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História Paper Souls - Calum Hood - Capitulo 41


Escrita por: theycallmeju

Capítulo 42 - Capitulo 41


Mais um fim-de-semana foi passado, porém houve algumas diferenças que me surpreenderam bastante. O domingo não foi aquilo que eu estava à espera. Eu não fiquei a ver filmes ou séries fechada no quarto, ou saí sozinha. A minha própria mãe proporcionou-me um dia que à muito não fazia.
Às dez da manhã acordou-me, calmamente, e perguntou-me se queria ir ao shopping. Claro que não resisti em dizer que sim. Adoro as lojas, shoppings, compras. Não sou muito materialista, mas ver tudo aquilo dá-me alegria, embora me importa mais com as coisas para um escritório do que roupa. 
Enfim, passamos um bom dia entre o shopping, uns cafés e uns parques. A minha mãe parecia triste, murcha, porém não o quis mostrar.
Ainda hoje também me parece. Só fico à espera do momento em que ela me diga o que se passou com Peter, ou será que esta ainda acha que eu não sei que eles voltaram. Calculo o medo dela depois da minha ameaça de saída de casa. Calculo que ela não me queira dizer porque sabe o quão"virada do avesso" vou ficar. 

Agora estou na escola. Acabei de fazer o teste de filosofia e estou à espera de Calum, que ainda o está a fazer, para irmos embora. Ele quer ir comigo ao médico, como fez antes, e bem esta tarde eu vou lá. Desta vez até a minha mãe se ofereceu para ir comigo, mas eu viera-lhe a dizer que Calum viria. Óbvio que não escapei de um "vocês são namorados?". Claro que Respondi um "não!" bem agudo.
Tremo ao relembrar-me de que vou ao médico e ele vai dizer-me o que realmente tenho e o que tanto me afeta em relação à menstruação tão irregular.
Estou encostada à parede cinza ao lado da sala de aula. Pessoas passavam de dois em dois minutos. Aí entendi que faltava muito pouco tempo para soar o toque de saída. 
Não tardou muito para que Calum viesse ter comigo. Novamente estava vermelho e transpirado por causa do teste. Ele ficava nervoso com todos os testes. Realmente não havia nenhum com o qual ele estivesse à vontade ou confiante. 

As únicas vezes que o vejo desta forma é aqui, nas provas, e no palco quando ele toca e canta satisfeito. O suor dele escorre-lhe pela cara desde o início até ao fim do concerto. O cabelo dele, em frente à testa pingava-lhe para os olhos.

- Estou pronto. - Diz-me subitamente, interrompendo os meus pensamentos e lembranças. - Vamos?

- Quem me dera não ter de ir. - Torço o nariz. Tenho receio de ir ao médico.

- Anda lá, Faith. - Ele diz com um sorriso reconfortante. - Não tens nada a temer. O pior já passou.

- Será que já?

O nosso breve diálogo foi interrompido pelos olhares matadores de Tracy Montgomery que se encontrava no andar de baixo. Nós estávamos a descer as escadas e ela parou de caminhar até ao seu sítio pretendido. Tracy fitava-nos. Calum parecia sentir o meu nervosismo então, discretamente, deu-me a mão. Penso que isto foi o ponto na loucura da loira.

- Sempre soube que era com ela! - Tracy grita, fazendo com que toda a gente que estava naquele piso olhasse para nós. - Sempre soube que me traíste com ela!

- Para que fique bem claro... - Ele avança, encarando-o. Esta situação irritava a todos, mas ele já estava pelos cabelos, completamente. - Eu nunca te trai. É muito baixo da tua parte difamares uma pessoa desta forma. - Ataca, não só referente ao alarido que ela fez agora, mas também ao facto de que quando Calum chegou esta manhã à escola foi atacado com coisas de que ele a havia traído e deixado por outra. 

O moreno, nervoso, pegou na minha mão e arrastou-me para fora do pavilhão e seguidamente, sem proferir uma única palavra, trouxe-me até ao seu carro. Ao entrar bateu com a máxima força com as mãos no volante, soltando também, uns gritos roucas de desespero. 

Os seus olhos estavam vermelhos, tal como as bochechas. As veias no pescoço eram notórias. 

Pousei a minha mão sobre a sua perna, acariciando-o por uns momentos. Tentei transmitir-lhe paz e calma. Tentei com que ele deixasse passar isto que se passou. Ela já não importa. 

- Não lhe ligues. - Peço. - No fundo a culpa foi minha. Eu deveria de ir esclarecer as coisas com ela.

- Não, não devias. E se aquilo que aconteceu fosse verdade? E se realmente eu a tivesse traído? Ela tinha mesmo o direito de andar a espalhar a nossa história por aí? Tudo bem que não está contente, e traição é traição, mas o que se passa a dois não se conta a três. Esse lema não é apenas aplicado ao sexo, Faith.

- Calma... eu... eu não sei o que te dizer, Calum. - Gaguejo. 

