de como tudo isto está sendo executado, porque me debruço diariamente nesta preocupante questão e a chamei por mais de uma vez ao meu gabinete para que pudesse conhecer todo o processo. 

― As suas palavras são precisas e sedutoras, afinal são ditas com a segurança de uma líder nata. Respeito sua diplomacia de origem real e sua longa experiência política, mas as pessoas querem estar nesta cúpula para debater mudanças. A Chanceler me permite mostrar como as coisas haveriam de avançar com mais facilidade se cada planeta tivesse uma grande autonomia nas suas fileiras investigativas? 

Leia aprumou-se melhor do seu púlpito móvel central e foi perscrutada por dezenas de olhares dos demais senadores. Uma parte fazia parte do ferrenho time autonomista e estava praticamente salivando por um deslize de Leia para apoiar a sua representante de Chandrila. A outra parte era absolutamente centrista e aguardava com expectativa a desenvoltura da grande mulher para terem seus ideais de galáxia mantidos. Entretanto, a maioria dos homens e mulheres representantes de seus planetas ali presentes, torciam pela disputa das duas políticas, que era garantia de um bom espetáculo para contrastar com a maioria das sessões tediosas que aconteciam por lá. 

― Claro, Barona. Pode trazer suas ideias até nós, lutamos para ser uma democracia justamente para tal. Em contrapartida, continuo lhe convidando ao meu gabinete e, quem sabe, para um passeio pelas instalações de nosso bom pessoal para que conheça tudo que temos a oferecer como galáxia unificada. 

― Aceito o convite, Chanceler. Senadores, senadoras, tenho uma nova proposta elaborada por mim e minha equipe e quero que a ouçam com atenção… ― Informou senadora dominando o discurso daquela tarde na cúpula senatorial. 

… 

Logo após a reunião, quando Leia se fechou no seu escritório no topo da cúpula do suntuoso prédio governamental, alguém bateu à porta. Ela que estava se sentindo exausta e olhava para a janela panorâmica com vista à cidade, permitiu a entrada de C3P-O e mais alguém ao seu encalço. 

― Princesa, eu informei ao senador da sua ordem de querer estar sozinha, mas ele insistiu ― Disse o droide irritadiço. 

Ela observou Lal Mii adentrando com suas esvoaçantes vestes lilás na sala e acenou para C3P-O.

― Relaxe, C3P-O, Lal Mii é amigo e mais do que necessário neste momento. Entre e se acomode, por favor. 

A contragosto o homenzinho dourado e protocolar aceitou as explicações dela e retornou com seus passos engessados ao corredor do outro lado da porta. Leia e Lal Mii ficaram a sós e se fitaram com olhos cansados, como bons amigos de trincheira conscientes do que os aguardava. 

― É a primeira vez que Barona tem tanto espaço numa sessão… Ela realmente fez valer este momento ― comentou a Chanceler numa voz desanimadora. ― Eu fui fraca e ela soube aproveitar a deixa, faz parte do jogo de se criar uma Nova República, mas eu não sei, não tenho um bom pressentimento sobre isso. Palpatine assumiu em um contexto muito semelhante na guerra de argumentos entre os separatistas e os centristas daquela época. 

― Compreendo como poucos entre os nossos pares o seu medo, Leia. Era somente um garotinho quando assisti Shirv Palpatine dominar a tudo e a todos com seus joguinhos entre as duas correntes políticas no senado da Velha República. Naquele tempo ninguém desconfiava das intenções daquele homem. 

― Pois é este medo que me cerca desde que ajudei a fundar a Nova República… que um outro tirano possa estar infiltrado entre nós. Somos praticamente recém nascidos com nossa carta magna e nosso poderio de contenção. Imagino o golpe à espreita a cada rompante apaixonado como o de Barona hoje. ― Ela admitiu abrindo o coração ao pantorano.

― Todos aqui a admiram e esperam de você as atitudes certas nos momentos precisos. Até mesmo os que aplaudiam a senadora autonomista mais cedo estavam lutando com você, ou os pais deles estavam, e respeitam a sua força. O antigo Chanceler Valorum* foi fraco e tomou decisões atropeladas, o que facilitou a ascensão do Imperador Palpatine naqueles tempos. Hoje estamos mais desconfiados com palavras apaixonadas e, portanto, mais precavidos. 

“Mas sim, o episódio do Choripe mexeu com as estruturas de alguns dos nossos amigos políticos, além da opinião pública… e acho que devemos mostrar à todos o quão engajada está nisto e não apenas para Barona num passeio privativo, que vai trazer mais informações a ela e beneficiá-la contra nós.”

Leia inclinou-se na sua poltrona e analisou as intenções do amigo no jogo de palavras. Imaginou o que viria a seguir, outra coisa que ela queria evitar ao máximo, contudo se dispôs a escutá-lo de qualquer forma. 

― Você deve divulgar que seu filho participou ativamente das investigações em Jakku. Contar sobre o esquema de chefões do crime no antigo castelo de Darth Vader e como Ben parou aquilo. Também deve deixar claro na mídia que a carga de Choripe extraviada só foi quase toda apreendida devido aos esforços direto de alguém sangue do seu sangue. Você deve mostrar, Leia, que não dorme em cama de ouro enquanto as más intenções espreitam a galáxia. Muito pelo contrário, coloca pessoas da sua família, os arrisca, em nome de todos. 

― Lal Mii, amigo, conheceu meu filho, não? 

― Sim, conheci. Sei que ele tem traços marcantes seu e de Han Solo, como não haveria de ser diferente. 

― Então está ciente de que, mesmo se eu achasse isto viável, e eu não acho, convencer Ben seria impossível. Ele sempre quis se desprender da visão heroica que colocam na minha família e tem pavor que descubram que trabalha para o governo. Acho que Ben não teria mais uma noite tranquila de sono se todos ao seu redor achassem que seus méritos para entrar na academia policial não veio dos seus esforços, mas sim da influência de seus pais. 

― Me perdoe a franqueza a seguir, Chanceler, mas passou da hora do seu filho ser grato a você por lutar para que ele nascesse numa galáxia livre e ajudá-la nisso. 


Notas Finais


*Chanceler Finis Valorum do episódio I. Último Chanceler de Coruscant antes da ascensão de Palpatine.


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