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História Paixão Imprevista - Ice Cream


Escrita por: MistyMayDawn

Notas do Autor


OLÁ MEUS DOCES! ❤

O que é isso? Uma miragem? Um sonho? NÃO. É a Misty atualizando a fanfic mauhauhauha XD *medo de levar pedrada*

Estou de volta depois de um tempo para atualizar essa fanfic que, eu nem acredito, está chegando em 800 favoritos!!! Mano, como assim??? Cada comentário que eu leio é um tiro certeiro no coração. Vocês estão gostando mesmo :O

Agora vamos a explicação do sumiço: Me perdoem a demora para atualizar, resolvi não me forçar e colocar prazos. Agora eu atualizo quando eu me sentir bem e a vontade. Acho que assim o rumo da fanfic fica melhor, afinal, isso aqui é meu hobby e não uma obrigação. Nessa pandemia aconteceu muita coisa, eu mudei de faculdade que eu já estava no 7 período, o que foi muito difícil, e agora estou cursando outro curso. Comecei a ter insônia, algo que nunca tive e ainda fiquei bem desanimada com tudo em geral. Eu perdi a vontade de escrever e aos poucos foi voltando. Mas, enfim, estou aqui para dizer com muita alegria que me deu um surto e escrevi esse capitulo todo bem rápido. Com muita vontade!

Muito obrigada por todos os comentários, obrigada as pessoas que releram a fanfic, obrigada a quem acompanha. Significa muito pra mim ❤❤❤

Boa leitura!

Capítulo 21 - Ice Cream


Não seria mentira dizer que Tanjirou não ouvia nada do que sua irmã Nezuko tanto reclamava incessantemente desde quando ele pôs os pés em casa. A cabeça dele estava nas nuvens e não se arrependia nem um pouco de ter tido um momento muito íntimo com seu professor, tanto no quarto, quando no chuveiro. Ele olhava bobo para o nada, pois ainda estava em êxtase por sentir os lábios de Giyuu contra os seus e os toques delicados e, às vezes, tão firmes e fortes passeando pelo corpo do aluno. Só de relembrar a sensação de ter as mãos de Tomioka percorrendo seu corpo, Tanjirou já sentia borboletas no estômago

Em meio a broncas, Nezuko olhou o rosto distraído do irmão, que mais parecia um grande idiota apaixonado e bufou frustrada revirando os olhos. A garota sentou-se ao lado do irmão na cama e ficou alguns segundos pensando calada e massageando a própria têmpora como se tivesse uma forte dor de cabeça, enquanto Tanjirou sequer havia notado que a irmã tinha parado de brigar como se fosse a mais velha, ou, na verdade, como se fosse a mãe dele.

— Você não está ouvindo nada do que eu digo, não é? — perguntou tocando a perna do garoto, que pareceu ter saído finalmente do mundo da lua, pois focou o olhar no rosto cansado de Nezuko. 

— O quê? Você disse algo? — Ele perguntou confuso.

Nezuko respirou pesado, contendo sua vontade pegá-lo pelos ombros e balançá-lo como se fosse uma boneca de pano até que Tanjirou finalmente tenha voltado para a realidade e percebesse a gravidade da situação.

— Nii-san, eu fiquei muito preocupada mesmo com você! — Ela elevou um pouco a voz, entretanto tomando cuidado para que nem seus pais e nem seus outros irmãos pudessem ouvir.

— Eu sei, Nezuko, desculpe. — respondeu já cansado daquilo.

— Você pode me contar qualquer coisa, sabe disso. — Cruzou os braços e franziu a testa em uma tentativa de parecer mais séria. — Não faça mais isso, eu tive que inventar mil desculpas para nossos pais.

Tanjirou ficou calado. Afinal, sabia que estava errado, porém não encontrava a melhor maneira de se desculpar.

— Nós fizemos. — soltou a informação repentinamente e fitou a caçula a procura de alguma reação.  

— Como assim? — Nezuko fitou um pouco confusa.

— Eu sei que vai brigar comigo de qualquer forma, então vou contar logo: Eu fui na casa do Giyuu-kun.

— Como assim, nii-san?! De dia ainda? — De supetão, Nezuko se exaltou ao ponto de se colocar de pé novamente. Parecia realmente que estava brigando com seu filho cabeça de vento. Se ela não tinha puxado literalmente a orelha dele até agora, finalmente o faria se Tanjiro não tratasse de dar uma boa justificativa.

