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História Paixão e Poder - Universos opostos (Camren - G!P) - Será do seu jeito


Escrita por: ItsTalitaEstrab

Capítulo 96 - Será do seu jeito


Fanfic / Fanfiction Paixão e Poder - Universos opostos (Camren - G!P) - Será do seu jeito

Pov. Lauren

Camila me encarava pálida, e suas mãos além de trêmulas estavam frias.

- Amor, fala alguma coisa... Camz.

- E-eu... Eu tô grávida? _ Ela pergunta quase inaudível por conta do nervosismo, assinto acariciando seu rosto vendo seus olhos se encherem de lágrimas.

- Vem, senta aqui. _ À levo de volta pra cama e faço com que ela se sente, fazendo o mesmo em seguida. - Amor, eu entendo essa reação porque fiquei exatamente igual quando o doutor me disse que você e o bebê estavam bem. Eu pensei: "Que bebê?" Também fui pega de surpresa e por um momento pensei que talvez você já soubesse e quisesse me fazer uma surpresa, era uma possibilidade, mas o jeito que reagiu agora foi o bastante pra que eu tivesse a certeza de que você não fazia idéia de que está grávida.

- Lauren, eu não posso estar grávida, eu... eu me cuido e... _ Ela parou de falar e ficou me olhando assustada, ainda mais do que já estava.

- O que foi?

- De quanto tempo eu estou?

- Segundo o médico, aproximadamente duas semanas de gestação. Ao que tudo indica pode ter acontecido naquela madrugada que você foi no meu apartamento quando nós terminamos, mas eu pensei que você estava se cuidando.

- Eu parei de tomar o anticoncepcional, não sei eu acabei me esquecendo e só depois quando voltamos eu comecei outra vez.

- Se você tivesse me dito eu teria usado camisinha.

- Eu sei mas já disse que me esqueci... Me desculpa. Não foi de propósito. _ Diz gesticulando nervosamente e depois leva as mãos até a cabeça fechando os olhos com força como se esperasse uma reação negativa vinda de mim, que eu fosse brigar com ela.

- Amor, não fala bobagens, eu não estou te culpando de nada. _ Falo tomando seu rosto entre minhas mãos fazendo com que ela me encarasse. - Não estou te culpando... Eu quis dizer que também não planejei isso, sei que você não queria um filho agora, conversamos sobre isso, se eu soubesse que você tinha parado com os comprimidos eu teria me cuidado. Mas agora já aconteceu, não podemos ignorar.

- Um bebê, Lauren... O que nós vamos fazer?

- Vamos dar um jeito, tá bem? Sei que está assustada e eu também estou, essa experiência é tão nova pra você quanto pra mim. Mas nós vamos viver isso juntas, como deve ser. _ Levei minhas mãos até sua barriga e sorri antes de olhar em seus olhos. - Tem um serzinho crescendo dentro de você Camz, um pedacinho de nós duas, do nosso amor... Eu não faço idéia de como vai ser daqui pra frente mas tenho certeza de que eu já amo esse bebê com todas as minhas forças e eu vou fazer tudo o que estiver ao meu alcance pra que ele seja feliz. Nós faremos. _ Completo sentindo as lágrimas descendo pelo meu rosto e Camila me abraça fortemente começando a chorar com a cabeça afundada na curva do meu pescoço.

Eu entendia que ela estava com medo, afinal essa é uma responsabilidade enorme para qualquer mulher, ainda mais para uma garota de 18 anos que está apenas iniciando a vida.

A notícia à deixou fragilizada e eu não estava muito diferente, mas sentia que deveria ser forte e passar confiança pra ela, sei que não será fácil, mas eu estarei ao lado dela dando apoio em tudo o que precisar.

Ficamos abraçadas por bons minutos e conforme o tempo passava eu ia à sentindo ficar mais tranquila, continuei fazendo carinho em suas costas até que ela levantou a cabeça para me encarar.

- Eu estou com medo... Não sei como minha mãe vai reagir. E a sua mãe e seu pai? Ele vai dizer que eu me aproveitei e que engravidei de propósito pra...

