História Panquecas são sempre bem vindas! - Panquecas baladeiras- II

POV Alex

         - Peter minha puta? Hahahahah! De onde você tirou isso cara? Hahaha!! Você está muito estressado moleque! Vem comigo, vou te mostrar uma gente muito legal! Hahahah! Você precisa relaxar! Tenho umas ótimas pra você!- Kami-sama esse cara está visivelmente muito bêbado! Como ele ainda consegue conversar?

    Ele saiu me arrastando em direção a uma sala com um grande sofá em formato de “U” onde pequeno grupo de convidados estava conversando, bebendo e adivinha o que mais? Exatamente! Se drogando. De tabaco e maconha a metanfetamina e o que eu acho que era “G”. Não me entendam mal, nunca usei nada, só sou um pouco curioso. Mas o que realmente havia em abundância ali eram variedades de cocaína. Da mais dissolvida até a quase pura de tão concentrada.

    E não era pouco da droga que tinha ali, suspeito que o sofá e o tapete não fossem originalmente brancos. Era óbvio ali que a maioria dos que estava no sofá já estava inconsciente e os que ainda estavam “acordados” mal recordavam o próprio nome. Sinceramente essa cena e a situação eu me encontro me apavoram um pouco… talvez um pouco demais.

    -Hey, moleque, de que você quer?- Um cara de pele bem clara, olhos verdes e longos cabelos negros me perguntou sorrindo travesso. Ele vestia um tipo de vestido verde escuro e estava praticamente deitado no colo de um brutamontes loiro. “Jesus amado esses caras são de verdade? Eles parecem personagens de quadrinhos, tipo aqueles heróis e vilões estereotipados, só que super fodidos na vida!”

     - O cara é limpo, Loki, zero quilômetros… - Harry falou rindo e me fazendo dar uma voltinha. Vi o moreno aumentar seu sorriso, este que já beirava o psicótico.- Um caderno rasurado esperando branquinho!

      - Ele nunca?- Harry me olhou como se mandasse eu responder. Apenas neguei com a cabeça. Admito que internamente estou chorando como um bebê de tanto medo.- Hm… por onde começar? Nunca lidei com gente completamente limpa…

    -Começa pelos quebra-cabeças, amor…-Disse o brutamontes e o moreno, eu acho que o nome dele é Luky, saltou de seu colo e veio em minha direção todo empolgado. Não sei o que fazer, eu mal consigo me mexer! Ele me encarou por alguns segundos e me puxou para sentar no sofá. Ele voltou para o colo do loiro e fitou uma caixa cheia de embalagens com cartelas de LSD.

    -Certo... Mas qual?- Ele começou a remexer na caixa. Ele não devia ser discreto? Não deveria ser tipo nos filmes, onde o traficante finge que abraça a pessoa daí cada um coloca no bolso do outro? Ou então no aperto de mão?- Já sei!- Ele gritou, com a mão ainda dentro da caixa. -Garoto, você gosta daqueles desenhos japoneses, né? Pega esse aqui ó! -Ele disse me alcançando uma cartela com o desenho de um Pikachu muito psicodélico… vai dar merda! - Pega logo essa merda!

    Ele disse balançando o saquinho na minha direção, de forma bastante impaciente, e o brutamontes me encarava. Olhei pro lado a procura de Harry mas ele já não estava mais ali. Cada segundo que passa eu gosto menos da minha situação, me sinto um cordeiro indo em direção aos lobos, um boi correndo pro abatedouro. Não vou arriscar negar, eles não parecem do tipo que aceitaria de boa minha escolha. Por livre e espancada pressão peguei o pacotinho. “Mas eu não quero! Tenho direito de negar!”

    -M-moço…  Eu n-não q-quero isso…- Eu disse devolvendo o pacote pro Luqui. Ele me olhou torto, com uma cara de “num ‘credito numa coisa dessas” -Eu quero continuar limpo moço…

    Ele me olhou nos olhos, tão profundamente que eu jurei que ele estava analisando a minha alma, e depois sussurrou algo para uns homens de terno atrás dele. Os caras saíram um para cada lado e depois de alguns minutos voltaram com Osborn os seguindo. Harry ficou em pé exatamente atrás de onde eu estava sentado e colocou ambas as mãos nos meus ombros.

    -Por que me chamou Loki?- Ah isso, o nome é Loki!- Eu estava um pouco ocupado sabe, ela era ruiva! - Ele soltou áspero e com um desinteresse gigantesco.

    -Eu te chamei porque ele não quer aceitar! Você me deu uma criança birrenta! Como vc quer que eu me divirta com ele?- Harry se abaixou apoiando seu queixo no meu ombro.