— Eu sei, eu sei, foi imprudente, mas eu não aguentava mais! — Se explicou. A garota pareceu que iria dizer algo, provavelmente algum sermão, mas ele foi mais rápido. — Cheguei na casa dele e encontrei Rengoku-sensei. — Após essa informação, Tanjirou viu o rosto da irmã mudando de cores várias vezes. Surpresa, raiva, curiosidade, preocupação. Ele não sabia dizer o que passava pela cabeça dela, parecia estar prestes a explodir.

— O que aconteceu? — perguntou a garota com os braços cruzados e balançando freneticamente os pés.

Tanjirou deu um longo suspiro. Após explicar detalhadamente — pois ela queria os mínimos detalhes mesmo — Nezuko ficou empolgada, feliz e surpresa. A garota sequer parecia a mesma de alguns minutos atrás, que estava prestes a tentar enfiar juízo na cabeça dele da pior maneira possível; agora ela estava sentada ao lado dele ouvindo tudo o que o irmão contava sobre sua primeira vez e o quanto foi maravilhosa para ele.

— Ainda bem que me depilar e fazer uma chuca uma vez por semana serviu pra alguma coisa. — revelou o Kamado, envergonhado e ela, apenas riu.

— Obrigada pelas dicas, nii-san, agora sei o que tenho que fazer.

Enciumado, Tanjirou não queria nem pensar na sua caçula fazendo as mesmas coisas que ele fez com seu professor com Zenitsu. Só a possibilidade disso o causava calafrios.

— Nem pensar, você tem que ser maior de idade primeiro.

— Então, agora vocês estão namorando? — Nezuko ignorou o que Tanjirou disse e perguntou com olhinhos brilhando. Timidamente e com as bochechas sutilmente coradas, o mais velho confirmou com a cabeça. — Finalmente! — comemorou empolgada. — Já tava achando que só seria na próxima encarnação.

— Está tudo muito confuso por enquanto, mas, vamos resolver isso. Giyuu-kun vai esclarecer tudo com Rengoku-sensei e depois que eu me formar nós vamos assumir o namoro finalmente! 

O garoto sorria largo e falava com tanta empolgação e convicção que Nezuko só torcia para que tudo desse certo e seu nii-san pudesse conseguir tudo que quisesse. A morena se jogou para frente, pegando o irmão de surpresa com um abraço apertado. Tanjirou foi jogado para trás, caindo de costas no colchão e com sua irmã por cima dele.

— Espero que dê tudo certo. — Ela disse com a cabeça deitada sobre o peito dele.

O garoto retribuiu o abraço e fez um cafuné carinhoso nos cabelos negros e ondulados de sua caçula.

— Vai sim, eu sei que sim.

 

[...]

 

Naquela manhã, Giyuu admitia que estava nervoso para esclarecer tudo com seu colega de trabalho. O professor de literatura confessava que sim, tinha sido um tremendo babaca por ter pensado minimamente em usar Rengoku para esquecer os sentimentos que nutria por Tanjirou. No entanto, felizmente a relação com o outro professor não evoluiu tanto ao ponto de machucar os sentimentos dele. Ainda podia voltar atrás.

Após Shinobu encher o seu saco como ela fazia todas as manhãs e sair para almoçar com sua namorada, Mitsuri, Giyuu decidiu que não iria para o terraço como costumava fazer nos almoços. Ele continuou na sala dos professores esperando a hora em que Rengoku fosse aparecer para ter aquela conversa particular. E assim aconteceu, o loiro adentrou o cômodo com aquele sorriso entusiasmado brilhante e aura que animaria até a pessoa mais triste de todas. Tomioka se levantou para receber o colega com um aperto de mão, mas este não se importava com formalidades, então abraçou o moreno com força o suficiente para deixá-lo sem ar e desconcertado.

— Como você está? — Rengoku perguntou empolgado. — Nosso encontro está de pé?

Giyuu deu um suspiro profundo enquanto dobrava suas mangas. Após isso fitou confiante os olhos de Kyojuro.