- A sua mãe provavelmente vai dizer que fomos irresponsáveis e que você é nova demais pra ter um bebê... _ Falo com um leve sorriso não deixando que ela continuasse, não queria de forma alguma que ela ficasse preocupada, muito menos por causa da opinião desprezível do meu pai. - Mas depois tenho certeza que irá aceitar e ficará do nosso lado. Minha mãe já sabe porque eu fiquei tão desesperada que precisava falar com alguém e ela simplesmente adorou a idéia de ser avó, você sabe, outro dia comentei com você que ela estava me cobrando um neto, lembra? _ Ela assentiu com um sorrisinho suave. - E quanto ao Michael, ninguém se importa com o que ele vai pensar ou não.

- Promete que vai ficar do meu lado? _ Ela pergunta acariciando minhas mãos que ainda estavam em seu rosto. Seguro suas mãos e as beijo carinhosamente em seguida antes de deixá-las sobre o colo dela.

- Sempre, princesa. Eu juro... _ Respondo segura, unindo nossos lábios em um selinho demorado.

- Vamos voltar pra Miami?

- Infelizmente teremos que voltar, mas não é por conta da gravidez. A essa altura eu já devo ter sido nomeada para a diretoria do hospital e devo assumir imediatamente.

- Mas eu pensei que levaria mais tempo.

- E levaria, amor. Mas minha mãe descobriu que o Michael estava desviando muito dinheiro da conta do hospital e além disso usava o poder que tinha lá dentro para fins ilegais e se ela o deixasse no controle por mais tempo a situação só pioraria. Minha mãe também não tinha como afastá-lo do cargo sem uma explicação plausível, ele desconfiaria. Me desculpa por ter que encerrar nossas férias antes do previsto mais uma vez.

- Não se preocupa, eu entendo. E também confesso que estou com saudades do calor de Miami.

- Só do calor de Miami? _ Pergunto desconfiada e ela sorri.

- Eu só estou um pouco ansiosa pra saber como minha mãe vai reagir. _ Confessa e eu assinto.

- E você quer que eu esteja com você quando contar pra ela? _ Pergunto e apenas pela forma que ela me olhou já sabia sua resposta.

- Ela ainda é um pouco cismada com você, amor... Não sei, acho que será melhor falar com ela sozinha.

- Eu imaginei. _ Sorrio fraco, eu sei que a Sinuh ainda não esqueceu o que eu fiz no passado e que por isso já não gosta de mim como no início, ou talvez não goste nada. Porém esse é um direito dela e eu não tenho como fazer nada a respeito. Mas por conta do conceito que ela tem sobre mim nesse momento, acho que não seria apropriado que eu estivesse presente.

- Não fica chateada, Lo. _ Camila solta sua mão direita do nosso contato para poder acariciar meu rosto.

- Não estou, é compreensível. _ Falo com sinceridade. - Ela ainda tem um certo receio de mim e já deixou claro que se dependesse da vontade dela nós não estaríamos juntas. Saber de repente que eu te engravidei pode ser difícil pra ela. Mas se precisar de mim é só me ligar eu corro pra lá, okay? Pra proteger vocês. _ Ela estava com uma carinha de preocupada e mesmo assim sorriu balançando a cabeça em concordância. - Enquanto você fala com a sua mãe eu vou aproveitar pra ver a minha e conversar com ela sobre a nova gestão do hospital. Depois eu te busco pra você ir pessoalmente falar com ela porque eu tenho certeza que daqui pra frente você será extremamente mimada pela dona Clara. Bom, não só por ela... _ Sorrio a beijando com vários selinhos e depois desço os beijos por seu rosto e pescoço.

- Isso é tão surreal, eu nem imaginava que tinha uma pessoinha dentro de mim, e se não fosse essa reação alérgica estaria seguindo com a minha vida como... _ Ela parou de falar de repente como se tivesse se lembrado de algo que não deveria ter feito. Levantei a cabeça para encará-la.

- Como...?

- Eu passei esse tempo todo tomando o anticoncepcional mesmo estando grávida. E se prejudicou o bebê?

- Fica tranquila, amor. Não prejudicou, não sou especialista nessa área mas no hospital falei com uma médica que entende do assunto. Como você está com poucas semanas então não causou nenhum dano pro bebê, mas obviamente você precisa interromper o uso.

- É claro.

- Vamos pra Miami e lá você começa a ser acompanhada por uma obstetra. Tem a doutora Kate, ela cuidou da Lucy durante a gestação.

- Podemos resolver isso depois... Tudo o que eu preciso agora é do seu abraço e do seu carinho. _ Diz manhosa me fazendo rir.

