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História Paper Hearts - Broken


Escrita por: VexyPine

Notas do Autor


gente o próximo capítulo TALVEZ saia só sábado, estou em semana de provas então eu não prometo nada.
Boa Leitura.

Capítulo 2 - Broken


“Disseste que se tua voz tivesse força igual
À imensa dor que sentes
Teu grito acordaria
Não só a tua casa
Mas a vizinhança inteira.”

A tempestade de neve devastava todas as ruas de Magnólia sem piedade, haviam muitos destroços no chão de casa e lojas, o vento e o gelo arrastavam tudo o que tivesse na sua frente sem perdão.

Os três magos santos enfrentava o frio corajosamente, mas estavam perdendo feio para os ventos que os arrastava para longe dali, tudo o que se via era uma imensidão branca mas sabiam aonde estavam, em uma rua perto da guilda Fairy Tail, mas não pretendiam chamar por Makarov.

Já se faziam alguns minutos que Ravena havia saído da floresta, não se importava com a tempestade ao seu redor, afinal aquele era o seu elemento, o gelo. Mesmo com o frio ela confiava cegamente em seu faro de Dragon Slayer, precisava encontrar o mago covarde de anos atrás, aquela seria a batalha final, e não pretendia perder.

Avistou ao longe três silhuetas tentando se proteger do vento gélido e violento, sorriu ao perceber de quem se tratava.

-Ora, ora, há tempos que venho me perguntando quando veria sua cara horrenda novamente. –Ravena sorria falsamente para os magos a sua frente, o mesmo estremeceu ao ver a silhueta da moça, porém não enxergava o seu rosto.

-Quem é você? –Perguntou.

-Oh, você não se lembra de mim? –Disse num tom de falsa decepção. –Mas não tem problema, eu “refresco” a sua memória. –Seu tom de voz era perigoso, na verdade Ravena em si era o perigo, a mesma sabia muito bem disso.

Os outros dois magos santos nem perceberam quando a estranha silhueta lhes atingiu com duas esferas azuis brilhantes. Ambos caíram inconscientes no chão.

O líder ficou estático.

-E-então você está mesmo viva! –Exclamou perplexo.

-Sempre estive meu caro. Sentiu saudades?

-Por que? Porque congelou esta cidade? Tudo isso é para avisar a todos o tamanho de seu poder? –Exasperou-se irritado. –Já pode parar com isso!

-Isso meu caro não é o tamanho de meu poder é o tamanho da minha dor! –Explicou calmamente. –Eu não controlo o poder o poder que me controla.

-Espera que eu acredite nisso? –Perguntou.

-O gelo e a neve refletem as minhas emoções seu panaca! Isso está acontecendo porque eu estou assustada, com raiva e... –Parou abruptamente e olhou para o chão, desconfortável.

-E ...? –Incentivou o líder.

-Com medo. –Concluiu.

O silêncio pairou sobre o local, o único som que ecoava pelo lugar era o do vento que ficava cada vez mais forte.

-Isso já foi longe demais! –Murmurou o líder. –Eu mesmo vou acabar com todo esse mal que você causou. –Completou.

Ambos se posicionaram para lutar, se encaravam sérios e atentos a qualquer movimento. Ravena foi a primeira a atacar, tentou atingir o mago com a mesma esfera que derrotou os outros dois magos santos, mas em vão pois o mesmo desviou e tentou desferir um soco na barriga de Ravena, mas a mesma foi mais rápida e segurou o braço do mais velho e o lançou para longe.

A luta estava no páreo, ataque atrás de ataque, soco atrás de soco, olho por olho, dente por dente.

Ambos já se encontravam exaustos a essa altura, mas não dariam o braço a torcer até que apenas um deles restasse de pé. Ravena concentrou na palma de sua mão uma quantidade enorme de poder em forma de esfera, a mesma foi se expandindo e ganhando uma força assustadoramente grande. A esfera foi lançada em direção ao líder que com muito custo conseguiu desviar, a esfera destruiu parte da rua e das casas sem dó.

