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História Pais por Acaso - Dezessete.


Escrita por: yoongizzz

Notas do Autor


Boa leitura ❤

Capítulo 17 - Dezessete.


 

Quando os meninos chegaram em casa, fiz questão de abraçar forte cada um deles, com direito a uma rodadinha no ar e muitos beijinhos. Em especial, o Changkyun, que eu pedi para conversar. Levei-o até a cozinha e o sentei em cima do balcão para que ficasse da minha altura. 

— Então... — Comecei entregando-lhe o biscoito que busquei no armário. — Um passarinho roxo me contou que você acha que eu não gosto de você. 

— E ele disse a verdade. — Ele abaixou a cabeça. 

— Ele é um mentiroso! — Exclamei fazendo um biquinho. — Acha mesmo que eu não gosto de você, Changkyun? 

Ele desviou o olhar, mordendo o biscoito em mãos. Sorri bobo e me sentei em cima da pia, tentando chamar a atenção dele. 

— Você acha? — Perguntei novamente. 

— Sim... — Ele disse abafado pelo biscoito. 

— Isso é ciúme? — Perguntei. 

— O que é ciúme? — Ele perguntou. 

— É quando você tem medo de perder alguém ou algo, é quando você ama muito e não quer que vá embora. — Respondi. — Em outras palavras, é quando você sente uma pequena inveja de alguém ou algo. 

— Hm... — Ele deu de ombros, pedindo mais um biscoito. 

— Você sente ciúmes do jeito que trato seus irmãos? — Perguntei. 

— Acho que sim. — Ele respondeu. 

— O que você sente quando eu brinco com seus irmãos? 

— Você não brinca comigo, e aí eu fico bravo. — Ele fez um bico. 

— E aí você faz birra, você faz drama pra chamar minha atenção. 

Bingo! Ele ficou quieto, achei o motivo de tudo isso. Afaguei seus cabelos e deixei um carinho singelo em sua bochecha, quase a apertando. 

— Eu sempre estou aqui, Changkyun, mesmo que você grite comigo e não queira ser meu amigo ma... 

— Eu quero ser seu amigo! — Ele sorriu me interrompendo. — Quer dizer... 

— Você quer? — perguntei rindo. 

— Eu quero ser seu filho, Minhyuk-appa. 

E foi aqui mesmo que eu desmaiei. 

 

E não, não é brincadeira, eu desmaiei. Acordei no sofá com Hyunwoo me olhando assustado e um Hyungwon chorando feito um bebê. Gente do céu, por que eu desmaiei? 

— Ele acordou! — Hyunwoo gritou feliz. 

— MINUKI, SEU FEIO, EU FIQUEI COM MEDO DE TE PERDER! — Hyungwon pulou em minha barriga, me abraçando. 

— Santo céu, que que você anda comendo? — Perguntei tentando recuperar o ar. 

— Você tá bem? Se machucou? — Kihyun perguntou. 

— Estou... — respondi confuso. — Eu só me lembro de... 

E ai tudo veio à tona novamente. Changkyun, nossa conversa, ele me chamando de appa, e isso trouxe minha vontade de chorar de volta. Abracei Hyungwon em meu colo e tentei me levantar, mas fui impedido por Son Hyunwoo. 

— Fique deitado, você desmaiou do nada. — Ele disse preocupado. 

— Eu estou bem. — Sorri. — Só... Foi um choque. 

Olhei em volta e só encontrei quatro crianças. Faltava a criança que eu mais queria ver ali. Changkyun. 

— Cadê o Changkyun? — perguntei. 

— Ele tá no quarto. — Jooheon respondeu. — Ele se assustou com você desmaiando. 

— Sério? — Me senti mal. — Poxa, vocês podem chama-lo pra mim? Eu preciso terminar nossa conversa. 

Jooheon concordou, subindo escada acima junto com Hoseok. Kihyun segurava um copo de água, que eu aceitei de bom grado. Logo ouvimos a correria no segundo andar e então três crianças desciam as escadas rapidamente. Meu coração gelou só de pensar que alguma delas podia cair ali e quebrar um osso. 

— Bom, quem quer brincar de avião? — Hyunwoo perguntou. 

— EU QUERO! — Jooheon gritou, logo sendo colocado nas costas de Hyunwoo, que subiu escada acima. 

— Hoseok-oppa! — Hyungwon estendeu os braços e eu o ajudei a subir nas costas do Hoseok. 

E agora, voltávamos a sermos só nós, somente eu e Changkyun. 