Fui até a cama e me deitei ao lado dela, nos cobrindo com o edredom.

Abracei o seu corpo e beijei sua testa enquanto ela se aconchegava em meu corpo. Senti um beijo em meu pescoço antes dela deitar a cabeça em meu peito.

Ficamos pouco tempo em silêncio até que ela voltou a falar.

- Normalmente seria eu quem deveria te dar a notícia da gravidez. _ Diz pensativa e percebo que ela está acariciando sua barriga, como se estivesse tentando se adaptar a idéia de que havia um bebê ali dentro.

- Tem razão...

- Eu juro que não fazia idéia, não senti nada, nem enjôo eu tive.

- Tem mulheres que demoram mais pra aparecerem os enjôos ou algum outro sintoma, já outras nem sentem nada durante toda a gestação.

- Espero fazer parte desse grupo. _ Ela murmurou antes de tirar a mão da barriga para me abraçar, eu sorrio balançando a cabeça em negação e beijo o topo de sua cabeça suspirando fundo sentindo o cheiro de frutas vermelhas vindo de seus cabelos.

Comecei a acariciá-los com minha mão esquerda enquanto que com a outra passava pela extensão de seu braço que agora estava sobre mim, me abraçando pela cintura.

Por mais que ela alegasse não estar com sono, bastaram alguns minutos em silêncio pra que eu ouvisse sua respiração pesar denunciando que ela havia dormido.

À apertei mais em meus braços e me mantive quieta apenas aproveitando a sensação de estar abraçando o mundo.

Porque Camila é o meu mundo, é a minha pessoa preferida, é o que tenho de mais importante na minha vida e agora ela terá que dividir esse posto com o nosso filho, ou filha, não importa.

A questão é que eles são tudo pra mim, são a minha base, e eu nunca em toda a minha vida me senti tão segura de algo como me sinto nesse momento.

Camila é a minha metade, é a mulher com quem eu quero dividir a minha vida.

E não é porque ela está esperando um filho meu, é porque ela conseguiu de mim algo que nenhuma outra mulher conseguiu.

Com ela eu descobri como é estar apaixonada por alguém, e principalmente como é amar.

Ela entrou no meu coração sem nenhum esforço, me encantou e eu me apaixonei no instante que olhei nos seus olhos castanhos, mas não me dei conta.

E depois quando a conheci mais a fundo foi inevitável não amá-la...

Sua simplicidade, seu caráter, seu sorriso lindo que é capaz de me encher de alegria, o fato de que ela foi capaz de permanecer ao meu lado mesmo depois de conhecer os meus defeitos, mesmo depois de descobrir meus erros ela decidiu me dar a oportunidade de mudar, de fazer diferente, ela confiou em mim e no meu amor.

E eu, eu também confio no amor que ela sente por mim, e farei o possível para merecer esse amor a cada dia da minha vida. Por ela tudo vale a pena...

(...)

DIA SEGUINTE ...

MIAMI,FL

Pov. Camila

Lauren me deixou em casa e seguiu para a casa de sua mãe, disse que iria almoçar com a mesma e depois voltaria aqui para conversar com minha mãe. Até lá espero que ela já esteja mais calma caso se altere quando souber da minha gravidez.

Eu usei a desculpa de que queria tomar um banho antes de almoçar e vim para o meu quarto, a verdade é que eu queria ganhar tempo, precisava tomar coragem pra falar com ela. Pensei que já estivesse pronta mas quando eu à vi todo esse pensamento desapareceu.

Tomei banho e agora estou no meu quarto, de frente para um espelho, usava apenas um conjunto de lingerie preto e passava as mãos sobre minha barriga procurando qualquer mínimo volume, algum sinal estético que pudesse provar que havia uma vida crescendo dentro de mim, mas não encontrei nada. Ainda.

Confesso que ainda não me acostumei com essa realidade e sinto medo, eu nem sei o que vai ser da minha vida, não tenho um trabalho, não tenho uma carreira profissional, eu sou apenas... uma garota que acabou de sair da adolescência, e agora carrego comigo a responsabilidade de gerar uma nova vida, de cuidar e prezar por ela.

Sinto medo de falhar... de não ser capaz de lidar com isso.

Mas eu irei tentar, disso tenho certeza, vou dar o melhor de mim para esse bebê porque a possibilidade de não tê-lo não existe.