— Preciso esclarecer algumas coisas que podem ter ficado confusas. — Giyuu disse sério, enquanto o  loiro o encarava curioso. — Nosso relacionamento profissional e de amizade é muito bom, mas talvez… as coisas tenham ficado estranhas, porque eu estava confuso e ressentido essas semanas. Não pensei direito nas consequências. Por isso, quero que não fique dúvidas entre nós.

Giyuu esperou a resposta do professor de história, que demorou para vir, pois ele apenas ficou piscando várias vezes em completa confusão.

— Como assim? — perguntou o loiro. — Existe algo que não tenha ficado claro?

Tomioka coçou o rosto, desorientado.

— Sim… Eu estou em um relacionamento agora, não podemos ter encontros e… algo mais. — Foi direto. — Desculpe se te dei esperanças, a culpa foi minha por não ter deixado claro que ainda gostava de alguém antes de me envolver com você.

Nesse momento, Kyojuro deu uma gargalhada alta e um tapa forte no ombro do outro professor que o fez dar uma cambaleada para o lado. Giyuu o encarou com um ponto de interrogação estampado na cara. Ele tinha dito algo engraçado? Rengoku estava zombando dele? Tomioka estava completamente confuso.

— Acho que você que entendeu errado, Tomioka-san. — disse parando de rir, por fim, e passando a mão nos cabelos para arrumá-los, pois tinha desarrumado com as gargalhadas que chegaram a dor sua barriga. — Eu não estava pensando em relacionamento romântico, afinal estou em um ótimo relacionamento com quatro pessoas maravilhosas. — Se Giyuu não fosse uma pessoa mais contida, seu queixo estaria no chão agora. Que choque. Aquilo era algum tipo de brincadeira? — Uzui Tengen, Makio, Suma e Hinatsuru são meus namorados, moramos juntos, aliás, estou muito bem compromissado.

Tomioka ficou um tempo em silêncio absorvendo aquela informação em contraste com Rengoku que parecia estar se divertindo com a situação. Na cabeça do moreno só podia ser brincadeira. Não era possível.

— Então… por que dos encontros a sós? — questionou.

— Eu queria fazer amizade com você, já que está sempre sozinho, no máximo falava com a Shinobu-san. — respondeu o loiro como se fosse óbvio. — Pensei que se fosse só eu me aproximando seria melhor para você, porque você não parece muito sociável.

Tomioka fez apenas um "O" com a boca.

— Entendi… — disse Giyuu tentando manter sua compostura, pois estava completamente envergonhado.

— O encontro de agora seria com o Tengen também. Ainda está se pé? — perguntou Rengoku.

— Claro… — confirmou. — Por que não?

— Ótimo! Vou falar com ele e te aviso um dia. — disse empolgado e deu as costas para sair da sala dos professores.

Giyuu esperou o outro sair pela porta para soltar um suspiro aliviado e se contorcer de vergonha alheia de si mesmo, quando o loiro resolveu surpreendê-lo voltando todo alegre novamente.

— Não fique chateado, Tomioka-san. — disse tentando animá-lo. — Tem espaço no nosso relacionamento para mais gente! É que nem coração de mãe, sempre cabe mais um… ou dois!

Tomioka não sabia como agir, então ficou mudo com cara de tacho. Rengoku começou a rir de novo.

— É brincadeira! — O loiro gargalhou de novo. 

Tomioka queria sumir dali. Ele ficou com a sensação de que, dependendo de sua reação, talvez aquela proposta não fosse apenas uma brincadeirinha.

— Eu encontrei o diretor Kagaya Ubuyashiki no corredor e ele me contou essa novidade. 

Giyuu deixou de lado a situação constrangedora de antes para dar ouvidos ao que o colega contava empolgado sobre o trabalho. Aquilo parecia interessante.

 

[...]

 

No final da aula, o grupo que às vezes ia para uma cafeteria se reunir para se divertir, se separou em casais. Tokito saiu com Senjurou, que a cada dia usava mais aparatos considerados do vestuário feminino. Com todo o apoio de Muichirou, a garota não se importava mais com os olhares direcionados a ela por ainda ter um corpo masculino. Já Nezuko e Zenitsu, foram para outro lado, pois tinham marcado um encontro no cinema. Tanjirou apenas teve que aceitar que sua irmã tinha criado asinhas. Ele foi pra casa junto com Makomo, que estava cabisbaixa devido a uma briga que teve com sua namorada Daki.