    -Hm… ele ‘tá dando uma de difícil então? Qual é?- Ele perguntou e Loki entregou a cartela do pikachu pra ele.- Nossa que frouxo você! Se fosse uma do Mickey eu até entenderia seu medo! Hahahaha! Mas uma de pokémon? É uma das mais fracas! Hahaha! Você vai continuar negando? - Afirmo com a cabeça. - Então terei que fazer algo… Já sei! Tenho uma solução bem simples pra tudo isso. - O loiro falou com um sorriso vencedor e depois destacou um quadradinho da cartela e colocou na língua.- Vem cá vem! - Sem esperar uma resposta ele segurou meu queixo e selou nossos lábios.

   Depois do susto eu tentei o afastar. “Acha que é só chegar e me beijar? Vai pegar aquela ruiva que você falou!” Tentei reagir me debatendo mas tudo que eu consegui foi fazer ele aprofundar o beijo. Logo senti um gosto amargo, muito amargo, misturado com vários tipos de bebidas e coquetéis.

    “Proerd é um programa…  Proerd é a solução!…Proerd… Ah! Foda-se essa merda! Esse é de longe o melhor beijo que eu já dei na minha vida!”. O beijo, que antes tinha um ritmo calmo, foi acelerando e ao mesmo tempo esquentando. Eu preciso de mais contato do que esse beijo desajeitado.

   Separei rapidamente o ósculo e me ajoelhei no sofá, rodeei seu pescoço com meus braço e o beijei novamente. Ele colocou uma mão na minha cintura e a outra na minha nuca puxando de leve meus cabelos enquanto aprofundava o beijo. Ele segurou e levantou um pouca a minha coxa e eu dei um impulso, o ajudando a me pegar no colo.

*Flashback Off*

POV HARRY

    Ouvia atentamente tudo o que ele dizia, e a cada palavra dele eu me sentia pior. Não apenas por ser responsável por tudo isso mas principalmente por estar bêbado o suficiente pra esquecer completamente de tudo o que aconteceu. “Eu só faço merda nessa vida mesmo!”

    -Depois disso eu só me lembro de flashes e de acordar seminu no seu sofá…- Ele terminou de falar. Já fazia um bom tempo que ele estava olhando o céu, totalmente fora da realidade, realmente relembrando os fatos que contava. Eu por minha vez estava atento a toda e qualquer expressão dele. Pude ter quase certeza que em alguns momentos ele estava prestes a chorar.

    -Então quer dizer que a culpa de tudo é realmente minha? - Depois de longos minutos de silêncio me pronunciei, desarrumando meus cabelos e rindo sem humor em seguida. -Sabe Luthor, me sinto o pior filho da puta de todos os filhas da puta do universo por saber que fui eu que te apresentei esse mundo…- Soltei o ar com força, o que eu faço agora?-Hey, olha pra mim…- Disse colocando o indicador em baixo de seu queixo e o virando delicadamente para que ele me olhasse.- Mas… se… eu… consegui sair disso... você também vai!- Falei tentando passar o máximo de segurança.- E eu vou te ajudar com isso!- “Não faço a mínima idéia de como, mas vou!”- Okay?

    Juro que vi um brilho de esperança nos olhos marejados de Alex. Espero que eu consiga cumprir minhas promessas. Eu tenho que cumprir! Mas como? Não faço a menor idéia! Tenho que pensar em algo logo, mas não vou ter nenhuma idéia brilhante nesse banco duro e gelado de praça, sem contar que já está escurecendo e parece que vai chover daqui a pouco.

   -Está ficando de noite e olha essas nuvens… acho melhor nós irmos embora antes que comece a chover…Me dá carona até em casa?-Questiono com um curto sorriso, ainda não sei muito bem o que fazer depois de tudo que ele me contou agora a pouco.

    -C-claro! V-vamos antes que chova!- Ele se levantou e praticamente me puxou em direção ao carro. O carro não estava muito longe mas mesmo assim nós corremos o mais rápido possível para evitar a chuva.

   Assim que entramos no carro uma chuva torrencial caiu, com direito a trovões e relâmpagos. Não demorou muito e já estávamos no estacionamento do meu prédio descarregando as s e demorou menos ainda para estarmos guardando meu sorvete derretido no congelador. Cada minuto que passava a chuva apertava mais ainda, por questão de segurança não deixei Alex sair do meu apartamento. Como a chuva não estava dando nenhum sinal de que diminuiria decidimos fazer pipocas e ir olhar um filme qualquer e eu acho que antes da metade do filme nós estávamos dormindo um sobro o outro no sofá da sala de cinema.