-Não destrua essa cidade só porque não sabe se controlar menina, as pessoas não merecem morrer por causa da frescura de uma pirralha nojenta com um poder demoníaco! –Irritou-se o mais velho. –Não importa se você conseguir me matar, você nunca será aceita, jamais terá a paz que procura, monstros não tem família nem merecem viver!

-CALA A BOCA! –Ravena tremia de raiva, seu rosto parecia estar em chamas de tão vermelho, e por mais que aparentemente ela discordasse do mago, no fundo ela pensava o mesmo.

O poder do grito da colorida causou uma forte rajada de vento que derrubou o líder do conselho. Com dificuldade devido ao cansaço ele se pôs de pé, o mago estava repleto de cortes e arranhões, isso fora as marcas roxas espalhadas pelo seu corpo.

-Grite o quanto quiser ...nada vai ...mudar. Você sempre será a tormenta desse lugar ...você é ...o mal que há ...neste mundo. –Falou o mago, arfante.

E de repente a tempestade cessou, os ventos pararam e a neve parou no ar. O silêncio pairava sobre o lugar, nenhum ruído fora ouvido nos segundos seguintes, como se o mundo tivesse parado.

E quando o mago pensou que Ravena havia enfim desistido de lutar, a coisa começou a ficar bem séria.

O corpo de Ravena começou a exalar uma estranha aura azulada de brilho intenso que se espalhava pelo seu corpo como febre, seus cabelos coloridos começaram a flutuar, algumas partes de seu corpo começaram a escamar, suas pupilas se tornaram riscas semelhantes aos de um olho de dragão legítimo. Ravena soltou um rosnado baixo revelando assim as suas presas, a aura a cobria como um manto e ganhara as formas de um dragão, um estranho vento a rodeava e riscava o chão ao seu redor. A garota sentiu seu interior queimar, havia um estranho gosto amargo em sua boca, a sensação era de que a qualquer momento iria explodir. Gritou em agonia.

O líder olhava para a menina com um misto de confusão e susto, a garota estava com as duas mãos na cabeça e gritava como se sentisse muita dor, e de fato ela sentia, seu corpo não era apto para receber aquela carga imensa de poder e estava tentando a todo custou se adaptar ao corpo da garota, o que não estava dando certo.

A intensa aura foi se expandindo mais e mais até explodir em uma imensa luz intensa que destruía tudo o que estava ao seu redor.

Tamanha fora a sua surpresa quando, ao a luz cessar, perceber que as casas e o resto da cidade estavam intactos, tudo havia sido protegido por algumas estranhas runas. O líder do conselho estava de joelhos no chão e na sua frente havia um gigante que se protegia com um imenso escudo de luz. Também teve a impressão de ter visto a sombra de um rapaz alto e magro de cabelos verdes, mas foi tão rápido que não soube dizer se era realmente uma pessoa ou se era coisa da sua cabeça.

Procurava não demonstrar isso.

-Você não vai destruir Magnólia! –Afirmou com dureza na voz. –Daqui você não passa!

A garota cambaleou um pouco para trás, tonta, foi como se tivesse acordado e finalmente percebido o que estava fazendo.

“Você nunca será aceita, jamais terá a paz que procura, monstros não tem família nem merecem viver!” –A lembrança das palavras do líder vieram à tona, sentiu seu coração comprimir.

Ravena sabia que estava sendo o monstro que era a anos atrás, não queria isso, não queria que as pessoas tivessem medo dela novamente. Sua garganta secou, o gelo começou a ficar mais denso e a ganhar uma coloração arroxeada.

Makarov estava percebendo a mudança de emoções da albina, percebia o quão assustada e indefesa ela era, mas não podia se permitir amolecer. Aproveitou-se da distração da garota e lhe dirigiu uma série de ataques, mas um escudo de gelo a protegeu.

A luta que se seguiu fora violenta, ambos os magos estavam exaustos, os dois magos santos atacavam sem dó e Ravena apenas se defendia e vez ou outra tentava imobilizá-los, mas sem sucesso.