 Já Inosuke ficou esperando alguém sentado relaxadamente em sua bicicleta. Claro que Aoi não foi embora sem antes dar uma alfinetada, pois todos já tinham consciência de que era por Genya que o amigo aguardava. 

— Algum dia você tem que enturmar ele no nosso grupo. — provocou Aoi antes de sair com Kanao para a casa da garota, porque dormiria lá hoje.

— Cala a boca, Chaoi! — berrou Inosuke, mas ela já estava longe demais para ouvir.

A verdade era que, por Hashibira, já tinha enturmado Genya no grupo e deixado claro o que estava acontecendo entre eles. Porém o outro não se sentia confortável ainda para isso. Inosuke esperaria pacientemente o tempo que ele se sentisse confortável, não era algo urgente mesmo. Enquanto chutava algumas pedrinhas no tédio por minutos que pareciam mais horas, viu Genya saindo pela entrada principal na escola.

— Vamos, Genyrou! — apressou Inosuke. — Sobe aí!

O azulado montou na bicicleta e começou a pedalar, o outro correu para alcançá-lo.

— Espera, idiota! — gritou enquanto o menor ria escandalosamente. De forma desajeitada, finalmente o maior conseguiu montar na garupa. — Eu vou te bater!

— Bora marcar duas horas de soco. Dos dois jeitos eu topo, se é que você me entende. — disse Inosuke maliciosamente, virando o rosto para trás e dando um sorriso de canto.

Shinazugawa deu um soco leve nas costas do seu quase-alguma-coisa, ou seria agora oficialmente namorado? Ainda não sabia dizer.

— Eu não te conheci assim.

O casal foi para uma sorveteria que tinha ali perto. Hashibira comprou um sorvete de flocos e Genya ficou no clássico de chocolate. Eles sentaram em uma mesinha do lado de fora junto com o que notaram serem outros casais, a maioria héteros, mas eles não se importaram. Provavelmente a maioria das pessoas estavam pensando que era apenas colegas de escola voltando da aula.

— Não acredito que você ia pedir um sorvete de creme. — resmungou Hashibira. — Não tem gosto de nada.

— Cala a boca. Você tá tomando um sorvete de flocos que é praticamente um sorvete de creme. — retrucou Shinazugawa.

— Quê? Ta doido? Sorvete de flocos tem gosto… de flocos! 

Genya revirou os olhos, já de saco cheio da teimosia do menor.

— Então tira as gotas de chocolate do sorvete de flocos, ele vira o que? — Inosuke abriu a boca pra responder confiante, mas mudou o semblante antes de que alguma palavra saísse pela sua boca. — Viu? Eu disse. 

— Minha vida foi uma mentira. — dramatizou Inosuke olhando para seu sorvete que estava derretendo e sujando sua mão. — Espera, e se não for de creme e sim de baunilha? Refutado. — disse orgulhoso.

— Você não toma cuidado. — reclamou Genya ignorando a fala do outro, então pegou alguns guardanapos e limpou a mão do menor

— Não precisa me tratar como um princeso. — Enquanto o maior limpava a mão, Inosuke reclamava tentando esconder que estava envergonhando.

Em um momento, o garoto de moicano ergueu o olhar e — foi como um imã — fitou diretamente seu irmão mais velho, Sanemi, do outro lado da rua os encarando com um olhar de quem estava prestes a cometer um assassinato. Só de ver aquilo, Genya sentiu um calafrio na espinha, pois sabia que meios o platinado tinha, afinal, ele era um policial muito bem armado.

Rapidamente, antes de qualquer reação por parte do casal, Sanemi já havia atravessado a rua em meio aos carros, sem medo da morte. Ele deu deu um tapa forte na mesa que a virou com tudo no chão. Todo mundo olhou aquela cena assustado e com medo. Não era todo dia que se via um policial fardado se descontrolar assim sem motivo aparente.

— Você não tem vergonha?  — berrou o Shinazugawa mais velho, com toda a força dos pulmões. — Seu viadinho!

Em choque, Genya não teve reação para se defender do empurrão brusco que seu próprio irmão deu nele, que o fez cair sentado no chão. Inosuke não ficaria parado vendo aquele absurdo, como as outras pessoas estavam, inclusive até filmando. Ele estava prestes a se jogar em cima do cunhado desprezível e encher aquela cara cheia de cicatrizes daquilo que merecia tanto. Mas Genya segurou o braço do menor.