- Não digas nada, amor. - Ele murmura sobrepondo a sua mão na minha. O meu coração disparou apenas com uma palavra. Amor. - Agora vamos lá ao médico. 

[...]

Já nos encontramos na sala de espera à uma hora e o nervoso miudinho que sempre tenho quando estou no centro de saúde, faz-se sentir não só em mim mas também em Calum que me tem aturado durante este tempo. Por vezes ele solta um sorriso ao ver-me neste estado, mas muitas outras vezes ele opta por afagar o meu rosto e cabelo. Dizia-me para ter calma e beijava a minha testa devagar. Bem devagar fazendo-se sentir em mim os pequenos beijos plantados pelos seus lábios fofos, suavemente. 

- Faith Miller. Gabinete três. Dr. Robinson. - Ouço dizerem vindo da coluna do teto, no canto superior esquerdo da sala de espera. 

Num pulo levanto-me do banco onde estive sentada durante algum tempo. Calum seguiu-me, trazendo a minha bolsa. Se não fosse ele creio que a tinha deixado por ali. Quando o encaro e o vejo a andar com ela caída no seu braço, deu-me uma enorme vontade de rir à gargalhada. Coisa inevitável de se fazer quando este colocou uma mão sobre a anca e começou a andar como se estivesse numa passarela. 

As restantes pessoas na sala de espera olharam-nos de lado, julgando-nos a cada segundo que passava. E foi aqui, pela primeira vez na vida, que não me importei com olhares julgadores porque de facto neste momento em que me encontro nervosa - pois daqui a instantes naquele gabinete bem distante a mim vou ter a confirmação daquilo que ainda não me saiu da cabeça embora me tivessem confirmado que de nada grave se tratava - é Calum que me está a fazer rir. É ele que está a fazer palhaçadas no meio de um centro de saúde para me fazer rir e esquecer as minhas preocupações. É ele que me faz feliz e é aí que entendo que Tyler não iria fazer metade daquilo que este rapaz, caído do céu, faz. 

Adentro o gabinete, controlando o riso. O meu médico, de estatura alta, moreno e com os seus quarenta e poucos anos, sorriu ao ver-me entrar daquela forma, dizendo logo em seguida: - Fico muito contente por te ver sorrir dessa forma. 

- Obrigada, doutor. 

Com a permissão do senhor, ambos sentamo-nos. Calum do lado da parede - uma vez que a secretaria era encostada a esta - e eu ao lado dele, do lado da porta. 

- Ora! Não tens de me agradecer, Faith! És uma das minhas novas pacientes, e eu ainda só tive uma consulta contigo, mas a nossa conversa nesse dia foi profunda demais para entender que não estavas nada bem. E agora pareces-me tão bem! 

É verdade. O doutor Robinson foi uma pessoa excepcional comigo quando me ouviu na primeira consulta. Acabei por ficar uma hora no gabinete. Ele foi quase como um psicólogo. Não sei, não sou muito disto, mas ele transmitiu-me uma confiança incrível. 

- Vejo que encontraste alguém. - O doutor aponta para Calum e este olha admirado para ele. 

- É um amigo. Um amigo especial. - Murmuro, sorridente, encarando o rapaz ao meu lado. - Pode-se dizer que sim, ele ajudou-me muito. - Automaticamente dou-lhe a mão.

Enquanto me ouvia, o senhor - já com o cabelo grisalho que, pelo que parece, o tem desde muito cedo - ia abrindo a carta da ecografia que estava em cima da mesa. Sucessivamente começou a ler. Desta vez eu parei de falar. A minha respiração escapava e a mão de Calum apertava-me. Também ele estava nervoso por me ver daquela forma. 

- Bem, aqui diz que tens o ovário policístico. - Ele foi rígido, frio e direto. 

- Mas... a senhora que me fez a ecografia disse que eu não tinha nada. - Tremo um pouco com a voz. 

- Disse? - Questiona confuso. Calum e eu assentimos. - Como podes ver está aqui escrito o contrário. - Ele aponta para a carta e eu leio. Realmente estava lá escrito isso. - Mas não é nada que não se resolva. Claro que isto poderá, eventualmente, atrapalhar e poderás ter dificuldade em ter filhos quando essa hora chegar, mas uma vez que já fizeste os exames para ver se eras compatível, vou-te passar uma pílula. Vai ajudar a regular o período e a prevenir a existência de mais quistos. 

A conjugação de palavras envolventes entre "filhos" e "problemas" mexeu comigo. Era esse o meu maior medo e esse foi o exato ponto em que foi tocado. Para mim o horror de pensar que não posso ter filhos é realmente terrível. Logo eu que vivo num mundo de sonhos, ligada ao seio familiar e que, sem duvida, o meu maior sonho é ser mãe, esse é um pesadelo. Mas bem, o doutor disse-me para eu não me preocupar. Isto vai passar. 



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