Mesmo sem ter sido planejado se trata do meu filho, um ser indefeso e que me une para sempre a Lauren.

Esse bebê é fruto do nosso amor e eu já o amo com toda a minha vida e tudo o que sinto é uma vontade e necessidade imensa de protegê-lo de tudo e de todos.

Um sorriso verdadeiro e involuntário nasceu em meus lábios e eu me senti cheia de coragem e determinada para falar com minha mãe, vou fazer o que precisa ser feito. E eu sei que meu filho me dará toda a força que preciso para seguir em frente...

Já estava indo me vestir quando a porta do meu quarto é aberta repentinamente me fazendo levar um pequeno susto.

- Mi hija, você está demorando demais, a mesa já está posta. _ Minha mãe fala da porta e eu assinto.

- Só vou me vestir.

- Tudo bem, então se apressa. Vamos almoçar e assim você me conta as novidades.

- Mãe, espera. _ Falo quando percebo que ela sairia. - Antes eu queria falar uma coisa com a senhora. É porque não quero que a Sofi nos escute, depois eu falo com ela.

- Você está me deixando preocupada, Camila. _ Vem até mim. - O que aconteceu que sua irmã não pode saber?

- Não é que ela não pode saber, a Sofia é só uma criança, mas não sei como a senhora vai reagir, e se for de forma negativa não quero que faça isso perto dela. _ Pego o roupão branco sobre a minha cama e o visto, por mais que eu me sentisse pronta para falar não consegui evitar me sentir nervosa.

- Então me fala, ela está entretida na televisão e assim podemos falar. Pela sua carinha aconteceu alguma coisa muito séria pra você achar que posso não gostar.

- Aconteceu... Eu vou ser direta porque não consigo extender mais isso.

- Tá bem. _ Diz e eu me sento em minha cama puxando minha mãe para fazer o mesmo, ela me olhava preocupada e angustiada ao mesmo tempo.

- Então, aí vai... _ Respiro fundo tomando coragem. - Mama, eu estou grávida.

Ela ficou alguns segundos sem reação mas depois sua expressão se tornou séria.

- Que brincadeira é essa, Camila?

- Não é brincadeira, mãe. Eu estou mesmo esperando um bebê. _ Ela soltou minha mão e se levantou abruptamente.

- Mas isso é... Camila! Você perdeu o juízo?

- Mãe, não foi planejado, só aconteceu.

- Só aconteceu? _ Ela me olha inconformada. - Não teria acontecido se você e a Lauren não tivessem sido irresponsáveis. Afinal, porque ela não está aqui agora?

- Porque eu preferi falar com a senhora sozinha, eu esperava que não iria entender por isso pedi pra que ela não estivesse junto.

- E como você espera que eu entenda, Camila? Você só tem 18 anos, nem terminou o ensino médio. Como você vai fazer isso agora? A Lauren sabia disso e ainda assim foi irresponsável...

- Ela não teve culpa, mãe! A Lauren pensava que eu estava tomando o anticoncepcional. _ Me levanto ficando de frente pra ela.

- E você não estava?

- Não no período que engravidei. Quando nós terminamos eu parei de tomar, vieram outras preocupações na minha cabeça e simplesmente me esqueci. Só depois voltei a tomar mas não adiantou porque eu já estava grávida mas não sabia. _ Minha mãe se sentou na minha cama e ficou olhando pra mim com cara de decepção, mas eu sentia que não era diretamente comigo e sim com a situação.

Me sento ao lado dela e seguro sua mão.

- Desculpa, mãe... Nós não planejamos nada disso mas aconteceu. Eu entendo que a senhora fique brava comigo mas eu vou ter esse bebê. _ Digo e vejo minha mãe me olhar como se eu tivesse blasfemado.

- É claro que você vai ter, isso não tem nem que ser discutido! _ Impõe rude. - É um ser inocente que não tem culpa nenhuma pela irresponsabilidade de vocês. Você sabe que eu sou totalmente contra o aborto desde que a mãe não tenha sido vítima de abuso. E não acho que esse seja o seu caso.

- É claro que não, mãe.

- Então você vai ter o meu neto e ponto final. _ Ela impõe decidida fazendo com que um leve sorriso aparecesse em meus lábios por conta da forma que ela havia se referido ao bebê.

