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História Paper Souls - Calum Hood - Capitulo 34


Escrita por: theycallmeju

Capítulo 35 - Capitulo 34


- Como é? Vocês sempre querem fazer a noitada de filmes? - Pergunta Michael.

Estou no banco de trás do carro de Calum. Ele não me dirigiu a palavra depois daquilo que aconteceu e agora mal me olha, coisa que não tinha acontecido depois do beijo. Apenas estou aqui, neste carro, porque me é conveniente para ir para casa. 
Como o carro é de cinco lugares, Ariel vai no colo de Luke, ao meu lado esquerdo, Michael à frente e Ashton do meu lado direito. 
Não tenho a certeza se a resposta para o que Michael perguntou é um sim, porque depois do que se passou vai ser um pouco inevitável não estar um mau clima entre todos, ainda que a maioria deteste a Tracy. É inevitável neste carro não reinar o mau humor, e só Calum e um terço de Michael é que são capazes de gostar dela.

Michael estica a mão e aumenta o som da música para que algo, para além das nossas monótonas respirações, invadisse aquele carro. Na rádio tocava a mais recente música de Justin Bieber "What do you Mean?". Não foi preciso muito para alguém dar inicio à cantoria, murmurando algumas palavras da música. Algumas erradas, outras certeiras. Começara com Luke, abrangendo logo a Ariel e as gargalhadas de Ashton quando o casal ao nosso lado se divertia naquele instante pois o loiro mexia as pernas, fazendo com que Ariel saltasse e batesse com a cabeça no teto do carro. 
Michael gritava a música. Calum mantia-se impassível, embora todos soubéssemos que aquela expressão sisuda não iria demorar muito a mudar. Agora também eu cantava, e atentando na letra um aperto deu-se no meu coração.

"O que queres dizer?
Quando abanas a cabeça dizendo que sim
Mas queres dizer não
O que queres dizer?
Quando não queres que eu saia
Mas me dizes para ir embora"

Isto fazia-me lembrar algo não muito distante de uma realidade tão próxima quanto a minha e de Calum. Foi exatamente o que se passou esta manhã. As nossas cabeças diziam que não, mas nós queríamos dizer sim.

- Ok, ok! - Gritou Calum por entre sorrisos, levantando as mãos, após as retirar do volante. - Aqui vai a primeira entrega. Ashton Irwin, estás em casa. Às nove da noite quero-te em minha casa. - Pelo retrovisor interior, Calum olhou para Ash. - E sim, isto é uma resposta para aquilo que a tua pergunta, Michael Clifford. 

Mal Ashton saiu, após um despedida mergulhada em gargalhadas de todos - ou, bem, quase todos - eu arrastei-ma até à janela, encostando a cabeça a ela. Ariel desceu do colo de Luke e sentou-se no meu antigo lugar.

- Quem vai ao supermercado desta vez? A semana passada fui eu e o Luke! - Avisa a rapariga, pousando uma perna por cima das de Luke.

- Eu posso ir. Não tenho nada que fazer de tarde. - Voluntário-me.

- Mas não vais sozinha. Aliás, iriam ser compras a mais. Eu não as consegui trazer todas sozinha, não é Luke? - Ariel dá com o ombro no rapaz que estava completamente distraído com algo paralelo à conversa, mas que independentemente disso, ele assentiu.

- Oh, não é problema para mim ir sozinha. Arranjo maneira de vir para cá com as compras, não te preocupes. - Disse-lhe, sorrindo despreocupada, para a descansar.

A próxima descarga seria em casa do Luke. Ficaria lá ele e a Ariel que, pelo que parece, ficará lá esta tarde e noite - depois da sessão de filmes.