— Sente aqui. — Chamei-o batendo ao meu lado no sofá. 

— Você tá bem? — Ele perguntou. 

— Estou sim, só foi... Um choque. — Sorri sem graça. 

— Desculpa por ter dito aquilo... — Ele abaixou a cabeça. 

— Ei... — Sorri. — Eu fiquei muito feliz de ter ouvido aquilo. 

— De verdade? 

— Eu juro de dedinho que era o meu maior sonho. — Me aproximei dele. — E fica em segredo, vocês um dia serão meus filhos. 

— Sério? — Ele sorriu. — E ai seremos uma família! E iremos ao parque? E também faremos piquenique? 

— Sim! Sim, sim, sim! — Respondi animado. 

— Posso te abraçar? — Ele perguntou com as bochechinhas indo para um tom rosado. 

Assenti com a cabeça e abri os braços, sentindo-o pular em meu colo e passar os braços por meu pescoço. Senti meu coração acelerar e uma vontade imensa de chorar, não de tristeza, mas de felicidade. Eu finalmente tinha entendido Changkyun e toda a sua birra, e estava disposto a fazê-lo ser a criança mais feliz do mundo. 

 

Naquela noite, todo mundo dormiu sem reclamar. Não houve briga, não houve resmungo. Houve apenas abraços, beijos carinhosos nas bochechas cheinhas de cada um e uma oração para Deus trazer Bolinha de volta são e salvo. 

Vovó Lee acabou dormindo o dia todo, e agora estava assistindo televisão em seu quarto. Eu e Hyunwoo resolvemos ir dormir, havia sido um dia cheio, e eu acabei por não ir à faculdade por conta do desmaio repentino. 

Eu juro que deitei a cabeça no travesseiro e apaguei. Dormi sem levar mais do que um minuto para estar entregue ao mundo dos sonhos. Ou melhor, dos pesadelos. Novamente, eu sonhava com um mundo escuro, quebrado, destruído, onde eu caminhava por uma ponte que se destruía a cada passo que eu dava. O céu ruía, e eu não via salvação. Eu caia por ter pisado em falso, o chão se foi, eu me fui. 

Acordei pela manhã, sentindo a sensação ruim novamente. Eu odeio acordar assim, faz meu senso de humor acompanhar Judas aonde quer que ele tenha perdido as malditas botas. Desculpa galera, eu não sei lidar com meu mau—humor. 

Levantei-me vendo que Hyunwoo não estava no quarto. Desci as escadas tentando arrumar meus cabelos e quase desmaiei de novo ali mesmo. A maldita está aqui. Como vocês chamam, a cretina, a vagabunda, a bruxa, a desgraça em pessoa, a idiota, a louca, a que todo mundo quer matar. Ela mesma, a avó dos meninos. 

— O que está acontecendo aqui? — Olhei em volta, vendo as crianças assustadas atrás de Hyunwoo. 

— Bom dia, Minhyuk! — Ela sorriu falso. — Como vão? 

— O que você quer? 

— Ela veio buscar os meninos... — Hyunwoo virou o rosto para mim, e pela primeira vez na minha vida eu o vi chorar. 

Coração partido com sucesso. 

— Como assim? — Perguntei pegando Hyungwon no colo, já que o mesmo abraçava minhas pernas. 

— Isso mesmo. — Ela se aproximou e estendeu os papéis para mim. — Tenho total direito, não é mesmo senhor? 

— Sim, senhora. — O homem de terno ao lado dela se pronunciou. — Enquanto o processo estiver em andamento, às crianças podem ficar sob a custódia dela. 

— O que? — Li os papéis rapidamente. — Está abrindo um processo judicial contra nós? 

— Eu disse que faria e o fiz. — Ela fez cara de deboche. — E vamos, arrumem logo as malas deles. 

— Minuki, eu não quero ir. 

— Você não vai Hyungwon, você não é meu neto. — Ela ditou. 

Me segura ou eu vou socar a cara dessa vagabunda! Girei-me nos calcanhares e fui até Hyunwoo, limpando suas lágrimas. Sorri tentando lhe passar um pouco de calma e ele sorriu de volta. 

— Vamos. — Chamei todos e então subimos as escadas. 

Procurei a mochila de cada um dos meninos e arrumei uma a uma, enquanto Hyunwoo os ajudava a trocarem de roupa. Hyungwon não estava entendendo nada, e também fazia sua mala, achando que nós íamos viajar. Logo, eu vi que Hoseok chorava, e o mesmo veio até mim, me abraçando. 

