História Paparazzi - Date

~ Lucy Povs ~

_ Bom dia Lucy. – Levanto os olhos e encaro a pessoa a minha frente, quase debruçada na minha mesa.

_ Bom dia Levy. – E volto a mexer no computador.

_ Nossa, o que houve? Por que está com essa cara estranha?

_ É a única que tenho Levy.

_ Tsc. Eu aqui preocupada com minha amiga e você me ignorando. – Solto um suspiro.

_ Não é nada Levy. Eu só estou cansada e concentrada. Preciso terminar essa matéria ainda hoje, para ser publicada amanhã. E digitar com uma mão só não é nada fácil.

_ Hmm. Quando vai tirar esse gesso? – Olho para meu braço engessado.

_ Daqui uma semana. Não aguento mais usar isso. É quente, coça, atrapalha, é pesado. – Ela ri.

_ Ninguém mandou se jogar na frente do carro do Natsu Dragneel. – Ahh aquele nome. Só de ouvi-lo já me arrepiei inteira. Mas tentei disfarçar o máximo possível.

_ Ha ha. Engraçadinha. – Ela se afasta um pouco.

_ Vou te deixar trabalhar. Qualquer coisa me chama. – Apenas acenei com a cabeça.

Levy McGarden, a ‘mascote’ da revista.

Por ser baixinha e fofinha todas as chamavam assim, e claro, ela odiava. Ela é uma amiga e tanto, foi ela quem me ajudou quando iniciei nessa vida louca de paparazzi. Mas Levy agora é editora da sessão de culinária dos famosos, então havia deixado de ser paparazzi. Tão sortuda.

Agora estava editando as fotos que havia tirado de Gray Fullbuster. Ainda bem que o cartão de memória tinha sido salvo.

**

[...]

_ E então, sabe o que é mais estranho? Eu estar louco para te beijar novamente.

[...]

**

Na mesma hora me levanto da cadeira, assustando a todos que estavam ali.

_ Por que estou me lembrando disso?? – Coloco os braços na mesa e abaixo a cabeça. _ Droga Lucy! Para de pensar nisso e se concentra no seu trabalho! – Torno a me sentar na cadeira e solto mais um longo suspiro.

_ Lucy. – Olho novamente para minha frente e me surpreendo.

_ O que é isso? – Jenny revira os olhos. Digamos que eu e ela não nos gostamos nenhum pouco.

_ São flores, não está vendo? – Ela bufa e joga aquele buquê na minha mesa.

_ Hey, por que está colocando isso na minha mesa?

_ Porque é pra você, sua idiota. Perdi meu tempo achando que era pra mim. Tsc.

_ Hã? – Olho para o buquê de flores amarelas e brancas a minha frente. _ Quem me deu isso? – Procuro algo que identificasse quem havia entregado, e por fim encontro um pequeno cartão branco. Pego e leio.

**

“Oi Luce. Já deve saber que sou eu né? Afinal sou o único que te chama assim.

Eu realmente estou decepcionado pelas baboseiras que te falei. Eu agi feito um idiota. Não quero que pense que estava tentando fazer algo com você. Eu não sou assim Luce, eu sou diferente.

Não sei se gosta de flores, mas o google disse que quando quer que uma mulher lhe perdoe deve dar flores e chocolates, mas os chocolates estavam tão deliciosos e acabei comendo.

Espero que possamos nos ver novamente.

Você já sabe meu numero.

Mais uma vez, me desculpe.

Natsu Etherious Dragneel”

**

_ Etherious? – Então esse era seu outro nome.

Olho em volta preocupada se alguém tinha visto aquilo, mas a sala estava quase vazia, e as poucas pessoas ali estavam atentas as suas telas dos computadores. Dobro o cartão e aguardo rapidamente em meu bolso.

_ Lucy-chan. – Estremeço. Me viro para trás e vejo Hibiki.

_ O-Olá Hibiki. – Ele se aproxima e fica em frente a minha mesa.

_ Nossa, que flores lindas. De quem recebeu? – Droga! E agora, o que falaria?

_ “Ah, recebi de Natsu Dragneel, aquele cantor mega famoso.” – É CLARO QUE EU JAMAIS PODERIA DIZER ISSO!

_ Minha mãe que me mandou. Ela ainda está preocupada por causa do acidente. – Dou uma risadinha. _ Está me mimando.