-Por que não desiste? –Makarov perguntou ofegante.

-Se ...eu parar...-Arfou- Vocês vão me ...matar.

-Pare de atacar esta cidade sem motivo! O que você quer conseguir com isso? Vingança?

-Não! –Gritou Ravena em meio as arfadas, tomou todo o fôlego que pôde e prosseguiu. –EU QUERO VIVER! QUERO A MINHA VIDA DE VOLTA, MAS VOCÊ NÃO ME DEIXA EM PAZ!

  -VOCÊ ENCONTRA PAZ NA DESGRAÇA DAS PESSOAS? QUE TIPO DE SER HUMANO VOCÊ É? –Alterou-se o líder.

-Vocês não entendem ...eu não sou má! –Murmurou.

Os três se separaram para respirar um pouco, estavam a uma boa distância um do outro, quando Makarov deu o seu último ataque:

-Fairy...

-NÃO! –Ravena berrou desesperada.

-LAW!

Uma imensa luz super intensa cobriu Magnólia, era tão forte que podia cegar quem ousasse ficar olhando.

Ravena sentia como se várias correntes elétricas queimassem os seus ossos, a dor era excruciante, nem seus gritos seria altos o suficiente para representarem o tamanho dar dor que sentia, seus pulmões ardiam e sua garganta parecia que iria rasgar, não tinha mais forças para nada.

Quando a luz cessou Ravena caiu no chão, de bruços. Não estava inconsciente ainda, mas seus olhos já começavam a embaçar.

-Por que estás causando tanto transtorno minha jovem? –Questionou Makarov, o mesmo ao notar a fraqueza da coloria resolveu se aproximar.

-Gomen ...gomenasai ...e-eu não queria ...m-machucar ninguém ... –Tentava responder, porém sua fraqueza não a permitia. –E-eu não consigo controlar ...isso ... –As lágrimas banhavam o seu rosto, soluçava a cada pausa que dava, sentindo o medo lhe arrebatar com mais força. –Estou ...c-com ...t-tanto medo ... –Seu olhar sofrido pousou em Makarov, que a olhava com pena.

“E no final das contas, ela era apenas uma criança assustada!” –Pensou.

-O que você quer? –Perguntou o velho mestre.

-Quero voltar ...pra casa. –Respondeu a garota.

-E por que não foi? Onde é a sua casa?

-N-não tenho ...não há u-um lar para que eu ...volte ...-suspirou. –Obrigada.

-Pelo quê?

-Por estar ...se importando c-comigo ...queria poder t-ter conhecido mais p-pessoas tão gentis ...quanto ...você.

-Você ainda vai ter muitas oportunidades de conhecer boas pessoas nessa vida, ainda vai ter um lar para voltar. –Falou Makarov. Ravena negou com a cabeça com lágrimas nos olhos.

-Eu não tive a oportunidade de ter tido uma vida de verdade, só fiz as escolhas erradas ...e agora estou pagando ...por isso.

-Você não está sendo justa consigo mesma.

-A vida não é justa com aqueles que nasceram para morrer. –Antes de fechar seus olhos Ravena usou todas as forças que lhe restaram e tentou reverter todo aquele inverno. A neve foi começando a retornar de volta para o corpo de sua dona, na direção do coração. Era um momento lindo de se ver, foi como se ela finalmente tivesse tido a oportunidade de ser livre, pois era a primeira vez que conseguira reverter o seu poder e descongelar algo.

Quando o último floco de neve chegou finalmente em sua dona, após uma longa viagem, ele pousou em cima de seu peito e brilhou, deixando ali a marca de seu elemento.

Seu último adeus.

E antes de Ravena fechar seus olhos e mergulhar de volta para dentro da escuridão seus cabelos foram perdendo o brilho colorido incomum, os lábios antes rosados agora estavam roxos e sua pele macia e quente estava tão fria quanto a neve que repousava em seu coração.

“Este seria o seu fim? Sim, este era o fim da tormenta.”



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