— Não, já chega. — pediu e Inosuke, confuso, resolveu deixar a raiva de lado para escutar. — Você vai se dar mal por bater em um policial, melhor não fazer isso.

— E ele não vai se dar mal por bater sem motivo nenhum em um cívil? Isso não é abuso de autoridade? — questionou Inosuke lançando um olhar mortal em Sanemi. 

— Você só causa decepção para nosso pai. — O platinado gritou, parecia mais que estava cuspindo as palavras. — Não se esqueça que é por sua culpa que ele está onde está. Até imagino a cara dele se visse você agora com um homem. Devia estar cuidando da nossa mãe que está doente sozinha em casa.

Genya não conseguia ter forças para enfrentar seu aniki, mesmo que a resposta estivesse bem ali, entalada na garganta. Afinal, a culpa da mãe dos dois estar nessa situação era única e exclusiva do pai deles. Ele não sabia o que fazer. E Inosuke estava confuso, sem paciência e sem a mínima vontade de procurar compreender aquela briga entre os irmãos. Só sabia que aquele maldito platinado sem sobrancelhas estava errado. Nem em meio a uma platéia, o Hashibira se importaria de trocar socos com aquele babaca homofóbico. E imprudente que era, estava prestes a fazer mesmo isso, nem que significasse se dar muito mal. No entanto, Genya surpreendeu quando largou tudo para trás e fugiu. Confuso, Inosuke não ia ficar lá apenas olhando como um idiota. Ele ignorou Sanemi, que berrava descontrolado, e correu atrás do garoto que já estava um pouco longe.

— Genyrou, espera! — gritou chamando, mas ele não parava de correr. 

O de pontas azuis se viu obrigado a apressar mais o passo para alcançá-lo. Com muita luta conseguiu segurá-lo pelo pulso, então os dois pararam ofegantes, suados e cansados. Não pareceu que o de moicano estava disposto a virar para encarar o menor. Então Hashibira deu a volta e para encarar o outro, que estava com o rosto abaixado e com lágrimas escorrendo por seus rosto.

— Genya, está tudo bem? — perguntou preocupado, tocando o rosto melancólico de Shinazugawa. — Eu prometo que vou quebrar a cara dele na próxima vez que vê-lo.

— Não, não faça isso… — pediu. — Ele é meu aniki, apesar de tudo.

— Mas ele é um babaca! — indignado, Inosuke protestou. 

— Estou cansado de confusão e não quero prejudicar mais a situação da minha mãe. — disse secando as lágrimas do rosto. — Não quero falar mais sobre isso.

Inosuke ficou calado por algum tempo, vendo Genya em um momento tão fragilizado. 

— Não sou bom com isso… — começou dizendo, coçando a nuca desajeitado. — Mas você pode se abrir comigo quando quiser, eu sei que você não tem culpa de nada sobre seja lá o que aconteceu. — Genya sorriu, mas parecia que não tinha felicidade em seus olhos. — Eu não estou aqui apenas para momentos bons.

— Obrigado… — sussurrou. Genya não aguentou ver o rosto preocupado do outro, então entrelaçou seus braços no corpo menor, lhe dando um abraço apertado. — Acho que estou precisando mesmo desabafar. 

Inosuke fez um carinho no moicano espetado, o abraçando mais forte ainda. Nenhum dos dois se importava com o fato de estarem no meio da calçada em uma rua movimentada. O momento ali era mais importante que olhares curiosos de pessoas enxeridas.

— Vamos para outro lugar. Aceitaria dormir na minha casa? — propôs e o maior apenas meneou a cabeça em concordância, pois não queria ter que voltar e ver Sanemi tão cedo novamente.

De repente, Genya soltou um riso espontâneo e Inosuke o fitou curioso.

— O que foi?

— Você me chamou pelo meu nome certo pela primeira vez, idiota.

Sorrindo, o azulado entrelaçou os dedos na mão maior e seguiram caminho.

— Parece que sim.

 

[...]