_ Entendi. Depois eu lhe mando flores também, apenas não sabia que gostava.

_ E-Eu gosto. – Ele sorri.

_ Hoje tomaremos aquele café, que você está me devendo há dias. –Sorrio sem graça.

_ Hibiki eu estou--- -

_ Nada de desculpas. Não foi uma pergunta Lucy. Você vai e ponto final. – Sorrio de canto.

_ Certo. Mas só depois que eu terminar aqui.

_ Sem problemas. O horário que quiser eu estarei disponível. – Ele se levanta. _ Estarei te esperando. – Assenti com a cabeça e ele volta a sua mesa.

Suspiro aliviada. Se Hibiki ou qualquer outra pessoa visse este cartão eu estaria ferrada.

Todos já sabem que fui atropelada pelo Natsu, mas se eles soubessem que mantenho contato com ele, e o pior, que já fui até seu apartamento, as fofocas seriam espalhadas em todas as revistas conhecidas do Japão.

_ Não posso deixar isso acontecer. – Mordo minha unha. Se bem que isso já aconteceu, com aquele beijo que Natsu deu em mim na frente de milhares de pessoas. _ Aquele idiota! – Sorrio. Sim, ele era um completo idiota.

Balanço a cabeça tirando esses pensamentos bobos da minha mente. Neste momento precisava me concentrar apenas em terminar essa matéria sobre Sting Eucliffe.

**

~ Natsu Povs ~

_ NATSU!! – Me assusto com o grito de Jellal.

_ Seu idiota, eu estou bem do seu lado.

_ Eu te chamei 5 vezes. Está viajando na maionese? – Ignoro sua pergunta. _ Lembra-se dos seus compromissos de hoje?

_ Não preciso me lembrar, você está aqui para isso.

_ Sou seu assessor, não sua agenda eletrônica. – Ele suspira. _ Depois das 18:00 você está livre, terá uma pequena folga. Então faça o que quiser, contanto que não sejam besteiras que saiam na primeira capa das revistas de amanhã.

_ Eu não sou uma criança Jellal.

_ Mas age como uma.

_ Seu---- -

_ ENFIM. Hoje você finalmente cantará ao vivo. Faça os exercícios vocais. – Ele me estende uma caixinha metálica de pastilhas. _ E tome isso. – Eram pastilhas de menta e gengibre.

_ Valeu.

**

~ Lucy Povs ~

_ LUCYYYYY!! – Dou um pulo na cadeira. Olho assustado para o homem que corria em minha direção com as mãos levantadas. Era o meu chefe. _ LUCYY!! – Ele se aproxima e me agarra pelo ombro me chacoalhando.

_ J-Jason, o que houve? – Ele estava desesperado e eufórico. Será que eu teria outro aumento? Meus olhos brilharam só de pensar nesta ideia.

_ Liga a TV. Natsu Dragneel está num programa cantando ao vivo.

_ Hã? Mas ele e tantos outros sempre estão nestes programas.

_ Estamos falando do cara que te atropelou Lucy. Veja! – Ele liga a pequena TV que tinha na sala. Era tão pequena e eu me sentava tão longe que quase não dava para ver.

Mas mesmo estando tão longe eu consegui reconhece-lo na mesma hora.

Aquelas madeixas rosadas, levemente bagunçadas, o terno preto que estava com as mangas arregaçadas, a calça jeans com manchas brancas e pequenos rasgos, o sapato social preto, e o famoso cachecol quadriculado em seu pescoço.

Aquele era o Natsu. O mesmo Natsu que noite passada estava comigo, o mesmo Natsu que me deu flores, o mesmo Natsu que disse que sou linda, o mesmo Natsu que queria me beij--- -

_ Lucy! Corra até essa estação de TV. Talvez você consiga fotos exclusivas.

_ Hã? Mas eu tenho que terminar essa matéria e-- -

_ Sting Eucliffe pode esperar. O mais importante agora é Natsu Dragneel.

_ Mas Jason eu--- -

_ Leve Hibiki com você. – Ele nem me deixava falar. Eu não posso ir, não quero. Vê-lo depois de ontem seria estranho. _ Hibiki! Acompanhe a Lucy. Vocês vão tirar fotos de Natsu Dragneel. – Hibiki na mesma hora se levanta e vem correndo em nossa direção.

_ Claro. É sempre um prazer acompanhar a Lucy-chan. – Ele me manda um sorriso.