Segundo ela, que viu em mim uma confidente quando cá cheguei à escola e ao grupo, o Luke tem sido muito paciente em relação a esperas para algo mais. Eles namoram à bastante e por muito que pareçam um casal que todos os dias vai para a cama, nunca o fizeram. Quer dizer, com malicias como todos pensam. Eles nunca tiveram relações sexuais, pois ela tem medo. Eu entendo-a. Posso muitas vezes pensar em ter algo, mas no momento eu morro de medo porque é a primeira vez. O que faria afinal? Como reagir àquela situação e novas sensações? Iria ser esquisito porque talvez só o fizesse com uma pessoa com quem me sentisse à vontade e não com qualquer um. Bem, não posso falar muito quando o ia fazer com Tyler, visto que estivemos em vias de. Mas ele não era qualquer um.
Admiro Ariel e Luke por esperarem tanto tempo. Admiro o rapaz por ignorar as suas vontades e respeitar as dela.

- Eu vou contigo. - Oferecesse Calum após vários minutos calados. Apenas quando deixamos o casal em casa do Luke é que ele se pronunciou.

[...]

Não tenho a certeza qual das hipóteses deveria ser a certa nesta situação em que nos encontramos a caminhar afastados um do outro sem ter dito uma sequer palavra antes, nem agora. Sem qualquer tipo de concordância por minha parte, estamos no shopping. De facto, desta forma, eu irei ocupar a minha tarde toda a ver lojas, e a cabeça. 
Porque razão, afinal, ele está chateado comigo se quem começou aquela merda toda foi a querida namorada dele? 
Calum estava em frente a uma loja de desporto, e eu encantava-me com as tintas para o cabelo, na montra de produtos de beleza, do lado oposto ao dele. Inspirei e logo depois me dirigi a ele, dizendo:

- Vou fazer as comprar. Vai ter comigo se quiseres.

- Eu vou contigo agora. - Ele disse, secamente.

- Para levar com esse mau humor? Não, obrigado. - Reviro os olhos. - Eu consigo ir sozinha.

Com a mão direita atirei uma madeixa de cabelo para trás das costas e recompus a minha postura, começando a andar em direção ao supermercado, no andar de baixo. 
Parecendo que não coisas como estas cansam. E não, não estou a falar de vir ao shopping e comprar um batalhão de comida para esta noite. Isso é o menos. Estou a falar de lutar contra os meus sentimentos durante quase duas décadas de vida.

Não nos podemos queixar de quando éramos crianças, aqueles desgostos de amor na escola primária. Na altura eles eram tudo, mas agora... eles não são nada, só que ainda assim são alguma coisa pois já nos fizeram sofrer. Não importa a imaturidade que tínhamos, ou se realmente sofríamos. Na altura foi algo. Agora que nos falta apenas um passo para sermos adultos não conseguimos lidar nem com o amor. É a pressão das famílias que não nos deixa amor, é a pressão da escola que não nos deixa amar. Será? Ou isto é tudo uma simples ilusão e nós não estamos preparados para viver?

  - Faith. - Num passo gigante, Calum alcança-me, puxando o meu braço. - Desculpa. Eu... Eu... - Ele gagueja mas logo prossegue. - Eu estava só desapontado por aquilo que fizeste.

- Por aquilo que EU fiz? - Grito chocada com o que ele dissera. Os meus olhos pareciam querer sair pelas órbitas. - A tua namoradinha é que começou!

- Ela não quis dizer o que disse. - Desculpou-se por ela.

- Olha lá, se é para vires dar satisfações por ela e meter paninhos quentes na minha testa, podes tirar o cavalinho da chuva. Eu não gosto dela. Ela ofendeu-me. Duas vezes. Não te aviso mais sobre o que vem a seguir. Se queres continuar com ela, força. Só não penses que a ilusão dura para sempre, caro amigo. - viro costas, seguindo o meu caminho. Calum continuava atrás de mim.

- Eu gosto dela. - Pronunciou-se.

- A sério? Tu gostas? - Pergunto irónica. - Terei de te lembrar que nos beijamos e horas depois disseste que gostavas de mim. Mais do que o que devias.

- Foi um erro.

Foi um erro. Oh. Levei com um conjunto de balas bem no meu coração e outras tantas no meu estômago. Afinal eu não passei de um erro. Onde está a Faith habituada a levar com tampas? Parece que ela se escondeu quando o Calum apareceu e agora já não sabe como reagir a certas coisas. Oh, essa sou eu.

- Aí foi? Então toma partido de tal erro para não voltares a cometer o mesmo.     



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