 

Após horas escolhendo um filme na Netflix, finalmente encontraram algo que agradasse as duas. Aoi desligou a luz do quarto e foi deitar embrulhada no edredom junto com Kanao. A Kanzaki adorava dormir na casa da amiga, mas confessava que depois da conversa que tiveram e da Kocho informar que daria uma chance para elas, a garota se sentia apreensiva com o que poderia acontecer entre elas. Aoi estava, na verdade, ansiosa para acontecer o que quer que fosse, contanto que acontecesse algo, porque até o momento elas estavam agindo como amigas normais como sempre foram.

Enquanto o filme rolava, a garota de maria-chiquinha desviou o olhar discretamente para a garota ao lado. Ela fitou o rosto entretido de Kanao fitando a tela da televisão, logo focando nos lábios rosados, finos e entreabertos dela, desejando beijá-los o quanto antes, imaginando qual o gosto e textura daquela boca linda. Aoi não aguentava mais esperar, era insuportável não ter atitude. Os olhos azuis desceram mais um pouco, agora focando no decote que aquela camisola fina fazia. Nesse momento, ela desviou o olhar, pois não podia se permitir ter esse tipo de pensamentos. Como se fosse obra do destino, o casal do filme finalmente deu o primeiro beijo depois de tanto cú doce. Aoi sabia que essa era a hora perfeita para jogar verde, na esperança de que talvez conseguisse alguma resposta favorável. 

— Nossa, que beijo sem sal. — criticou e Kanao riu.

— Você acha? Foi até bonitinho. 

— Com certeza! Um beijo de verdade não é assim. 

A Kanzaki ficou pensando se deu certo. As duas ficaram assistindo mais um pouco ao filme, onde acontecia uma cena romantica de sexo. Aoi deu uma conferida na outra pelo canto do olho, então tocou a mão dela. Ela também percebeu que Kanao olhou para ela por um momento, o que fez seu coração acelerar. Aoi se repreendeu, precisava se acalmar. Demorou para se encher de coragem, já estava quase no final do filme, mas antes tarde do que nunca. Aoi fitou a amiga que continuava assistindo, então levou seus dedos ao queixo dela, tocando delicadamente. Olhos lilases e azuis se encontraram.

— Que tal a gente mostrar pra eles como é um beijo de verdade? — propôs Aoi tentando mascarar sua timidez. 

Kanao sorriu. A outra nunca tinha visto a amiga dar aquele sorriso devastadoramente sexy.

— Eu estava pensando se você não iria dizer isso.

A de olhos azuis poderia facilmente descrever o que ela sentia como se fosse um show de fogos de artifício dentro de si. Não conseguia acreditar no que estava acontecendo, porque estava em êxtase. Sorrindo largamente, ela se aproximou daqueles lábios tão desejados e os beijou. Começou leve, apenas superficialmente, aproveitando bastante. Depois foi aprofundando mais, tocando as línguas em um beijo lento. Kanao nunca tinha beijado uma garota, então a primeira coisa que notou foi em como era mais delicado. Era uma sensação diferente, não conseguia explicar. 

Enquanto que para uma foi uma explosão de sentimentos, para outra foi como uma descoberta nova que queria explorar mais. Elas se separaram, ambas coradas e tímidas. Era surreal como antes apenas comiam bolo juntas e assistiam filmes até pegarem no sono, agora o que menos interessava ali era assistir filme. As garotas voltaram a se encararem novamente meio sem jeito, e foi preciso apenas isso para que seus lábios se encontrarem novamente. Elas poderiam ficar horas beijando sem pausas. 

 — A gente tem aula amanhã. — Aoi interrompeu o beijo e informou preocupada. — Precisamos acordar cedo.

— Sinceramente, eu não me importo de ficar mais um tempinho assim. — disse Kanao, fazendo a outra abrir um sorriso largo. 

— Tudo bem, mas, saiba que é sua responsabilidade. — respondeu divertida.

— Não se preocupe, eu assumo toda a responsabilidade. — Tocou a ponta do nariz na outra, então voltou a beijá-la.

Definitivamente, beijar uma garota foi uma experiência… diferente.


Notas Finais


Muito obrigada por chegarem até aqui ❤

Esse capitulo foi betado por @Park_Gguk 22/11. Muito obrigada!

Aliás, (hora da publi kkkkk) caso se interessem, estou escrevendo uma fanfic GiyuTan no universo de ABO:
https://www.spiritfanfiction.com/historia/our-destiny-19795104

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