Ela pareceu perceber porque ficou sem jeito e pigarreou logo em seguida.

- Como você descobriu que está grávida, Camila? _ Pergunta mudando o assunto e eu decido não contrariar.

- Ontem saímos para almoçar e eu tive uma reação alérgica depois de comer lagosta. Fui levada para um hospital e lá descobriram a gravidez, eu nem imaginava, a Lauren me contou tudo quando chegamos no hotel.

- E ela te apoiou?

- Desde o primeiro momento. Ela quer esse bebê tanto quanto eu.

- Pelo menos isso. _ Diz parecendo mais tranquila, mas não gostei da maneira que ela falou.

- Mama, a senhora precisa dar um voto de confiança pra ela, parece que está sempre esperando o pior... A Lauren já provou que se arrependeu pelos erros do passado. Ela me faz feliz e eu me sinto mal pela forma que a senhora trata ela.

- É que eu tenho medo dela te fazer sofrer outra vez, Camila. Ainda não estou certa que ela seja a pessoa certa pra você e agora... Você vai ter um filho com ela.

- Mãe, a Lauren é a pessoa certa. Eu sinto isso no meu coração. _ Seguro suas mãos sentindo meus olhos arderem. - Esse bebê só me trás mais certeza. _ Minha mãe me olha com carinho dessa vez e coloca sua mão direita em meu rosto secando a lágrima que havia rolado.

- Vocês vão morar juntas? _ Pergunta atenciosa e eu nego com a cabeça.

- Não conversamos sobre isso ainda, mas acho que não. Pelo menos não agora.

- Eu concordo. Não acho bom que você saia de casa só porque está grávida. Quero que fique aqui, comigo e com sua irmã. Se algo der errado pelo menos você estará com sua família.

- Do que a senhora tá falando? _ Pergunto confusa.

- Como eu disse, Camila, não confio totalmente na Lauren. Não sei se ela realmente vai levar isso a sério.

- Mama, por favor...

- Eu espero estar errada, espero de verdade estar errada. Mas você sabe que eu tenho os meus motivos pra duvidar dela. Ainda não consegui esquecer o fato dela ter se aproveitado de um momento de fragilidade minha pra poder tirar proveito de uma situação. Ela nos manipulou, hija, mentiu descaradamente e brincou com a sua saúde. Me desculpa mas por mais que eu tente não consigo ter certeza de que ela realmente mudou ou se continua jogando com a gente.

- Eu te entendo, mama. _ Falo compreensiva. - Mas eu também confio no arrependimento dela, confio de verdade. Sei que ela mudou e já não tem as mesmas atitudes do passado, e se a senhora permitir ela vai te mostrar também. Só dê essa oportunidade à ela, se não pode fazer por ela então faça por mim e pelo seu neto, por favor... Só quero ter a senhora do meu lado, quero que esteja comigo e me ajude passar por isso porque eu não faço idéia de como fazer.

- Eu estarei, mi hija... Eu estarei. _ Diz com os olhos lacrimejando e depois me puxa para um abraço apertado.

(...)

Mais tarde Lauren chegou para me buscar, ela e minha mãe conversaram e apesar de notar o seu receio em relação a Lauren ela pareceu ceder ao meu pedido.

Também falamos sobre onde eu iria morar e percebi que a Lauren ficou chateada pelo fato de eu ter optado por continuar na minha casa, pelo menos por agora.

Depois disso fomos para a casa da Clara e levamos Sofia com a gente, Lauren disse que Taylor estava com saudades e queria vê-la.

Nossa tarde foi agradável, Lauren estava certa quando disse que a Clara iria me mimar.

Ela está muito feliz com a notícia de ser avó e ficava a todo momento me olhando com admiração pedindo para colocar a mão na minha barriga. Sem contar nas diversas vezes que me oferecia alguma coisa pra comer, teve um momento que achei que fosse explodir.

Mas não nego que achei super fofa essa atitude dela.

Já estava anoitecendo quando fomos embora, deixamos Sofia em casa e seguimos para o apartamento da Lauren, eu já havia avisado a minha mãe que dormiria com ela essa noite.

- Você ficou chateada comigo? Por eu ter decidido continuar na minha casa? _ Eu pergunto enquanto Lauren dirigia, ela me olha por um instante e depois volta a atenção para o trânsito, mas o pouco que olhei em seus olhos pude perceber que ela tinha mesmo ficado chateada.