E então Natsu começa a cantar, e ouvir sua voz quase angelical me fez esquecer de todos ali na sala e fixar meus olhos na pequena tela.

Era a famosa música ‘Lullaby’, uma das que ficou no Top 10 por quase três meses seguidos.

Sua voz era linda, tão linda quanto ele.

Céus, como um ser humano pode ser assim? Tão lindo e talentoso.

_ LUCYYY!! – Mas Jason me tira da hipnose que estava. _ Oe, vai logo querida. O programa logo vai acabar e ele vai embora. – Mesmo relutando me levanto da cadeira e pego minha bolsa com todo o material necessário para as fotos. Olho para Hibiki.

_ Você dirige. – Aponto para o meu braço engessado.

_ Claro Lucy-chan.

**

_ Tem certeza que é aqui Lucy?

_ Tenho. Eu já vim aqui. – Era a mesma estação de TV que me encontrei com Loke alguns dias atrás. Aperto o celular em minhas mãos com força ao imaginar que poderia vê-lo novamente.

Por favor Kami-sama, tudo menos isso.

_ Vou estacionar por aqui, então continuamos o resto a pé.

_ Tá. – E segundos depois Hibiki estaciona o carro na primeira vaga que achamos. Não era tão longe da estação de TV.

Pegamos nossos materiais e Hibiki insistiu em levar os meus.

_ Depois podemos tomar nosso café. – Ele dizia todo animado.

_ Sim.

_ Já até sei em qual cafeteria iremos. É a mais famosa daqui. Tem um frapuccino delicioso e--- - Mas os gritos e barulhos de flash nos calam na mesma hora.

Estávamos no lugar certo.

Corremos até chegar onde estava aquela multidão de fãs e paparazzis, e mais a frente o motivo de tanto barulhos: Natsu Dragneel.

Atrás dele estava Jellal falando ao telefone.

_ Chegamos a tempo.

_ Ainda bem. – Começamos a tirar nossas câmeras da bolsa. Hibiki, com habilidade, monta a minha em segundos e me entrega. _ Obrigada. – Apoio a câmera em meu braço quebrado, foco bem e começo a bater todas as fotos possíveis.

Essa câmera era do Jason, e ele disse que me faria pagar com sangue caso eu a quebrasse, então eu a guardaria com a minha vida.

Jason queria muito essas fotos, então precisam ficar perfeitas.

Foram mais de 10 minutos tirando fotos sem parar.

_ Acho que está bom Lucy-chan.

_ Sim. Já tirei milhares. Alguma deve ter ficado boa. – Ele ri.

_ Claro que ficaram. Você é uma ótima fotografa. – Corei. Fui elogiada como fotografa. Isso era muito gratificante para mim.

**

_ Ah, isso? Pedi para o Martinez tirar algumas fotos, e as mandei para o tal Jason. Sinceramente, as fotos que você tinha tirado ficaram horríveis.

**

Na mesma hora lembrei-me de quando Natsu disse o oposto de Hibiki.

Ele era realmente um idiota.

_ E então, vamos tomar o tal café? – Sorri. Seria ótimo sair um pouquinho. Fazia tempo que eu não saia.

_ Claro. – Ele me ajuda a guardar todo o equipamento.

O café era uma ótima desculpa para sair dali o mais rápido possível. Não quero que Natsu me veja.

Droga! Por que fui atropelada? Por que justamente pelo motorista de Natsu Dragneel? Se isso não tivesse acontecido tudo seria normal, como sempre foi. Eu faria meu trabalho normalmente e continuaria a levar a minha vida do jeito que sempre foi. Mas agora, eu querendo ou não, tudo mudou.

_ Lucy-chan? – Hibiki me tira dos meus devaneios. _ O que estava pensando? – Olho para ele e sorrio.

_ Em nada. Estou apenas um pouco cansada.

Pego a bolsa do chão e a coloco sobre meu ombro.

_ Vamos? – E Hibiki assenti com a cabeça todo animado.

Mas o barulho que aquela multidão de fãs e paparazzis estavam fazendo, de repente torna-se algo ensurdecedor.

Uma gritaria começou assustando nós dois.

_ Mas o que está acontecendo? – Pergunto pra Hibiki que apenas dá de ombros.

Olhamos para frente a procura de respostas, e eis que encontramos, e fora a pior resposta que eu poderia receber.

