A vida me ensinou como dói. A se dói. E dói muito. Eu estou na sala só, sentindo a dor cessada por uns instantes no escuro, minha esposa, Carla, em seu quarto silenciosa, mal escuto seus choros danosos.
Enquanto eu despojado sobre o sofá olho perdido a TV, passando os canais me perco nas notícias, escuto atento ao noticiário de pais negligentes e desumanos, jogaram a criança para o mundo, a abandonaram em um lugar qualquer.
-Maldito seja o homem, tudo que toca, certamente morre ou estraga!
Naquela mesma mensagem, da televisão para mim eu pude recordar.O primeiro toque mágico de minha criança, Carla estava no hospital com 9 centímetros de dilatação, seus olhos estavam vermelhos e seu corpo preparado para trazer ao mundo a essência de nossas características, estava a olhando, almenjando as dores das contrações, tão bela como o céu azulado.
Parado aguardando, ansioso quando exatamente às 01:00 da madrugada meu filho veio ao mundo, minhas lágrimas acompanharam aquele choro doce, aquele pedaço de nós, tão pequeno e frágil.
Um pai de primeira viagem, tão alegre ao ver seu projeto mais puro já criado por essa Terra.E minha bela, amada e amável, quando o amamentava poderia ver por horas e horas, essa imagem singela alcançava todo o íntimo da bondade que em mim habitava, meu filho, meu pedaçinho de ser. Ao vê -lo dormir queria admirar por horas como um bobo, suas mãozinhas e pezinhos, todos desenhados e delicados, aos céus tanta ternura e pureza.
Muitos usuários deixam de postar por falta de comentários, estimule o trabalho deles, deixando um comentário.
Para comentar e incentivar o autor, Cadastre-se ou Acesse sua Conta.