— Eu não quero ir, Minhyuk, por favor, faz a gente ficar aqui. 

— Mas nós vamos viajar Hoseok-oppa! — Hyungwon sorria. 

E isso só vez Hoseok chorar mais. Ele era o único que estava chorando, era uma das poucas vezes que eu o via chorar de tristeza, verdadeiramente. Voltei a arrumar as malas e procurei colocar tudo o que cada um mais gostava de usar. Changkyun pediu para eu colocar o vestido da Elsa, mas fiquei com medo da avó deles rasgar, e eu não queria isso. 

— Minhyuk... — Changkyun me observava fazer sua mala. — Posso pedir uma coisa? 

— Claro. — Ele estava envergonhado. 

— Eu queria uma saia. — Ele abaixou a cabeça. 

— Uma saia? — Perguntei. — Tem certeza? 

— Eu vi uma menina usando, ela era rosa... — Ele pareceu procurar outro algo para focar o olhar em outro lugar que não fossem os meus olhos. — E eu queria uma. 

— Entendi. — Sorri para ele. — Vou comprar uma, ok?  

Ele sorriu confiante e colocou a mochila nas costas. Descemos como se estivéssemos de luto e então chegamos à sala. Abaixei-me e abracei os quatro de uma só vez. Puxei um celular do bolso, o mesmo que havia encontrado em uma faxina no porão da casa e o entreguei a Hoseok. 

— Me ligue quando quiser. — Olhei nos olhos de cada um. — Ok? Qualquer coisa que acontecer podem me ligar... 

— Não vão ligar, não. — Ela sorriu. — Eles vão amar minha casa. 

Abracei cada um dos meninos e Hyunwoo também. Deixaram um abraço em Hyungwon, menos Hoseok, ele não queria ir. 

— Eu não quero deixar o Hyungwon. — Ele disse decidido. 

— Que pena, terá que deixar. — Ela sorriu. — Vamos, Hoseok, não me obrigue a pedir para o segurança lhe levar a força. 

Abaixei-me e puxei Hyungwon até Hoseok. 

— Faça o que ela manda, qualquer coisa será usada contra nós. — Pedi. 

— Cuida bem do Hyungwon. — Ele me abraçou forte. — Eu volto. — Disse para Hyungwon assim que o abraçou. 

— Você sempre volta! Eu te amo, Hoseok-oppa! — Hyungwon respondeu. 

— Eu também te amo, baixinho. 

E assim, ele saiu pela porta. Quando a mesma se fechou, eu não sabia o que fazer. Eu não sabia como continuar. Corri até a janela como se fosse um cachorrinho esperando pelo dono, e assim vi o carro saindo do jardim. E então, eu chorei. 

Chorei porque fora como no meu sonho. Meu mundo estava escuro, destruído. Não há mais motivos para viver, para continuar. A ponte pela qual eu caminhava ruiu, desabou, e eu fui junto, deixando meus quatro anjinhos sozinhos.  

Abracei Hyunwoo e senti Hyungwon acariciar minhas costas. Virei-me para ele com um sorriso mínimo no rosto, e o mesmo sorriu mostrando os dentinhos. Eu só queria mesmo que eles estivessem indo viajar, como Hyungwon acha. O silêncio era como se fosse um luto, como se os meninos nunca mais fossem voltar. Logo, a figura de minha mãe apareceu na sala se espreguiçando. 

— Acho que dormi demais. — Ela disse com voz de sono. — Bom dia. 

— Não é um bom dia. — Respondi. 

— Bom dia, vovó! — Hyungwon correu até ela para abraça-la. 

— O que aconteceu? — Ela perguntou. 

— A avó dos meninos entrou com o processo na justiça... — Suspirei fundo. — E veio buscar os meninos. 

— Você tá brincando comigo. — Ela me olhou feio. — Minhyuk, você me segura eu vou dar na cara dessa vagabunda! 

— Não tem o que fazer. — Hyunwoo disse triste. 

— É questão de esperar, mesmo que esteja o coração esteja doendo sem parar... — Eu suspirei. 

 

.


Notas Finais


Vai ter Changkyun de saia sim.

GENTE, 400 FAVORITOS, VOCÊS SABEM COMO EU TO FELIZ??? CARAAAAAAAAAAAAAAAAA EU AMO VOCÊS DEMAIS CARAMBAAAAA!!! EU AMO VOCÊS, DE VERDADE MESMO! OBRIGADA POR TODO O APOIO NESSA FANFIC, VOCÊS SÃO OS MELHORES!! ❤❤❤

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