Preferia mil vezes que fosse Natsu se aproximando, que fosse Gray Fullbuster vindo em minha direção, mas não, não era isso. Era algo ruim.

Meu corpo começa a tremer, minhas pernas bambeavam e meu coração acelera. Já suava frio e minhas mãos formigavam.

_ Oe Lucy, o que foi? – Hibiki coloca a mão em meu ombro, mas eu não conseguia responde-lo. A única coisa que podia fazer era manter meu olhar fixo sobre ele.

Loke Leo...

Ele estava ali, a apenas alguns metros de mim, oposto ao local onde estava Natsu.

Meus pés finalmente se movem e começam a ir de rastro para trás.

Preciso sair daqui! Preciso ficar longe dele! Não posso deixa-lo me ver.

_ Lucy?? OE??

_ H-H-Hibiki e-eu.. – Eu nem conseguia falar. Céus, como esse cara pode me controlar tanto assim ainda?

Meu estomago começa a doer e o sentia revirando-se por inteiro na minha barriga. Logo a sensação de náusea aparece e se torna impossível segurar o que queria sair, e solto ali mesmo, quase aos pés de Hibiki.

Regurgito tudo o que havia comido. Com certeza bebi demais ontem à noite, e esse choque serviu como uma válvula de escape para o vomito que saia.

Todos ali viram-se para mim e me encaram, com nojo, com curiosidade.

Limpo a boca com a manga de minha blusa.

_ D-Desculpe Hibiki. – Ele nada diz, só continua me encarando assustado. _ Vamos embora. – Apenas assenti com a cabeça.

_ Luce? – Congelei no mesmo instante.

_ Natsu, eu preciso ir embora. – Nem me viro para olha-lo, pois sabia que era ele. Eu estava deplorável neste momento.

_ Você está bem? Quer dizer, é claro que não está. Tem que ir ao médico.

_ Eu estou bem. Vamos Hibiki.

_ Luce-- -

_ JÁ FALEI QUE ESTOU BEM!! – Grito a todo o pulmão.

Se ele continuar falando o meu nome, mesmo que errado, Loke irá ouvir. Ele pode não ter me reconhecido da ultima vez, mas se ouvir meu nome vai se lembrar.

_ Lucy Heartfilia? – Meu coração para por um momento.

Aquela voz... eu jamais esqueceria.

_ Lucy, é você? – E sem poder controlar, as lágrimas começam a escorrer descontroladamente sobre meu rosto. Meu corpo treme. _ Lucy--- -

_ Não fale comigo Loke. – Tomo coragem e me viro encarando-o. Natsu e Loke, ambos lado a lado. Na hora que me viro Loke se surpreende.

_ Então é você mesma. – Ele sorri. _ Paparazzi? – Aperto meus punhos. _ Você mudou bastante Lucy, está mais bonita e--- -

_ Hibiki, vamos agora. – Falo calando-o de uma vez. _ Não fale comigo como se fossemos amigos Loke Leo. Para mim você é apenas um cantorzinho que sou obrigada a tirar fotos. – Ele sorri de canto.

_ Então por que está tremendo deste jeito? – Ele aponta para minhas mãos que estavam em punhos.

_ Loke? Luce? Vocês se conhecem? – Natsu indaga extremamente confuso.

_ Claro Natsu. – Loke bate em seu ombro. _ Éramos namorados. – E isso faz, não só Natsu e Hibiki ficarem surpresos, mas todos ali que ouviam tudo levaram a mão a boca. Estavam espantados.

_ C-C-Como assim? – Natsu me olha. _ É verdade Luce? – Ignorei e dei as costas caminhando em direção ao carro de Hibiki.

_ Lucy-chan, me espera! – Era Hibiki que corria atrás de mim.

_ Tem alguém nos seguindo? – Ele olha para trás.

_ Não.

_ Ótimo. Vamos logo embora.

_ Lucy, é verdade o que o Loke Leo falou? Você e ele eram namo--- -

_ Hibiki, depois conversamos sobre isso. Apenas me leve para longe daqui o mais rápido possível. – Olho para ele e tento sorrir em meio as poucas lágrimas que insistiam em cair. _ Vamos tomar o café que estou te devendo. E vai ser por minha conta. – Ele sorri.

_ Vamos. Se prepare pois vou pedir o mais caro então. – Rimos.

Precisava esquecer do que tinha acabado de acontecer isso, e tenho certeza que Hibiki me ajudaria nisso.

**