- Eu pensei que fosse melhor se você fosse morar comigo, assim poderia cuidar melhor de vocês e também agora que vou assumir a diretoria do hospital vou ficar mais sobrecarregada. Fiquei um pouco chateada sim, mas já disse que respeito a sua decisão, se não quer ir então tudo bem.

- Amor...

- Sei que você tem medo de dar esse passo porque pensa que morar comigo significa casamento. E não é, não vamos nos casar, eu só quero ficar perto do meu filho. _ Ela fala sem me olhar, mas havia um fio de mágoa e irritação em sua voz.

- Lauren, eu não quero discutir... Muito menos agora enquanto você está dirigindo.

- Também não quero, só estou dizendo o que penso. _ Diz diminuindo a velocidade para logo parar o carro no semáforo.

Ficamos um tempo em silêncio por alguns minutos, um silêncio muito desconfortável por sinal.

Eu estava com a cabeça virada para o seu lado oposto olhando para a fora quando entramos no estacionamento no prédio, soltei o cinto de segurança e quando Lauren desligou o carro senti minha mão esquerda ser segurada por ela, automaticamente à olhei.

- Me desculpa... Eu fiquei nervosa e acabei falando demais. _ Ela me olhava com arrependimento. - Não quero brigar com você e nem quero que fique triste comigo.

- Você tinha razão, Lo... eu estou com medo de morar com você. _ Confesso arrancando dela um olhar que não soube decifrar, mas não era de surpresa porque ela já sabia o que eu estava sentindo, só acho que não esperava que eu fosse admitir. - Mas não é pelo motivo que você pensa... Eu só não me sinto confortável pra dar esse passo agora, eu ainda estou tentando me acostumar com o fato de que vamos ter um filho, era pra gente se casar primeiro. _ Ela assentiu decepcionada e desviou o olhar de mim, isso cortou meu coração. - Amor... _ Segurei seu rosto entre suas mãos fazendo com que ela me encarasse.

- Você se sente insegura comigo? Acha que eu não vou ser uma boa companhia ou uma boa mãe?

- Não! É obvio que não penso assim, Lauren. _ Respondo indignada vendo seus olhos se encherem de lágrimas. - Minha insegurança nunca foi essa. Eu tenho medo de que a gente não dê certo, e se com o tempo você se enjoar de mim?

- Ou você de mim... _ Fala enquanto deixa as lágrimas descerem por seu rosto e eu as seco sem pressa.

- Isso nunca vai acontecer.

- Comigo também não, amor. _ Ela sorri de leve, como se apenas quisesse me lembrar que nossos sentimentos são inteiramente recíprocos. - Nunca vou me enjoar de ter vocês por perto. Mas quer saber? Vamos fazer do seu jeito, vai ser tudo no seu tempo, eu não vou te pressionar, se em algum momento você se sentir confortável pra morar comigo é só me dizer, vou estar esperando vocês.

- Mesmo? Não vai ficar brava?

- Não, amor. O mais importante pra mim é que você fique bem, que vocês dois fiquem bem. - Mas isso não impede que de vez em quando você passe alguns dias comigo, impede? _ Segurou minhas mãos tirando-os de seu rosto e as beijou em seguida.

- Não impede. _ Sorrio juntando nossos lábios em um selinho demorado. - Eu te amo, Lo. Obrigada por me entender e apoiar.

- Eu te amo, princesa. _ Ela mostra um sorriso doce e sincero antes de se aproximar mais de mim, Lauren me olhou cheia de ternura, acariciou meu rosto e então me beijou lenta e suavemente.

Eu odeio quando discutimos e quando coisas desse tipo fazem com que fiquemos chateadas ou magoadas uma com a outra.

Mas o que me deixa feliz e satisfeita é a forma como superamos cada um desses problemas, como no final as coisas se resolvem naturalmente e tudo fica bem.

Acontecimentos assim me faz ver o quanto avançamos no nosso relacionamento, no quanto já amadurecemos por buscar uma solução, procurar respeitar uma a outra, por não permitir que um detalhe, um problema pequeno tome uma proporção maior.

Nosso amor é forte e capaz de superar qualquer dificuldade, qualquer obstáculo, sabemos o que realmente importa.


Notas Finais


A partir do próximo capítulo teremos um salto temporal, então... estejam preparados para surpresas.


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